Keynesianismo e o Estado de Bem-Estar Social no Pós-Guerra
Tipo de documento:Revisão Textual
Área de estudo:Economia
A compreensão destas transformações, entretanto, está condicionada ao entendimento dos eventos políticos, econômicos e sociais anteriores ao primeiro confronto. O século XIX encerraria o que Eric Hobsbawn denominou “Era das Revoluções” [HOBSBAWN, 1981]. Iniciada em 1789, na ocasião da Revolução Francesa, a Era das Revoluções se encerra em 1848, quando movimentos revolucionários se espalharam pelo continente europeu contrários aos regimes autocráticos e movidos por sentimentos nacionalistas. É também neste momento que os ideais comunistas, encabeçados por Karl Marx e Friedrich Engels entram em franco confronto com o capitalismo que se reconstruía (e se fortalecia) a partir dos teóricos neoclássicos, tais como Carl Menger, William Stanley Jevons e Léon Walras. A teoria neoclássica traria novos elementos ao capitalismo, em especial no que tange o papel do Estado, o resgate do individualismo descrito por Adam Smith e do equilíbrio do mercado (autorregulação).
“ Em suma, assim com a Grande Depressão de 1873-96 fora primordialmente uma doença dos homens de negócio deprimidos com a competição “excessiva” e os lucros “irracionalmente” baixos, também a “bela época” de 1896-1914 foi, antes de tudo, uma recuperação dessa doença, seguindo-se à redução da concorrência entre as empresas e à consequente alta da lucratividade. Mas, no que concerne à expansão do comércio, à produção e à renda da classe trabalhadora, dificilmente poderíamos falar em melhora. Como todos os momentos maravilhosos que haviam caracterizado as fases finais dos ciclos de acumulação, esse momento só foi maravilhoso para uma minoria[. Em poucos anos, o “matraquear das armas” – que era música para os ouvidos da burguesia europeia, desde que aumentasse a lucratividade, intensificando a competição interestatal pelo capital circulante – transformou-se numa catástrofe da qual o capitalismo do século XIX jamais se recuperaria.
” [ARRIGHI, 1996]. Antes daquela época os comunistas apenas podiam prometer que sua teoria, se posta em prática, criaria um mundo novo e melhor; depois, poderiam apontar para um sexto da superfície da terra e dizer: “Eis aí. Vejam. Funciona. ” [HUBERMAN, 1980]. O fim da guerra traz novos elementos para a política econômica internacional. ” [POLANYI, 1980] Entretanto não eram somente as nações perdedoras que enfrentavam crises internas na Europa. A Inglaterra que saíra vitoriosa no conflito ao lado dos Aliados amargava o declínio de sua hegemonia no processo de acumulação financeira, os custos da guerra e do imperialismo apenas aprofundaram a crise econômica, e o liberalismo neoclássico e a austeridade pareciam não ter as respostas para os problemas que se apresentavam. Com efeito, os mercados, concebidos como meios para o equilíbrio, pareciam agravar a crise social.
“A auto-regulação imperfeita foi um resultado do protecionismo, Num certo sentido, os mercados são sempre auto-reguláveis, já que eles tendem a produzir um preço que desanuvia o mercado; mas isto de aplica a todos os mercados, sejam livres ou não. Como já tivemos a oportunidade de mostrar, porém, um sistema de mercado autoregulável implica algo muito diferente, isto é, mercados para os elementos da produção - trabalho, terra e dinheiro. Em vez do laissez-faire — organização e controle organizado. A vida econômica, deixada à sua própria sorte, terminara em desastre. Não mais devia estar entregue a si. Devia ser tomada pela mão e orientada. ” [HUBERMAN, 1980] É também em 1933 que é aprovado o New Deal norte-americano, sob a orientação do recém-empossado presidente Franklin D.
J. M. Keynes, um dos principais expoentes da escola de “regulamentação do dinheiro”, escreve: “O desemprego, a vida precária do trabalhador, o fracasso das previsões, a súbita perda de economias, os lucros exagerados de alguns, do especulador, do aproveitador — tudo tem origem, em grande parte, na instabilidade do padrão de valor,”” [HUBERMAN, 1980] Referências: 1. ARRIGHI, Giovanni. O longo século XX: Dinheiro, Poder e as Origens do Nosso Tempo. HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006. KEYNES, John Maynard. The Economic Consequences of the Peace.
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