CONTEÚDO DE ASTRONOMIA EM LIVROS DIDÁTICOS DE FÍSICA
Tipo de documento:Revisão bibliografica
Área de estudo:Zootecnia
O presente estudo tem por objetivo geral: Identificar o conteúdo de Astronomia presente em livros didáticos de Física. Foi realizada a seleção dos livros didáticos de Física do site do FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Posteriormente, foi realizada a análise de conteúdo de Astronomia presente nesses livros didáticos, a qual será baseada na verificação de abordagens didáticas e propostas pedagógicas do conteúdo, observando se os conceitos trabalhados correspondem com a teoria e quais intervenções são propostas pelos livros didáticos. Diante disto, pretendeu-se apresentar reflexões sobre o ensino e aprendizagem de Física no Ensino Médio brasileiro. Palavras-chave: Livros Didáticos. Dessa forma, tem-se os seguintes temas gerais: 01. Movimentos de Objetos e Sistemas, 02.
Energias e Suas Transformações, 03. Processos de Comunicação e Informação, 04. Eletromagnetismo (Materiais e Equipamentos), 05. Diante disso, cabe ressaltar que nos últimos anos, o ensino de Astronomia no Ensino Médio vem sendo amplamente discutido na literatura, pois embora esta área do conhecimento esteja proposta na BNCC, a Astronomia é compreendida como um conteúdo secundário, não sendo abordada com profundidade no ensino de Física do Ensino Médio brasileiro (BRETONES, 1999; MALUF, 2000). Nessa perspectiva, o presente estudo teve por questão norteadora a seguinte pergunta: “Como os livros didáticos de Física do primeiro ano do Ensino Médio estadual do município de São Mateus (ES) abordam o conteúdo de Astronomia?”. Diante desse questionamento, foi objetivo desta pesquisa identificar o conteúdo de Astronomia presente em livros didáticos de Física no período de 2012 a 2020.
Nessa perspectiva, os resultados e discussões propostas a partir da pesquisa realizada configuram-se conforme a seguinte apresentação: em um primeiro momento ocorre o esclarecimento sobre a seleção do material para a coleta de dados, assim como as etapas de pré-análise e análise de conteúdo de livros didáticos. Objetivos 2. Todavia, Oliveira et al. apontam que a Física ministrada em escolas e a Física no dia a dia dos indivíduos não se aplicam uma à outra, o que desencadeia, em muitas situações, o desinteresse pelo conteúdo dos alunos. Desse modo, segundo os autores: A lacuna provocada por um currículo de física desatualizado resulta numa prática pedagógica desvinculada e descontextualizada da realidade do aluno. Isso não permite que ele compreenda qual a necessidade de se estudar essa disciplina que, na maioria dos casos, se resume em aulas baseadas em fórmulas e equações matemáticas, excluindo o papel histórico, cultural e social que a física desempenha no mundo em que vive (OLIVEIRA et al, 2007).
De acordo com Carvalho (2011) o ensino de Física enfrenta dificuldades no Ensino Médio por diversos fatores. O Ministério da Educação (MEC) entre a década de 1970 e 1980 realizou a distribuição de livros didáticos por meio de programas institucionais, tais como o Programa do Livro Didático para o Ensino Fundamental (PLIDEF) por meio do Instituto Nacional do Livro (INL), pela Fundação Nacional do Material Escolar, denominada FUNAME e também através da Fundação de Assistência ao Estudante, conhecida como FAE. Nessa perspectiva, esses órgãos foram, naquela época, implementados respectivamente na ordem apresentada (CAVALCANTE, 2013). No ano de 1985 fora instituído o Programa Nacional do Livro Didático - PNLD por meio do Decreto de n. o qual instituiu o Programa do Livro Didático para o Ensino Fundamental – PLIDEF.
Diante disso, o PNLD possibilitou a apresentação de novas iniciativas para a política de distribuição de livros didáticos, de modo que a indicação do livro didático pôde passar a ser realizado pelo professor da disciplina, assim como a reutilização de livros didáticos, o que decorreu no aumento da qualidade do livro didático utilizado em escolas públicas (CAVALCANTE, 2013). Diante disto, a avaliação de livros didáticos é realizada considerando-se critérios comuns a todas as áreas do conhecimento, a partir de critérios eliminatórios específicos à área do conhecimento a qual pertence o material didático correspondente ao componente curricular. Por sua vez, os critérios de avaliação são utilizados sob a perspectiva de garantir a qualidade didática e pedagógica que o material precisa, necessariamente, conter.
