PERCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS SOBRE TOXOPLASMOSSE E SUAS VIAS DE TRANSMISSÃO
Tipo de documento:Artigo acadêmico
Área de estudo:Biologia
A infecção por toxoplasmose é muito comum, porem seus sinais clínicos geralmente são ausentes, costuma-se evidenciar os sintomas em pacientes imunocomprometidos, tais como: febre, cefaleia e mal-estar. O diagnóstico da toxoplasmose é laboratorial. As principais formas de transmissão da doença se dão pelo consumo de carnes cruas ou malcozidas contaminadas com oocistos ou por via transplacentária. Sua profilaxia se dá basicamente em evitar o consumo de alimentos crus, evitar consumo de leite não pasteurizado, cuidados com animais domésticos devem ser rigorosos, criar hábitos mais rigorosos de higiene em relação à manipulação de alimentos e o saneamento básico. Objetivo: Este trabalho teve como objetivo, avaliar o conhecimento sobre toxoplasmose dos estudantes de graduação do Centro Universitário Campos de Andrade, no município de Curitiba, Paraná.
Os felídeos são os únicos hospedeiros definitivos dos parasitas, pois neles ocorrem o ciclo enteropitelial com a produção dos oocistos, por esse motivo, são de grande importância epidemiológica. As demais espécies suscetíveis se comportam como hospedeiros intermediários, dentre elas o cão e o homem. Ambos podem se infectar ingerindo oocistos, liberados nas fezes do gato 3. Dentre as espécies suscetíveis temos o homem, que podem ser infectados pelo contato com carnes mal cozidas, ou ainda, por via transplacentária, quando a mãe se infecta pela primeira vez durante a gestação ou sofre reagudização da infecção; onde na maioria das vezes os sintomas são brandos ou inexistentes, dificultando sua identificação e notificação do mesmo 4.
JUSTIFICATIVA O conhecimento das de enteroparasitoses é fator crucial no desenvolvimento de ações para melhoria do saneamento básico e qualidade de vida da população 5. Para a comparação entre os percentuais de respostas para as categorias Universitárias serão utilizando o teste de estatística paramétrica com nível de significância de 5%, com base no programa Bioestat na sua versão atualizada. Palavras-chave usadas para pesquisa: Toxoplasmose humana, Toxoplasmose gestacional, Toxoplasmose na saúde pública, Saneamento Básico no Brasil. REFERENCIAL TEÓRICO 4. HISTÓRICO O primeiro protozoário de toxoplasma foi encontrado nos tecidos de um roedor, em 1908, o Ctenodactylus gundi, que estava sendo usado para pesquisas de leishmaniose no laboratório de Charles Nicolle no instituto Pasteur, na Tunísia, por Nicolle e Manceaux 8.
No qual, acreditaram ser um piroplasma, depois suspeitaram que fosse uma Leishmania, mas logo percebeu que era um novo organismo, no qual nomearam Toxoplasma gondii, baseado em sua morfologia (toxo: arco, plasma: vida) e em seu hospedeiro 9. Foi a primeira forma descrita e seu aspecto morfológico, em forma de arco, onde deu o nome ao gênero9. Apresenta-se com a forma de meia-lua, com uma das extremidades mais afilada e a outra arredondada, mede cerca de 2 x 6 µm, com um núcleo central. É uma forma móvel e de multiplicação rápida (tachis = rápido), por um processo denominado endodiogenia. Pode ser encontrada dentro do vacúlo citoplasmático de várias células11. Destaca-se que os taquizoitos são poucos resistentes à ação do suco gástrico, no qual são destruídos em pouco tempo9.
A fase sexuada ocorre nas células epiteliais do Felídeo, particularmente no intestino delgado. A fase assexuada acomete o hospedeiro intermediário (homem), o ciclo inicia-se com a ingestão de oocistos maduros, contendo esporozoitos encontrados em alimentos ou água contaminada, ou, na forma de cistos contendo bradizoitos encontrados em carne crua ou malcozida13. As formas de taquizoitos ingeridas são destruídas no estômago, porém as que penetram na mucosa oral poderão evoluir do mesmo modo que os cistos e oocistos14. A forma infectante liberada no tubo digestivo sofrerá intensa multiplicação intracelular, dando início a fase aguda da doença; essa fase inicial da doença, poderá acarretar na morte do hospedeiro (indivíduos imunodeprimidos), ou diminuir e cessar devido a ação do sistema imunológico, podendo evoluir para a fase de cistos, caracterizando a fase crônica da doença12.
SINAIS CLÍNICOS A infecção toxoplásmica nos seres humanos é muito comum, porém os sinais clínicos geralmente estão ausentes; os aparecimentos dos sintomas acontecem em indivíduos com comprometimento imunológico12. TRANSMISSÃO Um dos maiores problemas da toxoplasmose é o desconhecimento de pessoas sobre os verdadeiros mecanismos de transmissão da doença 9. A maneira mais frequente de se infectar com Toxoplasma gondii se da pelo consumo de carnes cruas ou mal cozidas contaminadas com oocistos; Os oocistos podem ser encontrados tambem em água não potável, frutas e legumes mal lavados. Outra via de transmissão é por via transplacentária, quando a mãe tem o primeiro contato com o oocisto, normalmente tem maior incidência de infecção congênita no terceiro trimestre de gestação 3.
