Psicologia Social Crítica
Tipo de documento:Artigo cientifíco
Área de estudo:Psicologia
Assim, foi possível observar que no cenário atual de crise, principalmente no que tange a questões como desemprego e crescente desigualdade social, a representação do construcionismo social fomentado pelos pressupostos da teoria e prática da psicologia social critica, nunca se fizeram tão necessários e urgentes. Palavras-chave: Psicologia Social. Psicologia Social crítica. Trabalho. ABSTRACT Social Psychology is a field in the field of Psychology, which focuses on studying and intervening in the issues inherent to the relationship between the subject and society, as an unfolding of this field arose the need for a more discursive look at some issues such as, for example, oppression and inequality in relationships like this, the basis for the performance of critical social psychology is built. Nesse sentido, a Psicologia social crítica do trabalho no Brasil, segundo Bernardo et al (2017) se constitui como um campo da Psicologia impulsionada pelas situações de trabalho opressoras vividas pelo povo latino, no intuito de contestar modos de trabalho e suas relações, refletindo sobre as consequência de políticas voltadas para esta área, e ainda na verificação de possibilidades interventivas no que tange ao universo social de trajetória e desafios da classe trabalhadora.
Diante do exposto, o presente estudo buscou compreender como a Psicologia social crítica se insere no campo do trabalho e atua junto às questões sociais inerentes a esse contexto. Para tanto, foi imprescindível apresentar considerações sobre a psicologia social, e a caracterizar aspectos epistemológicos da Psicologia social crítica, refletindo sobre a construção de suas inferências principalmente a partir da ótica de autores no âmbito brasileiro. Nesse aspecto, a caracterização desta pesquisa parte do questionamento sobre como ocorre à inserção da Psicologia social crítica na esfera do trabalho? Quais suas contribuições? Quais suas possibilidades de atuação? COLOQUE SUA MOTIVAÇÃO PESSOAL No geral, acredita-se que este estudo possa contribui para comunidade acadêmica e sociedade como um todo, para ampliar a percepção acerca da importância da atuação da Psicologia social crítica, frente às questões demandas na esfera do trabalho, visto ser este um segmento inerente a vida de todas as pessoas e sendo assim, de fundamental discussão sobre todos os elementos que se correlacionam, merecendo atenção especial principalmente, as questões atinentes as relações sociais.
MÉTODO Este estudo caracteriza-se pelo viés qualitativo, descritivo e exploratório utilizando como método a Revisão Bibliográfica básica, a partir de conteúdos publicados entre os anos de 2010 a 2020. Ainda na perspectiva de demarcador histórico, Carvalho e Junior (2017) apontam Augusto Conte, como pai da Psicologia social, sendo seu postulado construído no século XIX. Todavia, apenas após a segunda guerra mundial, é que a Psicologia social teria ganhado espaço enquanto ciência. Esse período pós-guerra se caracterizou, como terreno fértil para desenvolvimento da psicologia social, uma vez que, a partir das demandas sociais advindas de uma guerra, a sociedade se viu diante de questionamentos frente a atitudes e percepção das pessoas diante de situações extremas. FERREIRA, 2010). Portanto, esse se constituía como fenômeno ideal para desenvolvimento de estudo e pesquisa cientifica.
O esquema da relação entre a Psicologia social e a Sociologia é destacado por Rodrigues, Assmar e Jablonski (2009) como uma interseção que compreende também aspectos filosóficos e culturais conforme destacado na figura 1. Figura 1- Objetos de investigação comuns a Psicologia social e a Sociologia Atitudes Status Delinquência Comportamento grupal Fonte: Rodrigues, Assmar e Jablonski (2009, p. Portanto, ao longo de sua história de desenvolvimento, a psicologia social se pontua essencialmente por seu caráter plural, e por se utilizar de diversas abordagens teóricas para validar sua produção de conhecimento, sobretudo, na epistemologia de saberes sociopsicológicos (FERREIRA, 2010). No último século, a psicologia como um todo, vem se delineando e crescendo enquanto, saber científico de forma vertiginosa. No contexto da Psicologia social, não é diferente, Barbosa (2013) ressalta, que esta é uma área que vem se desdobrando entre saberes no contexto social crítico e na vertente histórico social crítico.
Assim, para fazer um movimento de transformação e recuperação, no pós-crise da psicologia social, os profissionais se voltaram para compreensão de um estudo menos técnico, experimental e individualista que era escopo americano, e começaram a trabalhar numa frente mais contextualizada ao ambiente e as demandas culturais (FERREIRA, 2010). De maneira que, nomes ganharam destaque no cenário nacional, como percussores dessa mudança de perspectiva da psicologia social no Brasil. Barbosa (2013) cita a professora Silvia Lane como percussora desse movimento de desenvolvimento da psicologia sócio histórica no Brasil. Uma vez que segundo a autora, Lane promoveu uma desmistificação da psicologia elitista no Brasil e promoveu debates para compreensão da psicologia no contexto comunitário. Outros profissionais que atribuíram grande significância, a este momento de transformação da psicologia social no Brasil foram: Eliezer Scheneider que afirmava ser a psicologia cultural e histórica indissociável da compreensão de fenômenos sociais; e Aroldo Rodrigues, que propunha inicialmente a aplicação de metodologia americana aos estudos psicossociais nas universidades brasileiras, o que por sua vez, confrontou com a cisão de modelo tecnicista americano aplicado a pesquisas nacionais, proposto por Lane (CARVALHO e JUNIOR, 2017).
