RISCOS PSICOSSOCIAIS RELACIONADOS AO TRABALHO CONFINADO NR 33: Uma revisão sistemática
Tipo de documento:Artigo cientifíco
Área de estudo:Psicologia
Considerações Finais: Os achados apontam para a presença de estresse ocupacional, sintomas depressivos, isolamento, abuso de álcool, sofrimento psíquico, insônia. Reforça-se a necessidade de mais estudos nesse campo da saúde do trabalhador, bem como a construção de estratégias que possam antecipar e minimizar os efeitos da condição insalubre dessa modalidade de trabalho na vida desses profissionais. Palavras-Chave: Riscos psicossociais. Espaços confinados. NR 33. A OIT reconhece que os riscos psicossociais constituem um problema global em saúde mental do trabalhador. Condições como trabalhos precários, sobrecarga, assédio e intimidação, estão relacionados como condicionantes para o estresse laboral. O estresse tem sido associado ao absenteísmo e baixo desempenho profissional. Mas, sobretudo, no que tange à saúde, estudos têm apontado para acometimentos psicossomáticos, depressão, violência, uso de substância psicoativas, problemas familiares e suicídio.
Assim, tendo em vista esse grave problema de saúde pública e coletiva e o ônus causado tanto para o indivíduo, quanto para a sociedade, observa-se a necessidade de estudos que possam antecipar tais dificuldades e estratégias de prevenção dos riscos. Foram utilizados os idiomas português e inglês. Os critérios de inclusão foram artigos publicados entre os anos de 2009 a 2019, apenas artigos, com humanos e disponibilizados na íntegra. Quanto aos limites para exclusão, foram descartados, após análise dos resumos, estudos que não abarcaram a problemática que este estudo se propôs a investigar; artigos que se afastaram do recorte proposto no tema que busca relacionar riscos psicossociais e espaços confinados; e artigos duplicados. A última busca foi realizada no dia 20/04/2019.
A fim de extrair, organizar e analisar descritivamente as informações presentes nos artigos, elaborou-se uma planilha com as informações referentes à autoria, temática, objetivos, metodologia da pesquisa e resultados6. Analisar os efeitos comportamentais e psicológicos em uma tripulação multinacional de 6 pessoas, culturalmente diversificada, comparável a pilotos espaciais, que estavam participando da primeira missão de 520 dias simulada de alta fidelidade a Marte Teste de Vigilância Psicomotora; Actatrafia; Entrevistas pós-missão de interrogatório; Questionário de Conflito ;Inventário de Depressão de Beck; Perfil dos Estados de Humor; Escalas Analógicas Visuais; Escala de Desejabilidade Social 17. Análise estatística A pesquisa observou o aumento de sintomas depressivos e sofrimento psíquico; aumento do índice de conflitos na primeira metade da missão; não houve desistência de nenhum tripulante.
Bartone , Krueger , Bartone11 Individual Differences in Adaptability to Isolated, Confined, and Extreme Environments. identificar fatores ligados à adaptabilidade individual, realizamos uma revisão sistemática da literatura sobre adaptação cognitiva e comportamental a ambientes isolados, confinados e extremos (ICE). Revisão de 73 estudos Os atributos de adaptabilidade para ambientes ICE incluem inteligência, estabilidade emocional, autocontrole, abertura, facetas de conquista da conscienciosidade, otimismo, domínio, introversão, resistência, enfrentamento orientado a tarefas, experiência passada, baixa necessidade de apoio social e sono adequado. Conceitualmente, os espaços confinados não são destinados à ocupação contínua por seres humanos, oferecem risco em sua atmosfera e têm limitações de acesso para entrada e saída. Vale ressaltar, conforme McManus17, que o trabalho confinado envolve mais riscos que outros tradicionais, por negligência ou falta de controle, podendo ocasionar em óbito; pode ser executado em ambientes abertos ou fechado, não sofrendo diferenciação na sua forma, tamanho ou natureza; e implicam armazenamento de líquidos e sólidos, processos químicos, dentre outros.
