FAMÍLIA DIANTE DA CRIANÇA PORTADORA DE TRANSTORNOS MENTAIS NO CAPS I
Tipo de documento:TCC
Área de estudo:Estatística
Breve Histórico sobre a Reforma Psiquiátrica no Brasil. A Importância da Família 7 2. O Serviço Social frente ao atendimento a Família 10 3. APRESENTAÇÃO E ANALISE DOS DADOS: 11 3. Perfil Sócio Econômico dos Entrevistados 13 4. FAMILY IN FRONT OF THE CHILD CARRIER OF MENTAL DISORDERS IN CAPS I CASCAVEL-PR ABSTRACT: In recent years mental health has been marked by so-called Psychiatric Reform, then it moved to discuss psychiatry as a specific discipline. There was thus, a redirection of care model with the creation of the Centers for Psychosocial Care(CAPS i) specific, which differentiates itself from others by being a service for the psychosocial care of individuals in psychological distress, this center are developed preventive and therapeutic activities for physical rehabilitation, emotional and social reintegration. This article was based on the attendance of (CAPS i), which specializes in treating children and adolescents with mental disorders, there was a clipping study to analyze, the vision of the family in front of children with mental disorders in(CAPS i).
What is the challenge and the prospect that the family meets with their children diagnosed with mental disorder. To develop this research used the methodology of exploratory, descriptive and qualitative approach. A metodologia utilizada se refere ao estudo exploratório, descritivo e com abordagem qualitativa. Como estagiária do Curso de Serviço Social e ciente da especificidade do mesmo, que se constitui na atuação sobre as necessidades humanas de uma classe social pauperizada que tem seus direitos garantidos através de leis instituídas aos portadores de transtornos mentais. Este artigo encontra-se dividido em quatro capítulos, sendo que no primeiro capitulo apresenta-se a introdução e a metodologia já no segundo capitulo, trata do referencial teórico, também o processo de reforma psiquiátrica, e como foram instituídos os centros de atendimentos (CAPS).
No terceiro capitulo apresentamos a analise dos dados de pesquisa, bem como os procedimentos adotados com relação ao caráter da pesquisa, caracterização do ambiente da pesquisa, universo e amostra, instrumentos e os procedimentos operacionais, a análise e a interpretação dos dados obtidos nas entrevistas junto às mães de paciente do CAPS i focando assuntos os quais se referem à pesquisa propriamente dita. Finalizando o artigo, apresentam-se as considerações finais apontando alguns aspectos no sentido de despertar para novas discussões e contribuir no sentido de participar mais ativamente para a concretização e formulação de políticas voltadas às crianças e adolescentes com transtornos mentais. Além disso, redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Através dessa transformação no modelo de assistencial, cujo objetivo é a busca ao atendimento de forma diferenciada aos indivíduos em sofrimento psíquicos, os mesmos passariam a ser atendidos dentro de suas reais necessidades, com humanidade, respeito e dignidade sem qualquer tipo de discriminação (BRASIL, 2004).
Os movimentos para a Reforma Psiquiátrica iniciaram-se através do reconhecimento do modelo de tratamento até então executado. Isso porque, os indivíduos em sofrimento psíquico eram abandonados pelos familiares e isolados manicômios. Eram tratados com descaso, trancados em paredes, portões chaveados, submetidos à violência gratuita e desumana. Com a implantação e organização dos serviços de atenção à saúde ao indivíduo em sofrimento psíquico e seus familiares, as Unidades Básicas de Saúde (UBS), e Unidades de Saúde da Família (USF), tornam-se, a partir de novembro de 2003, porta de entrada para os serviços especializados em Psiquiatria e Saúde Mental, substituindo o hospital psiquiátrico que anteriormente era a porta de entrada para os portadores de transtornos psiquiátricos (SCANDOLARA, 2007).
Para isso, foram criados centros de atendimentos estatais como os Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS) e o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS. Essas instituições governamentais foram responsáveis pelo desenvolvimento das políticas públicas formuladas pelo Estado na área da saúde mental. Através do NAPS e do CAPS a assistência e a promoção de ações de saúde aos indivíduos em sofrimento psíquico visaram alcançar a recuperação dos indivíduos através da inserção destes na família, no trabalho e na comunidade (BRASIL, 2004). Com a lei 10. Dessa forma, o plano terapêutico poderá ser modificado quando necessário (BRASIL, 2004). Para Soares (2006) o trabalho do Assistente Social nas equipes profissionais de saúde mental não é recente as primeiras intervenções do chamado Serviço Social Psiquiátrico surgiram nos EUA, aproximadamente por volta de 1905, mesmo antes do reconhecimento da profissão na sociedade.