Nessa perspectiva, Guareschi (2009) afirma que a sociedade global é uma formação social autônoma, independente, caracterizada por políticas e culturas próprias e que em primeira instância, as relações se configuram como o fator essencial para entender tal sociedade. Nesse sentido, a perspectiva de Parker (1999) sobre a Psicologia crítica se define como uma proposta que tanto abarca o espectro realista das condições sociais, quanto relativista ao tratar de construções sociais. Nas palavras do autor: A Psicologia critica não prescreve uma posição epistemológica sobre a outra, mas reúne uma ampla variedade de perspectivas radicais sobre a disciplina. Isso inclui a reflexão sobre a maneira como o relativismo pode as vezes ser mudado para minar argumentos radicais e a maneira como o realismo pode ser usado para apoiar as reinvindicações de verdade da disciplina contra seus critérios (PARKER, 1999, p.
Essencialmente, a Psicologia social crítica emerge de um cenário social político em crise, decorrente de contestações sobre a carência de atendimento das necessidades básicas, greves, desemprego, desigualdade social (LIMA; CIAMPA; ALMEIDA, 2009). PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA APLICADA AO TRABALHO A construção de sentido acerca do trabalho se reconstrói ao longo do tempo e nas mais variadas esferas culturais. De acordo com Chauí (2006) na pré-história o trabalho era entendido como vital assim, não havia separação entre a vida e o trabalho. Na idade antiga, os gregos valorizavam a atividade intelectual em detrimento do trabalho braçal. Já na Idade média o sentido de trabalho era visto como ofício, servidão ou tradição e a terra interpretado como fundamento de riqueza.
Na Idade Moderna o trabalho ganhou aspectos de mercadoria e a ciência era a razão como medida de todas as coisas. O quarto é o bombardeio de informações e transformações de significados, ampliando a importância da dimensão simbólica. E finalmente o quinto é a criação da possibilidade de se viver variadas identidades (BORGES; YAMAMOTO, 2004). Diante do exposto, Bernardo et al (2017) discorre acerca do termo “Psicologia social crítica do trabalho” como sendo uma linha de pensamento e atuação, que se viabiliza pelas perspectivas plurais em seu olhar epistemológico e político sobre as questões demandadas da relação entre sujeito e trabalho. Assim, seu enfoque se concentra nos fatores sociológicos e críticos, relacionado ao sistema social atual e suas desigualdades.
na interface da Psicologia social com o trabalho no cenário brasileiro, Coutinho (2015) acentua que o trabalho para os sujeitos latinos em suma é caracterizado em três eixos, que são eles: a divisão discriminante do trabalho, a marginalização e desemprego, e a dinâmica de exploração e repressão. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Psicologia Social foi brevemente apresentada neste estudo pela perspectiva do trabalho, que se delineia como um fenômeno que atravessa a história da humanidade e modifica-se em seu sentido de acordo com épocas e culturas diferentes. De modo que, nas considerações gerais acerca destas mudanças foi possível observar que, no cenário atual a representação do construcionismo social impacta diretamente os pressupostos da teoria e prática da psicologia social.
De forma que, o estudo científico da reciprocidade entre as pessoas, por meio da interação social e do processo cognitivo que se configuram como o pensamento social, que é gerado por essa interação, englobando uma compreensão complexa e holística promovida pela Psicologia social que se insere na relação com outros campos de saber como a sociologia, filosofia, antropologia e político, no que tange principalmente, a temas como o trabalho e direitos sociais. Assim, frente aos ciclos de crises sociais como a carência de atendimento das necessidades básicas, greves, desemprego e desigualdade social, vivenciados especialmente, na conjuntura da sociedade moderna, a Psicologia social viu a necessidade de um desdobramento para abarcar esses fenômenos complexos, além de uma abordagem tradicional, mas primeiramente a partir de métodos mais dinâmicos, criativos e interativos no modo de pensar, de criar e de reinventar mecanismos de resistência social.
No Brasil, as contribuições da Psicologia social crítica envolvem movimentos sócio-históricos, sobretudo, no cenário comunitário a fim de, desmistificar o elitismo da Psicologia e discutir fenômenos psicossociais que impactam mutuamente sujeito e sociedade. Psicologia Social: Um compromisso social. Em: Psicologado. Disponível em: https://psicologado. com. br/atuacao/psicologia-social/psicologia-social-um-compromisso-social. C. FURTADO, O. RAITZ, T. R. Florianópolis : ABRAPSO Editora : Edições do Bosque CFH/UFSC, 2015. L. ROSO, A. A adolescência na perspectiva da Psicologia social crítica. Psicologia & Sociedade, v. n. BASTOS, A. V. B. Orgs. Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil. pt. p. ISSN 1646-6977 CHAUÍ, M. Cidadania cultural: o direito à cultura. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2006. p. FARR, R. M. As raízes da Psicologia Social Moderna. ed.
ed. São Paulo: Atlas, 2008. GUARESCHI, P. Psicologia Social Crítica como prática de libertação. ed. M. O que é Psicologia Social. São Paulo: Editora Brasiliense, 2017. LIMA, A F. CIAMPA, A. LIMA, A. F. Metamorfose, anamorfose e reconhecimento perverso: a identidade na perspectiva da psicologia social crítica. São Paulo: FAPESP, EDUC, 2010. LIMA, A. p. jul. dez. NOGUEIRA, M. da C. RODRIGUES, A. ASSMAR, E. M. L. JABLONSKI, B. Psicologia & Sociedade. v. n. p. mai/ago.
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