MEDIDAS DE PREVENÇÃO PARA TRABALHADORES EM ATIVIDADES SUBMERSAS

Como objetivo geral, foi proposto um plano de melhoria visando o atendimento à saúde e segurança dos trabalhadores da empresa. Palavras-chave: Soldador Subaquático; Riscos Ambientais; Normas Regulatórias; Equipamentos de Proteção Individual. INTRODUÇÃO No desenvolvimento das atividades empresariais, a segurança e prevenção de acidentes com os colaboradores no desenvolvimento de suas atividades, faz parte das boas práticas de gestão. Desta maneira, as Normas Regulamentadoras (NR) que normatizam a segurança e medicina do trabalho para as mais diferentes profissões (BRASIL, PORTARIA 3. e as Normas da Autoridade Marítima (NORMAM, 2019), que normatizam a segurança e medicina do trabalho em atividades marítimas, tanto da iniciativa privada quanto pública, e sendo estas amparadas pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, têm o objetivo de apontar as diretrizes que devem ser respeitadas pelas empresas, a fim de evitar que seus colaboradores sejam colocados em risco, e pelos empregados, que devem cumprir com as normas regulamentadoras e seguir as ordens referentes à segurança e saúde do trabalho expedidas pelo empregador, conforme item 1.

Os objetivos da pesquisa foram assim definidos: como Objetivo Geral analisar o Programa de Prevenção de Riscos da empresa e a sua contemplação quanto as atividades subaquáticas; e os Objetivos Específicos são: a) Caracterizar as atividades subaquáticas desenvolvidas e seu grau de risco; b) Analisar os programas de prevenção a acidentes praticados pela empresa; e c) Propor melhorias, se necessário, e medidas de proteção para os trabalhadores em atividades subaquáticas. A manutenção e consertos em navios e equipamentos utilizados dentro dos portos é de fundamental importância para as atividades portuárias e para a segurança dos tripulantes, das cargas e de todos os envolvidos neste processo. Na soldagem subaquática existem normas e rotinas que devem ser seguidas para evitar riscos ao trabalhador, dentre eles queimadura por fagulhas, choques elétricos, além dos perigos do próprio ambiente submerso (DADOS DA PRÓPRIA EMPRESA).

A justificativa para este trabalho é dada pela importância da análise dos processos envolvidos na atividade de soldagem submersa e os riscos advindos desta, objetivando um plano de contenção de riscos eficiente para a empresa estudada, e também para a colaboração no desenvolvimento de novos conhecimentos na área deste estudo, pela importância sócio econômica que representa para o setor. ESTUDO DE CASO 2. A divisão em mergulho raso e mergulho profundo se dá pela necessidade de conhecimento do local a ser explorado e à necessidade de atendimento dos profissionais com os itens de segurança necessários, segundo Gomes et al. A Atividade de Solda Subaquática A necessidade de manutenção em estruturas submarinas acontece devido a estragos tanto de tempo de uso quanto do próprio ambiente marinho.

Assim, a interferência na manutenção com solda subaquática molhada pode ser necessária devido a corrosão, fadiga dos materiais, colisão entre navios transportadores e outros fenômenos da natureza (LIBERATO et al. p. Na soldagem subaquática molhada, segundo Liberato et al. Neste caso, os soldadores além de conhecimento em técnicas de mergulho, precisam ter conhecimentos especiais em solda de alta pressão. Metodologia Para Tartuce (2006), a metodologia científica trata de método e ciência. O método é o caminho que leva a um objetivo, então a metodologia é o estudo do método, ou seja, suas regras e procedimentos aplicados à realização de uma pesquisa. A ciência, por sua vez, é o conjunto de conhecimentos precisos e ordenados de um determinado saber.

Logo, a metodologia científica é o estudo sistemático e logicamente ordenado dos métodos utilizados no fazer ciência, com seus fundamentos, validade e sua relação com as teorias científicas. O levantamento bibliográfico também foi utilizado nesta pesquisa, trazendo conceitos já estudados e divulgados referentes à questão da pesquisa. Com referência a revisão bibliográfica, Lakatos e Marconi citam que “a citação das principais conclusões a que outros autores chegaram permite salientar a contribuição da pesquisa realizada, demonstrar contradição ou reafirmar comportamentos e atitudes (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. Quanto a base conceitual, esta abrange as disciplinas necessárias à interpretação das ocorrências bem como suas explicações, no caso a Segurança do Trabalho e mergulho subaquático. Este projeto está alicerçado no método de abordagem dedutivo, e dentro de suas características, ele parte da concepção universal para conclusões particulares.

