Bike Rio: um estudo de caso de como os sistemas de compartilhamento de bicicletas inspiram as políticas públicas de mobilidade urbana

Tipo de documento:Monografia

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

ÍNDICE INTRODUÇÃO …………………………………………………………………………. INICIATIVAS PRECURSORAS NOS SISTEMAS DE BICICLETAS COMPARTILHADAS ……………………………………………………………………. CATEGORIAS E TECNOLOGIAS DE SISTEMAS DE COMPARTILHAMENTO DE BICICLETAS …………………. MOBILIDADES URBANAS NA AMÉRICA LATINA ……………………………. ENCONTROS DE POLÍTICAS PÚBLICAS COM A MOBILIDADE URBANA EM QUESTÃO ……………………………………………………………………………. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA ………………………………. LISTA DE IMAGENS Figura 1: Carro de divulgação do Witte Fietsenplan identificado com o nome do Grupo Provo em Amsterdam na década de 60. Figura 2: Foto de revista com manifestações do Witte Fietsenplan. Figura 3: Infográfico do crescimento do sistema cicloviário entre os anos de 2014 e 2018 no Brasil. Figura 4: Metrocable integrando as áreas centrais e periferia de Medelín Figura 5: The Copenhagenize - Bicycle Friendly Cities Index 2017. ” (MOON-MIKLAUCIC, Christopher et. al. Encontrar na tecnologia a aliada para o encontro de soluções de mobilidade que as cidades precisam é o que muitos urbanistas sonham, como apresenta-nos Pablo Emílio Robert Hereñú em sua tese Arquitetura da Mobilidade e Espaço Urbano ao citar a conferência de Eugène Hénard intitulada The Cities of the Future aberta com a seguinte frase: Meu objetivo é investigar a influência que o progresso da ciência e da indústria modernas pode exercer sobre o planejamento e, particularmente, sobre o aspecto das Cidades do Futuro.

HÉNARD, 1910)2 Tomando o contexto trazido por Hereñú e por outros pesquisadores - que trazem a abordagem dos aspectos positivos das tecnologias para a estruturação das cidades - trazemos neste trabalho o estudo de caso do sistema compartilhado de bicicletas Bike Rio, uma parceria da Prefeitura do Rio de Janeiro com a concessionária Tembici e o patrocínio do Banco Itaú, contando atualmente com a implementação da empresa PSBC Urban Solutions. Ao observar as práticas de políticas públicas sob o recorte da implementação de sistemas de compartilhamento de bicicletas o estudo de caso traz a delimitação geográfica do Rio de Janeiro e suscita a observação do contexto cultural da América Latina, com os desafios inerentes à este contexto geográfico. Suprimi-los porém seria uma perda para o trabalho.

A metodologia apresentada é o método de documentação, onde foi utilizada a técnica de pesquisa bibliográfica através de livros, artigos de revistas específicas da área, tanto impressos quanto disponíveis na internet. Também foi utilizado o método de observação, onde foram ouvidas pessoas que atuam diretamente com mobilidade urbana e as repercussões de práticas que repercutem nas políticas públicas das cidades. A relevância do tema está vinculada ao fato de que a melhor compreensão dos mecanismos envolvidos nesta iniciativa podem inspirar outros procedimentos ligados à gestão governamental melhorando a qualidade de vida dos habitantes dos espaços urbanos, a partir de soluções de mobilidade. I. mar. A próxima iniciativa de compartilhamento de bicicletas já contava com o uso de tecnologias inteligentes, uma vez que a ação do Witte Fietsenplan foi interceptada pela polícia, nunca estendendo-se por mais do que um mês em cada uma das tentativas.

Estas experiências aconteceram na segunda metade da década de noventa, ligadas ao ativismo ambiental, pensamento de práticas de redução de impacto dos automóveis nas cidades e logística em mobilidade. Um dos pioneiros neste sentido foi o sistema Bikeabout que funcionou entre os anos 1995 e 1998 na Universidade de Portsmouth no Reino Unido. Criado como uma solução de transporte sustentável integrado ao Green Transport Plan (Plano de Transporte Verde), que visava a redução de utilização de veículos dos estudantes e docentes entre o campus e a cidade. Aqui estão apresentadas as quatro primeiras gerações. A primeira geração apresentava bicicletas disponibilizadas sem cadeados e para uso livre, em diversas áreas da cidade, em um sistema irregular. A segunda geração continuava com um sistema livre, e a liberação das bicicletas era realizada através do uso de moedas que destravavam as bicicletas.