PROFILAXIA A prevenção da toxoplasmose na população deve ser basicamente evitar o contato com as formas infectantes do parasita nas quais são: evitar a ingestão dos cistos presentes nos alimentos, especialmente na carne crua ou malcozida18. Outras medidas de prevenção e controle da toxoplasmose incluem os bons hábitos de higiene, como lavar bem as mãos após o manuseio de carnes cruas para prevenir a ingestão de formas infectantes. Os entrevistados são predominantemente do meio urbano, com quase 97% destes residindo em cidades, elucidando de forma bem real a percepção da visão urbana referente a toxoplasmose. A faixa etária dos entrevistados é quase que total realizada com a população economicamente ativa, sendo 80% na faixa de 19-39 anos, 16,70% na faixa de 40-59 anos e somente 2,5% com idade superior a 60 anos.
Em relação ao estado civil, como era de se esperar, sendo grande parte dos entrevistados jovens, os solteiros são o maior grupo representando 51,60% do total, seguidos pelo grupo de casados com 36,70%, separados e/ou viúvos com 6,70% e o menor grupo sendo os que se encontram no regime união estável, com apenas 5%. A renda familiar mensal é um forte indicativo do desenvolvimento socioeconômico dos entrevistados, pois as maiores incidências desta patologia são na população de menor poder aquisitivo e em locais com falta de saneamento básico. Na pesquisa realizada a quantidade de pessoas que ganham até 1 salário mínimo foram 20% do total, sendo a maior parte dos entrevistados com cerca de 60% do total estão na faixa de 2-5 salários mínimos, pertencentes a conhecida classe média, com 6-10 salário mínimos totalizando 13,30% e com a menor quantidade de entrevistados a faixa de 11 ou mais salários mínimos correspondendo a 6,70% Tabela 2 - Questionário sobre conhecimentos sobre a Toxoplasmose.
Outros estudos feitos com gestantes em Niterói RJ, 22,23 também demonstraram que o maior nível de escolaridade dos entrevistados pode atuar como fator protetor contra a infecção. Referente a orientação médica, durante a gestação, cerca de 37,50% dos entrevistados acham que se deve evitar o consumo de carne crua ou malpassada, seguidos por 22,50% que acham que não deve ser consumido salada fora de casa, já aproximadamente 21% dos entrevistados acham que não se deve ter contatos com gatos, 11% relatou ter tido outras orientações médicas e ninguém acha que se deve evitar o consumo de ovos. Uma pesquisa realizada com gestantes em Maringa PR, 24 revelou que 210 (42,08%) gestantes do município possuem o hábito de ingerir carnes cruas ou mal cozidas, e 129 (25,85%) fazem a ingestão de linguiça frescal.
Diversos estudos apontam que a ingestão destes alimentos constitui uma das principais vias de transmissão da doença para o ser humano 25,26. Sobre o fato de se desfazer de um animal devido a orientações médicas, 61,70% nunca tinham ouvido falar sobre alguém ter feito isto, 22,50% relataram já ter ouvido sobre pessoas que tiveram que se desfazer de seus bichinhos devido a orientações médicas, porém não sendo estar relacionadas a toxoplasmose, e somente 15,80% relataram que já ouviram e devido a gravidez. Considerando que grande parte da população não adota hábitos higiênicos adequados, estudos apontam que o contato com gatos constitui um fator de risco para a infecção com a doença,27 no entanto em Londrina PR, e outros países relatam que a presença de gatos na residência não foi associada à infecção pelo parasita 25,28.
Sobre o grupo de entrevistados, mais da metade ocupa uma posição no mercado de trabalho, sendo eles representando 53,30% do total dos entrevistados, 31,70% não responderam e apenas 15% responderam que não estão trabalhando no momento. CONCLUSÃO De acordo com os dados obtidos através da aplicação do questionário, foi possível abordar diversos aspectos socioeconômicos e a opinião e/ou percepção pessoal de cada entrevistado. Pode-se concluir a pesquisa traz uma análise mais próxima da realidade urbana, sendo que 96,70% dos entrevistados moravam em cidades. Também podemos afirmar que a pesquisa traz a visão de um público mais jovem, pois 80,80% dos entrevistados tinham de 19-39 anos de idade, sendo apenas 2,50% com idade superior a 60 anos. Cerca de 28,60% não sabem como o gato contraria a toxoplasmose, 25,40% acha que é evitando com que o gato saia na rua, 23% evitando com que o animal cace, 16,70% evitando com que o animal consuma carne crua e 6,30% acredita que não há o que fazer, que o animal já é infectado.
Sendo assim, podemos concluir que os indivíduos entrevistados apresentam conhecimento sobre a toxoplasmose, no entanto este abrange apenas quanto a existência da doença, não possuindo informações suficientes sobre sua prevenção, enfermidade e possíveis causas. Portanto faz-se necessário uma maior divulgação e o desenvolvimento e aplicação de meios de informação sobre a doença em estudo, a toxoplasmose. REFERÊNCIAS 1. ESPINDOLA, Carina Martins de Oliveira. Botucatu: Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Curso de Medicina Veterinária; 2011. BARBOSA, Matheus Azevedo et al. Potenciais alternativas terapêuticas em estudo para a toxoplasmose congênita: Uma revisão bibliográfica. Revista de Patologia Tropical. abr; 44 (1):1-11. ed. Goiânia: Enciclopédia Biosfera; 2011. DUBEY, Jitender Prakask. Toxoplasmosys: of animals and humans. ed. Desvendando a toxoplasmose.
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