Nesse sentido, os critérios eliminatórios comuns analisados nas obras inscritas do processo de seleção do ano de 2011 ao PNLD foram os seguintes (BRASIL, 2011): 1. Respeito à legislação, às diretrizes e às normas oficiais relativas ao ensino médio; 2. Observância de princípios éticos necessários à construção da cidadania e ao convívio social republicano; 3. Esse programa fora implementado no ano de 2009 e fora vigente até o ano de 2009, sendo responsável pela distribuição de livros didáticos para a etapa do Ensino Médio. A partir do ano de 2010, o FNDE manteve o PNLD, competindo a responsabilidade a este Programa para a aquisição e distribuição de livros didáticos da Educação Básica no Brasil (CALVANCATE, 2013). Importância do Livro Didático Embora seja uma obra com viés pedagógico, o livro didático é tido como um importante recurso para a aprendizagem em sala de aula na Educação Básica, de modo que esse material pode ser compreendido enquanto um material pedagógico impresso, elaborado e estruturado para contribuir com o processo de aprendizagem, com o objetivo melhorar e ampliar resultados dentro de um contexto educacional (WASSERMAN, 2000).
Nessa perspectiva, a utilidade do livro didático na Educação Básica demonstra uma significativa importância desse recurso, considerando fatores relacionados às condições de oferta de livros e subsequentes usos em diferentes áreas do conhecimento. No Brasil, o livro didático é um material pedagógico muito utilizado em salas de aulas brasileiras, compreendendo o planejamento anual de instituições de ensino pública, as quais fazem isso desse recurso como forma complementar para que objetivos educacionais sejam atingidos. Conteúdo de Astronomia para o Ensino Médio A Astronomia é compreendida como uma das primeiras formas de compreender o mundo, sendo tida como uma das primeiras manifestações de Ciência. Esta área é caracterizada a partir do estudo de conteúdos interdisciplinares, os quais se baseiam na premissa de fazer o estudante compreender sobre o Universo (LANGHI; NARDI, 2011).
Em consonância com Borges (2019), o interesse por conhecimentos relacionados a Terra, o Sistema Solar e o Universo remontagem à Antiguidade. Segundo o autor: Desde muitos séculos anteriores à Era Comum, antigas civilizações chinesas já coletavam dados sobre o céu e seus ilustres 'habitantes': cometas, meteoros e estrelas foram estudados, possibilitando-os utilizar o calendário com 365 dias desde então. Percebe-se que a necessidade de contar o tempo foi notada pelo ser humano desde seus primórdios. Por consequência, abordagens fragmentadas podem dificuldades a integração e a efetivação da interdisciplinaridade existente no conteúdo de Astronomia. Uma vez que esse conteúdo seja ministrado sob viés interdisciplinar, ele poderá ser compreendido como pertinente ao estudante, despertando o interesse e motivação por parte dos alunos, engajando-os a se aprofundar no campo da Astronomia (LANDHI; NARDI, 2009).
Outrossim, a ministração do conteúdo de Astronomia aumenta as interações e discussões que relacionem os eixos formativos em Ciência, Tecnologia e Sociedade, o que torna a formação do estudante mais crítica e reflexiva sobre o mundo à sua volta (RITA, 2008). Todavia, no Ensino Médio, a Astronomia muitas vezes não é abordada com ênfase, embora disponha de alto potencial de se inter-relacionar com diversos assuntos obrigatórios para o ensino de Física (DIAS; SANTA RITA, 2008). Consequentemente, os alunos da Educação Básica possuem deficiências de conhecimentos com relação ao funcionamento do Universo. No ano de 2015 haviam 66,7% dos adolescentes brasileiros com idade de quinze a dezessete anos frequentando regularmente o Ensino Médio (BRASIL, 18a). A partir desse índice, o Ministério da Educação (MEC) no ano de 2018 apresentou um Relatório de Gestão, e a partir dele o programa Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, com a finalidade de promover a educação pública de qualidade no Ensino Médio público do Brasil (BRASIL, 2018a).
Dentre as medidas previstas, tem-se a iniciativa de promover formação docente para o entendimento das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), assim como incentivar a inovação no ensino através de práticas pedagógicas "inclusivas, interdisciplinares e contextualizadas" (LOPES; ARAÚJO, 2020). Além disso, o MEC apresentou o Programa Ensino Médio Inovador, que engloba iniciativas voltadas para a promoção de uma educação científica nesta fase da Educação Básica, com o objetivo de aproximar os estudantes os hábitos da leitura, cultura, e vivenciar a teoria na prática por meio da inserção tecnológica ao Ensino Médio. Além disso, o MEC sinalizou, no ano de 2018, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como uma forma de promover a aproximação do ensino público da realidade de alunos do Ensino Médio brasileiro.
A oitava competência é voltada ao autoconhecimento, tendo cuidado com a saúde física e emocional, entendendo-se enquanto ser humano capaz de reconhecer suas emoções e as do próximo. A nona competência geral é voltada ao exercício da empatia, do diálogo e resolução de conflitos. Por fim, a décima competência geral do documento refere-se ao agir sob perspectiva pessoal e coletiva com base na autonomia, responsabilidade e flexibilidade, tendo a capacidade de tomar decisões baseadas em princípios éticos e democráticos (BRASIL, 18b). A partir destas dez competências gerais apresentadas na BNCC, tem-se a orientação que estas devem ser desenvolvidas por estudantes do Ensino Médio na área de Ciências da Natureza e Suas Tecnologias, na qual o ensino de Física se enquadra.
