COOPERATIVAS DE CRÉDITO E COMPETITIVIDADE: A IMPORTÂNCIA DA PROFISSIONALIZAÇÃO NA GESTÃO DO NEGÓCIO

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Finanças

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Palavras-chave: Cooperativas de Crédito. Profissionalização da Gestão. Sistema Financeiro. Eficiência e Sustentabilidade. Desenvolvimento Econômico Regional. Isso se dá porque as cooperativas de crédito são formadas por pessoas com objetivos em comum, que desenvolvendo profissões assemelhadas, conseguem via associação, formas de desenvolvimento e captação de recursos que de outra forma estariam prejudicadas. Segundo Lacerda (2013), as cooperativas de crédito surgiram como alternativa ao modelo de banco até então tradicional, para investimento e captação financeira, promovendo assim, “a democratização do acesso ao crédito e o fortalecimento econômico das comunidades nas quais estão inseridas”. Porém, para atender os objetivos propostos para as mesmas, as cooperativas precisam superar muitos desafios, dentre eles, a profissionalização de sua gestão e corpo colaborativo, a fim de maximizar os resultados estratégicos e as ações empresariais de forma a utilizar inteligentemente os recursos, obtendo excelência e ganho econômico para as comunidades nas quais estão estabelecidas.

A separação da ideia de “sócio proprietário” para a gestão profissionalizada é de fundamental importância para garantir a imparcialidade e a seriedade exigida pelo mercado fiannceiro na tomada de decisões das cooperativas de crédito. Este artigo, uma pesquisa exploratória, trata da necessidade de profissionalizar a gestão das cooperativas de crédito como forma de competir com eficiência no mercado financeiro onde estão inseridas. Segundo Meinen e Port, 2012, (apud PAIVA; SANTOS, 2017) as cooperativas de crédito têm atuação principalmente em lugares ou cidades onde os bancos têm menor atuação, sendo que 46% dos associados das cooperativas financeiras provêm de cidades com até 30 mil habitantes, segundo os autores. Mas o fato é que a atuação das cooperativas vem aumentando de maneira impressionante nos últimos anos.

Dentre os motivos para o seu crescimento no mercado estão a prática de taxas mais baixas sobre empréstimos, o menor custo nas operações financeiras se comparado ao sistema financeiro geral, e as maiores altas na remuneração do capital aplicado nas cooperativas (PAIVA; SANTOS, 2017, p. Conforme Paiva e Santos (2017, p. o percentual de crescimento de cooperados no Brasil cresceu 193,96% no período de 2006 à 2016, sendo que a população que utiliza os serviços cooperativistas de crédito aumentou de 2,77 para 8,86 milhões de pessoas. Segundo Paiva e Santos (2017), “a expansão das cooperativas de crédito contribui para o fortalecimento das pequenas empresas, responsáveis pela geração de emprego, mobilidade social, aumento da competitividade e eficiência econômica”. Os autores Bressan, Souza e Bressan (2017) também citam que o sistema cooperativista traz uma contribuição considerável para o crescimento econômico regional, pois consegue oferecer opções mais viáveis financeiramente para os que possui menos acesso aos recursos financeiros.

A PROFISSIONALIZAÇÃO DA GESTÃO COOPERATIVISTA E OS DESAFIOS NA BUSCA DA COMPETITIVIDADE PARA O SETOR Segundo França Filho, 2008 (apud ZWICK, 2011, p. as organizações cooperativas estão inseridas em “grande riqueza de valores institucionais”, fazendo com que seja adotado pelas mesmas modelos de gestão que lhes garanta o desempenho necessário para sua sobrevivência em meio a economia plural visualizada na atualidade, onde ocorre uma conjuntura moderna de articulação mista – que é a reestruturação do capitalismo atual, num caráter flexível e plural. Em meio a modernidade sugerida, França Filho e Laville, 2004, (apud ZWICK, 2011, p. Segundo os autores, nas cooperativas, os associados são os proprietários, os gestores e os beneficiários das sobras de resultado. Porém, em uma instituição com um grande número de associados, faz-se necessário separar o controle gerencial da propriedade, segundo Trindade e Bialoskorski Neto (2012).

Por vezes, o administrador não é associado, surgindo conflitos de interesse entre os proprietários (acionistas) e os administradores, “sendo necessário desenhar contratos ou desenvolver estruturas eficientes que monitorem e motive os agentes (gerentes) a atuar de forma alinhada aos interesses do principal (proprietário)” (TRINDADE; BIALOSKORSKI NETO, 2012, p. Dentro desta visão, Pellervo, 2000 (apud TRINDADE; BIALOSKORKSI NETO, 2012) diz que há necessidade de distinguir as cooperativas das organizações privadas, no que tange o exercício do controle, pois gerenciar uma cooperativa é diferente de outra empresa, já que na propriedade cooperativista, os benefícios e os valores agregados produzidos na sua atividade financeira, revertem aos proprietários associados. Em certo aspecto, os associados agindo como proprietários, tendem a não separar a propriedade do controle, colocando em risco o desempenho corporativo.

