A Influência do Cinema na Escolha do Turista por um destino turístico Estudo de Caso Nova Zelândia e a Trilogia Senhor dos Anéis

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Turismo

Documento 1

R. Tolken, dirigido por Peter Jackson e filmado nas lindas paisagens da Nova Zelândia, o artigo abordará os benefícios que tal obra cinematográfica trouxe para o turismo neozelandês. PALAVRAS-CHAVES Turismo, Cinema, Imagens, Nova Zelândia, Senhor dos Anéis. O conceito de indústria vem sendo aplicado em segmentos da economia que aparentemente não definem em sua essência o seu significado. Atualmente o termo “indústria” vem sendo utilizado como demonstrativo também do crescimento de serviços ligados ao setor terciário sendo posto de tal forma para vislumbrar seu avanço perante o cenário mercadológico. O homem via-se motivado a viajar em busca de novas rotas para comercializar suas mercadorias. Um dos maiores turistas da história foi Marco Pólo que em 1271 deixa Veneza na Itália em busca de novas rotas de seda.

Marco Pólo vai parar na China e permanece por lá cerca de 40 anos, ao retornar para a Itália relata suas aventuras no país asiático. As viagens de Marco Pólo podem ser consideradas como as primeiras viagens turísticas de longo percurso. Beneficiado pela implantação da malha ferroviária no século XIX, o turismo começa a se organizar e, em 1841, Thomas Cook – considerado o primeiro agente de viagens do mundo – organiza uma excursão de trem com cerca de 500 passageiros saindo da cidade de Leicester com destino a cidade de Lougboroug, ambas na Inglaterra. Definição estabelecida pelo Departamento Australiano de Turismo e Recreação (1975) O turismo em sua segmentação apresenta uma novidade que concilia a junção com outra indústria muito poderosa, a do cinema.

Surge em aspectos instigantes o turismo cinematográfico que vem reforçando a importância da utilização das obras audiovisuais como ferramentas para a divulgação dos núcleos receptores do turismo. Assim como o turismo que é considerado uma indústria, a indústria cinematográfica é uma das mais bem sucedidas no cenário mundial. O cinema tem sua origem graças à invenção do cinematógrafo pelos irmãos Lumieré, isso em 1895. Paris foi o cenário da primeira exibição pública de cinema do mundo. Como registro de imagens e som em comunicação, o cinema é tido também um veículo midiático. A indústria cinematográfica acaba se transformando em um grande negócio para países produtores da sétima arte, devido ao seu poder de propagação mediante o grande público.

Países como os Estados Unidos e a Índia se destacam na produção cinematográfica mundial e com isso divulgando sua cultura para o mundo. A relação estabelecida, a partir desse prisma entre o turismo e o cinema é algo no mínimo interessante e passível de investigação, pois tem-se duas indústrias trabalhando conceitos que aguçam o imaginário do indivíduo Assim como coloca Edgar Morin: “Nessa deturpação imaginante em primeiro grau (ver para se lembrar) e em segundo grau (fotografar para ver suas lembranças), o turismo moderno apresenta analogias surpreendentes com o cinema. Ele é sucessão precipitada de imagens, voyeurismo ininterrupto. Isso acaba provocando relações em âmbito econômico entre o cinema e o turismo. Trecho retirado da edição de julho de 2006 da revista espanhola “Hosteltur – Comunicación para El Turismo Del Futuro” A tomada da decisão do turista acaba então passando pela motivação do mesmo e se fortalece quando se enquadram os aspectos psicológicos colocados muitas vezes de forma segmentada.

Cabe se analisar a demanda turística, e a partir disso, determinar se a motivação foi colocada no patamar das seguintes opções no campo das viagens: A auto-realização do turista, a fuga da rotina, a interação social, o prestígio, o vínculo familiar, a realização pessoal, a educação ou mesmo a pura diversão. Para Adorno e Horkheimer [. “o divertimento promove a resignação que nele procura se esquecer”. O contato com novas culturas e o conhecimento de novos povos e de novas perspectivas de interações, além é claro de fatores que já foram mencionados como a fuga da rotina, fazem com que o turista experimente novas práticas reflexivas. O mesmo pode-se dizer de uma obra cinematográfica, a qual tem a possibilidade de provocar no espectador uma reflexão sobre os temas abordados, trazendo perspectivas diferenciadas do modo como o mundo se apresenta, sensibilizando-o inclusive sobre aspectos simbólicos que venham a ser retratados nos filmes, levando-o a uma “viagem” pelo universo da ficção do cinema.

