O PAPEL DAS FIGURAS FEMININAS PRESENTE NA OBRA CLARA DOS ANJOS LIMA BARRETO
Tipo de documento:Revisão Textual
Área de estudo:Filosofia
SEVCENKO, 1983 p. Em 1905 ingressou no curso de Jornalismo, o qual foi o seu precursor na carreira literária, juntamente com a sua entrada na militância política. Com isso, revoltou-se contra as injustiças e os preconceitos de que também era vítima e dedica sua obra criticar a sociedade burguesa da época. Por problemas pessoais, entrou na vida boêmia, que por sua vez não prejudicou seu trabalho intelectual, mas o levou à morte em 1º de novembro de 1922, aos 41 anos, de colapso cardíaco, época em que ao mesmo tempo explodiu o modernismo no Brasil. Apesar de ser um autor considerado sem estética definida, Clara dos Anjos apresenta um pouco do realismo e do naturalismo, por abordar os aspectos grotescos da época. A superproteção dos pais, a preparação para o casamento, a obrigação de evitar contatos na rua, sua condição social e isolamento total ou parcial, são algumas questões trazidas pelas personagens e que deveriam ser vistas como mulheres ideais para o casamento na época, caso contrário seriam condenadas ao declínio.
A obra, além de demonstrar o papel submisso das mulheres, tem também uma forte crítica ao preconceito racial, sendo assim a história gira em torno de uma jovem, humilde, filha de carteiro e que apesar dos cuidados familiares da época, como ser preparada para o casamento e para cuidar dos filhos e do marido, acaba sendo seduzida por Cassi Jones, um rapaz da alta burguesia carioca. Massaud Moisés em seu livro A análise literária, comenta que a escolha do tema “está a definir a urgência de expressão autobiográfica em que penava o jovem Lima Barreto” (MOISÉS, 1981 p. pois demonstra em sua personagem as humilhações vividas pelo autor, ou seja, encontra-se traços autobiográficos nessa obra. Como um bom pré-modernista, descreveu uma figura feminina bem diferente daquelas do Romantismo, mas que ainda alimentava o sonho de casar-se e ter filhos.
de algum parente do sexo masculino, como agregadas. As mais pobres, geralmente de cor, não tendo a quem recorrer e quase sem possibilidades de desenvolver uma atividade remunerada, não raro, eram obrigadas a exercer a mais velha das “profissões”, pois “seu único bem era seu próprio corpo”. Além do mais, era comum na época o pensamento de que a negra tinha por destino a prostituição. a ideologia ditava que a mulher branca era a esposa imaculada, e a negra era a amante, a que proporcionava os prazeres do sexo. VASCONCELOS, 1999, p. Era tratada pelos pais com muito desvelo, recato e carinho; e, a não ser com a mãe ou pai, só saía com Dona Margarida, uma viúva muito séria, que morava nas vizinhanças e ensinava a Clara bordados e costuras.
No mais, isto era raro e só acontecia aos domingos, Clara deixava, às vezes, a casa paterna, para ir ao cinema do Méier ou Engenho de Dentro, quando a sua professora de costuras se prestava a acompanhá-la. BARRETO, 2002 p. e 19) Sua imaginação era restringida ao gosto do pai, por modas de viola e temas amorosos, como ela mesmo fala “o amor tudo pode, para ele não há obstáculos de raça, de fortuna, [. e o estado amoroso é a maior delicia da nossa existência” (BARRETO, 2002 p. Além disso, o homem era tido como o chefe da família, o que fazia a sociedade da época ser patriarcal. Retomando a questão do defloramento, quando isso acontecia com a moça ainda solteira ela não conseguia mais casamento, o que não aconteceu com Ernestina, a única exceção do romance, que ao ser deflorada por Ataliba do Timbó, o mesmo foi obrigado a casar-se com ela.
Porém, seu marido a trata muito mal, ela é ofendida, mas sujeita-se a ficar ao seu lado, “já que como as outras moças da época foram educadas e condicionadas a desenvolver um papel de esposa e mãe. Neste caso, não se casar seria uma grande desonra e vergonha. ” (SACHINSKI, p. Ela ficara viúva dois anos depois de casada e com um filho pequeno. É uma personagem ativa, enérgica e absolutamente independente. É uma pessoa de iniciativa, capaz de tomar suas próprias resoluções e de tocar sua vida. SACHINSKI, p. Por fim Clara também acaba sendo enganada por Cassi e percebendo que está grávida e sozinha, se desespera. Pode-se dizer então, que a obra Clara dos Anjos, mostra uma reflexão de denúncia social quanto ao comportamento de homens e mulheres da época do século XX.
Em relação aos deveres, ao papel perante a sociedade e principalmente ao casamento, que não se dava por amor, e sim pela condição social. Conforme diz Sachinski “o imaginário da felicidade conjugal, do lar perfeito demonstrado em Clara dos Anjos, é um lar tranquilo, composto por filhos, um homem e uma mulher que se amassem, unidos pelo carinho e pela compreensão. ” (p. Ou seja, no centro familiar quem mandava e era dono de todo o poder era o marido, cabendo apenas a mulher e filhos obediência. ” (BARRETO, 2002 p. REFERÊNCIAS BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. Rio de Janeiro. Ática, 2002. São Paulo: Martins, 1974. CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira. ed. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1975, v.
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