O MONOPÓLIO DA ECONOMIA CAFEEIRA NO BRASIL REPÚBLICA

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:História

Documento 1

A metodologia apresentada neste trabalho foi elaborada com base em pesquisas bibliográficas e exploratória qualitativa, visando fundamentar teoricamente, através do conceito da área com base referencial em autores renomados e com viés para discutir sobre a temática. Diante disso, concluiu-se que o domínio comercial do café foi de fundamental importância para a economia do Brasil República, considerando os grandes avanços e desenvolvimentos possibilitados por esse monopólio. Palavras-chave: República. Brasil. Café. No entanto, essa relação mudou quando os portugueses decidiram se estabelecer permanentemente na colônia. Com a população pequena em relação as suas obrigações imperiais no exterior, Portugal preferiu estabelecer pequenos assentamentos comerciais ou feitorias, e fortes militares para dominar o comercio internacional, porém, como todos os colonizadores do Novo Mundo, os portugueses tinham que obter um produto que pudesse ser exportado para a Europa, afim de sustentar a sua empreitada colonial.

A princípio, sem metais preciosos no Brasil , os portugueses só tinham acesso ao trabalho escravo dos índios, e precisavam desenvolver novos produtos aceitáveis ao mercado europeu, na qual a solução foi estabelecer uma economia agrícola baseada no trabalho escravo para produzir cana-de-açúcar, um produto com o qual os portugueses já lidavam em suas ilhas do Atlântico. As plantações do Brasil, que no início usaram trabalho escravo de índios capturados, em 1600 já se valiam do trabalho de escravos africanos, trazidos da África Ocidental por escravagistas portugueses, sendo assim, em meados do século XIX, o Brasil tinha se tornado o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. A colonização do Brasil ocorreu em fases distintas, onde na primeira, a economia e a população concentravam-se na costa nordestina, foi nessa região que a economia do açúcar começou a desenvolver em grande escala, que passou a dominar a economia colonial e o mercado mundial de açúcar por mais de um século.

Diante do exposto, cabe ressaltar que o objetivo geral deste trabalho foi analisar o monopólio da economia cafeeira no Brasil República. Ademais, designou-se como objetivos específicos, os seguintes: evidenciar as peculiaridades do Brasil Colonial; investigar a transição do Brasil para República; e analisar a expansão e o desenvolvimento que a cafeicultura trouxe para o Brasil. DESENVOLVIMENTO 2. AS PECULIARIDADES DO BRASIL COLÔNIA Em 2 de junho de 1501, durante sua viagem de retorno da Índia, duas naus da frota de Cabral, chegaram ao porto de Bezeguiche na costa Ocidental da África, ali se depararam com três navios de expedição de Gonçalo Coelho, que partira de Lisboa havia duas semanas para explorar a terra que, um ano antes, aquelas mesmas naus de Cabral tinham descoberto.

Foi um encontro histórico, pois naquele dia depois de longa troca de informações, os portugueses concluíram que as terras recém achadas não eram uma ilha, mas parte de um novo continente. Além disso, os portugueses poderão avaliar tanto mais negativamente os índios e os escravos na dimensão de instrumentalidade, quanto mais os avaliarem positivamente na dimensão relacional. Quanto aos brasileiros, podemos esperar que apresentem, igualmente, uma visão mais positiva dos colonizadores do que dos outros dois grupos, dada a maior probabilidade de os primeiros serem representados como seus ascendentes, o que facilitará a sua percepção como uma extensão do self. No entanto, a pressão para uma visão inclusiva da sociedade brasileira, suscitada pelas comemorações, poderá facilitar uma visão mais positiva dos escravos e dos índios do que aquela que é apresentada pelos portugueses (SAINT-MAURICE, 2003, p.

No instante que a cobiça dos navegadores e traficantes franceses ao território brasileiro tornou-se ostensiva, e seu conhecimento do litoral e a aliança com várias tribos indígenas evidente, a Coroa portuguesa abandonou a inércia e decidiu enviar ao Brasil uma poderosa expedição, desta vez não apenas em missão militar, mas também colonizadora (BUENO, 2012). A expedição de Martim Afonso trouxe a lei e a ordem para o amplo território brasileiro, onde apenas um punhado de portugueses, vivia com a lei natural, chegando assim com plenos poderes, inclusive, sobre a vida e morte daqueles que o acompanhavam e dos que viessem encontrar, com exceção dos fidalgos, também poderia distribuir terras em sesmarias, criar nomear tabeliões e demais oficiais de justiça, e também fundou São Vicente, primeiro núcleo efetivo dos portugueses no Brasil (BUENO, 2012).