A comunicação então se torna dentro de uma esfera mais complexa como um meio de codificar, decodificar, conjuntos de significados e dissociações. Para Reilly (1990) [. a comunicação seria algo um pouco mais simples de se definir, sendo apenas ‘ transmissão de idéias e informações’ 7. ” 8 Ele ainda coloca que [. “As pessoas interagem primeiramente dentro de seu próprio grupo social e adotam idéias dos líderes de opinião de seu grupo”9. Para se ter uma boa estratégia de comunicação é importante que haja um direcionamento para os formadores de opinião para que estes então se encarreguem de difundi-la. A mídia acaba então tendo uma participação interessante na montagem dessa estratégia. É importante, entretanto entender o conceito de mídia, muitas vezes confundida em conceitos dentro dela mesma.

Segundo o filosofo Jean Baudrillar [. “é a compulsão de aniquilar o objeto real, o acontecimento real, pelo próprio conhecimento adquirido sobre ele. Em outro trecho Baudrillar coloca que: "Escamotear o acontecimento real e substituí-lo por um duplo, uma prótese artificial, como aquela dos figurantes da carnificina de Timiosara, resume todo o movimento de nossa cultura. A valorização da imagem privilegiada pela civilização considerada por muitos da estética e do espetáculo traz uma incorporação dos meios de comunicação, que na produção e na transmissão das mensagens valorizam, sem dúvida nenhuma, os aspectos estéticos. As imagens passam a fazer parte do dia-a-dia da grande massa e acabam por ser importantes elementos na constituição do imaginário social, criando valores e referências sociais pelos quais os indivíduos nutrem sentido para a sua realidade.

Uma região então ao se estabelecer como locação para uma obra cinematográfica acaba em muitos casos, se firmando também como um potencial destino turístico. Conseqüentemente o núcleo receptor recebe ao encalço da obra cinematográfica um estímulo enorme em sua divulgação como destino turístico. Algumas experiências mostram produções cinematográficas, que apresentam grande investimento na área promocional, utilizando-se dos belos cenários que serviram de locação. Isso chama a atenção de um número considerável de indivíduos, gerando um crescimento no número de turistas. O cinema assumi, portanto, um papel de estimulador intelectual atraente a um número diferente de grupos sociais. Muitas vezes a locação escolhida não é atraente aos olhos do telespectador, porém bem situada em um contexto desenvolvido no roteiro, de forma positiva, acabam atraindo os visitantes para o destino.

Isso se reflete de maneira positiva, pois se tem uma divulgação das localidades através dos filmes. A relação econômica entre o crescimento do turismo através das obras cinematográficas compreende interessantes perspectivas. As regiões escolhidas como locações para as obras cinematográficas se beneficiam com crescimentos expressivos no turismo. Um estudo feito pelo Ministério de Turismo12 brasileiro mostra o crescimento do percentual de visitantes depois da exibição de alguns filmes. • Normandia, (França) – 40% de aumento no número de turistas vindos dos Estados Unidos depois da exibição do filme O Resgate do Soldado Ryan. • Canakkale (Turquia) – Um aumento de 73% no turismo da região depois do filme Tróia. Outros sucessos do cinema também influenciaram nos números do turismo das regiões que serviram de locações para os mesmos.

É o caso, por exemplo, do filme “Código Da Vinci” lançado em 2006 pela distribuidora Buena Vista, dirigido por Ron Howard e estrelado por Tom Hanks. O filme é baseado no Best Seller de mesmo nome, de autoria de Dan Brown e foi um fenômeno literário mundial, atingindo números impressionantes de vendas e inspirando o filme. Oferece aos turistas que procuram por aventura uma série de opções bem ao estilo aventureiro: rafting, escalada, o bungee jump, snownboard, entre outros. Aproveitando o seu grande potencial turístico a Nova Zelândia vem recebendo incentivos importantes do que diz respeito a sua divulgação. Obras cinematográficas de grande receptividade do público vêm trazendo como pano de fundo as maravilhosas paisagens do país, o que contribui em muito para o crescimento do turismo neozelandês segundo fontes oficiais da New Zealand Tourism13.