A terceira geração incluía o uso de tecnologias inteligentes, com cartões que davam acesso às estações de armazenamento das bicicletas e sistema de GPS incluídos. Na quarta geração as bicicletas passaram a adotar um sistema de travamento automático, foram incorporados sistemas de placas solares para o carregamento de energia dos equipamentos e algumas companhias evoluíram para o sistema de reconexão da bicicleta após a sua utilização, onde os equipamentos são recarregados. Nesse sentido, um diálogo aberto pode ser o terreno mais fértil para que as soluções sejam viabilizadas de forma ágil. Ciro Biderman, professor e coordenador do Centro de Política e Economia do Setor Público da FGV cita, em entrevista ao Media Lab do Estadão, artigo patrocinado pela empresa de mobilidade 99, que “O setor público tem de estar aberto e ter uma estrutura criada para trabalhar em conjunto com outros agentes da sociedade”.

ENCONTROS DE POLÍTICAS PÚBLICAS COM A MOBILIDADE URBANA EM QUESTÃO Partindo da colocação da premissa que o diálogo e a abertura à atuação conjunta com diferentes agentes da sociedade pode propiciar soluções para os colapsos da mobilidade urbana, o intercâmbio de conhecimentos entre gestores e interessados impulsiona a implementação das novas práticas. Como coloca Alexandre Asquini na Mobilitas, plataforma digital da editora OTM que produz conteúdos sobre mobilidade: “Com pelo menos 20 grandes conglomerados metropolitanos, uma taxa média de urbanização em torno de 80% e o crescimento insensato da motorização automobilística, a América Latina vive a crise de mobilidade em praticamente todos os seus grandes e médios centros. ”6 Asquini aponta os intercâmbios entre gestores, empresários, ativistas como um caminho não só para a busca de novas técnicas, soluções e produtos, mas também para a conexão com novas ideias e lideranças.

E neste potente onde atua em prol da sustentabilidade e proteção planetária. A BICICLETA COMO FORMA DE MOBILIDADE URBANA Apontada pela Organização das Nações Unidas - ONU como o meio de transporte mais sustentável a bicicleta pode ser a solução para problemas de mobilidade. No relatório recente Pedalando em Direção da Economia Verde, publicado pela ONU para o Meio Ambiente em 2018, além da defesa de que o ciclismo atua na geração de novos empregos, também menciona que “as autoridades públicas desempenham um papel importante na criação de empregos verdes relacionados ao ciclismo/utilização da bicicleta”. PANARA, 2018)8 Uma visão interessante que questiona a dimensão destas abordagens é a da pesquisadora da Universidade de Harvard, Anne Lusk, PhD.

em Arquitetura e envolvida com a escrita e investigação sobre o universo do ciclismo e das bicicletas há 38 anos. Ao passo que as populações dos grandes centros crescem, aumentam as emissões de carbono e um número crescente de pessoas passa a viver em favelas. A poluição do ar é uma ameaça que cresce. O desejo de ideias concretas para realizar e manter tal mudança suscitou a criação do Prêmio WRI Ross para Cidades, destacando iniciativas reais exemplares de transformações urbanas inspiradoras na criação de melhores cidades para todos e todas. Um dos destaques foi o Metrocable de Medelín, na Colômbia como colocam Anne Maassen e Madeleine Galvin para o portal ArchDaily: “A Colômbia se espraiou ao longo das margens do Vale de Aburra, seus bairros mais pobres se tornaram cada vez mais desconectados do centro da cidade – não apenas topograficamente, mas social e economicamente.