O trabalho dos assistentes sociais “psiquiátricos” se baseava no modelo denominado “after-care”, destinado a preparar os pacientes psiquiátricos para alta e acompanhar na pós-alta. “After-care”2 é um termo do campo médico que se refere aos cuidados com os convalescentes, inclusive no puerpério. Ou seja, atualmente, passamos por uma mudança no campo da saúde mental, em que se busca um aprofundamento dos aspectos sociais na desinstitucionalização, enfatizando a cidadania e inclusão social dos portadores de transtornos mentais. A vinda de um filho é oportuna quando os pais já vivenciaram o estágio onde um significa tudo para o outro. A tarefa dessa família não vai ser apenas no sentido de satisfazer impulsos instintivos, mas sim ser continentes aos indivíduos, inclusive na medida em que ele cresce e suas necessidades vão se modificando (MELMAN, 2002; MILES, 1982).
Com o crescimento a tendência do indivíduo é afastar-se da família de origem ganhando maior autonomia, porem é preciso que tenha ficado internalizado neste indivíduo que cresce que os objetos parentais estão conservados e podem recebê-lo quando for necessário, podendo assim transitar da dependência para independência e saber que tem a oportunidade de voltar à dependência quando preciso (MELMAN, 2002; MILES, 1982). O filho que se desenvolve saudável, como descrito acima, contribui muito para a situação familiar na medida em que o bebê já apresenta uma tendência inata à integração e esta tendência gera efeito integrativo no ambiente externo. Um filho que cresce e chega à integração neutraliza as idéias assustadoras que provém dos impulsos amorosos, que são elementos destrutivos – inconscientes-, o que gera grande preocupação e culpa que é reparada pelo crescimento da família.
Muitos familiares referem-se ao “peso da responsabilidade” que a doença mental de um membro lhes acarreta, sendo comumente por eles relatados os sentimentos de raiva, insegurança, medo, ansiedade, culpa e solidão (ORTIZ e TOSTES 1992). Algumas famílias compartilham da preferência pela presença do doente em casa quando este se encontra fora da crise, sendo esta aparente estabilidade atribuída ao uso da medicação, que, na concepção dos familiares, controlaria o seu comportamento indesejável (PEGORARO 2006). Assim percebemos que o movimento inconsciente que a família faz quando se relaciona influenciará de forma marcante na vida do sujeito. O que fica explicito através da análise dos mitos familiares que são passados pelas gerações (PEGORARO 2006). A família é um sujeito privilegiado de intervenção do Serviço Social desde os primórdios da profissão.
PEREIRA, 2000, P. O autor afirma ainda que cabe apresentar a visão do Serviço Social perante a família, pois esta não é apenas considerada como quem cuida, mas principalmente como merecedora de cuidados para que possa desenvolver sua função. São constantes as críticas acerca da família, que tem como a principal responsável, quando em sua volta, algo se desvia do que já foi previamente estabelecido pela sociedade como correto. Evidentemente, o objetivo não está em isentar à família de seus compromissos junto a seus membros, mas compreendê-la a partir da totalidade, sendo assim, ressaltando suas potencialidades, mas também as fragilidades, essas últimas, não raramente, acabam por se sobressaírem quando a família encontra-se desamparada material e/ou emocionalmente, refletindo intensamente em suas relações (PEREIRA 2000).
Parafraseando o autor, o trabalho do assistente social com as famílias dos portadores de transtornos mentais deve estar direcionado ao fortalecimento dos vínculos para com o membro que necessita de atenção e cuidados especiais, o que inúmeras vezes resulta no distanciamento e rejeição, prejudicando ambas as partes. Segundo as mães pesquisadas, observa-se que 60 % das mães pesquisadas são casadas, e outras 40 % separadas. Podemos observar que as mães apresentam inúmeros papéis que precisam assumir durante a vida deixa-as ainda mais sobrecarregadas frente a estressores imprevisíveis, como doenças, desemprego e até o divórcio. Figura 2 Características do domicilio, segundo as entrevistadas. Fonte: Dados de pesquisa 2011. Com relação à situação de domicilio a figura nº 2 demonstra esta realidade. Outros 40% representam famílias que recebem de 1 a 3 salários mínimos contando a com a renda de seus (Maridos).
Figura 6 Participação em algum programa social. Fonte: Dados de pesquisa 2011. Em relação se as famílias participam de algum programa social conforme a figura nº 6, a grande maioria responde que sim 60% participam do Programa Bolsa Família, que é um programa de transferência direta de renda com condicionalidades. Beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza, e tem como objetivo assegurar o direito humano à alimentação adequada, promovendo a segurança alimentar e nutricional. meu filho não me obedecia mais, já não sabia o que fazer [. Só os via triste, desanimados, sem vontade pra nada, foi por um longo período após minha separação, fiquei preocupada e resolvi procurar ajuda [. Os impulsos destrutivos existentes na fantasia do casal não serão neutralizados, pelo contrário, o problema no filho vai afirmar os pais que não são capazes de produzir bons frutos; A partir daí não podemos esperar que essa família reaja de uma maneira “normal” já que terá que assumir responsabilidades não “naturais”, assim terá famílias que serão incapazes de suportar uma criança doente.