Havia dois tipos de engenhos. Os engenhos reais eram dotados de oficinas "completas e perfeitas", muitos escravos e canaviais próprios, utilizando força hidráulica para suas moendas. Os engenhos inferiores eram menos providos e aparelhados, utilizavam força animal para acionar as moendas. Os lavradores eram homens livres, possuidores de capital em quantidade insuficiente para instalarem seu próprio engenho e, por isso, arrendavam terra do senhor de engenho, plantavam cana, a qual ficava "obrigada à moenda" do mesmo, dividindo-se o açúcar produzido de modo a cobrir o aluguel da terra e os serviços de sua fabricação. Os escravos constituíam a quase totalidade da força de trabalho empregada nos engenhos, tendo os maiores de 150 a 200 "peças". UM OLHAR SOBRE O BRASIL REPÚBLICA A transição para o regime republicano trouxe profundas mudanças na estrutura do governo central e na organização dos seus poderes, pois a Constituição Republicana substituiu o antigo centralismo imperial por um regime federalista, que dava ampla autonomia aos Estados, apesar do poder oligárquico e das manipulações eleitorais, houve eleições periódicas regulares e presidentes sucessivos foram eleitos por mais de trinta anos (LUNA, 2016).

Paim afirma que no Brasil, o quadro se desenvolve aproximadamente nos seguintes marcos: 1) Sucessivos movimentos conspiratórios são abortados. A feroz repressão desencadeada contra a Inconfidência Mineira (1789)- quando os líderes são degolados e esquartejados, exibidas as partes mutiladas de seus corpos em vários locais, como que para fazer renascer o terror dos (retirado o hífen) “autos-de-fé” – longe de arrefecer a ideia de Independência talvez até a tenha sedimentado para sempre. Movimentos assemelhados, ainda que sem a mesma amplitude, ocorreram no Rio de Janeiro, na Bahia e em Pernambuco, ao longo da década de noventa. A mudança da Corte para o Rio de Janeiro, em 1885, criou uma situação favorável a um novo arranjo político nas relações com a Metrópole.

Luna explana que Não obstante, o governo federal ainda conservava amplos poderes em termos de política monetária e do controle das forças armadas, bem como sobre as taxas de importação, que representavam a principal fonte de receita; os Estados obtiveram o direito de taxar suas exportações. Sob outros aspectos, a Constituição de 1981 estabeleceu a clássica republica federal, com a divisão dos poderes entre o Executivo, Legislativo e Judiciário (LUNA, 2016, p. Apesar da Eleição direta ser universal, o direito de votar era negado aos analfabetos, o que reduzia consideravelmente a proporção de eleitores, pois, embora não fosse mencionado na Constituição, o direito ao voto foi negado as mulheres, apesar de garantir a liberdade de religião, no qual negava o status de religião oficial a Igreja Católica, visto o país ser considerado um Estado Laico (LUNA, 2016).

De acordo com Baleeiro (2002), o primeiro governo provisório da Republica foi liderado por Marechal Deodoro da Fonseca, que rapidamente propôs a eliminação dos governos provençais, sendo assim um mandato marcado por turbulência política e vários conflitos militares, entrando em conflito com grupos liberais e parlamentares, o que levou a fechar o congresso e declarar estado de sítio, pois persistia a questão quanto ao modelo federativo e o nível de autonomia estadual aceitável, diante disso a oposição na forma de uma rebelião armada, que tinha perdido o apoio político da elite levando a renúncia do então presidente, e com a posse do vice Floriano Peixoto, as oligarquias regionais o apoiaram com o intuito de consolidar o regime republicano.

