Farmácia Hospitalar brasileira

Estes serviços devem assegurar que o medicamento prescrito seja dispensado ao paciente na dose e posologia corretas, devido à implantação de um sistema de informações sobre os medicamentos utilizados em hospitais. No Brasil, as primeiras farmácias hospitalares surgiram na década de 1950 em hospitais escolares e nas Santas Casas de Misericórdia, locais onde os farmacêuticos manipulavam os medicamentos que seriam dispensados aos pacientes, além de produzirem as sulfas em escala industrial nos hospitais o que elucidava a necessidade de profissionalização e modernização desta área da farmácia no país. Nesta etapa, destaca-se o trabalho dos farmacêuticos Sylvio Cimino e Cláudio Daffree. Em 1982 aconteceu o primeiro seminário sobre Farmácia Hospitalar, marcando o início do desenvolvimento da Farmácia Hospitalar no Brasil.

Diversas leis e resoluções foram elaboradas para regulamentar as atividades desenvolvidas e a área da Farmácia Hospitalar, além da criação da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar. O que torna indispensável à implantação de um sistema de informações sobre medicamentos que permita a otimização da prescrição (MAIA; NETO, 2005). As atividades desenvolvidas pela farmácia hospitalar podem ser observadas sob o ponto de vista da organização sistêmica da Assistência Farmacêutica. Segundo a Reso­lução nº 338/04, do Conselho Nacional de Saúde, Assistência Farmacêutica é: [. um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao acesso e ao seu uso racional.

Este conjunto envolve a pesquisa, o de­senvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos pro­dutos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população (Conselho Nacional de Saúde, 2004). A abordagem teórica adotada para este estudo foi a abordagem qualitativa, que tem como característica o aprofundamento da compreensão de determinado fenômeno pré-estabelecido pelo pesquisador. Para a elaboração deste trabalho foram consultados artigos publicados em bibliotecas eletrônicas de periódicos científicos, tais como SciELO e Pubmed, livros, sites governamentais e sites especializados nos idiomas português e inglês, com as palavras chave: farmácia hospitalar, setores da farmácia, histórico da farmácia no Brasil.

A FARMÁCIA HOSPITALAR E A ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO O Decreto nº 20. de 08 de setembro de 1931, proposto pelo governo federal regulamentou a profissão farmacêutica no Brasil e a Resolução n°492 de 26 de novembro de 2008 do Conselho Federal de Farmácia regulamenta o exercício profissional farmacêutico nos serviços de atendimento pré-hospitalar, na farmácia hospitalar e em outros serviços de natureza pública ou privada. A farmácia hospitalar constitui um local integrado as demais unidades de assistência hospitalar ao paciente, sendo de extrema importância no que tange ao uso seguro e racional de medicamentos, serviços e outros produtos de saúde. No Brasil, o primeiro hospital criado foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos, inaugurada em 1543, e as primeiras farmácias hospitalares surgiram nos hospitais‑escola e nas Santas Casas de Misericórdia somente na década de 1950, onde o farmacêutico manipulava os medicamentos dispensados aos pacientes internados, obtidos de um ervanário do próprio hospital.

A partir de 1975, algumas faculdades brasileiras introduziram a disciplina de Farmácia Hospitalar em seus currículos (CAVALLINI; BISSON, 2002, SANTOS, 2010). O desenvolvimento da Farmácia Hospitalar Brasileira, teve seu marco inicial com a produção das sulfas em escala industrial pelos hospitais; e caracterizou-se pelos lucros advindos desta produção e pela necessidade de profissionalização. A partir de 1950, os serviços de farmácia das Santas Casas de Misericórdia e do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo passaram por uma importante fase de modernização e desenvolvimento para atender os novos desafios, destacando-se, o excelente trabalho produzido pelos farmacêuticos Sylvio Cimino, e Cláudio Daffree (OSÓRIO DE CASTRO; CASTILHO, 2004). O professor José Sylvio Cimino, diretor do Serviço de Farmácia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, definiu Farmácia Hospitalar como “unidade tecnicamente aparelhada para prover as clínicas e demais serviços dos medicamentos e produtos afins de que necessitam para normal funcionamento”, foi o autor da primeira publicação a respeito da Farmácia Hospitalar no país.

E assim, assegurar o desenvolvimento de práticas clínico-assistenciais que permitam monitorar a utilização de medicamentos e outras tecnologias em saúde. Também é de responsabilidade da farmácia hospitalar otimizar a relação entre custo, benefício e risco das tecnologias; principalmente desenvolver ações de assistência farmacêutica, articuladas e sincronizadas com as diretrizes institucionais. A FARMÁCIA CLÍNICA NO BRASIL A farmácia clínica foi implantada pela primeira vez no Brasil em meados da década de 80 e veio com o objetivo de dar oportunidade ao farmacêutico de se reintegrar a equipe de saúde. No primeiro momento, a farmácia hospitalar dificultou a implantação desta forma de serviço, pois os administradores de hospitais não compreendiam vantagens desta nova prática, que extrapolava as tradicionais rotinas do ciclo da assistência farmacêutica, pois o farmacêutico ficou muitos anos atuando somente dentro de farmácias e distante de outros profissionais.

O farmacêutico hospitalar deixou de ter apenas o papel administrativo de organizar medicamentos e recursos financeiros. Algumas leis e resoluções posteriores regulamentarem este ramo de atividade da farmácia nos hospitais, o que possibilitou a evolução e o reconhecimento da importância do farmacêutico hospitalar dentro da equipe multidisciplinar hospitalar para o êxito da terapia dos pacientes. Portanto, foi possível observar a evolução do papel do farmacêutico hospitalar no Brasil, que com o decorrer do tempo, passou a focar mais nas atividades logísticas como a manipulação de medicamentos e atendimento correto das prescrições para o cuidado farmacêutico direto ao paciente, a fim de proporcional uma racionalização no uso dos medicamentos de forma geral. REFERÊNCIAS ANTUNES, M. O. A evolução farmacêutica hospitalar: o papel atual do farmacêu­tico no universo hospitalar.

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pdf >. br/farmaceutico/cartilha/Farmacia%20Hospitalar. pdf> acesso: 08 out de 2019. DANTAS, SCC. Farmácia e Controle das Infecções Hospitalares. Revista Pharmacia Brasileira. p. GOMES, M. J. V de M; REIS, A. M. Saúde Pública, v. n. p. NOVAIS, MLO; SIMONETTI, VMM; AFONSO, MW. Gestão de suprimentos da farmácia hospitalar com a implantação de métodos gerenciais de insumos utilizados na manufatura. p. Resolução CFF no 492/08 – Regulamenta o exercício profissional nos serviços de atendimento pré-hospitalar, na farmácia hospitalar e em outros serviços de saúde, de natureza pública ou privada, 2008. Resolução CNS no 338/2004 – Política Nacional de Assistência Farmacêutica, 2004. SANTOS, G. A.