O uso de Intervenções Baseadas em Mindfulness MBI no manejo da ansiedade em estudantes de graduação

Profº. Orientador: Rio de Janeiro Janeiro de 2019. Resumo Estudantes universitários constituem população vulnerável a diversos tipos de trasntornos mentais, tendo em vista as exigêngias e pressões vivenciadas durante a formação, dentre outros fatores de risco. A mindfulness ou atenção plena tem sido utilziada no campo médico-científico desde 1990 como ferramenta de suporte emocional. Este trabalho pretendeu, ainda que timidamente, examinar contribuições na literatura científica da aplicação da atenção plena em transtornos psíquicos vivenciados por universitários. Keywords: mindfulness, mindfulness, university, anxiety, mental health. Não, saúde mental elas não tinham. Eram lúcidas demais para isso. Elas sabiam que o mundo é controlado pelos loucos e idiotas de gravata. Sendo donos do poder, os loucos passam a ser os protótipos da saúde mental.

Ansiedade e Mindfulness (MBI) 17 3 Conclusão 21 4 Referências Bibliográficas 22 Introdução Neves e Dalgalarrondo (2007) expuseram que muitos estudos têm sido feitos para compreensão do fenômeno da saúde mental de acadêmicos de graduação. O primeiro estudo brasileiro sobre esta temática foi elaborado em 1958 na Universidade Federal de Pernambuco. Não somente no Brasil, mas a nível internacional, as pesquisas têm revelado que há um consenso de que transtornos psiquiátricos tenham início na vida adulta, o que inclui o período da formação universitária. Há um componente social envolvido relacionado às perdas, afastamento familiar e pouco sentimento de pertença aos seus pares, que confere ao grupo maior risco. Além disso, as mulheres se encontram mais vulneráveis e a depressão aprece com maior incidência.

Paral tal, realizou-se uma revisão narrativa de literatura (Rother, 2007) de autores e estudos consagrados, bem como das investigações mais recentes sobre a temática. Espera-se com isso contribuir para a compreensão desse grave transtorno na vida de graduandos e apontar estratégias de manejo por meio do arcabouço teórico-prático da MBI. Desenvolvimento 2. Ensino Superior no Brasil Em comparação com a Europa, pode-se afirmar que o ensino superior no Brasil é ainda bem jovem. No período colonial, cabia aos Jesuítas a formação de filósofos e teólogos. alunos Rede Privada 75,3% dos alunos Rede Pública 24,7% dos alunos Fonte: adaptado de (Gomes, Machado-Taylor e Saraiva, 2018, p. Neves e Martins (2014) expõem que há um entendimento de que o desenvolvimento social e econômico estão atrelados à expansão e qualificação da graduação e pós-graduação, no Brasil.

Contudo, mesmo com os recentes avanços ainda há um importante desafio a ser superado nesse setor. O crescimento das matrículas é evidente e notável no ensino superior brasileiro, no entanto, revela-se insuficiente quando confrontado à dimensão e às expectativas da população brasileira e em que pese o enorme aumento dos investimentos público e privado nesse nível de ensino. A persistência de enormes desigualdades sociais no tocante ao acesso e à permanência no nível de ensino superior segue sendo um desafio urgente a ser enfrentado. Contudo, a sociedade pós-moderna não delimita lugares nem tarefas muito exatas a eles, o que gera incerteza, imprevisibilidade, logo, insegurança. O Estatuto da Criança e Adolescência com comentários jurídicos (Cury et al. apresenta importante definição do público de interesse nesse estudo: [.

adolescente como “pessoas em condição peculiar de desenvolvimento” não pode ser definida apenas a partir de que a criança não sabe, não tem condições e não é capaz. Cada fase do desenvolvimento deve ser reconhecida como revestida de singularidade e de completude relativa, ou seja, a criança e o adolescente são seres inacabados, a caminho de uma plenitude a ser consumada na idade adulta, enquanto portadora de responsabilidades pessoais, civis e produtivas plenas. Tabela 2 - Definições INGLÊS PORTUGUÊS SENTIDO Pathology Patologia Referente ao estado de estar doente de uma forma visível à ciência e à assistência. Disease Doença Caracteristicamente uma concepção técnica, conceito de doença na condição de objeto de conhecimento que permite o diagnóstico e baseados em critérios objetivos desenvolvidos pelo saber instituído.

