A Importância da música no aprendizado de crianças com transtorno do espectro autista na educação infantil

Tipo de documento:Monografia

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

A UERJ pela excelência no ensino. A todos os professores e tutores que fizeram parte da minha formação, obrigada pelo ensinamento e exemplo ao longo dessa caminhada. A minha mãe, que mesmo sem sua presença física está sempre presente em meu coração e pensamento, onde sempre me incentivou a estudar mesmo diante das dificuldades, sempre acreditou em mim. A minha família que sempre acreditou em mim e com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida. Aos meus amigos conquistados na faculdade em especial Suelen, Lara e Thiago. Também descreverá os benefícios da música no desenvolvimento das habilidades motoras, visuais, auditivas, cognitivas e linguísticas em crianças típica e atípicas.

Trata-se de uma pesquisa teórica de natureza bibliográfica. A metodologia utilizada refere-se a um levantamento de artigos científicos e referências bibliográficas. Por fim, a inclusão da música em um ambiente escolar vai além de uma disciplina curricular, pois a música direciona para uma dimensão mais ampla sobre o ser humano e o mundo que o cerca, contribuindo assim na vida de crianças com TEA. Palavras-chave: Educação Infantil; Transtorno do Espectro do Autismo; Música LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS APA American Psychiatric Association DSM-V Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (5° edição) RCNEI Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil TEA Transtorno do Espectro Autista SUMÁRIO INTRODUÇÃO. CONSIDERAÇÕES FINAIS. REFERÊNCIAS. INTRODUÇÃO Este trabalho de monografia tem um olhar voltado para a importância da música na educação infantil com alunos que possuem o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O trabalho se propõe descrever os benefícios da música na educação de crianças com TEA. De modo geral, a música tem uma grande capacidade de comunicação e uma criança desde cedo recebe estímulos musicais através de: brinquedos sonoros, canções de ninar, desenhos animados com músicas infantis que vão despertando sensações diversas, o que facilita a construção da aprendizagem. Dentro do espaço escolar a criança com TEA experimenta diversas vivências, dentre elas a música tem contribuído no desenvolvimento das funções sociais e cognitivas. Nas palavras de Bertoluchi, A música promove a descoberta das linguagens sensitivas e desenvolve o potencial criativo da criança, favorecendo sua capacidade de inventar e recriar o ambiente à sua volta.

A capacidade de raciocínio da criança é estimulada pela criatividade e pode ajudá-la a solucionar suas próprias dificuldades (2011, p. Utilizar a música como um recurso pedagógico, seja para introduzir um conceito, conteúdos ou atividade lúdica favorece inúmeras aprendizagens. Sendo que, a música com toda sua multiplicidade utilizada pelo professor se torna uma ferramenta versátil, pois abrange várias áreas como podemos verificar em Bertoluchi. No linguístico o uso de canções é excelentes fontes para dar foco aos aspectos específicos da língua. Assim, contribui na aquisição de novas palavras bem como na compreensão delas. A música atende a consciência fonológica com seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia). A utilização da música pode incentivar a participação, cooperação, socialização e aprendizado de novas palavras e seus significados.

A música está presente na vida dos pequenos desde muito cedo, através de cantigas de ninar, cantigas de roda, nas festas infantis e outros. De acordo com Brito, A música é uma linguagem universal. Tudo que o ouvido percebe sob a forma de movimentos vibratórios. Os sons que nos cercam são expressões da vida, da energia, do universo em movimento e indicam situações, ambientes, paisagens sonoras: a natureza, os animais, os seres humanos traduzem sua presença, integrando-se ao todo orgânico e vivo deste planeta (2003, p. Sendo assim, a escolha desse assunto sobre a importância da música no desenvolvimento e aprendizagem em crianças da educação infantil com autismo foi devido ao contato com esse tema verificando autores apresentando resultados animadores em que são encontradas uma melhora nas questões de comportamento, socialização e verbalização.

Busquei compreender melhor como a música interfere na mente da criança e como ela pode auxiliar no aprendizado e educação em crianças da educação infantil com autismo. Uma vez que não existe somente um, mas vários subtipos do transtorno, tão amplo que se usa o termo “espectro”, pelos vários níveis de assistências que necessitam. Silva (2012) define de forma bem simples e clara o que seria o espectro autista, vejamos: Quando jogamos uma pedrinha em um lago de água parada, ela gera várias pequenas ondas, que formam camadas mais próximas e mais distantes do ponto do qual a pedra caiu. O espectro autista é assim, possui várias camadas, mais ou menos próximas do autismo clássico (grave), que poderia ser considerado o centro das ondas, o ponto onde a pedra atingiu a água.

