PSICOPEDAGOGIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: TEORIA E A PRÁTICA

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

Consequentemente, apresentará ainda, em seu desenvolvimento, inúmeras falhas e lacunas, por não conseguir adequar-se as indicações de plano teórico ao cotidiano das salas de aula de jovens e adultos, tanto por parte do Estado, pela falta de interesse de seus gestores para com os educadores, bem como pelos próprios educandos que não demonstram identificação com a cultura escolar e acadêmica por déficits de políticas públicas voltadas a área. Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, Psicopedagogia, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. INTRODUÇÃO A etimologia do vocábulo educação é proveniente do latim, “educatĭo,ōnis”, e transmite como significado a aplicação e a manutenção do processo de formação e desenvolvimento do ser em seus mais diversos aspectos, sejam biológicos ou culturais.

Analisando antropologicamente o mutável e vasto conceito de educação, é possível notar que sempre houve uma proporção pariforme que relaciona diretamente o crescimento de uma nação com o quanto esta investe em educação, bem como os níveis de instrução acadêmica populacional interferindo diretamente na forma de comportamento das massas. Em outros termos, é sabido que as nações desenvolvidas são aquelas que mais investem em educação de qualidade, utilizando-a como base para sustentar o país e expandir o crescimento econômico como um todo. Além disso, discute a necessidade da aplicação da psicopedagogia neste meio de transmissão de conhecimento para que os objetivos dos estudantes e dos educadores sejam alcançados e os preconceitos que possam vir a circundar esta área sejam definitivamente extirpados.

A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. A historicidade do ensino de jovens e adultos Para Stephanou e Bastos (2005), historicamente, o surgimento da Educação de Jovens e Adultos no Brasil pode ser visualizado nos meados do século XVII, onde durante a colonização, foram registradas formas de ensino jesuítas, advindas de padres colonizadores, que passaram a transmitir aquelas lições que em Portugal as crianças aprendiam desde a tenra idade, mas que no Brasil foram apresentadas aos índios jovens e adultos, que deveriam transmiti-la as crianças. Esta forma primitiva de ensino consistia na catequização e na aprendizagem da língua portuguesa em sua forma falada e escrita. Esta forma de educação em massa, voltada aos adultos que nunca tinham sido “educados” formalmente durou enquanto os jesuítas permaneceram no país, entretanto, após a sua retirada no século XVIII, o Império português já havia se estabelecido no país, tornando o elitismo e o sexismo as principais características da educação nacional.

O ápice aconteceu no final do século XIX, uma vez que os analfabetos foram culpados pela estagnação e ausência de evolução econômica e política no país. A situação seguiu caótica quanto a inclusão e o fim da discriminação dos analfabetos até as primeiras reverberações nos primeiros anos do século XX. Podemos facilmente identificar o preconceito e a segregação quanto a estes pela afirmação de Couto (1933): “O analfabetismo é o cancro que aniquila o nosso organismo, com suas múltiplas metáteses, aqui a ociosidade, ali o vício, além o crime. Exilado dentro de si mesmo como em um mundo desabitado, quase repelido para fora da espécie pela sua inferioridade, o analfabeto é digno de pena e a nossa desídia indigna de perdão enquanto não lhe acudirmos com o remédio do ensino obrigatório.

” COUTO (1933, pg. “o problema do analfabetismo não era o único nem o mais grave da população: as condições de miséria em que vivia o não alfabetizado é que deveriam ser problematizadas”. E assim, gradativamente as posições e o entendimento de como funcionaria a educação de jovens e adultos foi tomando a forma que conhecemos hoje. Outrossim, devemos ainda entender como a pedagogia e o conceito de andragogia adentrou todo este cenário e a relevância do efetivo entendimento teórico para aperfeiçoar cada vez mais a prática. A educação de jovens e adultos no Brasil teve significativa consideração com a última alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, uma vez que dispôs em seu artigo 37: Art.

A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. Por exemplo, no pensamento “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção” (FREIRE, 1996, p. já podemos perceber o cruzamento referencial que encontramos nos conceitos de educação livre construtivista e andragogia. E podemos ainda estabelecer uma conexão a obra “O itinerário de Freinet” neste primeiro momento, onde temos a busca idealista de Freinet pela educação acessível de qualidade. Segundo Imberón (2012), a escola moderna, fundada também sob as bases do pensamento de Freinet, trará em sua composição o direito a educação gratuita fornecida pelo Estado, com o objetivo de exercício dos direitos humanos e desenvolvimento social a todos os cidadãos, e ainda que, está educação fornecida seja de qualidade e forme os seus educandos para construir o pensamento crítico e filosófico, incluindo a todos no processo de ensino-aprendizagem, seja qual for a faixa etária do aluno.

