A violência Contra a mulher e papel do Psicólogo
Tipo de documento:Artigo cientifíco
Área de estudo:Psicologia
O psicólogo tem um trabalho amplo no atendimento das pacientes que vai desde as visitas a campo, levantamento de dados a partir da versão de terceiros, confecção de relatórios, reuniões, entre outras tantas tarefas. Mas o que se pretende neste trabalho, e daí o título, é apontar o seu papel no atendimento direto das mulheres. No entanto, antes de adentrar no papel e na atuação do psicólogo, propriamente dito, serão apresentados alguns conceitos, baseadas em variadas consultas bibliográficas a fim delimitar o típico específico de violência que o psicólogo desta pesquisa irá atender. A intenção desse trabalho é explicar em breves linhas e contribuir para o conhecimento e o reconhecimento do profissional da psicologia que é de fundamental importância na recuperação de vítimas tão afetadas por uma prática que vem desde o período em que o Brasil era colônia de Portugal.
Palavras-chave: Patriarcado- Violência contra mulher- Lei Maria da Penha. El psicólogo tiene un trabajo amplio en la atención de las pacientes que van desde las visitas a campo, levantamiento de datos a partir de la versión de terceros, confección de informes, reuniones, entre otras tantas tareas. Pero lo que se pretende en este trabajo, y de ahí el título, es apuntar su papel en la atención directa de las mujeres. Sin embargo, antes de adentrarse en el papel y en la actuación del psicólogo, propiamente dicho, se presentarán algunos conceptos, basados en variadas consultas bibliográficas para delimitar el típico específico de violencia que el psicólogo de esta investigación va a atender. La intención de este trabajo es explicar en breves líneas y contribuir al conocimiento y el reconocimiento del profesional de la psicología que es de fundamental importancia en la recuperación de víctimas tan afectadas por una práctica que viene desde el período en que Brasil era colonia de Portugal.
Palabras clave: Patriarcado- Violencia contra la mujer - Ley Maria da Penha. A subordinação econômica, também, é um fator que contribui para que a mulher seja uma vítima vulnerável à violência doméstica, pois o companheiro utiliza tal fato como forma de ameaça e humilhação. A atuação do psicólogo social nesses casos deve ser realizada de forma que tenham como objetivo acolher e prestar assistência à vítima. O psicólogo deve trabalhar para tentar resgatar autoestima da vítima, orientar e esclarecer sobre seus direitos para que o medo e a insegurança não a paralisem e mesma possa encontrar seu lugar na sociedade. Investigar e analisar os principais fatores que exercem influência na saúde mental de mulheres vítimas de violência doméstica.
Procurar possíveis soluções para promover a melhoria da qualidade de vida das vítimas. Nascimento Souza Lucas, T. Santos Monteiro, F. Jessica Paloma Neckel, Luz (2015), Cortizo & Goyeneche (2010), Azevedo, 1985, p. Mardoin, 2000, p. Heilborn, 1996 apud Oliveira & Souza, Saffioti (2004). A desigualdade possui uma base material, que é a divisão sexual do trabalho, sobre isso vale a pena refletirmos. Historicamente, foram determinadas práticas diferentes para homens e mulheres com valores distintos. Assim, ao homem coube o espaço público e o trabalho produtivo, enquanto elas foram atreladas à esfera privada e ao trabalho reprodutivo. Essa divisão sexual do trabalho baseia-se em dois princípios: separação, pois existem “trabalhos masculinos” e “trabalhos femininos”, e hierarquização, já que um trabalho de homem “vale” mais do que de mulher. Por conta dessa divisão, quando as mulheres vão para o mercado de trabalho, seu salário é considerado um “complemento” à renda obtida pelo homem, justificando que até hoje as trabalhadoras recebem menos por trabalhos iguais.
O patriarcado pode ser compreendido como um sistema que propicia a desigualdade hierárquica dos sexos através de ideias e valores que fundamentam a dominação do homem sobre a mulher. É um sistema cuja finalidade consiste em manter a supremacia do homem “através de dois artifícios básicos: afirmar a superioridade masculina e reforçar a inferioridade correlata da mulher” (Azevedo, 1985, p. A sociedade e a cultura determinam a função da mulher e do homem, delimitando os papéis de gênero. O que determina os gêneros masculino e feminino, não são as características biológicas inerentes ao homem e à mulher, mas sim “os aspectos psicológicos, sociais e culturais constituintes da feminilidade e masculinidade [. ” (Marodin, 2000, p. A família transmite ao sujeito seus valores, crenças e regras formando uma “identidade familiar” que auxilia na formação da identidade do indivíduo.
