ETNOMATEMÁTICA E JOGOS PEDAGÓGICOS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Matemática

Documento 1

Assim, este trabalho exemplifica uma possibilidade do uso concomitante de jogos matemáticos e a etnomatemática, utilizando o jogo chamado Mancala, por se tratar de uma possibilidade de desenvolvimento do raciocínio lógico, trabalha as definições matemáticas, planejamento e solução de problemas. Este jogo permite trabalhar com os pressupostos de contagem e distribuição, tópicos tão relevantes para a caminhada na descoberta do conhecimento matemático. Palavras- chave: Etnomatemática, Aprendizagem, Jogos pedagógicos. Mancala. Contagem e distribuição. Como objetivos secundários, tem-se: compreender o que é a Etnomatemática e as características desta tendência matemática; reconhecer os benefícios proporcionados pelos jogos matemáticos para a aprendizagem; perceber como a combinação jogos pedagógicos e Etnomatemática funciona como potencializador de aquisição de conhecimentos.

A abordagem metodológica utilizada baseou-se em referências bibliográficas em literaturas presentes nas bibliografias deste artigo, como monografias, dissertações e outras formas que conferem robustez ao desenvolvimento da temática adotada. A pesquisa se fundamentou nos trabalhos publicados nos últimos sete anos, compreendendo o período de 2014 a 2019, compreendendo os trabalhos de final de curso de diversas universidades, sob a forma de monografias, simpósios, revistas e artigos, dos quais podem se destacar os bancos de dados do Encontro Paranaense de Educação Matemática, Revista Caminhos da Educação Matemática, XV Encontro de Iniciativa Científica e X Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade. As buscas foram realizadas em páginas na internet, buscando trabalhos de universidades renomadas e trabalhos com credibilidade acadêmica e dentro da temática adotada.

A ASPECTOS DA ETNOMATEMÁTICA E DOS JOGOS MATEMÁTICOS NA EDUCAÇÃO O universo escolar possui diversas e complicações relações e experimenta, com o passar das décadas, por muitas mudanças. Matema está relacionado ao conhecimento, explicação, entendimento. Tica vem de techne, que significa técnica, arte. Juntando as três partes, etnomatemática é a técnica ou arte de conhecer, explicar as várias conjunturas culturais (MORAIS et al. A Etnomatemática é introduzida, na instituição escolar, como um dos métodos de ensino da Matemática. Segundo o pai da Etnomatemática, Ubiratan D’Ambrósio, ela é a Matemática realizada pelos grupos culturais, sejam elas, comunidades rurais, urbanas, trabalhadores, classes profissionais, crianças e outros agrupamentos que possuam características similares quanto aos objetivos e tradições (MASNIK; PADILHA, 2019).

A ideia é que sejam acolhidos o conhecimento de todos os integrantes que, em certas ocasiões, podem mostrar maneiras distintas de agir e de pensar a respeito de alguma problemática, onde o estudante pode escolher qual argumento lhe cabe melhor (MASNIK; PADILHA, 2019). Assim, a educação consegue cumprir seus objetivos quando o estudante realmente consegue compreender os saberes matemáticos; assim, é importante que o educador forneça condições para que o discente se sinta motivado e consiga correlacionar sua vivência cultural e social com o conteúdo apresentado (MORAIS et al. Da mesma forma, com a pretensão da melhoria da aprendizagem matemática, tem-se o jogo, um relevante instrumento pedagógico para obtenção de capacidades e saberes cognitivos, por utilizar espaços visando o estímulo para aprendizagem.

O jogo, dentro da perspectiva educativa, tem o potencial de instruir sobre vários assuntos, permitindo que o aluno tenha uma aprendizagem completa, para melhorar sua gama de conhecimentos e seu entendimento do mundo. Além de toda sua funcionalidade pedagógica, o jogo faculta o prazer, o divertimento, a alegria (SILVA et al. Os jogos fazem parte da sociedade, estando presente nas comunidades. É possível verificar a presença deles, como por exemplo, o Mancala, que traz consigo, um retrato da tradição de povos remanescentes de quilombos, pois, é uma tradição que é usada desde o período da Colônia. Ao utilizarem o jogo, as pessoas da comunidade evidenciam suas tradições, mais do que isso, revelam traços típicos, uma amostra de saberes colocados em prática (MASNIK; PADILHA, 2019).

Desse modo, ainda mais como uma fração de sua tradição, os jogos matemáticos são ainda mais relevantes quando, inserem em si, traços que compõem a cultura de um povo que, por muitos anos, conservaram seus traços culturais muito ativos (MASNIK; PADILHA, 2019). Desse modo, o conjunto de conhecimentos da Matemática obtido no ambiente cultural de cada estudante poderia auxiliar na inserção do aprendizado formal, acadêmico, porém, em virtude de grande valorização do ensino formal pelas metodologias de ensino presentes, esse aprendizado não é considerado na instituição escolar, instituindo uma situação de desconforto e estimulando a distância entre a etnomatemática e o aluno, o que leva a uma grande discrepância de conhecimentos da disciplina (MORAIS et al.

