MACABÉA UMA ANÁLISE A PARTIR DA CRÍTICA FEMINISTA Projeto de Pesquisa
Também focar na perspectiva feminista usando a personagem como objeto central da reflexão e pensar na condição da mulher no contexto pós colonialista. Palavras-chave: A hora da estrela, Macabéa, Crítica feminista Área: Estudos Literários 1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA Esse trabalho propõe uma análise da personagem Macabéa do romance “A Hora da Estrela” de Clarice Lispector numa perspectiva da crítica feminista. Ao buscar informações sobre o papel da referida autora na literatura brasileira e como ele é expresso, encontramos em Bosi (2009) a explicação que o trabalho de Clarice Lispector tem sido, desde sua estreia com o romance “Perto do Coração Selvagem” em 1943, um desafio contínuo à crítica literária. O primeiro desses desafios é a impossibilidade de classificá-lo dentro de tendências ou parâmetros redutivos.
No período em que a obra de Clarice foi lançada, podemos verificar que a sociedade, em especial as mulheres, sofria ainda um regime patriarcal, que as impedia de serem livres, e de viverem a própria vida. Nas décadas de 60 e 70, houve um forte rompimento das questões patriarcais que existiam de maneira exorbitante na época, impulsionado pelas lutas feminista, porém essa luta não foi fácil. Temos como um exemplo de como a mulher estava “atrasada” em relação ao homem, quando em 1865 iniciou-se a luta para que ela tivesse direito ao voto. Esse direito foi adquirido apenas em 1925, no Brasil essa questão foi posta em prática apenas em 1933. Posto isso, justificamos este trabalho pela relevância da obra “A Hora da Estrela” para a literatura brasileira, bem como a importância dos temas levantados em nível social e acadêmico.
Nas palavras do autor: O pós-colonialismo engloba uma ampla variedade de abordagens, e os teóricos podem nem sempre concordar com um conjunto comum de definições. Em um nível simples, por meio de estudo antropológico pode-se buscar construir uma melhor compreensão da vida colonial, partindo do pressuposto de que os governantes coloniais são narradores não confiáveis do ponto de vista do povo colonizado. SAID, 1999, p. Pensando mais especificamente no que será abordado nessa pesquisa, em Cartaxo (2014) é mostrado que o pós-colonialismo examina as relações de poder social e político que sustentam o colonialismo e o neocolonialismo, incluindo as narrativas sociais, políticas e culturais em torno do colonizador e do colonizado. A crítica feminista faz parte dessa crítica aos valores coloniais e patriarcais e o texto traz mais especificamente a realidade da mulher e subalterna de Macabéa, que é a personagem escolhida para este trabalho.
Com base nas definições da autora, fica claro que as mulheres foram impedidas de realizar quaisquer movimentos autônomos na sociedade sem ter um representante do sexo masculino, seja ele pai, irmão, marido, representante legal ou mesmo filho. Butler (2016) complementa que as mulheres casadas não podiam exercer controle sobre seus próprios filhos sem a permissão de seus maridos. Além disso, as mulheres tinham pouco ou nenhum acesso à educação e eram impedidas de exercer a maioria das profissões. Em algumas partes do mundo, essas restrições às mulheres continuam até hoje. Já Santos (2016) discute o fato de que os movimentos feministas têm feito campanha e continuam a fazer campanha pelos direitos fundamentais das mulheres, incluindo o direito de: votar, ocupar cargos públicos, trabalhar, ganhar salário igual, possuir propriedade, receber educação, celebrar contratos, ter direitos iguais no casamento e licença maternidade.
A crítica literária feminista tem procurado examinar textos antigos dentro do cânone literário através de uma nova lente. Bellin (2011) destaca que os objetivos específicos da crítica feminista incluem o desenvolvimento e a descoberta da tradição feminina de escrita e a redescoberta de textos antigos, ao mesmo tempo em que interpretam o simbolismo da escrita feminina para que não seja perdida ou ignorada pelo ponto de vista masculino e resistindo ao sexismo inerente à maioria da literatura convencional. Esses objetivos têm intenção de analisar as escritoras e seus escritos de uma perspectiva feminina, e aumentar a consciência sobre a política sexual da linguagem e do estilo. A história da crítica literária feminista inclui obras clássicas, Bellin (2011) cita a jornalista Martha Weinman Lear como das precursoras dessa vertente.
Conforme a autora, antes da década de 1970, na primeira e segunda onda do feminismo, a crítica literária feminista preocupava-se com a autoria das mulheres e a representação da condição das mulheres na literatura; em particular a representação de personagens fictícios femininos. MARCONI; LAKATOS, 2015, 2017). Os dados foram coletados por meio de bibliografia impressa, periódicos eletrônicos nas bases “Google Acadêmico” e Scielo, sendo selecionados estudos científicos publicados entre os anos de 2000 a 2020 e livros impressos desde a década 1990. Os descritores considerados para busca foram: A hora da estrela, Macabéa, feminismo, análise de personagem. Foram considerados critérios de inclusão os estudos científicos que abordaram os temas que correspondem aos objetivos. Os estudos que não abordaram as temáticas selecionadas para a investigação proposta ou que estiveram fora do período de investigação foram excluídos.
Jul. Ago. Set. Out. Nov. REFERÊNCIAS BOSI, Alfredo. História Concisa Da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 2009 BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016. Org. Zahidé L. Muzart. Curitiba, Imprensa Oficial do Paraná, 2002. GIL, A. p. Ago 2017 LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. ed. São Paulo: Atlas, 2015. MORITZ, M. L. A tímida presença da mulher na política brasileira: eleições municipais de Porto Alegre de 2008. Revista Brasileira de Ciência Política: n. Dossiê "Gênero e política" SAID, Edward. Rio de Janeiro: ABRALIC, 1997. v. p.
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