O ENCOURAÇÃMENTO DO PRIMEIRO SEGMENTO E AS MANIFESTAÇÕES PATOLOGICAS SEGUNDO A PERSPECTICA REICHIANA

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Psicologia

Documento 1

OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Entender o conceito de Encouraçamento na teoria de Reichiana • Compreender a importância de se evitar o Encouraçamento • Entender os prejuízos causados e os sintomas decorrentes do Encouraçamento. – JUSTIFICATIVA As principais introduções reichianas ao que se refere o conceito de caráter exprimem sua procedência nas proposições de Freud. Passo a Passo, Reich institui a noção de caráter e desenvolve-a para além do setting terapêutico, incorporando-a ao contexto histórico-social. Um centenário após as primeiras introduções de Reich sobre caráter e couraça propõe reflexões sobre a relação de tais conceitos com aspectos da sociedade contemporânea (WEINMANN, 2002). A relação entre mente e corpo reintegra aos primeiros registros escritos da civilização ocidental e as divergentes teorizações e concepções acerca deste assunto que determinaram a história e instigam diversos pensadores da ciência psicológica.

Mas foi com base nas experiências orientais baseada em energia e onde o estudo e prática é muito acentuado como é o caso do c’hi na china e o prana na índia que Reich vem a classificá-la no ocidente com o título de energia Orgone, a qual tem como característica o seu percurso pelo corpo no sentido longitudinal. Para Reich a energia Orgone flui através da musculatura organizando assim nossas emoções afetivas. O bloqueio desta energia, inscreve-se no corpo pela contração muscular que inibe sua expressão legítima. Tais tensões se estabelecem no corpo em sentido transversal, formando anéis de couraça. A couraça impede de sentir e de se expressar livremente. Introduções estas derivadas da teoria energética pulsional de Freud.

Reich busca em seus estudos uma nova teoria para entender os processo de bloqueio de energia no organismo e quais seriam suas conseqüências. Assim Reich rompe com a psicanálise no momento em que ultrapassa o entendimento do instinto de morte. Toda sua pesquisa foi uma busca continua para compreender o funcionamento da vida. Desta forma podemos destacar que sua obra pode ser dividida em três fases. Com inicio na teoria de Freud, Reich passa a entender que a teoria psicanalítica das zonas erógenas conseguiria evoluir para uma perspectiva fundada, também, em uma base fisiológica (REICH, 1990). A Vegetoterapia-caractero-analítica manifesta-se como uma metodologia com implicações da qual, Reich, pretendia transformar a condição da sociedade, considerada por ele como a responsável por toda repressão da natureza humana e das patologias.

A partir da repressão o homem perde a percepção social do contato com o próprio corpo e com as exigências ligadas a ele. A vegetoterapia, que teve suas bases biológicas, consentia ao indivíduo a relação e a valoração do mundo por meio de uma visão de homem natural (NAVARRO, 1995). Nesta visão de Reich, tudo que acontecia na mente sucedia simultaneamente no corpo e vice-versa, estabelecendo para o indivíduo saúde ou doença. Para Reich, "um segmento de couraça é interpretado por aqueles órgãos e grupos de músculos que têm um contato funcional entre si e que podem induzir-se mutuamente a participar no movimento expressivo emocional" (REICH, 2009b, p. É dizer que participa de um segmento de couraça o conjunto de músculos e órgãos que funciona de modo relativamente independente dos músculos e órgãos de outros segmentos para expressar (ou bloquear a expressão) de emoções naquela parte do organismo.

A utilização do termo Couraça evidencia a participação dos segmentos no processo de encouraçamento bioenergético, quer dizer, na função defensiva e na disfunção do segmento (cronicidade das defesas). Entretanto, a compreensão de que um segmento assimila estruturas que participam “no movimento expressivo emocional” é do próprio Reich (REICH, 2009b, p. Desta forma entendemos que os segmentos não estão envolvidos exclusivamente no bloqueio (couraça) do fluxo de bioenergia pelo organismo, mas também tomam parte na livre expressão bioenergética no organismo saudável. É importante notar que esse espasmo representa o aspecto somático da repressão psíquica (REICH, 2004, p. Para Reich, esse espasmo "não é um 'resultado', uma 'expressão' ou um 'acompanhante' do mecanismo de repressão", mas é "a parte mais essencial do processo de repressão” (REICH, 2004, p.

Diante do conteúdo exposto, vamos procurar entender melhor o processo de funcionamento da teoria de Reich usando como base o primeiro seguimento o qual se relaciona com o anel ocular. Segundo o autor, é no anel ocular que estariam os músculos dos globos oculares, das pálpebras e da testa. Reich menciona ainda a estabilidade dos dois lados do nariz como característica do bloqueio deste anel, e a mobilização e afrouxamento dos músculos das bochechas quando o anel é trabalhado (REICH, 2004, p. Segundo Cobra (2009) O inicio do bloqueio pode ocorrer no inicio ou no desenvolvimento da criança e pode determinar uma esquizofrenia ou patologias neuróticas. A autora diz que Reich sugeriu que no processo da esquizofrenia o bloqueio ocular pode ocorrer nos primeiros dez dias de vida – antes mesmo do desenvolvimento da criança Nas organizações neuróticas este processo já acontece mais tarde ou até mesmo no período de puberdade.

No nível somático, o bloqueio ocular provoca a imobilização em quase todos os músculos do globo ocular, das pálpebras e das glândulas lacrimais, afeta os músculos da testa, do nariz e dos ouvidos, e quando num estágio muito profundo, atinge os músculos da base do crânio, o occipital (COBRA, 2009). Para a autora as expressões faciais observadas são: rigidez total ou parcial da testa e pálpebras; falta de expressividade no semblante que tem uma aparência de máscara, olhar vago e fixo no espaço; imobilidade nas laterais do nariz e muitas outras. A rigidez na musculatura em torno dos olhos provoca alguns sintomas como a incapacidade de chorar e de abrir as pálpebras para a imitação do medo, da raiva e outras emoções.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento. ed. São Paulo: Hucitec, 2008 NAVARRO, F. Somatopsicodinâmica: sistemática reichiana da patologia e da clínica médica. A Função do Orgasmo(M. G. Novak, trad. São Paulo: Círculo do Livro. REICH, Wilhelm. L. G. Pesquisa Qualitativa em Psicologia: caminhos e desafios. São Paulo: Pioneira Thomson Learning. SILVA, J. Uma contribuição à história do movimento psicanalítico: a trajetória de Wilhelm Reich.  Psicologia: Ciência e Profissão, 22(3),-2002.

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