Em 1884, Prudente de Morais, representante da burguesia cafeeira de São Paulo, foi eleito o primeiro presidente civil da República, e também enfrentou inúmeros conflitos regionais, onde seu governo foi marcado por numerosas insurreições, incluindo a Revolta Federalista no Rio Grande do Sul, que se transformou em uma Guerra Civil. Nenhum coronel aceitava perder as eleições. Os eleitores continuaram a ser coagidos, comprados, enganados, ou simplesmente excluídos. Os primeiros anos da República foram agitados. Revoltas, conflitos, conspirações surgiam em várias partes do Brasil. As forças armadas estavam muito ativas nesse período e assim o militarismo. Para Franco (2011), a substituição da mão de obra escrava pela livre precisava de capital de giro no setor cafeeiro, habitualmente financiado por recursos internos do setor, providos pelos comissários do café, ou seja com o aumento das necessidades de capital de giro esse crédito tradicional provou ser insuficiente e as casas exportadoras usualmente agentes de grandes companhias internacionais, entraram em cena, adquirindo maior poder de barganha na compra da produção de café, porque os produtores e os comissionários não conseguiam manter seus estoques a espera de preços melhores.

De acordo com Faber (2008), somente quando Rui Barbosa assumiu o posto de ministro da fazenda, no governo Republicano provisório, a questão monetária tornou-se protagonista, apesar da transição pacífica, o novo governo enfrentava desconfiança internacional visto que a monarquia e a escravidão tinham desaparecido, desde o final de 1888 houve estabilidade externa, permitindo a desejada paridade do cambio e circulação da moeda conversível. No entanto, a incerteza quanto ao futuro gerou fuga de capitais, problemas na balança de pagamentos e como consequência a depreciação cambial, havendo assim uma corrida aos bancos para trocar a moeda conversível, reduzindo a moeda em circulação e fragilizando o sistema bancário Figura 2 - Estimativas de balança de pagamentos de 1876 a 1897 Fonte: Luna (2016, p.

Perissonoto conclui que: De fato, o eixo da política cambial brasileira durante a Primeira República estava longe de beneficiar a lavoura. Ao contrário, muitas vezes prejudicou-a pesadamente. Para Perissonoto: O desenvolvimento da economia cafeeira, já antes da República, exigiu o crescimento de um setor de infraestrutura que pudesse viabilizá-la. Aliás, sem o desenvolvimento paralelo desse setor a economia cafeeira não teria chegado onde chegou. É na esteira desse processo de crescente complexidade da economia do café que surgirá o grande capital cafeeiro. “ O desenvolvimento da economia cafeeira é o desenvolvimento do capital cafeeiro ”Para comercializar e financiar uma produção em constante crescimento, tornava-se necessária a existência de um sistema comercial relativamente avançado, formado por casas comerciais e rede bancária relativamente sólidas.

Paralelamente, a formação de um setor de serviços urbanos vai se aprofundando na medida em que as cidades vão ocupando um a posição central na economia cafeeira. Fortaleceu-se o processo de concentração da população escrava nas fazendas enquanto as pequenas propriedades passaram a utilizar mais intensamente o trabalho livre (GONÇALVES, 2014, p. Com a abolição da escravatura e a criação da estrutura jurídica institucional de apoio a imigração em São Paulo, e com o suporte financeiro do Estado, ocorreu um fluxo maciço de imigração para esse Estado. Entre 1827 e 1884, apenas 37 mil imigrantes estrangeiros tinham chegado a São Paulo, mas na década seguinte ao ano de 1884, esse contingente saltou para meio milhão. Dos 2,3 milhões de imigrantes nesse período, a maioria veio para São Paulo, apesar do progressivo e final do desmantelamento da escravidão na década de 1880, não houve descontinuidade na produção de café (CALIARI, 2010).

A Turbulência no Mercado Cafeeiro O mercado cafeeiro operou livremente ao longo do século XIX, com flutuações naturais que se resolviam ao longo dos anos, pois a tendência de longo prazo era do equilíbrio entre a oferta e a demanda, não se caracterizando nos preços dos produtos na segunda metade do século XIX, porem nas flutuações do mercado, usualmente provocadas por retrações na demanda, ocorria em queda dos preços recebidos pelo produtor, desestimulando os novos plantios (GONÇALVES, 2014). Com a convicção de que a intervenção oficial só poderia aumentar os males, o Governo deixou que a produção de café reduzisse por seleção natural, determinando assim a liquidação e a eliminação dos que não tinham condições de vida, ficando ela na mão dos fortes e dos mais organizados, porém a crise se agravou cada vez mais, com estoques mundiais alcançando níveis dramáticos, o que aumentava a pressão para o governo intervir, pois a oferta continuava a crescer pelo início da produção dos cafezais plantados na década de 1890, no período da turbulência monetária e fiscal (LEOPOLDI, 2000).