A respeito das competências específicas previstas para a área de Ciências da Natureza e Suas Tecnologias para o Ensino Médio, tem-se as seguintes orientações no Quadro 1 (BRASIL, 2018b): Quadro 1: Competências Específicas da área de Ciências da Natureza Competência Específica 1 Analisar fenômenos naturais e processos tecnológicos, com base nas relações entre matéria e energia, para propor ações individuais e coletivas que aperfeiçoem processos produtivos, minimizem impactos socioambientais e melhorem as condições de vida em âmbito local, regional e/ou global. EM13CNT206) Justificar a importância da preservação e conservação da biodiversidade, considerando parâmetros qualitativos e quantitativos, e avaliar os efeitos da ação humana e das políticas ambientais para a garantia da sustentabilidade do planeta.
EM13CNT207) Identificar e analisar vulnerabilidades vinculadas aos desafios contemporâneos aos quais as juventudes estão expostas, considerando as dimensões física, psicoemocional e social, a fim de desenvolver e divulgar ações de prevenção e de promoção da saúde e do bem-estar. Fonte: Retirado do Documento BNCC (BRASIL, 2018b). A partir do exposto, é possível afirmar que o documento da BNCC (2018b) apresenta uma única menção ao termo “Astronomia”, orientando que este conteúdo deve ser abordado em conformidade com a competência específica 2 prevista para a área de Ciências da Natureza e Suas Tecnologias. Currículo Básico da Escola Estadual do Estado do Espírito Santo (CBC) De acordo com o documento Orientações Curriculares: Componente Curricular de Física para o Ensino Médio (2020) do Governo do Estado do Espírito Santo, tem-se a apresentação dos conhecimentos a serem ministrados durante a última etapa da Educação Básica brasileira, o Ensino Médio.
• Movimento uniformemente variado (MUV) – aceleração escalar média e instantânea. • Estudo das forças. Leis de Newton e suas aplicações. • Energia e suas modalidades de energia • Trabalho e potência. • Impulso e quantidade de movimento. • 2ª Lei de Newton e exemplos. • 3ª Lei de Newton e exemplos. • Força gravitacional e força normal. • Força de Atrito Estático e Cinético. • Força de tração, Máquina de Atwood e outros exemplos. • 3ª Lei de Newton e exemplos. • Força gravitacional e força normal. • Força de Atrito Estático e Cinético. • Força de tração, Máquina de Atwood e outros exemplos. • Força Elástica. • Condições de equilíbrio de um ponto material • Condições de equilíbrio de corpos rígidos • Sistema Geocêntrico e Sistema Heliocêntrico • Leis de Kepler • Lei da Gravitação Universal • Movimento dos astros (planetas, estrelas, cometas e outros) • Fenômeno das marés • Energia e suas modalidades de energia • Trabalho e potência.
• Impulso e quantidade de movimento. • Conservação da quantidade de movimento. • Estática. • Hidrostática: Conceito de pressão e Densidade; Pressão atmosférica Normal. Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC/SEMTEC, 2002. BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. BITTENCOURT, Circe M. Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004. BRASIL. Monografia. Universidade Presbiteriana Mackenzie. CARVALHO, A. M. P. CARVALHO, A. M. P. Ensino de Física e formação de professores. in School Science: analysis of a conference. M. RITA, J. R. S. Inserção de Astronomia como disciplina curricular no Ensino Médio. CEUNES, 2016. IGNÁCIO, R. S. Livros Didáticos Digitais de Matemática: Análise de uso do C-book como plataforma de criação por professores Brasileiros.
Anais [. n. p. LANGHI, R. NARDI, R. Dificuldades interpretadas nos discursos de professores dos anos iniciais do ensino fundamental em relação ao ensino da astronomia. JUNIOR, J. G. S. L. ANDRANDE, J. NARDI, R. Ensino da astronomia no Brasil: educação formal, informal, não formal e divulgação científica. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. n. LANGHI, R. M. SILVA, J. B. M. A importância do livro didático no ensino de História. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. n. p. ago. OLIVEIRA, E. A. O uso do livro didático de Ciências na Educação Básica: uma revisão dos trabalhos publicados. Contexto & Educação. Ediora Unijuí, vol. n. vol. Nº. SIEMSEN, G. H. LORENZETTI, L. NEVES, M. C.
D. Uma discussão sobre a implantação da BNCC - um olhar para o ensino de Física. Congresso Nacional de Pesquisa e Ensino em Ciências.
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