A LINGUÍSTICA TEXTUAL EM SALA DE AULA: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NA PRODUÇÃO TEXTUAL DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

Tipo de documento:Plano de negócio

Área de estudo:Serviço Social

Documento 1

Para tanto, foi realizado uma pesquisa de caráter exploratório e explicativo, em que o principal objetivo foi o de buscar informações sobre o tema em questão e, com isso, obter uma nova percepção sobre o assunto. Neste estudo foi possível levantar os conceitos de LT, podendo-se também identificar a relevância da disciplina ao ser aplicada em aulas de produção textual. Também foi possível propor elementos importantes para uma prática de ensino textual com base na LT, tendo como perspectiva uma metodologia voltada para o uso do texto e sua função de sentido comunicativo, tal como o ensino gramatical de forma contextualizada. Concomitante a isso, este estudo apresenta os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino médio (PCN-EM), sendo este o enfoque deste trabalho, voltando-se para o ensino da língua materna e sua natureza social, destacando-se, nessa pesquisa, o ensino de Língua Portuguesa e sua construção do fazer comunicativo, tal como a gram ática e sua relação com o uso do texto e os demais fatores de textualidade.

Palavras-chave: Linguística textual. diversos educadores reconhecem as dificuldades apresentadas pelos alunos para escrever, de forma coerente, qualquer gênero textual. Consequentemente, essas dificuldades presentes ultrapassam a educação básica e chegam ao vestibular e ao Ensino superior, onde há uma necessidade de dominar a prática da escrita argumentativa, de modo formal e científico. Posto isso, por meio dessa asserção, essa pesquisa tem como objetivo geral avaliar como a prática em sala de aula, pautada nas teorias da Linguística textual, pode intervir na produção textual dos alunos do Ensino médio e ajudá-los a superar, ou minimizar, as principais dificuldades apresentadas, como também os demais fatores que provocam problemas de coesão e coerência textual. Para tanto, temse como objetivos específicos: identificar o emprego da Linguística textual no contexto da sala de aula; propor a reflexão do trabalho docente do professor de Língua Portuguesa nas aulas de produção textual tendo o texto como base do ensino; nortear o professor de Língua Portuguesa em sua prática metodológicadidática, tendo como base de intervenção a Linguística textual.

Para a elaboração desta pesquisa, este artigo se estruturou da seguinte forma: no primeiro capítulo tem-se a introdução do tema, ou seja, do assunto que será discutido ao longo deste estudo e nele se encontra os objetivos gerais e específicos propostos; o segundo capítulo aborda a linguística textual e a práxis docente; no terceiro capítulo encontra-se as práticas de ensino de produção textual com base na LT; no quarto capítulo aborda-se sobre os PCN-EM e a sala de aula, assim como uma proposto metodológica; o quinto capítulo é composto pela metodologia, onde estão definidos os pressupostos metodológicos que irão fundamentar todo o estudo e, por fim, o último capítulo apresenta as considerações finais desta pesquisa.

Pode-se, a partir disso, valorizar o que dizem os PCN-EM que enfatizam o emprego de diversos gêneros discursivos, cada vez mais variados no mundo moderno, sendo que estes gêneros discursivos nos dizem sobre a natureza social da língua, com isso, aplicar essa nova maneira de pensar a linguagem em sala de aula proporcionará a reflexão textual nos alunos (BRASIL, 2000). Segundo Silva (2012, p. “precisamos capacitar nossos alunos a produzirem os mais diversos gêneros, e não ensiná-los a classificar os textos em gêneros X ou Y”, o papel do professor de Língua Portuguesa é propor ao aluno não somente uma reflexão-, mas uma prática textual mediante os gêneros textuais disponíveis. A partir disso, a sala de aula torna-se um local de aprendizagem significativa sobre o texto, e sempre com o olhar para dentro do texto.

