REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA COMO CONTRIBUIÇÃO NO TRATAMENTO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Psicologia

Documento 1

Igualmente enfatizada é a estreita cooperação de toda a equipe de especialistas, bem como a participação ativa da família como condição essencial para a eficácia da reabilitação e, com efeito, um retorno do paciente a uma vida relativamente normal. Associado à isso, novas neurotecnologias em desenvolvimento e os neuromarcadores de lesões cerebrais permitem um correto diagnóstico e, como resultado, a seleção de métodos apropriados para a reabilitação neuropsicológica. Palavras-chave: Transtorno Autístico, Transtorno do Espectro Autista, Reabilitação, Neuropsicologia. INTRODUÇÃO O transtorno do espectro do autismo (TEA) é um distúrbio de neurodesenvolvimento com etiologia incerta, caracterizado por déficits sociais, dificuldades de comunicação, comportamentos estereotipados ou repetitivos, e em alguns casos, atrasos cognitivos (LEVY et al. Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é caracterizado por três domínios centrais: deficiências na comunicação e na linguagem, prejuízos na reciprocidade social e comportamento repetitivo anormalmente restrito.

Através desses estudos, surgiu um interesse maior em circuitos neurais aberrantes no autismo (JESTE; NELSON, 2009). Como a base neurobiológica do autismo está se tornando cada vez mais clara (ABRAHAMS; GESCHWIND, 2008; MINSHEW; WILLIAMS, 2007), a atenção tem sido focada na remediação dos principais déficits cerebrais subjacentes à disfunção cognitiva social e não social na TEA. As deficiências no processamento da informação são consideráveis ​​nessas condições e, os acometidos possuem limitações significativas na função adaptativa. Um grupo de abordagens de tratamento, conhecidas como reabilitação cognitiva, surgiu em outros distúrbios, como intervenções não farmacológicas para déficits de processamento de informações essenciais embora variem amplamente em seu escopo e metas, a maioria utiliza exercícios progressivos baseados em computador que são projetados para melhorar domínios da função cognitiva (por exemplo: atenção e memória) (SHAUN et al.

Nas últimas décadas, a reabilitação cognitiva tem sido usada com considerável sucesso em uma ampla variedade de distúrbios, como lesão cerebral traumática (BEN-YISHAY et al. Eles exibiram interesses circunscritos altamente desenvolvidos que interferiam na aquisição de outras habilidades e ele usou a palavra autismo na descrição desta condição, inconsciente do trabalho de Kanner no ano anterior. Até a revisão de Wing, em 1981, a condição recebera pouca atenção da comunidade científica. O transtorno do espectro do autismo (TEA) estima-se afetar 1 a cada 59 crianças (dados dos EUA - CDC, 2018) e uma a cada 160, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS BRASIL, 2017), mas ambas concordam que esta taxa está em ascensão, no Brasil não há dados precisos, portanto os órgãos de saúde utilizam a estimativa americana para calcular o número de portadores de TEA no país: em torno de 2 milhões (REVISTA ESPAÇO ABERTO – USP).

Na última versão do Manual de Saúde Mental (DSM-5), o autismo e outros distúrbios como o transtorno autista, transtorno desintegrativo da infância, transtorno generalizado do desenvolvimento não-especificado e Síndrome de Asperger, foram integrados em um único diagnóstico chamado Transtornos do Espectro Autista – TEA (Instituto Subjetiva, 2019). O TEA é um transtorno do desenvolvimento que afeta o comportamento e a comunicação (APA, 2013). Os problemas de comunicação não são típicos do TEA, crianças com distúrbios de linguagem normalmente têm habilidades sociais preservadas e tentam se comunicar usando estratégias compensatórias, ao invés de reduzir drasticamente a comunicação, mas, por exemplo, crianças cegas e surdas podem mostrar comportamentos sugestivos de autismo (por exemplo, movimentos estereotipados) sem no entanto apresentar as deficiências associadas ao autismo.

Desenvolvimento da criança com TEA O início do autismo é definitivamente antes dos 3 anos de idade, ocasionalmente, um período de desenvolvimento normal ou quase normal é notado, embora haja alguma evidência sugerindo uma regressão, a ausência de indicações prévias de desenvolvimento atípico é relativamente incomum. Os problemas das crianças com autismo são graves e persistentes. Algumas crianças com autismo nunca conversam, outras, têm discurso notável para a linguagem ecoada (ecolalia), além de problemas com pronomes e uso da linguagem social, uso idiossincrático de palavras e problemas com prosódia e modulação da fala (DARP-TEA- MININTÉRIO DA SAÚDE, 2014). Comportamentos estereotipados e respostas incomuns ao meio ambiente são frequentes e podem interferir nas ações de programas educacionais.

