A IMPORTÂNCIA DA ENFERMAGEM PARA A SAÚDE MENTAL
Tipo de documento:Revisão Textual
Área de estudo:Turismo
Palavras-Chave: Enfermagem; Saúde mental; Assistência. INTRODUÇÃO De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2001) grande parte das doenças físicas e psíquicas influenciada por uma junção de fatores psicológicos, biológicos e sociais. Sabe-se que os transtornos mentais são ocasionados por multifatores e possuem como base física o cérebro. Podendo afetar a todos, e qualquer parte do mundo, porém, com mais frequência do que se pensa a, podem ser tratados de forma eficaz. Trabalhar com um portador de distúrbio mental requer o rompimento dos próprios paradigmas, pois a visão que se tem quando se fala de doente mental está relacionada a agressão, manicômio, medo e essa imagem é muito difícil de ser apagada, pois já faz parte das raízes educacionais.
A proteção materna instintiva é, sem dúvida, a primeira forma de manifestação do homem, no cuidado ao seu semelhante, pois, mesmo nas épocas nômades quando as crianças eram sacrificadas por atrapalharem as andanças dos grupos em busca de alimentos, muitas foram salvas devido aos cuidados de suas mães. GIACON, 2006, p. O cuidado era prestado então a quem necessitava de ajuda, primeiramente a doença era enxergada como um castigo ou um poder diabólico, e o cuidado era prestado de forma empírica, por feiticeiros ou sacerdotes, posteriormente passou a ser feito por religiosas (AGUIAR, 2012). “O cuidado dos enfermeiros foi uma das maneiras de caridade adotada pela igreja, sendo conjugada na própria história da enfermagem (WAIDMAN 2005) ”. A enfermagem passou a ser vista como profissão com Florence Nightingale, nascida na Inglaterra, na cidade de New Forest em 1820, uma pessoa extremamente religiosa, advinda de uma família nobre, que tinha vontade de se dedicar aos cuidados dos enfermeiros (AGUIAR, 2012).
A ciência evoluiu rapidamente, e está convivendo ao mesmo tempo com o lado obscuro da nova realidade, como: a criminalidade, miséria e a destruição do meio ambiente. O mundo se encontra doente, pois ao mesmo tempo que globalização trouxe coisas boas, trouxe ruins, trazendo vários problemas de saúde, que só podem ser resolvidos com empenho, dedicação, força e amor. Com o passar do tempo, o papel da enfermagem foi se transformando, atualmente sua função é ampla, solidificando cada vez mais sua posição no mecanismo da saúde da pessoa. O enfermeiro é a primeira pessoa que aparece no atendimento ao paciente que adentra em um sistema de saúde. Seu atendimento inicial atua de maneira interdependente com outros profissionais (SALLES, 2013). No final da década de 1960, surgiu no Brasil, as enfermeiras docentes das áreas de Saúde Mental e psiquiatria com propostas de se criar uma perspectiva teórica que ampliasse a visão biomédica, elas propunham uma enfermagem humanizada com base na interação paciente-enfermeiro, fundamentavam-se em Sigmund Freud, Hildegard Peplau, Joyce Travelbee e Carl Rogers (MELLO, 2009).
Essas propostas trouxeram diversas modificações na prática dos enfermeiros que, e em vários serviços, começam a participar de atividades terapêuticas para compreender os motivos de sua realização, e percebem informações importantes sobre o comportamento dos pacientes, registrando de forma objetiva, verbal e escrita, contribuições sobre o estado de saúde em que se encontravam. Segundo Lima (2015 p. até meados da década de 90, no estado de São Paulo, a enfermagem desempenhou funções de assistência em Saúde Mental principalmente em instituições hospitalares, até que neste período inseriu-se nas equipes dos Ambulatórios da Coordenadoria do Estado, e então conjugou-se aos consagrados conhecimentos de Saúde Pública e também da assistência psiquiátrica. A partir desse momento, a equipe de enfermagem foi possibilitada de desempenhar ações neste campo de acordo com a capacitação de cada profissional, podendo estar ou não associada a um técnico especializado.