Refere-se a alterações ou disfunções de processos biológicos e/ou psicológicos, numa concepção biomédica, que ocorrem de forma independente ou diferente da percepção do indivíduo. Disorder Transtorno Classificação Internacional de Doenças (CID-X). Illness Moléstia De caráter mais pessoal, designa a intuição e percepção pessoal de algum incômodo e a reação pessoal de sentir-se mal, ou seja, refere-se à percepção do próprio sofrimento, sensação de estar doente; sofrimento da pessoa que se percebe doente. p. Finalmente, Amarante (2007) amplia este conceito, rompendo com a visão puramente biológica, mas apontando as variáveis sociais que implicam no processo de adoecimento do sujeito: Saúde mental não é apenas psicopatologia, semiologia. Ou seja, não pode ser reduzida ao estudo e tratamento das doenças mentais.

Na complexa rede de saberes que se entrecruzam na temática da saúde mental estão, além da psiquiatria, a neurologia e as neurociências, a psicologia, a psicanálise (ou as psicanálises, pois são tantas!), a fisiologia, a filosofia, a antropologia, a sociologia, a história, a geografia (esta última nos forneceu, por exemplo, o conceito de território, de fundamental importância para as políticas públicas) (Amarante, 2007, p. Um estudo sobre a formação e sofrimento psíquico na contrução da identidade médica revelou que, há muitos conflitos na vida do acadêmico que se vê diante de modelos opostos na sua preparação para o exercício profissional. Como saída para tal problema, muitos graduandos trabalham em horário extraclasse.

Contudo, isso resolve em parte o problema financeiro, mas traz prejuízos e atrasos acadêmicos. Outras exigências são condicionantes como estressores no âmbito estudantil, como necessidade de publicações e a convivência com as diferenças étnico-sociais no campus. Conforme Patel et al. os distúrbios mentais têm início por volta dos 12 – 24 anos, etapa, geralmente conhecida como juventude. Alguns estudos conduzidos na área da saúde mental tem sido focados em estudantes da área da saúde7,9, principalmente do curso de medicina, que expõe os estudantes a fontes de tensão desde o processo de admissão até o final da graduação, com a entrada no mercado de trabalho e em programas de residência medica (Fiorotti et al. p. A formação médica impõe riscos à saúde mental dos acadêmicos, sendo possível considerar como preditores de sofrimento o ambiente competitivo, o somatório elevado de conteúdo a serem absorvidos, gestão do tempo e a grande carga que família e sociedade depositam no formando.

Adicionalmente, há dificuldades de lidar com a morte (impotência), contaminação e cobranças quanto aos erros (Fiorotti et al. O documento I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras (Brasil, 2010) destacou um grave problema de saúde pública entre esse público. Ansiedade e Mindfulness (MBI) Como já abordado anteriormente, o TA pode se manifestar em várias subcategorias. De forma mais frequente, observa-se o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) (Apa, 2014, F41. Os critérios diagnósticos para classifi cação dessa desordem foram sistematizados no quadro abaixo: Tabela 3- Critérios Diagnósticos TAG Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional O indivíduo considera difícil controlar a preocupação A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos seis meses).

Nota: Apenas um item é exigido para crianças. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele. hipertireoidismo). A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental Fonte: adaptado (Apa, 2014, pp. Tang, Holzel e Posner (2015) esclarecem que a meditação é um conceito mais amplo que envolve entre outras práticas a mindfulness (MBI), que é o foco da presente investigação. Os autores explicam que a MBI vem sendo sistematicamente estudada no campo das neurociências nos últimos 20 anos. Importante observar que os estudos de bases neuroanatômicas relacionadas à meditação têm apontado impactos nas funções executivas e outros aspectos comportamentais. Em um dos estudos levantados pelos autores, observou-se que a depressão aparece em mais de 60% dos estudantes com ansiedade. Ressalta-se que o TA tem associação com as habilidades de enfrentamento, que a seu turno se vinculam às emoções.