A formação dos valores de cada família recebe influência do meio em que ela está inserida, o qual está em constante modificação (Marodin, 2000). A educação que meninos e meninas recebem de suas famílias ocorre de forma diferenciada, devido às influências dos meios de comunicação de massa. A televisão, os jornais e revistas, o tempo inteiro estão veiculando e contribuindo para a formação de estereótipos sobre o que é ser mulher/menina e homem/menino, criando essa imensa dicotomia entre os sexos. Homem não pode agir como mulher, tem que se diferenciar em comportamentos e emoções, caso o contrário, a sociedade coloca sua masculinidade em dúvida, pois ele precisa demonstrar mais força, virilidade e poder do que a mulher (Azevedo, 1985).
No caso da mulher, essa violência é marcada pela sua desvalorização dentro da sociedade. Essa desvalorização está atrelada aos papéis de gênero, nos quais o homem é o detentor do poder e a mulher aquela que deve obedecer a ele, mesmo que para isso, ela tenha que ir contra as próprias vontades. Nesse contexto, a mulher deixa de ser uma pessoa que possui desejos e passa a ser tratada como “coisa” (CHAUÍ, 1984). A violência contra a mulher se dá através de ações e atitudes do homem, e pode assumir formas diferentes: psicológica, sexual, moral, patrimonial e física (BRASIL, 2012). A violência psicológica faz parte de uma dinâmica relacional, onde o homem possui a necessidade de controlar a mulher, abrindo portas para que outras agressões surjam no relacionamento, já que, na maioria dos casos, a violência começa de forma mais sutil, com xingamentos, ameaças, humilhações, até se agravar em frequência e intensidade, culminando em agressões físicas.
Possui como objetivo a criação de meios para a coibição da violência designada contra a mulher, e prevê políticas que atuem na prevenção, orientação, bem como o encaminhamento de homens e mulheres em situações de violência (NOTHAFT, 2015). A Lei, determina que: [. Art. o Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. Art. Algo que é embasado pela própria Lei Maria da Penha (11. pois: Art. Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
BRASIL, 2006, grifo nosso) Um dos mitos sobre a violência doméstica contra a mulher corresponde à ideia de que essa violência ocorre esporadicamente em nossa sociedade. Uma pesquisa realizada pela Sociedade Mundial de Vitimologia relata que o Brasil é o país que mais sofre denúncia com esse tipo de violência. Através da mídia é possível confirmar essa informação, pois as notícias de violências cometidas por pessoas de alto poder aquisitivo, só são divulgadas, quando envolvem homicídio (BRASIL, 2012; OLIVEIRA, 2004) “As mulheres apanham porque gostam ou porque provocam. ” É uma ideia que precisa ser destruída. Quando as mulheres decidem manter a relação, mesmo que já tenham sofrido diversos tipos de violência, seu objetivo não é continuar sendo agredida, mas, sim, “salvar” o relacionamento.
Muitas acreditam na mudança do agressor e outras não encontram forças para 15 sair dessa situação, pois se encontram, muitas vezes, dependentes, tanto emocionalmente, como economicamente destes. Outro fator que dificulta o rompimento da relação violenta é o medo da vítima, produzido pelas ameaças feitas pelo agressor contra ela e seus familiares. “Os agressores não sabem controlar suas emoções”. Este encontra seu fundamento na cultura patriarcal e nos estereótipos criados a respeito da identidade masculina, que naturalmente é viril e agressiva, mas caso fosse verdade, o homem não exerceria seu poder somente sobre as mulheres e filhos, mas sobre todos aqueles com os quais ele convive. Portanto, existe uma relação de poder e dominação entre os papéis de gênero onde o homem acredita que tem o direito de agredir sua mulher e que sairá impune da situação (SOARES, 2005).
“A violência só acontece nas famílias problemáticas. ” Esse mito é desconstruído por estudos que constatam que a violência doméstica pode ocorrer em qualquer família, sendo esta funcional ou não. Ainda sobre o tema, a Agência Patrícia Galvão dispõe: A violência na relação íntima tem uma dinâmica complexa que coloca inúmeras dificuldades para o rompimento, como a desestruturação do cotidiano e até mesmo o risco de morte para a mulher. Por isso, é importante não julgar a mulher, nem demonstrar impaciência quando ela nega a agressão ou denuncia e depois volta atrás (Dossiê, 2016). O Brasil tem uma herança cultural patriarcal. No período colonial a mulher ficava submissa a regras que limitavam seu modo de agir e de se comportar.
Algumas dessas funções eram definidas pelo grau de posição social da moral cristã e da honra. Chamar uma determinada prática social de cultura implica atribuir-lhe uma série de fatores que exprimem que essa conduta se caracteriza, entre outras coisas, por ser algo feito de maneira corriqueira e não listado como raras exceções, colocando essa ação como uma atividade humana. Nessa concepção, adotamos a referência de Chaui (1986) acerca do termo cultura que, segundo ela, “em sentido amplo, cultura […] é o campo simbólico e material das atividades humanas” (p. O que também não significa que, de maneira direta, todos os homens sejam estupradores, nem que todos os seres humanos sejam diretamente responsáveis pela prática do estupro, mas que, de muitas maneiras, a cultura do machismo e da misoginia contribui para a perpetuação desse tipo de violência focada, principalmente, contra a mulher.