Esse espectro pode se manifestar nas pessoas de diversas formas, mas elas terão alguns traços similares, afinal, todas as ondulações derivam do mesmo ponto (2012, p. A origem do transtorno do espectro autista ainda é desconhecida, embora atualmente haja pesquisas sendo desenvolvidas para se descobrir. A neurociência vem buscando compreender como funciona o sistema nervoso e como este sistema trabalha no processo em que a música é inserida enquanto estímulo em pessoas com o desenvolvimento global atípico e típico. Para uma melhor compreensão dos efeitos da música em uma criança atípica é preciso compreender como é o funcionamento do cérebro de uma criança com TEA. Como o autismo afeta o cérebro O Transtorno do Espectro Autista afeta o desenvolvimento da criança causado por problemas associado ao aspecto neurobiológico que está presente na vida dos pequenos.

Wing (1993) menciona que há diversos estudos sobre a evolução da capacidade biológica de se comunicar com os outros, pois já foram feitos estudos com crianças normais, deixando claro que a deficiência nestes aspectos é uma deformidade considerada a causa dos problemas das pessoas autistas, originada por uma "anomalia cerebral". A criança com autismo normalmente apresenta uma estrutura desordenada e mais inadequada em relação os padrões de estrutura cerebral da organização dos neurônios, melhor dizendo, eles estão sujeitos de maneira desorganizada. A música pode apenas ser sentida, ouvida, uma vez que o som é produzido pelo corpo como as palmas, sons emitidos pela boca, os batuques em alguma superfície, os assobios, assim como a presença sonora da natureza, como pássaros cantando, o barulho da chuva, o som do vento.

Músicas cantadas, tocadas podem conduzir os alunos para um universo de aprendizagem extenso, onde a intensidade desse processo se evidencia de diferentes maneiras de acordo com as diferenças individuais de cada um. No universo infantil a música faz parte do dia a dia, em todas as atividades que são destinadas as crianças a música se faz presente dando amparo para uma aprendizagem, levando em consideração as rotinas que são apresentadas na pré-escola. Assim, acreditamos como Rodrigues (2013) que “na escola há muito que desenvolver a partir da experiência com a música, não somente por professores especialistas, mas também por professores generalistas, cada qual com o seu papel”. Uma atividade pedagógica envolvendo a música pode possibilitar a inclusão e interação social, tomemos a exemplo o momento em que a cantiga de roda é realizada com os colegas de turma e as mãos são entrelaçadas, uma vez que as atividades normalmente são realizadas de maneira coletiva e essa atividade em grupo gera uma participação e compreensão dos envolvidos.

apud, SAMPAIO, LOREIRO, GOMES). A criança atípica pode se beneficiar da música na comunicação e socialização. Ela lida com os sons musicais, produz e cria música, contemplam música, e por fim se expressa por meio da música. A música no espaço escolar contribui para o desenvolvimento e relações sociais, na alfabetização, expressividade, estimula a imaginação, auxilia na coordenação motora e motricidade, captação sonora da percepção espacial e do raciocínio lógico. Refletir sobre a música em um ambiente pedagógico é ter a possibilidade de uma ferramenta para auxiliar crianças com TEA. Quando ouvimos uma música e prestamos atenção na melodia, na letra ou no ritmo estamos estimulando nosso cérebro.

A música é um estímulo que contribui para o aprendizado, desenvolvendo um importante papel nas etapas e fases do desenvolvimento infantil por sua potencialidade em emocionar e sensibilizar (Pereira & Ferreira, 2012). Quando a criança está num ambiente onde pode desenvolver relações de confiança com os adultos, ter suas individualidades respeitadas, encontrar espaços seguros, saudáveis e adequados aos seus níveis de desenvolvimento, elas possuem mais chances de interagirem entre si, dispor de tempo para explorar objetos utilizando seus sentidos e ter oportunidades de aprendizagens significativas. Consta no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) que: Deve ser considerado o aspecto da integração do trabalho musical às outras áreas, já que, por um lado, a música mantém contato estreito e direto com as demais linguagens expressivas (movimento, expressão cênica, artes visuais etc.

e, por outro, torna possível a realização de projetos integrados. Tudo o que foi aprendido é comum colocarmos em prática, isto não se torna diferente quando tratamos de ensinos que provêm da música. Devido à maneira de pensar muito lógica que os autistas têm, faz com que muitos tenham uma grande facilidade com a matemática e a música (Silva, 2012). Na atualidade há estudos comprovando que a música é uma ferramenta importante para o desenvolvimento de habilidades, criatividades e desenvolvimento inclusive para criança autista (Silva, 2012), isto se dá devido aos estímulos que recebem através dos sons criando a motivação que é o desejo em querer aprender. Sem dúvidas a música é um caminho que atrai a atenção da criança autista e se torna uma facilitadora e auxiliadora de aprendizagens, pois quando utilizada de maneira efetiva, oportuniza momentos de relaxamento e concede uma sensação de bem-estar, auxiliando de forma natural para uma concentração e conhecimento.