Entre a sistematização da assistência como forma de organização e taxonomia da prática e a assistência de enfermagem pautada no modelo biomédico se encontram também as estratégias de consultas e escutas de enfermagem como ferramentas de atuação na clínica em Saúde Mental (BOLSONI, 2016). É nítido, ao observar alguns cenários da prática e também em boa parte das produções científicas que a equipe de enfermagem brasileira ainda conserva em sua assistência o modelo tradicional e, para romper esse cuidado com base na atenção curativista e hospitalocêntrico, é necessário que os sujeitos sejam formados reflexivos e sociais críticos, que operam na lógica da Reforma Psiquiátrica em qualquer ponto da Rede de Atenção Psicossocial - RAPS (SILVA, 2010).
Retrospectiva Histórica da Psiquiatria no Brasil Os transtornos mentais seguem a civilização desde os tempos mais remotos, os livros da bíblia mostram que os hebreus, árabes e egípcios sofriam de transtornos, com explicações religiosa e mística para a doença, acreditavam que a conduta atípica advinha de possessões por espíritos sobrenaturais, assim como, maus espíritos, demônios deuses enfurecidos (HOLMES, 2011). A história da psiquiatria surgiu na Europa, no século XVIII. Existiam diversas instituições filantrópicas que abrigavam os loucos, pessoas desprezadas pela sociedade. De acordo com a autora supracitada, surgiu 1961 na Itália, através do Veneziano Franco Basaglia que assumiu a direção do Hospital de Gorizia, que demonstrou a sua insatisfação com o sistema psiquiátrico que estava em vigor na época, onde ele não aceitava a maneira com que os internos viviam, e nem os métodos violentos e coativos dos tratamentos (VALVERDE, 2010).
Desta maneira, Basaglia optou por medidas que pendiam à humanidade do paciente, para garantir a dignidade a estes como cidadãos. Trazendo propostas para transformar o manicômio em lugar voltado para a cura através da humanização do paciente. Propôs ainda a desinstitucionalização como forma de negar a psiquiatria como ideologia, desde a negação da instituição manicomial e negação até denúncia da violência fora e dentro da instituição. A partir daí iniciou-se uma trajetória de luta em busca da desconstrução do hospital psiquiátrico e de toda uma cultural manicomial (VALVERDE, 2010). Para Valverdes (2010) na Declaração de Caracas, os organizadores reconhecem e reafirmaram a legitimidade dos princípios de cidadania dos portadores de transtornos mentais e que precisavam desde hospitais psiquiátricos até a construção de redes de serviços alternativos.
Sendo assim, priorizaram a criação serviços que iriam substituir hospitais psiquiátricos como no caso dos Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), leitos psiquiátricos em hospitais gerais, as redes de atenção à saúde mental, oficinas e residências terapêuticas, respeitando as características de cada local (VALVERDE, 2010). Sendo assim, chega ao Brasil as ideias de Basaglia, devido a repercussão internacional da luta antimanicomial do processo psiquiátrico italiano onde foram adotadas para a desinstitucionalização os princípios da Reforma Psiquiátrica da Itália, para desarticular o centro da atenção da instituição para a comunidade (VALVERDE, 2010). Nos anos 70, iniciou-se no Brasil o processo de reforma Psiquiátrica, através do empenho dos movimentos sociais pelo direito dos pacientes, da crise da assistência com foco no modelo do hospital psiquiátrico, em prol de uma mudança nos modelos de gestão e atenção nas práticas de saúde, oferecendo serviços de qualidade, amparando a saúde coletiva dos trabalhadores e dos usuários do serviço de saúde, na produção de tecnologia do cuidado e dos processos de gestão (BRASIL, 2005).
Mesmo a Reforma psiquiátrica brasileira sendo mais atual que a Reforma Sanitária, ela possui sua história própria, em um contexto de mudanças pelas superações da violência asilar. A maioria dos estudos chegou à conclusão de que a prevalência geral de transtornos mentais é aproximadamente a mesma no sexo masculino e no feminino (BRASIL, 2005). Os transtornos comuns, que comumente causam incapacidades graves, envolvem transtornos depressivos, transtornos do uso de substâncias, esquizofrenia, epilepsia, doença de Alzheimer, retardo mental e transtornos da infância e da adolescência. Já fatores relacionados com prevalência, manifestações e progressão dos transtornos mentais, envolvem a pobreza, o sexo, a idade, os conflitos e catástrofes, graves doenças físicas e o ambiente familiar e social (BRASIL, 2001).