E não se trata de considerar a figura do estuprador como doente ou mero produto de uma sociedade determinista que o fez assim. Essa é uma abordagem errônea, já que classificá-lo como doente o isentaria da responsabilidade sobre seus atos, assim como quando classificado como um mero produto da sociedade. Dos tempos pré-históricos até o presente, creio eu, o estupro tem desempenhado uma função crítica. Isto é nada mais nada menos do que um processo consciente de intimidação pelo qual todos os homens mantêm todas as mulheres em um estado de medo (Brownmiller, 1975, p. Quando se fala em estuprador, é recorrente que a imagem seja de um sujeito doente, um psicopata à espreita perseguindo mulheres na rua, mas não é bem assim. A maioria dos casos de violência é praticada por homens que são considerados pessoas comuns pela sociedade e, em muitas situações, os abusadores são parentes ou amigos próximos da vítima.
Os estupradores agem assim apoiados em discursos machistas que são transmitidos até eles, e por eles, das mais variadas formas. Isso significa que, a cada 11 minutos, uma mulher é estuprada no país. Em 2015, as delegacias registraram 51. ocorrências. Mas o número de vítimas pode ser ainda maior. A cultura do estupro é mulheres com medo de virar estatística. Citado por Brum; Lourenço; Gebara; Ronzani, 2013). Para tentar suportar essa realidade, a mulher precisa abdicar não somente de seus sentimentos, mas também de sua vontade. Com isso ela passa a desenvolver uma autopercepção de incapacidade, inutilidade e baixa autoestima pela perda da valorização de si mesma e do amor próprio. MILLER, 1999) Para Nucci (2013, p. “Violência significa, em linhas gerais, qualquer forma de constrangimento ou força, que pode ser física ou moral [.
A insegurança foi uma característica também encontrada nas falas de algumas das vítimas, uma vez que se sentiam indefesas e acuadas, em função de não terem a quem recorrer para obter um apoio nesta situação. Martinez e Souza. Viver em um estado de constante medo também foi uma experiência relatada pelas vítimas entrevistadas, que, constantemente, imaginam o momento em que seu parceiro poderá voltar a agredi-la, deixando, até mesmo, de desfrutar de seus instantes de lazer, como sair com amigos e receber familiares, pois tudo isto pode soar como provocação e consequente retorno às agressões ou até aumento das mesmas. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E O PAPEL DO PSICÓLOGO Cuidar de uma vítima de violência, não é apenas afastá-la de seu agressor, mas dar a ela a oportunidade para que se abra e tente reaver a estabilidade e o equilíbrio que possuía antes de ficar cativa do sofrimento.
Neste aspecto de revisitar a si mesma, de refletir sobre a situação em que vive ou que viveu e procurando dar um rumo novo é que se faz necessária à presença do profissional da psicologia que possui as ferramentas, os métodos para auxiliar tais indivíduos. Logo em seguida foram redigidos os capítulos 1 e 2, baseados em várias consultas bibliográficas a fim de compreender mais sobre o assunto. No capítulo 1 foi discutido sobre o que é a violência doméstica e quais são os danos psicológicos que isso causa nas vítimas. Já no capítulo 2 relatou-se por que muitas das vítimas não denunciam seus agressores e qual é o papel do psicólogo frente esse fenômeno. Muitos se perguntam por que as vítimas de violência doméstica não denunciam seus agressores.
Esse assunto é muito delicado e há vários fatores que interferem. Violência Doméstica e Crenças: Intervenção com Profissionais da Atenção Primária à Saúde. Psicologia em Pesquisa, 7(2), 242-250. https://dx. doi. org/10. XIII Seminário Internacional de trabalho científico. Demandas Sociais e políticas públicas na sociedade contemporânea, UNISC. Disponível em: https://online. unisc. br/acadnet/anais/index. Lucena, Kerle Dayana Tavares de, Deininger, Layza de Souza Chaves, Coelho, Hemílio Fernandes Campos, Monteiro, Alisson Cleiton Cunha, Vianna, Rodrigo Pinheiro de Toledo, & Nascimento, João Agnaldo do. Análise do ciclo da violência doméstica contra a mulher. Journal of Human Growth and Development, 26(2), 139-146. Disponível em: https://dx. doi. br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340. htm. Acesso dia 10 de Abril de 2017. Neves, Sofia, & Nogueira, Conceição (2003).
A psicologia feminista e a violência contra as mulheres na intimidade: a (re)construção dos espaços terapêuticos. doi. org/10. JHGD. Acesso dia 16 de Junho de 2018. Zancan, Natália, Wassermann, Virginia, & Lima, Gabriela Quadros de.
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