Nogueira apresenta as ideias de Ostrander e Shoeder quanto às possibilidades das crianças se concentram mais possibilitando o aprendizado. Ela tem a magnitude de ser uma facilitadora na comunicação. Para maior benefício do aluno autista, é necessário que a música seja utilizada de acordo com seus interesses. A vivência e compreensão da linguagem musical propicia a abertura de canais sensoriais, facilitando a expressão de emoções, ampliando a cultura geral e contribuindo para a formação integral do ser. Todo indivíduo se manifesta de alguma maneira através da música em seus gestos e ações, contudo na escola essas manifestações devem ser articuladas, para que o aluno seja capaz de apreciar as atividades de música como parte integrante da sua linguagem (PEREIRA & FERREIRA, 2012 P.

A escola costuma ser o segundo ambiente social em que a criança participa, deixando por algum tempo o meio familiar, para participar de outras culturas e aprendizados com seus amigos e professores. No desenvolvimento cognitivo/linguístico as experiências musicais possibilitam uma participação ativa beneficiando o desenvolvimento dos sentidos da criança. Quando trabalhado os sons, a criança amplifica sua sensibilidade auditiva, já quando a criança acompanha movimentos, gestos ela está trabalhando a sua atenção e coordenação motora, em relação ao imitar ou cantar ela está descobrindo sua capacidade e estabelecendo uma relação com o ambiente em que ela vive. Em relação ao desenvolvimento socioafetivo aos poucos a criança vai estruturando sua identidade, ao mesmo tempo em que se percebe diferente ela busca se integrar com o outro.

No decorrer do desenvolvimento da autoestima ela aprende a se aceitar como ela é com suas limitações e capacidades. Atividades musicais em grupo contribuem para o desenvolvimento da socialização, estimulando a compreensão, a participação e a cooperação. Fazer uso da música como um recurso pedagógico no âmbito escolar traz benefícios para a aprendizagem e desenvolvimento das crianças (Nogueira, 2003). Formada por ritmo, som, harmonia e, melodia, as atividades com música colaboram para o desenvolvimento cognitivo/linguístico, psicomotor e socioafetivo. Uma vez descoberto os gostos musicais quanto aos ritmos, melodias, letras, estímulos sonoros dos alunos com TEA, o professor poderá utilizar a música como funções pragmáticas e se beneficiar dela criando oportunidades para desenvolvê-los nas questões da comunicação e da interação social.

A partir da música o aluno poderá pedir, saudar, nomear. Essa variedade comunicacional continuam a gerar participações mais elaboradas, tais como, escolher a música, com quem vai dançar, arrumar os instrumentos ocorrendo maiores trocas com os parceiros sociais. As considerações aqui não vêm de especialista da música ou TEA, mas da profissional da área da educação que respeita a diferença e compreende a importância da inclusão na vida do indivíduo com TEA. Diante do que foi apresentado no decorrer deste trabalho, espero que o leitor tenha se conscientizado e se convencido da contribuição que a música tem em propiciar ganhos no campo emocional, cognitivo, intelectual, motor e social de crianças da pré-escola. As variadas experiências musicais para crianças com TEA são muito importantes.

Mesmo não sendo uma tarefa fácil, os esforços dos professores generalistas resultam em possibilidades para que haja um desenvolvimento e uma aprendizagem satisfatória. Através deste trabalho, vimos que a música é considerada uma fonte essencial para o desenvolvimento humano, pois auxilia e estimula habilidades criativas. BERTOLUCHI, M. A. Autismo, musicalização e musicoterapia. S. L. H. BOSA, C. A. Competência social, inclusão escolar e autismo: um estudo de caso comparativo. Psicologia Teoria e Pesquisa, Brasília, DF, v. Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer?. São Paulo: Moderna, 2003 MUNIZ, Iana.  A neurociência e as emoções do ato de aprender: quem não sabe sorrir, dançar e brincar, não deve ensinar.  Itabuna; Via Litteratum, 2012.

Org.  Interação social e desenvolvimento. Curitiba: CRV, 2009. p.   NOGUEIRA, M. de 2021. PEREIRA, E. A. FERREIRA, V. R. O contínuo das características autísticas in GAUDERER, E. Christian. Autismo e outros atrasos do Desenvolvimento: uma atualização para os que atuam na área: do especialista aos pais (Trad. Angela Moura, Linda Lemos), Brasília: CORDE, 1993.

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