É fundamental superar as falhas habituais abordadas por Silva (2012): nas aulas de produção textual, o professor apenas direciona o aluno para que este decore o conteúdo e, mecanicamente, consiga classificar os textos em gêneros X ou Y. Não significa, também, o abandono do ensino gramatical em nossas aulas, ao contrário, precisa-se reavaliar a metodologia atual de ensinar a gramática de maneira descontextualizada, ou seja, sem relacioná-la ao uso do texto e suas construções de sentido. Constitui-se necessário o domínio de elementos gramaticais e morfológicos para conseguirmos tanto interpretar e compreender um texto, como escrevê-lo de maneira correta, isso à luz da gramática normativa. Ouve-se muito os alunos reclamarem sobre a utilidade de aprender a Língua Portuguesa e sua gramática, ou seja, eles questionam o proveito de aprender o que já usamos em nosso dia a dia.

Os professores de língua materna, precisam esclarecer a esse aluno que o estudo da língua permite o aprimoramento do fazer comunicativo, ou seja, a Língua Portuguesa não serve apenas para aprender a ler e a escrever corretamente, mas também para construir sentidos a esse fazer, o emissor precisa ter uma preocupação com a eficácia de sua comunicação, ou seja, se ele está sendo compreendido pelo seu receptor. Segundo Platão & Fiorin (2007, p. a perpetuação do ensino que usa o texto como pretexto para o ensino gramatical e a correção meramente estrutural e ortográfica contribuem para que vários textos continuem apresentando sérios problemas linguísticos, visto que não é exigida, por parte do corpo docente, uma reescrita e retextualização das produções [.

Rocha e Silva (2017) nos fomentam uma revisão e análise da práxis docente diante da produção textual dos alunos, tal revisão e análise parte do pressuposto de que é necessário transformar o ensino textual, e os fatores linguísticos podem solucionar e superar tais problemas apresentados nos textos. Com isso, é importante o professor abrir espaço em sua aula para uma reescrita das produções. Conforme Matêncio (2002) apud Rocha e Silva (2017, p. “a reescrita ajuda o aluno a compreender que o texto segue um padrão de regras lineares”. A teoria gramatical precisa sim servir de alicerce para as aulas de produção textual, mas não deixando de lado essas relações sociais do texto. O professor precisa tornar o ensino e a aprendizagem textual mais interessante, ele certamente saberá criar em seus alunos o mesmo interesse e curiosidade pela língua que ele próprio teve.

Para tratarmos dessa prática de ensino de produção textual com base na LT, precisa-se esclarecer aqui que um texto não é simplesmente uma sequência de frases isoladas, mas uma unidade linguística com propriedades estruturais específica. E essas propriedades estruturais têm por objetivo apresentar os princípios de constituição do texto em dada língua. Diante disso, a LT, em relação às suas propriedades estruturais, apresenta diversas vertentes. Sobre o fator de intertextualidade, este torna-se um recurso bastante utilizado nos textos, uma vez que a intertextualidade estabelece as relações entre eles. Essa relação pode ser de repetição, menção, paráfrase, epígrafes, paródias, comentários e sobreposições, podendo ser explícita (visível) ou implícita, ou seja, de maneira sutil, onde ela não é praticamente percebida (SILVA, 2012).

No que se refere aos fatores de intencionalidade e aceitabilidade, respectivamente, tais recursos relacionam-se às intenções do texto, sendo elas explícitas ou não, onde o locutor se interessa em produzir um texto que estabeleça a intenção de sentido que ele pretende originar, no que concerne à aceitabilidade por parte do leitor, este poderá tanto aceitar (concordar) ou não com esse sentido expresso no texto, e esse fator de aceitabilidade esta intrinsicamente relacionado com a bagagem cultural, os valores, e também o conhecimento de mundo do receptor (SILVA, 2012). Nas aulas de produção textual, o professor precisa aclarar aos alunos esses tais fatores responsáveis pela textualidade, e, com isso, levantar as seguintes reflexões sobre o texto: Quem é o meu leitor? Qual é a minha intenção na produção desse texto? Qual é a aceitabilidade que essa produção terá de acordo com a maneira como estou escrevendo? Se eu fizer diferente, mudará a aceitabilidade do texto? Qual o grau de intertextualidade presente? (SILVA, 2012).