No silogismo do raciocínio lógico, duas premissas levam a uma terceira, denominada conclusão, e sobre esse método, Lakatos e Marconi (2003, p. A soldagem hiperbárica é usada para reparos de navios offshore, em plataformas de petróleo e em oleodutos, sendo o aço material mais comumente usado, e é usada em detrimento da solda úmida quando for necessário um maior aumento do controle sobre as condições da solda, ou seja, um desempenho determinado desempenho no processo do reparo (DADOS PRIMÁRIOS, 2019). Sendo assim, conforme informações levantadas na empresa, as atividades de soldagem embaixo d´água se referem às categorias de solda hiperbárica úmida e seca, e referem-se a manutenção de estruturas submersas, desde ductos, plataformas, bem como em navios distantes da atracagem. Tipo de gás para os mergulhos praticados nas atividades da empresa: Em conversa com um supervisor da empresa, o mesmo afirmou que a depender do tipo de mergulho praticado, correspondente à profundidade da água, é usado o tipo de fonte de respiração, como segue: a) Mergulho com ar comprimido, utilizado em mergulho raso onde a profundidade não ultrapasse 50 metros; b) Mergulho com gás misturado (HeO2), utilizado em profundidades maiores que 50 metros.

Mistura à base de hélio e oxigênio. Equipamentos utilizados em cada tipo de mergulho: No Quadro 2 é demonstrado os equipamentos de segurança utilizados nos mergulhos raso e profundo, que servem para garantir a saúde e segurança dos mergulhadores no desenvolvimento de suas atividades. O grau de risco para as atividades de mergulho é o de nível 4. O Quadro 3 mostra quais os riscos são mais comumente observados no desenvolver da atividade de solda subaquática, classificados no sistema de cores para melhor reconhecimento do risco da atividade. Grupo 1 Verde Grupo 2 Vermelho Grupo 3 Marrom Grupo 4 Amarelo Grupo 5 Azul Riscos Físicos Riscos Químicos Riscos Biológicos Riscos Ergonômicos Riscos de Acidentes Ruídos Fumos metálicos Vírus Intenso esforço físico Problemas no uso de máquinas e demais equipamentos Vibração Neblina Bactérias Postura inadequada Defeito em ferramentas Radiação Vapores Parasitas Carga pesada de equipamentos Iluminação inadequada Frio Animais peçonhentos Longas horas de trabalho Falta de visibilidade Calor Prolongamento da jornada de trabalho Visão turva Pressão da água Situações que causem estresse físico, psíquico Perigo com animais marinhos Umidade Hélices Choque elétrico Outras ocorrências que levem à acidentes Correntes marinhas Explosões, incêndios Quadro 3 - Identificação dos riscos ambientais na atividade de solda subaquática.

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir Bianchi (2014, p. Os fumos metálicos são um dos maiores riscos o processo de soldagem, necessitando de EPI adequados, pois essas substâncias se aspiradas desencadeiam várias doenças respiratórias, incluindo câncer. Os capacetes que fazem parte do traje de mergulho são acoplados lentes para soldagem e sistemas de iluminação composto por par de lâmpadas. As luvas utilizadas são de borracha para evitar choque pelo manuseio do equipamento de solda. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA da empresa é formada por um Enfermeiro e dois Técnicos de Segurança do Trabalho, e a eles compete desenvolver os programas de prevenção de riscos e as informações devidas ao trabalho da Comissão.

O Quadro 4 demonstra as práticas de Saúde e Segurança do Trabalhador (SST) desenvolvidas na empresa. Práticas Descrição / Ações Comprometimento da Direção Comprometida com as condições favoráveis à segurança dos trabalhadores. As manutenções e trocas de recarga, por exemplo, têm controle através de planilha de controle própria, com notas fiscais das manutenções e trocas realizadas para cada equipamento submetido à tal procedimento. Histórico de Acidentes na empresa Todos os profissionais na empresa são orientados a tomar as medidas preventivas quanto à sua saúde e segurança. Quanto aos profissionais envolvidos na soldagem, estes são orientados a desenvolverem suas atividades tendo consciência quanto aos riscos a que são expostos. Quanto aos profissionais, é indispensável que os mesmos tenham preocupação com as medidas de saúde e segurança orientadas pela organização, a fim de diminuir os riscos existentes na profissão.