Em muitos casos, os aspectos práticos ou físicos da sobrecarga são acompanhados por outra questão pesquisada, abordou a questão da família perante o diagnóstico: [. Meu marido não quis aceitar [. É um ótimo filho, é um pouco indisciplinado, mas agente não vive sem ele e ele nos adora, tem muito medo de viver como antes. São os filhos que você pediu a Deus. Agente se da muito bem [. Neste caso sentiu-se a necessidade da criação de um grupo de familiar, para atender as necessidades de acolhimento dos familiares. Além disso, alguns pais trazem questões sobre o relacionamento em casa, solicitando aos técnicos orientações aos seus filhos. Esta bem mais sociável com todos, já esta visivelmente, mas animada [. Está foi uma questão importante, a expectativa dos pais quanto à recuperação dos pacientes.
Segundo uma mãe pesquisada, alguns pacientes apresentaram uma melhora no início do tratamento, mas, com o passar do tempo, pareciam estar da mesma forma ou até mesmo regredirem ao tratamento. Outra mãe quando questionada argumentou que antes os filhos não saíam de casa, apresentavam crises, não ajudavam nas tarefas domésticas, entre outras coisas. As entrevistas também revelaram que os familiares perceberam a melhora dos pacientes conforme relato a seguir. o atendimento é muito bom, aqui todo mundo trata a gente bem [. todas as pessoas aqui atendem bem a gente, eu não tenho nada pra reclama sempre sou bem atendido [. eles atendem bem a gente, eu gosto [. sim atendem muito bem, todo mundo que trabalha aqui [. Gosto muito daqui todos são muito legais e sempre atenciosos com agente [.
gosta de todas as atividades das oficinas [. não pode participa de todas as oficinas devido a problema de saúde, mas é bem participativo nas que pode. Durante a entrevista todas as mães demostraram-se bem interessadas e satisfeitas com as atividades que seus filhos desempenham nas oficinas, e assim como em outros centros, seus trabalhos artísticos também ficam expostos ao longo das paredes, como mostra CHIZZOTTI (1991): [. Ao longo das paredes do CAPS I estão expostos vários trabalhos artísticos feitos pelos usuários nas oficinas. É muito evidente a relação positiva que eles têm com as atividades artísticas e esportivas bem como a forte vinculação com os profissionais responsáveis por estas atividades, pois são profissionais que estão em contato direto e cotidiano com os usuários e participam juntos das atividades [.
Assim, o profissional do Serviço Social pode articular propostas de ações efetivas, a partir do resgate da visão de integralidade humana e do real significado histórico-social do conhecimento. O trabalho do Assistente social na saúde deve ter como eixo central a busca criativa e incessante da incorporação dos conhecimentos e das novas requisições à profissão, articulados aos princípios dos projetos da reforma sanitária e ético-político do Serviço Social. É sempre na referência a estes dois projetos que se poderá ter a compreensão se o profissional está de fato dando respostas qualificadas as necessidades apresentadas pelos usuários. Assim questionou-se sobre a importância da prestação do serviço no atendimento? [. Única dificuldade é a distancia, tenho que atravessar a cidade inteira para vir com meu filho.
Percebe-se que algumas mães têm segurança na educação fornecida para seus filhos, mas hoje vivencia uma fase de transição no modelo educacional. Do mesmo modo percebe-se mães que estão e se sentem fragilizadas em certos momentos. Em algumas famílias foi percebida também a dificuldade na relação entre pais e filhos, e neste momento é importante o trabalho da psicóloga da família que realiza o acompanhamento destes familiares para superar os conflitos. Pois acredita-se que a família se torna suporte essencial para um relacionamento harmonioso e a estabilidade no quadro clinico do paciente. Mas há de se reconhecer que a saúde mental, nos novos moldes de equipamento de saúde em que apresenta atualmente, traz consigo o resultado de inúmeras lutas de profissionais e usuários que buscam pela efetivação de direitos e atendimento digno, e de qualidade, entretanto não se aderiu a esta concepção de forma majoritária, pois ainda hoje estão presentes, e com certa força, os grandes hospitais psiquiátricos que prezam pelo isolamento e segregação do paciente como forma de tratamento.
BRASIL, Saúde Mental no SUS: Os Centros de Atenção Psicossocial/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Brasília. BRASIL, Assistência prestada pela enfermagem aos pacientes com doença mental, 2011. Disponível em http://www. webartigos. com/articles/16066/1/. IAMAMOTO, M. CARVALHO, R. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. Cortez, São Paulo, 1983. FLEURY, S. MELMAN J. Família e doença mental: repensando a relação entre profissionais de saúde e familiares. Escrituras, São Paulo, 2002. MILES, A. O doente mental na sociedade contemporânea. Hucitec, São Paulo, 1996. ORTIZ, M. A. TOSTES, V. M. n. Maringá set. dez. 2006 PEREIRA, O. S. R. Serviço Social e Família: a legitimação de uma ideologia.
ed. São Paulo: Cortez, 1987. SCANDOLARA Silvia Ana; Ângela Rockenbach; Emerson Aparecido Sgarbossa e Lilian Rafaela Linke. KANTORSKI L. P. O planejamento em saúde mental no contexto da reforma psiquiátrica: um estudo dos municípios da região oeste do Paraná. Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2005.
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