O conhecimento etnomatemático se origina na década de 1970, com a aspiração da educação matemática de trabalhar a disciplina com as várias culturas existentes, particularizando os aspectos da sociedade em questão. A ideia é o ensino de um conhecimento matemático verdadeiro, real, que busca sua validade naquela cultura e que pode não estar em livros ou escritos, mas sim, que é percebido no viver diário de cada comunidade (GOMES; DALTO; ARAMAN, 2014). Segundo o trabalho de Masnik e Padilha (2019), a Etnomatemática se encontra inserida dentro da História da Matemática e da Educação Matemática. Isso pode ser explicado, pois, a história pode ser transmitida para as comunidades e indivíduos, a partir da Etnomatemática. O que mais fomenta a pesquisa, por parte da Etnomatemática, é a compreensão do fazer matemático no decorrer da história dos povos, fazendo a contextualização com várias comunidades, países e grupos.

Ele é considerado como o criador de todo um processo sistematizado de reflexão acerca e de pesquisa da implementação dos conceitos da Matemática em várias conjunturas históricas, educativas e culturais, explicando e ponderando sobre a construção/reconstrução dos saberes matemáticos ao longo do tempo e dos diferentes grupos sociais (MASNIK; PADILHA, 2019). A UTILIZAÇÃO DE JOGOS MATEMÁTICOS Grande parte dos estudantes veem a Matemática como algo muito complicado, aterrorizante, extremamente desafiador, incompreensível, o que, de certa forma, se traduz como desafiador para professores e agentes envolvidos na educação. Pesquisadores envolvidos com a educação matemática têm desenvolvido formas de tornar o ensino mais interessante e eficaz. Dentro deste conjunto, existem aqueles que colocam os materiais manipulativos como ferramenta que ajuda na aprendizagem do conhecimento matemático e contribuem para a prática dos professores.

Os jogos se enquadram neste conjunto (MORAIS et al. Considerando mais esse motivo, os jogos se relevam como estratégia imprescindível e relevante, pois, há a evolução do raciocínio lógico, faz o aluno refletir e moderar sobre suas apreensões, além do caráter competitivo e desafiador que a prática traz consigo (MORAIS et al. Desse modo, juntar os jogos e o conhecimento matemático, indubitavelmente, traz benefício para o ensino dessa ciência. O docente terá a função de mediar o ensino e aprendizagem da disciplina (BERGAMINI, 2016). Importante destacar a postura motivadora do jogo no ensino, para isso, não basta apenas usar a ferramenta, é necessário planejamento e intencionalidade pelo lado do professor. A mediação precisa formular caminhos para a aprendizagem, através da escolha assertiva e programada de atividades que sejam adequadas para o conteúdo abordado.

Em tarefas matemáticas aliadas aos jogos praticados por estudantes, pode-se avaliar as atitudes do indivíduo, fora da conjuntura de controle do educador, isto é, entende-se que conhecimento matemático o aluno gera, fora da execução de atividades do tipo escolares. É importante que a instituição escolar possa ser vista como um lugar de entretenimento, onde além de estudar, ela possa ter vontade e alegria em passar algum tempo lá (MASNIK; PADILHA, 2019). O jogo tem a relevante incumbência de passar alguma coisa para o educando. Constitui uma ferramenta relevante para estimular a aprendizagem no estudante e, por sua vez, a sociedade e as instituições governamentais precisam fomentar a inserção e o desenvolvimento do jogo no trato da aprendizagem, inclusive matemática. O jogo pode ser percebido como instrumento de ensino e de condução da cultura para todos os integrantes da escola (MASNIK; PADILHA, 2019).

Diante dos trabalhos pesquisados, observou-se que alguns docentes afirmaram não ter a formação satisfatória, seja inicial ou continuada, para trabalhar com jogos. No dia-a-dia da instituição escolar, diversos educadores parecem não conhecer formas de se trabalhar o jogo de regras e destacar a sua relevância para a evolução do conhecimento dos estudantes. No entanto, alguns estudantes demonstraram dificuldades, somente acompanhando as normas do jogo, mas sem alcançar algum objetivo (GOMES; DALTO; ARAMAN, 2014). O jogo permite aos estudantes trabalhar com as operações fundamentais, como adição e a subtração, além de evoluir o pensamento lógico e a estratégia. Considerando os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), que para o ensino fundamental, preconiza que uma das metas é que o aluno possa discutir a realidade em que está inserido, elaborando soluções para as problemáticas, trabalhando a criatividade, a intuição, a análise crítica, resolvendo algoritmos e observando seus ajustes (SILVA et al.