Os transtornos metais causam pouco mais de 1% de mortalidade, apesar de serem responsáveis por mais de 12% da incapacidade decorrente de doenças. Sendo que cinco das dez principais causas de incapacidade, são transtornos mentais, estando a depressão responsável por 13%, alcoolismo por 7,1%, esquizofrenia por 4%, transtorno bipolar por 3,3% e transtornos obsessivo compulsivo por 2,8%. Assistência de enfermagem ao portador de transtorno mental no Brasil, vem se desenvolvendo com o passar dos anos, procurando atender as propostas advindas da reforma psiquiátrica, que estabelece que os profissionais de saúde devem ter uma prática oposta da psiquiatria tradicional, que foi marcada pelo isolamento, tratamento punitivo e contenções físicas e químicas dos pacientes (Almeida Filho, 2009). Mesmo sendo criticado, reformado e negado, o Manicômio ainda é uma prática que aplicada a pacientes portadores de transtornos mentais ponto final essas práticas têm como princípio O isolamento do portador, contestando todas as probabilidades de assistência com foco no humanismo ético (Oliveira, Fortunato, Estudos sobre a história da prática assistencial em Psiquiatria, apontam que a mudança vem ocorrendo de forma gradual e lenta, mesmo que com implicações legais e éticas que corroboram com a necessidade de aceleração desse processo.
Procurando novos caminhos onde sejam possíveis refletir sobre os cuidados de enfermagem, de maneira ampliada, tem sido um desafio na área da psiquiatria (filho, 2009) Nesse contexto, a importância da mudança de conceitos e atitudes, relacionados a doença mental fica evidente. É preciso que os profissionais de saúde mental estejam habituados as novas compreensões para que essas mudanças possam acontecer, concretizando assim assistência usando como pauta uma ideologia de cidadania, humanização, ética e uma assistência integral. A enfermagem é vista como responsável por uma assistência promissor e inovadora em suas táticas, a partir do surgimento de novos espaços de trabalho nos Caps. A importância da enfermagem para a saúde mental Falei que conduzem a enfermagem é a responsabilidade em ser solidário com as pessoas as famílias, os grupos e as comunidades, objetivando uma cooperação mútua entre indivíduos na manutenção e Conservação da Saúde (Miranda 2009).
Sabe-se que os caminhos para atingir esse princípio da enfermagem foram e ainda são percorridos, com muita dificuldade, exigindo esforços para aprender a conviver com o imperfeito, com a multifinalidade, com as ambiguidades as divergências e as incertezas. Se doar é fundamental nessa experiência, e o cuidado faz parte da cientificidade e da doação que a esperada nessa caminhada. Sendo assim, a enfermagem psiquiátrica está inserida, não fugindo das regras da exploração por um caminho inacabado. Segundo Kirschbaum (2000) desde o começo, a prática da enfermagem psiquiátrica foi assinalada por um modelo repressor e controlador, tendo suas atividades realizadas por indivíduos leigos, serventes dos hospitais, esses pacientes e posteriormente por irmãs de caridade. Sendo assim, o novo enfermeiro deve se adaptar a essa nova realidade, refletindo sobre as novas demandas, e a ética que envolve a área, garantindo assim, um espaço integrado entre esses profissionais, de compartilhamento de saberes e práticas.