Importante também ressaltar que a andragogia é uma forma pedagógica incipiente se comparada com outros conceitos desta área, e ainda mais, se analisada no cenário histórico integral referente a educação de jovens e adultos, entretanto sua criação e efetiva aplicação de seus princípios, necessita de muito estudo por parte dos seus aplicadores, tem condições requisitavas para refinar o processo de transmissão de conhecimento, que visa facilitar o seu entendimento pelos professores e estudantes. É importante ressaltar que a escola precisa estar inserida na realidade local para transformar seu papel ante aos seus alunos, o que consequentemente altera as formas de visão dos professores e o lugar ocupado pelo reeducando, os professores passam a figura de educadores, mas que irão ensinar e aprender com seus alunos, eliminando qualquer hipótese de preconceito e exclusão que podiam existir na forma anterior de transmissão de ensino.

O aludido por Freire como ideal para a correta efetivação da Educação de Jovens e Adultos apresenta os alunos como o foco principal da maneira de passar o conhecimento e o ensino, a realidade única proveniente de cada indivíduo deve ser analisada e considerada como instrumento que permita encontrar a melhor forma de cada educando aproveitar e absorver o máximo do lhe que será transmitido, possibilitando então, que todos tenham a oportunidade pariforme de sanar suas necessidades acadêmicas, culturais e sociais integralmente. Assim sendo, todas essas mudanças resultam na alteração do entendimento do que é conhecimento, que passa a ser a união de tudo aquilo proveniente da vida pessoal do ser e suas decisões particulares com aquilo que lhe é ensinado de forma formal, e como tudo isso irá afetar a sua forma de encarar e descobrir o mundo, como suas relações interpessoais e suas lutas serão delineadas.

Correlacionado a isso, Paulo Freire sempre expressou em seus estudos e obras, principalmente em sua obra “A Pedagogia do Oprimido”, a luta pelo fim das condições sociais e financeiras inferiorizadas e humilhantes da classe oprimida, justamente por isso seu embasamento pedagógico é recheado de críticas ao distanciamento causado pela hierarquia que foi muito presente no início histórico do surgimento desta forma de educação. E critica ainda, principalmente a desconsideração do educando como sendo um dos protagonistas do processo educacional – implementada pela falta de democracia no interior das escolas. CONCLUSÃO / CONSIDERAÇÕES FINAIS Após expostos todos os aspectos históricos relativos à formação conceitual e ao exercício da educação de jovens e adultos no Brasil, bem como a forma pedagógica prevista nas doutrinas de Knowles, Freinet e Freite, pode-se chegar ao consenso de que a mesma muito já evoluiu no tocante a discriminação e a captação de novos estudantes voltados a recuperar a escolaridade, aperfeiçoando-se para o mercado de trabalho atual.

Outrossim, muito ainda falta para o melhoramento geral e a valorização desta forma de ensino no país. Explicitou-se também que a forma de transmissão de conhecimento e conteúdo acadêmico precisa ser diferenciada para que seja efetivamente aproveitada pela faixa etária que se abrange nas turmas de EJA. Por muitos anos o tratamento pedagógico dado a estes alunos era semelhante ao infantil, que como aludido no texto, era de ordem negativa ao aprendizado de educandos mais maduros. Uma das formas que devemos utilizar para disseminar a sua prática é a propagação de estudos relativos à forma pedagógica e pesquisas a fim de refinar ainda mais a educação de jovens e adultos, tendo em vista que tudo aquilo que conhecemos, torna-se mais fácil de ser posto em prática, é a divulgação e disseminação do quanto está prática tem a acrescentar ao crescimento social de toda a nação, buscando assim aumentar os investimentos governamental e as políticas públicas para a prática.

Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996; FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011; FREIRE, Paulo. Elwood F. SWANSON. Richard A. Aprendizagem de resultados: uma abordagem prática para aumentar a efetividade da educação corporativa. Rio de Janeiro: Campus, 2009; Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9. Portela. Educação de Jovens e Adultos: o direito à educação. In: Mesa Redonda: Direitos Educativos e a EJA no Brasil. º Congresso de Leitura do Brasil – COLE, X Seminário de Educação de Jovens e Adultos. Campinas: UNICAMP, 11 a 13 de julho de 2007, disponível em: http://www. Histórias e Memórias da Educação no Brasil. Vol. III. Petrópolis: Vozes, 2005.

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