O Gráfico 1 traz um levantamento dos últimos cinco anos das ocorrências mais usuais no desenvolvimento das atividades laborativas na empresa, tendo em vista documentos obtidos na empresa, como o CAT, bem como relato dos funcionários entrevistados. Oportunidade de Melhorias As propostas de melhoria, tanto para a prevenção coletiva como individual, estão disponibilizadas nos Quadros 5 e 6, e têm o objetivo de salientar informações importantes, omitidas nos processos de segurança atuais, mas que se fazem necessárias para melhor promover a troca de informações a respeito das medidas de segurança e saúde para os trabalhadores da empresa como um todo. O Quadro 5 se refere a sugestões de melhorias nos processos coletivos de SST. Departamentos / Comissões Medidas / Ações Recursos Humanos - Promover rotina de treinamento na área de RH, visando a troca de informações e melhoria da comunicação interna; - Organizar adequadamente as escalas de trabalho, considerando turno e tempo na atividade, expor em quadro para melhor entendimento; - Melhorar o layout da sala de equipamentos, para evitar acúmulo e guarda inadequados dos mesmos; - Promover a justa distribuição no fluxo de trabalho, observar a necessidade de aumentar a mão-de-obra, a fim de que a jornada de trabalho seja respeitada; - Dimensionar a exposição dos trabalhadores através de planilha, visando o monitoramento da intensidade dos riscos envolvidos; CIPA - Primar pela segurança dos dispositivos de segurança instalados nos equipamentos; - Priorizar as condições físicas dos ambientes de trabalho, procurar sistemas atualizados e modernos visando a melhoria dos efeitos causados pelos riscos físicos (ruído, temperatura, gases, altura, outros); - Promover ações para diminuir as dores físicas presentes nos trabalhadores; - Manter PCMSO e PPRA atualizados e realizar as melhorias sugeridas pelo Médico do Trabalho; Supervisão de Equipe - Atentar para a observação individual dos equipamentos e EPI`s e EPC`s visando a segurança do indivíduo e da equipe; - Observar efeitos do cansaço e outros desconfortos sobre os trabalhadores sob sua supervisão, comunicando a necessidade de atendimento médico e outras providências; - Aperfeiçoar, via metodologia, técnicas de trabalho que diminuam o esforço individual e prejudiquem o trabalhador; Direção - Atentar para os aspectos custo x benefício x saúde do trabalhador nas decisões de troca e manutenção dos equipamentos e máquinas; - Sempre valorizar a segurança e a qualidade de vida dos trabalhadores, pois reverte em valor para a empresa.

Quadro 5 - Proposta de Melhorias para SST no coletivo. Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de dados primários (2019). O objetivo com este trabalho é servir de material de estudo para novas pesquisas na área, tendo em vista a importância das atividades exercidas pelo soldador subaquático, na medida que o avanço tecnológico privilegia as condições de manutenção para as estruturas já existentes, e o desenvolvimento econômico propicia maiores investimentos e consequentemente, uma maior demanda pela atividade supracitada. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIANCHI, Henrique. Riscos existentes nos ambientes de soldagem em uma indústria metalúrgica. Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho da UTFPR. Curitiba: 2014. Disponível em: <http://trabalho. gov. br/participacao-social-mtps/participacao-social-do-trabalho/legislacao-seguranca-e-saude-no-trabalho/item/3679-portaria-3-214-1978>.

Acesso em 22 fev. Lei n. marinha. mil. br/dpc/normas>. Acesso em 22 fev. GIL, A. abepro. org. br/biblioteca/enegep2013_tn_sto_180_027_23295. pdf. Acesso em 22 fev. LAKATOS, E. M. MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. pdf>. Acesso em 25 fev. MATHEUS, Bruna P. DAHER, Maria José E. Risco químico relacionado aos fumos de solda e poeira metálica. ª ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013. Disponível em: <http://www. feevale. br/Comum/midias/8807f05a-14d0-4d5b-b1ad-1538f3aef538/E-book%20Metodologia%20do%20Trabalho%20Cientifico.