Por outro lado, as variações no número de cópias que resultam na superexpressão do E6AP estão fortemente associadas ao desenvolvimento do TEA, definidos pela diminuição da comunicação, interesse social prejudicado e aumento do comportamento repetitivo. Essas descobertas moleculares fornecem informações sobre a compreensão dos eventos moleculares subjacentes ao SA e ao TEA. Além da genética, possíveis causas ambientais como patógenos, uso de antibióticos, metais pesados, produtos químicos e toxinas têm sido propostos (GOINES; ASHWOOD, 2013) embora ainda seja um tema considerado controverso. Contudo, nenhum desses fatores por si só pode explicar por que apenas algumas crianças são sensíveis a esses efeitos ambientais, sendo que todas elas entram em contato com esses agentes, sendo meninos ou meninas e, necessariamente são afetados antes dos 3 anos de idade (MEZZELLANI et al.

Em muitos pacientes, outras doenças, como a epilepsia, problemas metabólicos, alterações de sono e gastrointestinais estão em comorbidade com o autismo e, curiosamente, os distúrbios gastrointestinais têm uma forte correlação com a gravidade da doença (BUIE et al. JOSH et al. A prevalência de TEA e a co-ocorrência de condições psiquiátricas, como por exemplo, comportamentos disruptivos, problemas de atenção e hiperatividade e ansiedade, estima-se hoje estar por volta de 70% (LEYFER et al. SIMONOFF et al. Alguns estudos mostraram que 41% destes possuem condições de saúde mental concomitantes e necessidades substanciais de saúde mental não satisfeitas (FARMER et al. BROOKMAN-FRAZEE et al. O autismo é considerado um distúrbio do espectro porque a gravidade e os sintomas variam amplamente entre os indivíduos, portanto, as principais características de análise no diagnóstico, incluem dificuldades de comunicação, interesses restritos, comportamentos repetitivos, e desafios sensoriais, como sensibilidades à iluminação ou ruído, temperatura, entre outros (NIMH, 2018).

Reabilitação neuropsicológica A reabilitação neuropsicológica tem como objetivo reabilitar ou habilitar, adultos e crianças nas habilidades comportamentais, cognitivas e emocionais, alteradas devido à déficits de desenvolvimento ou de lesão do Sistema Nervoso Central (SNC), afim de retomar suas funcionalidades. Para atingir esse objetivo o plano terapêutico baseia-se na automação das ações e repetição de tarefas, que no futuro, se transformarão em novas aprendizagens, através do mecanismo da neuroplasticidade (PRIGATANO, 2013). A neuroplasticidade ocorre em todas as fazes da vida do indivíduo sendo mais acelerada durante o desenvolvimento infantil, devido á facilidade das conexões sinápticas (químicas e elétricas) alterando as respostas comportamentais, cognitivas e emocionais (FUENTES et al. MELLO et al. Ela defende que os prejuízos no controle executivo podem se relacionar com os comprometimentos cognitivos/comportamentais observados nessa disfunção que envolve dificuldades no planejamento, flexibilidade cognitiva e inibição de respostas (BOSA, 2001; SANDERS et al.

o que explica, em parte, complicações de interação social, de comunicação e o comportamento repetitivo e estereotipado característicos do TEA (CZERMAINSKI, 2012). A adaptação a um ambiente em constante mudança requer organização e adaptação de processos cognitivos complexos, conhecidos por funções executivas (FE) (JURADO; ROSSELLI, 2007), que incluem funções de planejamento (sequência de ações que precisam ser monitoradas, avaliadas e atualizadas), flexibilidade mental (alternância de pensamentos e ações), verbal comportamentos verbais e não-verbais), memória e controles inibitórios (respostas preponderantes ou em curso) (CHAN et al. HAMDAN; PEREIRA, 2009; JURADO; ROSSELLI, 2007; LEZAK et al. HILL, 2004). salienta a importância de adaptação psicossocial devido às dificuldades de comportamento e aprendizagem, por vezes negligenciadas, tornando-se fator agravante do enfrentamento das dificuldades familiares e educacionais encontradas nas relações com pessoas acometidas por transtornos neuropsiquiátricos.

Um modelo desenvolvido pelo Laboratório de Neuropsicologia do desenvolvimento da UFMG é um dos mais bem sucedidos. Esse modelo apoia-se em uma intervenção cognitivo-comportamental de 12 semanas com os pais, para capacitá-los a lidar com comportamentos indesejáveis, através de incentivos e não de coerção nem punição (PINHEIRO; HAASE, 2011; PINHEIRO et al. FREITAS et al. A OMS (Organização Mundial de Saúde) operacionalizou um modelo biopsicossocial, através da CIF ou Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde que categoriza e facilita a comunicação entre vários profissionais da área da saúde e de outras áreas inclusive (ANDRADE et al. A realidade virtual vem sendo utilizada em vários transtornos psicológicos com grande sucesso. Smith et al. analisaram a viabilidade e eficácia do Treinamento de Entrevista de Trabalho em Realidade Virtual, em um estudo controlado randomizado, simples-cego.