Os moradores das favelas da cidade sofrem historicamente com a falta de acesso facilitado a empregos, educação e outros serviços, com deslocamentos que às vezes se estendem por mais de quatro horas por dia. O que vem sendo abordado é que as práticas de mobilidade urbana sustentável são o novo sonho de como é possível transitar, abandonando o carro como o objeto de desejo. PARÂMETROS DE CIDADES AMIGÁVEIS PARA OS CICLISTAS O Copenhagenize Design Company desenvolve desde 2011 um índice bienal criado junto ao James Schwartz do The Urban Country Inspiration de avaliação da taxa de uso da bicicleta, a qualidade da infraestrutura para o ciclista e outros temas relacionados à mobilidade urbana via bicicletas. Este é um dos índices mais respeitados no mundo nesse quesito e por este motivo toma-se aqui os critérios nele utilizados para a mensuração das cidades mais amigáveis ao ciclismo.

Os 14 parâmetros são efetivos e determinam a amigabilidade às bicicletas de qualquer das cidades analisadas com o diferencial de estabelecer bônus para pontos complexos de mensurar, uma vez que consideram os desafios singulares daquela realidade. São exemplos de desafios as questões políticas negociadas, infra estruturas promissoras e demonstrações de trabalhos realizados alinhados com o propósito de melhorias futuras reais. i) Percepção de Segurança: A percepção de segurança dos ciclistas na cidade, refletida nas taxas de uso de capacete, é positiva ou os ciclistas estão assustados devido às campanhas de promoção e uso do capacete? Avaliado a partir de leis obrigatórias de capacete com promoção constante de capacetes para baixa taxa de uso de capacete. j) Política: Qual é o clima político em relação ao ciclismo urbano? Avaliado a partir da bicicleta sendo inexistente em um nível político para o envolvimento político ativo e apaixonado.

k) Aceitação Social: Como os motoristas e a comunidade em geral consideram os ciclistas urbanos? Avaliado desde nenhuma aceitação social até aceitação social generalizada. l) Planejamento Urbano: Quanta ênfase dos planejadores da cidade atribui-se à infraestrutura de bicicletas - e qual o grau de informação destes sobre as melhores de práticas internacionais? m) Classificados de planejadores urbanos centrados em carros para planejadores que pensam primeiro em bicicleta e em pedestres. n) Trânsito acolhedor: Que esforços foram feitos para reduzir os limites de velocidade - por exemplo, o estabelecimento do limite de 30 km/h em zonas urbanas - e, em geral, tráfego calmo, a fim de proporcionar maior segurança aos pedestres e ciclistas? Avaliado a partir de nenhum nível para medidas extensas de acalmamento de tráfego, priorizando ciclistas e pedestres na hierarquia do tráfego.

bicicletas com design adaptado à ergonomia de crianças e às condições topográficas da cidade. As ciclovias tiveram o início de suas construções em 1998, na gestão do então prefeito Enrique Peñalosa. Um dos diferenciais na experiência de Bogotá foi o sistema de treinamento de guardas civis metropolitanos para segurança dos ciclistas. No caso de Buenos Aires o sistema começou a ser construído em 2009 e já tem 130 quilômetros de extensão na capital argentina. A implementação de ciclovias segregadas, ou ciclofaixas - aquelas que ocupam espaço protegido nas faixas destinadas aos veículos motorizados - foi adotada. BIKE RIO - ESTUDO DE CASO DA EVOLUÇÃO DO SISTEMA DE BICICLETAS COMPARTILHADAS O Bike Rio é um sistema de bicicletas compartilhadas, que faz parte do projeto Bike Itaú.

A retirada e a devolução das bicicletas pode ser feita através de qualquer estação do sistema espalhadas pela cidade. Ao todo são 2600 bicicletas distribuídas em 260 estações. Estes dados foram extraídos do portal da iniciativa localizado no endereço eletrônico https://bikeitau. com. br/ELABC/D1_1%20Rodrigo%20Transporte%20Ativo. pdf > Acesso em: 29. Considerando o impacto positivo que o novo Bike Rio tem no sentido da ampliação significativa do número de pessoas atendidas e viagens no sistema, uma possível reverberação seja a de que o programa interfira também nas medidas de segurança dos ciclistas em suas vias pois: “Conforme dispõe a Lei nº 12. de 3 de janeiro de 2012, que institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, ao elaborar o plano de mobilidade urbana, instrumento de efetivação da Política, o gestor municipal deve observar o princípio da segurança nos deslocamentos das pessoas.