Dada a importância do café para a economia de São Paulo, foi o estado mais ativo na busca de uma solução para a crise de superprodução, já em 1902, por exemplo proibiu novos plantios no Estado, embora a economia do café continuasse em crise, a relativa estabilidade da produção nos anos de 1904 e 1905 reduziu a pressão em favor da intervenção, cuja política foi discutida no congresso, sem nenhum sucesso, visto que os opositores não aceitavam uma política de suporte governamental aos preços caracterizada por valorização, apenas para o café (ALVES, 2016). Segundo Leopoldi, As intervenções do governo na área cambial pretendiam estabilizar a taxa de câmbio em alguns momentos ou valorizar o mil-réis numa conjuntura em que a tendência à desvalorização ameaçava a economia e o governo.

O objetivo era evitar grandes oscilações cambiais que prejudicassem os diversos interesses econômicos. Agindo dessa forma, o governo defendia seus próprios interesses – pois era o maior comprador no mercado de divisas e assim garantia a aquisição de libras esterlinas a um câmbio razoável para efetuar os pagamentos ao exterior – e atendia também os interesses dos exportadores, cafeicultores e industriais (LEOPOLDI, 2000, p. Este enquadramento é adequado quando se tem o objetivo de entender o comportamento das pessoas, suas opiniões, seus conhecimentos, suas atitudes, suas crenças, seus medos. Está relacionada com o significado que as pessoas atribuem às experiências cotidianas (PRODANOV; FREITAS, 2013). As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre as Variáveis.

  São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (MASCARENHAS, 2013). As bibliografias, ou repertórios bibliográficos, são publicações que se especializam em fazer levantamentos sistemáticos de todos os documentos publicados e determinadas áreas de estudo ou pesquisa. Por isso, o rigor e a relevância da revisão bibliográfica como embasamento de um trabalho de pesquisa não devem ser subestimados. CONSIDERAÇÕES FINAIS O espetacular crescimento do café em solo brasileiro, gerou um efeito multiplicador, gerando crescimento econômico no Brasil como todo, tais como os setores de transporte, infraestrutura, serviços financeiros, comércio em geral, e no mercado local de consumo, pela excepcional ampliação dos trabalhadores assalariados, além do mais a renda advinda das exportações de café representava principal fonte de recursos para desenvolvimento da infraestrutura necessária para a promoção dessas industrias e das exportações.

Foi a bem sucedida adoção da mão de obra assalariada do café, depois da abolição da escravatura, que habilitou São Paulo a se tornar o maior produtor de café, seu crescimento foi excepcional, com a produção saltando de um milhão de sacas para 20 milhões entre os anos de 1880 e 1929, na época isso correspondia a dois terços da produção brasileira. A produção de café atingia tal magnitude graças aos plantios de 824 milhões de pés de café em mais de um milhão de hectares, portanto para plantar, processar e transportar essa extraordinária colheita exigia grande quantidade de mão de obra, estrutura de transporte, energia, e infraestrutura comercial e bancária. De fato, São Paulo recebeu 55% dos imigrantes estrangeiros que chegavam no Brasil, e esses trabalhadores assalariados foram trabalhar no setor mais dinâmico da economia nacional, o que foi fundamental para o crescimento do Estado, por sua vez os plantadores de café mais capitalizados tornaram se empreendedores em ampla variedade de negócios, trazendo a prosperidade para o país.

Grupos de pressão na primeira república: representação de interesses entre os anos de 1889-1930. Campo dos Goytacazes: UNEF, 2016. BALEEIRO, A. A Constituição de 1891, Os Pródromos da República, o clima emocional de 1889-1891. Senado Federal, do CEE/ MCT, da ESAF/MF, 2002 BUENO, E. Aspectos sociais da aprendizagem de ofícios manufatureiros no Brasil colônia. Rio de Janeiro: Fórum-PUC, 1978. FABER, M. E. E. GIL. A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Editora Atlas, 2007. São Paulo: Editora Saraiva, 2016. MASCARENHAS. S. Metodologia Cientifica. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. Universidade Fevale, 2013. PAIM, A. Momentos Decisivos da História do Brasil. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2000. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1946. SHAW, J. A schema approach to the formal literature review in engineering theses.

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