Adultos com transtorno do espectro do autismo foram randomizados para grupos de realidade virtual (n = 16) ou tratamento usual (n = 10). Os participantes acharam a realidade virtual fácil de usar, divertida, se sentiram preparados para futuras entrevistas e se saíram melhor nas entrevistas quando comparados ao grupo com tratamento usual. conduziram um estudo piloto projetado para demonstrar a viabilidade e a eficácia do uso de videogames dependentes do olhar, para treinamento de atenção e movimento ocular em adolescentes portadores de TEA. Eles observaram melhora na atenção (orientação, desengajamento) e controle do movimento ocular ou ambos em apenas 8 semanas de treinamento, mostrando a eficácia e viabilidade de uso do sistema para esse público. No estudo de Miyajima et al. os autores se concentraram no comprometimento do funcionamento executivo em pacientes com transtorno do espectro do autismo e investigaram se a remediação cognitiva (programa frontal/executivo) obtinha melhorias no funcionamento executivo e social.

Eles concluíram que houve melhora no funcionamento executivo e em alguns aspectos do funcionamento social também, como a fluência verbal, demonstrando a eficácia do programa aplicado. Até o momento, as abordagens terapêuticas concentraram-se na aquisição de habilidades, apoio adaptado às características do transtorno do espectro do autismo e intervenções no funcionamento social cognitivo, mas poucos relatos descrevem intervenções voltadas para a disfunção neurocognitiva. Embora dentre os prejuízos sociais, o déficit característico do autismo seja o mais estudado, muitos estudos de intervenção comportamental baseiam-se no funcionamento cognitivo como um desfecho primário. Poucos estudos examinaram se mudanças na cognição estão associadas a mudanças no funcionamento social. A percepção do problema, bem como o entendimento da necessidade de compreensão da lógica da reabilitação, garante o sucesso da intervenção.

As evidências apresentadas sugerem que a neuropsicologia pode contribuir para identificar padrões a fim de promover assistência no desenvolvimento global do paciente autista, bem como aplicar técnicas para modificação de comportamento contribuindo na aquisição de autonomia e bem viver nas relações do autista em um contexto multidisciplinar. Gastrointestinal flora and gastrointestinal status in children with autism-comparisons to typical children and correlation with autism severity. BMC Gastroenterol: 2011;11:22. ANDRADE PMO; FERREIRA FO; HAASE VG. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) e o trabalho interdisciplinar no Sistema Único de Saúde (SUS). In: HAASE VG; FERREIRA F; OLIVEIRA F; PENNA FJ (Org. th ed. Washington, DC: American Psychiatric Association; 2013. ASARNOW JR; ROZENMAN M; WIBLIN J; ZELTZER L. Integrated medical-behavioral care compared with usual primary care for child and adolescent behavioral health: a meta-analysis.

JAMA Pediatr. A systematic method for ameliorating disorders in basic attention. In: MEIR MJ; BENTON AL; DILLER L, editors. Neuropsychological rehabilitation. New York: Guilford Press; 1985. p. Are 22q11. distal deletions associated with math difficulties? American Journal of Medical Genetics: 2014; 164A, 2256-2262. CARVALHO MRS et al. Genética e genômica da deficiência intelectual. In: SALLAS JF; HAASE VG; MALLOY-DINIZ LF (Org. CDCP. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Prevalence of autism spectrum disorder among children aged 8 years—Autism and developmental disabilities monitoring network, 11 sites, United States, 2010. MMWR Volume 63 No. SS02). Dec 11;6:1893. CHAN RCK; SHUM D; TOULOPOULOU T; CHEN EYH. Assessment of executive functions: review of instruments and identification of critical issues. Archives of Clinical Neuropsychology: 2008; 23: 201-216. CHUKOSKIE L; WESTERFIELD M; TOWNSEND J. Autism: the management and support of children and young people on the autism spectrum (NICE Clinical Guideline 170).

