O CONCEITO DE TERRITÓRIO: UMA ABORDAGEM A LUZ DO PENSAMENTO DE MILTON SANTOS

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Ciências Políticas

Documento 1

Assim, Milton Santos, geógrafo brasileiro nascido na Bahia, apresenta em seu percurso teórico sinceras preocupações acerca das noções de território até então aparente no cenário mundial, ao final do século XX. Seu pensamento revoluciona, na medida em que, chama a atenção da sociedade para emergências que também fazem parte do mundo da geografia, das ciências sociais e das ciências políticas, que outrora não estavam sendo representado nos estudos geopolíticos mundiais. À pobreza, o negro na sociedade, a desigualdade social e o capitalismo consumista alimentam a noção de território, dando ao campo da geografia, um caráter humanista e repensando os povos em contato com seu tempo, espaço e cultura. PALAVRAS-CHAVE: Milton Santos; Sociedade; Território ABSTRACT: The execution article is in practice, based on domain concepts, especially in the theoretical field and assumptions of Milton Santos.

The notion of territory distanced from the political thought of dimensions, only federal, State, municipal arises concurrently, as a revolutionary act of rethinking the contemporary geography. Outrossim, nestas percepções, Milton Santos reapresenta uma ideia de território como sendo móvel e transitório, em que, sua dinamicidade é representada através de conflitos e jogos de poder. Território, assunto principal a ser posto em discussão, passa a ser lido por Santos, como um espaço de apropriação social, que não pode ser visualizado de forma desconectada dos aspectos políticos, sociais e econômicos. Ao absorver intelectualmente das influências do pensamento de Milton Santos (1970), teóricos como Deleuze (1990), Guattari (1992), Spivak (1990) e Manuel Castells (1990) repensam questões acerca de territorialidade, (des)territorialidade, sociedades em rede e subalternidades em diversos contextos de produção.

Milton Santos, revoluciona a geografia na década de 1970, exibindo resultados de suas pesquisas sobre a noção de território, e passa a ser cortejado por diversos campos científicos e sobretudo pelas ciências sociais, como um instrumento de ler o espaço cultural e até mesmo do sentimento de pertença social da sociedade contemporânea. Desta forma, o presente artigo visa compreender o conceito de território, a luz dos pressupostos defendidos pelo teórico Milton Santos, a partir de seu estudo global sobre: espaço, território e globalização. a noção de território é definida por “área dependente de uma nação, província ou localidade. Termo, Jurisdição”. Já o dicionário etimológico de Cunha (2012, p. corroborando da mesma ideia, sustenta ser “oriundo do latim territorĭum, e se refere a grande área de extensão de terra sob jurisdição”.

Dessa forma, contestações, emanadas de estudos científicos, ao longo dos últimos anos, contrapõe -se as ideias tradicionalistas disseminadas no campo das definições e do ensino da geografia tradicional, ao qual os conceitos, interliga a semântica do termo território às esferas municipais, estaduais e federais. Destarte, na década de 70, o mundo e sobretudo o Brasil, conduzido por movimentos intelectuais apresenta percepções acerca da noção de território que, em certa medida, depreendi-lhes um caráter humanístico e social. Neste contexto, a figura de Milton Santos é cortejada, na medida em que discute criticamente, as antigas concepções tidas sobre território, entendendo que o termo é concebido como lugar em que desemboca, os poderes as forças, às fraquezas dos indivíduos e suas estruturas.

SANTOS, 2002, p. O pensamento de Milton Santos e a noção de território Milton Santos, reapresenta as emergências dos estudos que envolve geografia, política, globalização e sociedade. Suas iniciais pesquisas propõem refletir, prioritariamente, sobre a noção de espaço, tempo e território, sendo esse “tripé” basilares para revolucionar os estudos da geografia. configura a premissa de que a migração de uma visão de território “estatizado” para transnacional, seja um ponto elástico para desconfigurar concepções tradicionais, e partindo dessa crença reapresenta, influenciado pelas bases do pensamento de Milton Santos, uma visão de território usado. Outros autores contemporâneos, como Deleuze e Guattari, fortalecem o contexto de produção ao desenvolver percepções de desterritorialização2 e apresentar o Anti-édipo3.

Território não é apenas um conjunto dos sistemas naturais e de sistemas de coisas sobrepostas, o território tem que ser entendido como território usado, não o território em si. O território usado é o chão mais a identidade. A identidade é o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. Outrossim, o próprio geógrafo entende a necessidade de traçar as características que, assim transcendem os limites de um espaço natural. Entende-se também, que Brasil é um território de resistência, múltiplas transformações e reverberações. A busca de uma periodização do território brasileiro é um partido essencial para um projeto ambicioso: fazer falar a nação pelo território. Assim como a economia foi considerada como a fala privilegiada por Celso Furtado; o povo, por Darcy Ribeiro; e a cultura, por Florestan Fernandes, pretendemos considerar o território como a fala privilegiada da nação.

SANTOS; SILVEIRA, 1996, p. Portanto, se tratando de Brasil “o perfil industrial tem muito a ver com esse resultado”. SANTOS, 1993, p. Além disso, o Brasil e seus espaços territoriais representam as configurações de uma desigualdade implantada e transplantada, em que as minorias potencializam ideologias, políticas e nutre seus sentimentos de pertença sobre a terra. Dessa forma, pode-se avaliar que os processos de colonialismo, imperialismo, capitalismo tardio e globalização co-laboraram para formulação objetiva e subjetiva dos contextos, textos, teorias e leituras de um país pós-moderno. Portanto, é possível perceber que “A des- ordem territorial é um movimento dialético que se reproduz de forma aberta, nem sempre previsível, porém envolvem múltiplas percepções da sociedade, em seus meios físicos, naturais e representações por meio dos símbolos da cultura”.

A trama de um pensamento complexo: espaço banal, lugar e cotidiano. In: CARLOS, Ana Fani (Org. Ensaios de geografia contemporânea – Milton Santos: obra revisitada. SP: Hucitec, 1996. p. A Sociedade em Rede. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002. DEMATTEIS, G. Geografia Democrática, território e desenvolvimento local, Formação, n. SANTOS, M. A Urbanização Brasileira, Hucitec, São Paulo, 1993, (4ª edição: 1998). SANTOS, M. Territórios, Territórios – Ensaio sobre o ordenamento territorial. Petrópolis: Vozes, SP: 2002, p. Geo UERJ - Ano 10, v. n. º semestre de 2008.

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