Para Souza (2003), este novo cenário, denominado “mundo do trabalho”, exige deste profissional enfermeiro competências não apenas técnicas, mas também aquelas associadas ao contexto sócio-cultural e filosófico de um novo tempo. Esses saberes quando aplicados, provocam mudanças no ambiente médico, trazendo uma abordagem crítica e reflexivo entre o conhecimento teórico e o prático, provendo ações transformadoras, e de cunho social. Nos cuidados com a saúde mental não é diferente, sendo que as habilidades exigidas ainda são mais acentuadas no sentido de promover o sucesso no tratamento do paciente. O enfermeiro (a) tem um grande desafio enquanto integrante das equipes que atuam nesses serviços substitutivos da Reforma Psiquiátrica (VIDAL et al. Desenvolver ações voltadas para saúde mental, no tratamento de casos levando em consideração: uso de medicamentos dois-pontos encorajando a aderência do tratamento monitorando os efeitos colaterais e avaliando a resposta ao tratamento nos casos Onde existe a necessidade de utilização continua de medicações psicotrópicas, principalmente em transtorno de ansiedade e depressão, instituir tratamento de apoio, em intervenções psicológicas, estratégias de terapia cognitiva comportamental e aconselhamento para resolver problemas encaminhar para aconselhamento especializado ou psicoterapia, medidas de autoajuda, encaminhar para grupos de autoajuda, estimular para ampliação das redes sociais, instruir em relação a estratégias alternativas.
Gerenciar e programar plano de cuidados para paciente com transtornos mentais persistentes e severos. Para esse grupo de pacientes vulneráveis, o ideal parece ser a estruturação de programas de cuidados compartilhado, que envolve a equipe de atenção primária de saúde mental. Nesse contexto de mudanças em relação a atenção na saúde mental, cada vez mais se discute o modelo psicossocial, cabe nos enfermeiros e organizar os processos de trabalho e repensar os seus papéis. Sendo assim, requer do profissional posicionamento assertivo perante as necessidades desenvolvimento de ações e projetos terapêuticos com a proposta psicossocial construindo em conjunto com os demais profissionais da equipe de saúde na perspectiva das práticas interdisciplinares (ESPERIDIÃO, 2013). CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da análise desse estudo, foi possível concluir que, o enfermeiro possui um papel crucial na assistência humanizada a saúde mental por ser uma profissão que passa longos períodos com paciente e assumir um papel de apoio, ensino e Cuidado Com estes e com sua família.
É necessário que o profissional de enfermagem seja capacitado e qualificado para exercer um cuidado humanizado, garantindo assim uma melhora na reabilitação na qualidade de vida de seus pacientes. A assistência enfermagem é de grande importância no Cuidado com o paciente portador de transtornos mentais, possibilitando uma relação de empatia entre pacientes e profissionais, trazendo melhorias na qualidade de vida, reinserção na sociedade e resgate da Cidadania dignidade dos indivíduos portadores de transtornos mentais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS AGUIAR, Maria I. F. Consulta de Enfermagem em Saúde Mental: revisão integrativa. Rev. Eletrônica Saúde Mental Alcool Drog. Out-Dez; 12(4). BRASIL. Perfil Epidemiológico dos Transtornos Mentais e Comportamentais nos Munícipios da Microrregião de Criciúma/SC. Criciúma, 2017. Disponível em: http://repositorio. unesc.
net/bitstream/1/807/1/Gabriela%20Sarto. esc. enferm. USP,São Paulo, v. n. p. Lima DWC, Vieira AN, Silveira LC. A escuta terapêutica no cuidado clínico de enfermagem em saúde mental. Texto Contexto Enferm. jan-mar; 24(1). Mello IM. orgs. Conexões: saúde coletiva e políticas de subjetividade. São Paulo: Hucitec, p. MIRANDA-SÁ, LSJ. Breve histórico da psiquiatria no Brasil: do período colonial à atualidade. FUREGATO, A. R. F. SAEKI, T. Reforma sanitária e reforma psiquiátrica no Brasil: convergências e divergências. Online]. cited 2018 dezembro 23. Available from:. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório sobre a saúde no mundo 2001: Saúde mental:nova concepção, nova esperança. p. Disponível em: https://www. scielo. br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342010000200019.
Motta, M. C. S. ZEITOUNE, R. C. br/revista/v12/n3/v12n3a04. htm. Acessado em: 28/04/2021. Souza AC. Estratégias de inclusão da saúde mental na atenção básica: um movimento das marés. Reforma Psiquiátrica: Panorama Sóciohistórico, Político e Assistencial, Bahia, 2010. Disponível em: http://www. redepsi. com. br/2010/11/21/reforma-psiqui-trica-panorama-s-ciohistricopol-tico-e-assistencial. p. set. Disponível em: https://www. scielo. br/scielo.
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