Arch Dis Child Educ Pract Ed: 2015;100:20–23. CZERMAINSKI F; SALLES CABJF. Funções Executivas em Crianças e Adolescentes comTranstorno do Espectro do Autismo: Uma Revisão. Psico: 2013; 44(4): 518-525. DEARY IJ. JOHNSON W. Intelligence and education: causal perceptions drive analytic processes and therefore conclusions. International Journal of Epidemiology: 2010; 39: 1362-1369. DIAS NM; MENEZES A; SEABRA AG. Autism Dev Disord. September; 43(9): 2233–2237. ELKIN TD; SARVER DE; SARVER NW; YOUNG J; BUTTROSS S. Future directions for the implementation and dissemination of statewide developmental-behavioral pediatric integrated health care. J Clin Child Adolesc Psychol. Epidemiology of pervasive developmental disorders. Pediatr Res: 2009; 65:591–8. FRED R; VOLKMAR MD; BRIAN REICHOW PHD; JAMES MCPARTLAND PHD. Classification of autism and related conditions: progress, challenges, and opportunities. Dialogues Clin Neurosci. Neurotoxicol Teratol: 2013; 36:67–81. GOLDBERG WA; OSANN K; FILIPEK PA; LAULHERE T; LAULHERE T; JARVIS K, et al.

Language and other regression: assessment and timing. J Autism Dev Disord: 2003; 33:607–16. GURNEY JG; MCPHEETERS M; DAVIS MM. In: METRING, Roberte A; SAMPAIO S. Org. Neuropsicopedagogia e Aprendizagem. Cap. p. HAMDAN AC; PEREIRA APA. Avaliação neuropsicológica das funções executivas: considerações metodológicas. Psicologia Reflexão e Crítica: 2009; 22(3): 386-393. HARRIS S; GOODLIN-JONES B; NOWICKI S; BACALMAN S; TASSONE F; HAGERMAN R. Autism Profiles of Young Males with Fragile X Syndrome. HOWLIN P et al. Adult outcome for children with autism. Journal of Child Psychology and Psychiatry: 2004; 45(2): 212-229. INSTITUTO SUBJETIVA, 2019. Objetivos da estimulação cognitiva em crianças com transtorno do espectro autista. Clinical disorders of brain plasticity. Brain and Development: 2004; 26(2): 73-80. JOSHI G; PETTY C; WOZNIAK J; HENIN A; FRIED R; GALDO M; KOTARSKI M; WALLS S; BIEDERMAN J.

The heavy burden of psychiatric comorbidity in youth with autism spectrum disorders: a large comparative study of a psychiatrically referred population. J Autism Dev Disord. Fragile X syndrome and FMR1-dependent diseases-clinical presentation, epidemiology and molecular background. Dev. Period Med. LEVY SE; MANDELL DS; SCHULTZ RT. Autism. MATSON JL; KOZLOWSKI, AM. The increasing prevalence of autism spectrum disorders. Research in Autism Spectrum Disorders: 2011: 5(1): 418-425. MAULIK PK. et al. Environment, dysbiosis, immunity and sex-specific susceptibility: A translational hypothesis for regressive autismo pathogenesis. Nutritional Neuroscience: 2015; 18(4): 145. MINSHEW NJ; WILLIAMS DL. The new neurobiology of autism. Archives of Neurology. p. NEE DE; BROWN JW; ASKREN MK; BERMAN MG; DEMIRALP E; KRAWITZ A; JONIDES J. A Meta-analysis of executive components of working memory. Cerebral Cortex: February 2012; 7. NIMH, 2018. Caderno pedagógico, Lajeado: 2015; 12(3): 188-199. OPAS/OMS BRASIL, 2017. Acesso em 02/06/2019.

Disponível em: https://www. paho. Treinamento de habilidades sociais educativas para pais de crianças com problemas de comportamento. Psicologia: Reflexão e Crítica: 2006; 19(3): 407-414. PRIGATANO G. Challenges and opportunities facing holistic approaches to neuropsychological rehabilitation. NeuroRehabilitation: 2013; 32: 751-759. Neuroscience: 2006; 139: 5-21. SANDERS J; JOHNONS KA; GARAVAN H; GILL M; GALLAGHER L. A review of neuropsychological and neuroimaging research in autistic spectrum disorders: attention, inhibition and cognitive flexibility. Research in Autism Spectrum Disorders: 2008; 2: 1-16. SANTOS FFM; ZAMO RS. Acta Psychiatrica Scandinavica: 2006; 114(2):75–90. SMITH MJ; GINGER AE; WRIGHT AK; WRIGHT AM; TAYLOR AJL; HUMM BLB; OLSEN CD; BELL CMD; FLEMINGA MF. Virtual Reality Job Interview Training in Adults with Autism Spectrum Disorder. J Autism Dev Disord. Oct; 44(10): 2450–2463. WING L. Asperger’s syndrome: A clinical account. Psychological Medicine: 1981; 11:115–129. WYKES T; HUDDY V; CELLARD C; MCGURK SR; CZOBOR P.

A meta-analysis of cognitive remediation for schizophrenia: methodology and effect sizes.

210 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download