DISCIPLINA: SERVIÇO SOCIAL E CONCEITO DE FAMÍLIA

In: Feminismo, diversidade sexual e Serviço Social. CISNE & SANTOS, M. S. M. M. Apesar de todos os avanços conquistados pelas lutas feministas e LGBT, o patriarcado ainda é um sistema muito presente, tendo apenas tomado novas configurações, pois sua base material não foi destruída. Por isso, é fundamental considerarmos o patriarcado quando abordamos criticamente as relações de gênero, pois infelizmente ainda está presente em nossa sociedade as relações patriarcais de gênero, em que subsistem as relações hierarquizantes de opressão e exploração entre os sexos. As autoras Cisne & Santos (2018, p. destacam que, o patriarcado possui bases materiais e socio-históricas que o sustenta. São elas: 1) as relações sociais de sexo-sexualidade; 2) a constituição da família heteropatriarcal-monogâmica associada ao controle sobre a subjetividade e o corpo; 3) a divisão sexual e racial do trabalho; 4) a violência contra a mulher e a população LGBT.

Para continuar expandindo a divisão desigual de tarefas e poder entre homens e mulheres, permitindo a expansão da propriedade privada e sua perpetuação para as próximas gerações, a família passou a constituir um modelo monogâmico e heterossexual, com base no patriarcado. Neste modelo familiar, o homem passa a ter o controle sobre o corpo e a sexualidade da mulher através da monogamia, assegurando sua prole e a reprodução da força de trabalho através de herdeiros legítimos, e consequentemente reafirmando sua heterossexualidade por meio de proibições e submissão das mulheres. Ou seja, há controle sexual sobre a mulher e total liberdade sexual masculina. Qualquer demonstração de sexualidade que não estivesse dentro deste modelo patriarcal estava proibida e era tido como negativa.

A homossexualidade passou a ser condenada, e é a partir daí que recaem todas as violências e preconceitos sobre a população LGBT. • Explique o item 1. do texto) – apresente quais são as violências apresentadas pela autora e dê um exemplo de cada uma delas. As autoras destacam que a violência contra a mulher é resultante de uma estruturação de relações patriarcais da sociedade. Apresentam sete tipos de violência contra as mulheres. São elas: 1- Violência física: qualquer ação ou omissão que ofenda a integridade física e a saúde corporal da mulher. Ex: tratamento desumanizado, procedimento não autorizado. Violência moral: condutas que configurem calúnia, difamação ou injúria. Ex: espalhar boatos mentirosos. Violência social – desvalorização sofrida pelas mulheres no âmbito público, como desigualdades do mundo do trabalho, em letras de músicas ou em propagandas e comerciais.

Ex. Patriarcado, divisão sexual e racial do trabalho e as relações sociais de sexo: para além de uma questão de gênero. In: Feminismo, diversidade sexual e Serviço Social. Biblioteca Básica de Serviço Social. v. São Pulo: Cortez, 2018.