Um estudo feito pela New Zeland Institute of Economic Research (2002) 14 mostra que a Nova Zelândia faturou cerca de mais de NZD15 2,6 bi, cerca de R$ 3,37 bilhões com produções audiovisuais, o mesmo instituto afirma que a Nova Zelândia teve um crescimento de 8,7% da indústria audiovisual por ano. Órgão oficial de turismo neozelandês. A organização é responsável pelos incentivos e regulamentação da indústria audiovisual no país. A NZFC vem contribuindo para que a Nova Zelândia ganhe cada vez mais espaço no mercado mundial de produções audiovisuais, despertando credibilidade no mercado e conseqüentemente contribuindo para o crescimento da mão-de-obra local. Recentemente o parque de produções criado para atender as demandas de produções audiovisuais de grande porte para a Nova Zelândia vem conquistando o respeito pelos trabalhos realizados.

Algumas sagas cinematográficas de megaprodução, como "O Piano", "A Encantadora de Baleias", "Almas Gêmeas" e "O Último Samurai", foram ambientados em maior ou menor escala, na Nova Zelândia. O interessante é perceber que essas aparições no cinema de todo o mundo têm rendido à Nova Zelândia um grande incremento no número de turistas que visitam esse destino, procurando, inclusive, roteiros turísticos específicos que abranjam as locações das filmagens. Frodo, por sua vez, tem que rumar numa jornada perigosa até Mordor, tendo ao seu lado para ajudá-lo um grupo de guerreiros formado principalmente pelo humano Aragorn, herdeiro do trono de Gondor, o elfo Legolas, o anão Gimli, o mago Gandalf, e por seu leal amigo hobbit Sam. O que a saga 'O Senhor dos Anéis' tem de mais fascinante em todo o seu complexo universo ficcional são as criaturas bizarras que representam os sombrios elementos de horror presentes na história, como os orcs, seres criados especialmente para a guerra; sem contar os terríveis monstros alados Nazgûl, cavalgados por seres não menos temíveis; os demônios balrogs; o pântano dos mortos; os enormes trolls e olifantes; o Exército dos Mortos (que para se livrarem de uma maldição antiga, lutaram a favor do reino de Gondor); a mortal aranha gigante Laracna; e outras criaturas mais.

A série continua em mais dois filmes de grande sucesso, o segundo episódio da saga chamada de “As Duas Torres” – que em 2001 foi levado ao cinema e fechando a trilogia “O Retorno do Rei” – de 2003. Os filmes da série “O Senhor dos Anéis” foram dirigidos pelo neozelandês Peter Jackson que consegui reproduzir todo o universo ficcional da obra de J. R. Para que os núcleos receptores sejam utilizados como locações de grandes produções cinematográficas e conseqüentemente tenham sua exposição feita de maneira a influenciar o turista é potencialmente muito interessante, visto que é viável e lucrativo. e 17. Estudo da Economist – “One Ring to bring them all” – 2001. Fonte: New Zeland Tourism Online O casamento do turismo com as obras cinematográficas tem realmente muitas chances de se firma como uma das uniões mais duradoras e rentáveis.

Levar aos olhos dos turistas as belezas e a cultura das locações é despertar nele o desejo de vivenciar de perto o mesmo que ele deslumbrou nas telas do cinema. dfat. gov. au Hosteltur – Comunicación para El Turismo Del Futuro/ julho 2006. Invest New Zealand, 2002, www. nzembassy. net. nz REILLY, R. Effective Communication in the Travel Industry (EUA). Delmar Publisher (Merton House Travel & Tourism Publishers): 1990 Bibliografia BELTRÃO, Otto di. Turismo, a indústria do século XXI. Disponível em <http://www. turismo. gov. br/site/arquivos/dados. fotos/observatorio/Promocaodedestinoturisticonamidiaespecializada.

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