Tais questionamentos devem ser respondidos no momento da produção textual dos alunos, pois, como já vimos, tais fatores relacionados por Beaugrande & Dressler são primordiais na produção de sentido do texto. Os autores ainda prosseguem dizendo que o texto não é apenas um amontoado de palavras, ou seja, é preciso que ele atenda aos critérios de textualidade, nesse sentido o texto cumprirá seu fator semântico. A prática da leitura a partir de interpretações pré-estabelecidas, ou seja, sem análise, mobilização do conhecimento prévio e reflexão do aluno, inibirá qualquer chance dele formular inferências, ou seja, permitirá apenas que o aluno decodifique um enunciado que já está elaborado, acabado e embalado para uso, não havendo então a possibilidade de construção de significado para o texto lido (SILVA, 1993).

Concluindo essa linha de pensamento, é importante destacar o ponto de vista de Koch (2014) apud Rocha e Silva (2017, p. que diz que Pode-se afirmar que o texto é uma (re)construção do mundo e não uma simples refração ou reflexo. Analisamos a constituição do texto, adentramos profundamente na estrutura textual, verificando como acontece essa construção e quais os critérios textuais regem a produção de texto. Esse educando interage constantemente socialmente e, com isso, precisa de um amplo saber linguístico para o seu fazer comunicativo, a aplicação linguística em sala de aula faz com o que esse aluno compreenda, em suma, a relevância da linguagem que constrói e “desconstrói” significados sociais. Posto isso, é importante observar que o professor de língua materna não pode desassociar o estudo do texto e sua produção de uso com o contexto, ao contrário, é preciso pensar numa perspectiva funcionalista do texto e sua produção.

O diagnóstico sensato daquilo que o aluno sabe e do que não sabe deverá ser o princípio das ações, entretanto as finalidades deve visar a um saber linguístico amplo, tendo a comunicação como base das ações. Comunicação aqui entendida como um processo de construção de significados em que o sujeito interage socialmente, usando a língua como instrumento que o define como pessoa entre pessoas. A língua compreendida como linguagem que constrói e “desconstrói” significados sociais. Ao produzir um texto também se produz um discurso que está cumprindo um fazer comunicativo naquele contexto. O aluno deve ser considerado como produtor de textos, aquele que pode ser entendido pelos textos que produz e que o constituem como ser humano.

O texto só existe na sociedade e é produto de uma história social e cultural, único em cada contexto, porque marca o diálogo entre os interlocutores que o produzem e entre os outros textos que o compõem. O homem visto como um texto que constrói textos. BRASIL, 2000, p. Em síntese, os conhecimentos apontados nessa pesquisa foram coletados de bibliografias, fontes documentais, sites de periódicos, artigos científicos e outras produções científicas impressas que tratam do tema proposto. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir desta pesquisa, entendeu-se que a forma escrita da língua precisa ser abordada, em sala de aula, de maneira contextualizada, a fim de alcançar o objetivo da língua na sua totalidade comunicativa. Para isso, o texto foi aqui apresentado, segundo a LT, como uma unidade principal e coerente de comunicação.

Destacou-se, nessa pesquisa, o ensino gramatical de maneira contextualizada, ou seja, a gramatica e sua relação com o uso do texto e suas construções de sentido. Alertou-se sobre o ensino da Língua Portuguesa construir sentidos ao fazer comunicativo e não apenas servir para ler e escrever corretamente. São Paulo: Cortez, 2004. BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN-EM). Linguagens, Códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC, 2000. BRASIL, Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+EM). Orientações e dicas práticas para trabalhos acadêmicos, 2ª edição. Curitiba: InterSaberes, 2014. DI NIZZO, R. Escrita criativa: o prazer da linguagem. São Paulo: Summus, 2008. – São Paulo: Ática, 2007. ROCHA, Max Silva; SILVA, Maria Margarete de Paiva. A linguística textual e a construção do texto: um estudo sobre os fatores de textualidade.

Revista Digital dos Programas de Pós-Graduação do Departamento de Letras e Artes da UEFS. Feira de Santana, v. A linguística textual e a sala de aula. Curitiba: InterSaberes, 2012.

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