Assim, sem concentração de poder, diminuiria o conflito de interesses. No Brasil cerca de 50 milhões de brasileiros vivem ligadas ao sistema cooperativista, o que é pouco, perto de muitos países em que esse tipo de sistema está bem mais evoluído. Como exemplo, a Alemanha, onde 38% das pessoas são vinculadas a um banco cooperativo, na França 60% do mercado financeiro é dominado por três sistemas cooperativos e no Canadá, o faturamento das cooperativas chega a ser maior que o dos bancos tradicionais, segundo o SESCOOP (2016, p. Educar para o cooperativismo, segundo o SESCOOP, é formar uma geração consciente com a aplicação de valores como autonomia, sustentabilidade e envolvidos com a comunidade onde residem. Quando o cooperado está ciente do que significa a cooperação onde está inserido, tiver educação financeira para buscar informações sobre o mercado financeiro como um todo, as vantagens, desvantagens, os tipos de aplicações, os juros, ele pode fazer a diferença dentro da sua associação, como multiplicador e fiscalizador do sistema todo, agindo como dono do negócio e assim, cobrando uma gestão próspera e profissionalmente capaz.

Assim, interações sociais acontecem através de websites chamados de mídia sociais ou redes sociais que propiciam a todo momento a interação com o outro tendo em vista as mais diferentes finalidades, podendo criar laços sociais ou não, conforme Koehler, Carvalho e Franco (2015, p. As redes sociais na internet são websites que disponibilizam ao usuário a criação de um perfil individual e da inserção das suas relações com outras pessoas, que podem ser familiares, conhecidos, colegas de trabalho, amigos, etc. São mídias sociais que conectam bilhões de pessoas diariamente. Dentro deste contexto, as instituições bancárias vêm impulsionando o uso das tecnologias disponíveis para alavancar clientes e reverter em vendas seus produtos e serviços.

O relacionamento com os clientes de forma personalizada tem sido o grande alvo de muitas instituições, não sendo diferente no setor bancário. Assim, há serviços que são totalmente prestados nas plataformas digitais, inclusive bancos com todo tipo de prestação de serviço operando exclusivamente na via digital, que através de uma segmentação de mercado, atendem clientes que anteriormente não tinham acesso aos serviços bancários. Investir em práticas de marketing criando uma fusão entre o marketing e o seu CRM (Costumer Relationship Management) que envolve as áreas de “gestão de relacionamento comercial, modelagem, estatística e big data” (MACEDO, 2017), tem sido frequente nos serviços bancários, e tem o objetivo de utilizar as ações do marketing para trabalhar a fase atual, mais centrada no cliente.

A comunicação é outra prática utilizada pelos bancos, e leva em conta as atitudes e comportamentos dos clientes, numa maneira mais assertiva de comunicar a marca, com campanhas veiculadas tanto na mídia televisiva, quanto impressa e nos aplicativos usados pelo marketing das empresas. EFICIÊNCIA versus SUSTENTABILIDADE PARA OS NEGÓCIOS Apesar dos diversos significados e da falta de consenso para os termos sustentabilidade, sustentável e desenvolvimento sustentável, pode-se resumir da seguinte maneira: tudo o que se refere a sustentabilidade tem a ver com “à busca do equilíbrio entre as necessidades do ser humano e o meio ambiente, e em entender suas complexas dinâmicas de interação, para aprofundar e ampliar seu significado” (BARBOSA, DRACH e CORBELLA, 2014). Em Ayres (2008 apud SARTORI et al. Espera-se com este trabalho, servir como apoio em futuras pesquisas na área, valorizando o incentivo à profissionalização da atividade gestora nas organizações cooperativistas.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBOSA, G. S. DRACH, P. R. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, v. n. São Paulo: 2017, p. CANÇADO, Airton Cardoso. Autogestão em cooperativas populares: os desafios da prática. Volume I. ª ed. revista e ampliada. São Paulo: Paz e Terra, 1999. ECONOMIDES, Nicholas, 2001. febraban. org. br/pagina/3141/26/pt-br/apresentacoes-setor-bancario>. Acesso em: 08 fev. GIL, A. Disponível em: < http://www. scielo. br/pdf/ecos/v25n2/0104-0618-ecos-25-02-00489. pdf>. Acesso em: 08 fev. Interação Social em Rede e nas Redes Sociais na Internet: Reflexões para uma Educação em Rede. Nuevas Ideas en Informática Educativa – TISE: 2015. Disponível em: <http://www. tise. cl/volumen11/TISE2015/713-718. LAKATOS, E. M. MARCONI, M. de A. Fundamentos de Metodologia Científica. Um estudo do cooperativismo de crédito no Brasil.

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