Segundo Seligmann-Silva18:218, o trabalho, independentemente de sua natureza, é carregado de significado para o homem. Em face disso, é tão necessário compreender melhor os processos de adoecimento no contexto laboral: O trabalho é essa atividade tão específica do homem que funciona como fonte de construção, realização, satisfação, riqueza, bens materiais e serviços úteis à sociedade humana. Entretanto, o trabalho também pode significar escravidão, exploração, sofrimento, doença e morte. Por outro lado, Nicolas e Gushin12 observaram uma redução dos níveis de estresse com a progressão do trabalho confinados ou em isolamentos extremos. Em uma investigação de maior alcance, durante 520 dias, Brasner et al10 investigaram as possíveis alterações comportamentais e psicológicas na tripulação confinada, sobretudo, sobre os riscos de sofrimento psíquico, estresse, humor, sono e carga laboral.
Um dos tripulantes manifestou um quadro de agravamento da insônia, apresentando prejuízos cognitivos, como cometimento de erros a bordo. Observou-se a necessidade de monitoramento do tédio, já que os colaboradores se tornavam mais sedentários com o passar do tempo. Além disso, mostram-se necessárias estratégias para estimulação do contato social. Contudo, as condições de trabalho configuram-se como estressoras, como o confinamento, a alternância de turnos e sobrecarga. Sobretudo tais fatores foram associados à falta de apoio social, uso de álcool e substâncias ilícitas, déficit cognitivo na memória, depressão e problemas relacionais. A complexidade da atividade, mormente quanto ao estado de atenção, diferente do que ocorre em refinarias. A novidade do estudo foi apresentar estratégias de proteção e promoção à saúde mental por meio do coping e apoio social.
Em linhas gerais, o coping se ancora em estratégias que visam uma aproximação cognitiva comportamental entre os agentes estressores e o indivíduo, ou seja, trata de como o sujeito vê o problema e atua sobre suas crenças, promovendo um ajuste na sua avaliação desadaptativa. Alcoolismo foi observado em profissionais em trabalho offshore. Além disso, o isolamento social e o constante estado de alerta presente nessas atividades aumentos os preditores de riscos psicossociais. Outra importante consideração a se fazer diz sobre a relevância de uma seleção apurada de aspectos cognitivos e psicológicos para esses trabalhados. Fatores como inteligência, habilidades sociais, resistência, capacidade de enfrentamento e baixa necessidade de apoio social. Mormente, percebeu-se a necessidade de controlar alguns aspectos para proteção do estresse ocupacional, como a monotonia, posturas de trabalho repetitivas e os níveis de estresse.
int. whr 2 Ruiz Valéria Salek, Araujo André Luis Lima de. Saúde e segurança e a subjetividade no trabalho: os riscos psicossociais. Rev. bras. Disponível em: [http://trabalho. gov. br/images/Documentos/SST/NR/NR33. pdf] 4 Organização Internacional do Trabalho. OIT. pmed1000097 6 Galvão, Taís Freire, PansaNI, Thais de Souza Andrade; HARRAD, David. Principais itens para relatar Revisões sistemáticas e Meta-análises: A recomendação PRISMA. Epidemiol. Serv. Saúde [Internet]. doi: 10. ijms19113669. 8 Vidal Jahina Moura, Abreu Angela Mendes, Portela Luciana Fernandes. Estresse psicossocial no trabalho e o padrão de consumo de álcool em trabalhadores offshore. Cad. Kaufmann, I. Nichiporuk, G. Vassilieva, M. Hörl, S. Matzel, G. Mudanças psicológicas e comportamentais durante o confinamento em uma missão interplanetária simulada de 520 dias para Marte.
PloS um: 2014, 9 (3), e93298. doi: 10. journal. pone. Rev. bras. saúde ocup. [Internet]. [citado 2019 Abr 24] ; 41: e11. br/portal/images/Arquivos_SST/SST_Publicacao_e_Manual/CGNOR---GUIA-TCNICO-DA-NR-33. pdf] 16 Dejours, Christopher. Por um novo conceito de saúde. Rev. Bras. Seligmann-Silva, E. Saúde mental e trabalho. In N. do R. Costa & S. pdf;jsessionid=B819B3CF28E453FEEBB9507508C19112?sequence=1] 20 Sousa, I. Mendonça, H. Zanini, D. Nazareno, E. Estresse Ocupacional, Coping e Burnout.
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