Desse modo, os autores testaram a hipótese de que uma internvenção em MBI pudesse reduzir sintomas de depressão, ansiedade e estresse. Lomas, Ivtzan e Fu (2015) realizaram uma extensa revisão sistemática onde se percebeu as relações neurofisiológicas presentes na MBI e como ela tem se mostrado uma ferramenta terapêutica com benefícios à saúde mental. Como resultado, os pesquisadores encontraram forte associação entre MBI com aumento do poder em alfa e teta, por meio da análise dos resultados do EEG dos participantes. Mindful eating strategies could help college students identify internal cues of hunger and satiety and respond to those cues instead of environmental or psychosocial (Grinnel et al. p. Carpena e Menezes (2018) analisaram os impactos do MBI na redução de estresse em universitários ao longo de seis semanas por meio de um ensaio clínico.

O estudo concluiu a MBI funcionou como protetora da saúde mental dos alunos, impedindo o agravamento do quadro estressor, o que reduz indiretamente problemas no desempenho acadêmico e suscetibilidade a quadros psicossomáticos. Cuevas et al. Conclusão Este trabalho pretendeu, ainda que timidamente, examinar contribuições na literatura científica da aplicação da atenção plena em trnastornos psíquicos vivenciados por universitários. Percebeu-se que a depressão, ansiedade e abuso de substancias químicas são os mais sérios problemas de saúde mental experienciados durante a vida acadêmica. Estudos sobre mindfulness apontaram sua aplicação positiva na redução do estresse, alívio de sintomas ansiosos, relaxamento, sensação autoreferida de bem-estar e melhora na percepção de satisfação com a vida.

As exigências da vida acadêmica, não só nos momentos de avaliações, mas considerando todo contexto biopsicosocial dos alunos, impõem sérias dificuldades para os acadêmicos. Dessa forma, este estudo vislumbrou, em segundo plano, alertar às intituições de ensino superior a respeito dessa problemática. APA. Associação Americana de Psiquiatria. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais [recurso eletrônico] : DSM-5 / [American Psychiatric Association ; tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento. et al. revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli.  n.  p.   Sept.   Available from <http://www. scielo. I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras / Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas; GREA/IPQ-HC/FMUSP; organizadores Arthur Guerra de Andrade, Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte, Lúcio Garcia de Oliveira.

– Brasília: SENAD, 2010. CANGUILHEM, Georges (1988). A saúde: conceito vulgar e questão filosófica. In: CANGUILHEM, Georges. e Pesq.  [online]. vol. e3441.  Epub June 07, 2018. CURY,M. AMARAL e SILVA, A. F. MENDEZ, E. G. vol. n. pp. ISSN 0047-2085.   http://dx. Recife, v. n. p. LANGAME AP, CHEHUEN NETO JA, MELO LNB, CASTELANO ML, CUNHA M, FERREIRA RE. Qualidade de vida do estudante universitário e o rendimento acadêmico. j. neubiorev. MARTINS, Antonio Carlos Pereira. Ensino superior no Brasil: da descoberta aos dias atuais.  Acta Cir. O cenário contemporâneo de formação em medicina e seus efeitos à saúde mental do estudante. Rio de Janeiro, 2017. Tese de doutorado). MOWBRAY, C. T. doi. org/10. NEVES, Marly Coelho Carvalho; DALGALARRONDO, Paulo. Transtornos mentais auto-referidos em estudantes universitários.  J.   NEVES, Clarissa Eckert Baeta; MARTINS, Carlos Benedito.

Ensino superior no brasil: uma visão abrangente. In: NEVES, C. E. MARTINS, C. Magalhães,trad. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed,. ROTHER, Edna Terezinha. Revisão sistemática X revisão narrativa.  Acta paul.   SAGGESE, Edson. Os (des)caminhos da adolescência. In: SAGESSE, E. LEITE, L. C.