No entanto, os índices de acidentes de trânsito e, consequentemente, de mortos e feridos registrados no Brasil chega a patamares alarmantes. Porque quem viaja é a informação e não o próprio cidadão. E a mobilidade é o principal quesito que se liga a qualidade de vida na região metropolitana. Porque no aspecto dos transportes, da mobilidade, ele afeta diretamente essa qualidade de vida pela produção da quantidade de monóxido carbônico dos veículos a combustão, mas também pela retenção dos tempos de viagem, que influenciam diretamente os aspectos ligados à saúde, como também a questão da produção dos próprios (. Então mobilidade tem a ver com qualidade de vida e tem que a ver com sustentabilidade. ” 13 Ao colocar a entrevista e visão do engenheiro neste cenário, Azevedo apresenta o aspecto humano que acompanha as decisões políticas.

Os artistas receberam a bicicleta do grupo Provo e a ação remete à divulgação da bicicleta como uma ferramenta de mobilidade sustentável. Na segunda imagem vemos o apresentador Luciano Huck utilizando uma bicicleta da fase Bike Rio sob a custódia da concessionária Sertell e já com patrocínio do Banco Itaú. Inúmeros registros da imprensa, tanto no primeiro como no segundo caso demonstram que o compartilhamento de bicicletas e a implementação desses sistemas, sua difusão à população e, inclusive, a negociação com os dirigentes pode ser favorecida pela atuação de personalidades de repercussão midiática. Figura 8: John Lennon e Yoko Ono recebem uma bicicleta branca do Witte Fietsenplan do grupo Provo durante sua lua de mel em Amsterdam. Fonte: Fotografia de Ben van Meerendonk, 1969.

Encontrar estratégias para a vulnerabilidade dos equipamentos, especialmente ocasionados por furtos e vandalismo tem sido fundamental, desde a primeira geração de compartilhamentos de bicicletas em 1965 em Amsterdam. Buscou-se neste trabalho a demonstração dos requisitos necessários para um espaço urbano que evolua para o acolhimento e segurança do ciclista, bem como a valorização de iniciativas de aprimoramento tecnológico que reverberam positivamente no cotidiano do cidadão urbano. E aqui o novo Bike Rio é apresentado neste recorte. Além disso, os exemplos e contextos apresentados demonstram que práticas de formação cultural, tanto do ciclista quanto dos demais cidadãos urbanos, caminha lado a lado com a implementação de tais tecnologias. Ao evoluir culturalmente no sentido de estabelecer zonas de respeito mútuo, entende-se que os fluxos das cidades ficam mais ágeis e orgânicos, reduzindo não só o impacto ambiental mas também auxiliando na harmonia psicológica dos seus habitantes.

BOVO, Luis Fernando (Coord. Mobilidade Urbana : Para onde vamos?. Media Lab Estadão. São Paulo, 2018. CARNEIRO, Frederico de Moura Carneiro. pdf>. Acesso em: 25 fev. DESJARDINS, Stéphane (Coord.  Luc Sabbatini: Biximan.  Vélo Mag, eté 2018. Acesso em: 24 abr. HEREÑÚ, Pablo Emílio Robert. Arquitetura da mobilidade e espaço urbano. São Paulo, 2016. p. Disponível em:<https://www. archdaily. com. br/br/907739/5-cidades-mostram-o-que-sao-transformacoes-urbanas>. Acesso em: 13 mar. f. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. PANARA, George. Relatório da Onu aponta: Bicicleta é potencial geradora de empregos. Mundo Bici. MOBILIDADE Urbana : Para onde vamos?. Media Lab Estadão. São Paulo, 2018. XAVIER, Giselle Noceti Ammon Xavier. O Cicloativismo no Brasil. Paperback – 19 de março de 2004. Terceira edição.

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