Os africanos, na época do tráfico de escravos para diversas nações, trouxeram consigo, o jogo para as ilhas do Caribe, Suriname e Brasil. Importante frisar que os jogos dessa natureza já possuem milhares de anos (BERGAMINI, 2016). O escopo do jogo é dispor a maior quantidade de sementes no Mankala e, quando for jogar, o praticante seleciona qualquer cova de seu campo, recolhe as sementes e as dispõe, uma por uma, em cada cova, partindo da direita para a esquerda. Caso a quantidade de sementes estiver satisfatória, o praticante pode dispor uma em seu mankala ao passar por ele, no entanto, não poderá fazer isso na do seu oponente. Quando chegarem na rodada final, se o praticante dispor sua última semente em seu mankala, ele poderá jogar de novo (MORAIS et al.

Na Etiópia, é encontrado o tipo com três fileiras (BERGAMINI, 2016). O mankala já foi jogado pela realeza, em bonitos tabuleiros com entalhe em madeira ou confeccionados com outro e, por crianças, que improvisam buracos na terra. Há aproximadamente quatrocentos anos, um rei do centro africano, chamado Shyaam aMbul aNgoong, apresentou o jogo para o seu reinado que residiam no Congo. Existe uma estátua deste rei no Museu Britânico, sentado próximo a um tabuleiro de Mancala (BERGAMINI, 2016). O mais interessante neste jogo é como ele funciona, pois, não se consegue ir bem nele somente com sorte, é necessário muito raciocínio lógico e estratégia, indispensáveis para bons resultados. Outra maneira de se jogar o Mankala é através de sua versão on-line. Na internet, são encontradas duas possibilidades em sites distintos, o primeiro deles, em http://www.

awale. info/joc/ca/index. html e a outra, em http://play-mancala. Em um pensar mais contemporâneo de se ensinar Matemática, as dificuldades que os estudantes apresentam no cotidiano escolar, fazem com que ele procure maneiras de fazer com que haja envolvimento e interesse pela disciplina. E, com a Etnomatemática, existe a possibilidade de revelar, aos discentes, que o conhecimento matemático se encontra presente em várias culturas, uma Matemática que não está atrelada somente ao saber teórico e acadêmico, mas sim, à prática cultural que possui validade e representatividade em cada comunidade, seja na realização de construções, uso da terra, artesanato, nas compras, nos jogos (GOMES; DALTO; ARAMAN, 2014). Com base nas tarefas desenvolvidas e realizadas, nota-se que a educação é muito mais do que a mera transmissão de informações, mas sim, um processo de construção, revelações e observações, que irão estabelecer a aprendizagem.

Dentro dessa conjuntura, a educação significa bem mais do que a formação de indivíduos, é um procedimento de troca, em que a aprendizagem real se fundamenta na relação entre educador e educando, desde que o docente saiba motivar seus estudantes, fazendo com que eles participem e se interajam melhor (MORAIS et al. Os resultados alcançados para as práticas envolvendo jogos matemáticos e Etnomatemática, normalmente, são expressivos, pois, os estudantes costumam gostar das tarefas praticadas e eles se sentem motivados a participarem de todas indicações. A Etnomatemática favorece a identificação do aluno na sociedade em que vive, mas também, o insere dentro daquele contexto cultural. A realização do jogo etnomatemático, denominado Mankala, reforça um olhar diferenciado para o conhecimento matemático, muito além de quadros, pinceis e exercícios recheados de algoritmos.

Ele reforça o saber matemático de comunidades culturais distintas, com possibilidade de unir entretenimento, ação e conhecimento, facilitando o entendimento de definições que poderiam ser mais difíceis. Conclui-se que o processo educacional deve ser percebido como uma construção coletiva de conhecimento, trabalhando todos os indivíduos compreendidos nesse procedimento, com suas responsabilidades e aspirações. É importante fornecer aos estudantes, tarefas que aumentem sua autoestima e que fomentem a busca pelo conhecimento matemático, eliminando um estigma que atinge a muitos, que é o de uma Matemática complicada e impossível. br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2016/2016_pdp_mat_unioeste_valdevirbergamini. pdf >. Acesso em: 21 out. GOMES, Lucas Ferreira; DALTO, Jader Otávio; ARAMAN, Eliane Maria de Oliveira. O jogo Mancala como estratégia de ensino: relato de uma experiência.

PADILHA, E. J. Uma pesquisa sobre a existência de jogos em Etnomatemática. f. XV Encontro de Iniciação Científica, XIV Fórum Científico, VI Seminário PIBID e I Seminário do Programa de Residência Pedagógica. com. br/index. php/artigo/visualizar/38686 >. Acesso em: 21 out. SILVA, L. php/caminhos_da_educacao_matematica/article/view/149 >. Acesso em: 21 out. SOUZA, F. P. LIMA, J.

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