A FALTA DA DIVERSIDADE LINGUÍSTICA NO LIVRO DIDÁTICO

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

Para a realização deste trabalho foi feita uma vasta pesquisa bibliográfica produzida por pesquisadores que se destacaram no assunto. A investigação desenvolvida mostrou que existem diversos fatores que produzem diferenças na linguagem das pessoas, como por exemplo, fatores regionais, culturais, etc, que condicionam diferentes formas de expressão de cada falante. Além disso, as informações adquiridas revelaram a contribuição da Linguística no ensino da Língua Materna e mostrou que, embora alguns avanços, a instituição de ensino ainda está presa à gramática normativa, desprezando a linguagem popular usada pelos alunos das classes menos privilegiadas, dificultado assim, o aprendizado e a interação social dos estudantes, pois a influencia do material didático sulista quase que na sua totalidade é a peça fundamental nesse resultado.

Por meio do estudo apresentado foi possível compreender o quanto é fundamental considerar a variação linguística pertinente à língua portuguesa, sendo necessário trabalhar com as variantes linguísticas no contexto escolar como meio de socialização e valorização cultural. Palavras-chave: Linguística. METODOLOGIA. CONSIDERAÇOES FINAIS. REFERÊNCIAS 1. INTRODUÇÃO A língua é expressão de um povo, ela está carregada de histórias e constitui-se como um bem mais valioso. É através da língua que se define a identidade de cada povo, se manifestam as representações e a organização de uma sociedade, ocorrem às relações de poder e o entendimento. Assim, esse projeto foi realizado através de pesquisas bibliográficas, a partir de estudos relacionados à diversidade linguística, este proporcionou o desenvolvimento de conhecimentos múltiplos com uma aprendizagem alcançada e embasada nos autores pesquisados, que proporcionaram o aprofundamento deste trabalho.

A HISTÓRIA DO LIVRO DIDÁTICO A humanidade ao longo do tempo procurou várias formas de registrar suas memórias e feitos históricos, isso se reflete desde os tempos primitivos onde os homens das cavernas deixaram seus registros desenhados em pedras. Com o passar do tempo outras maneiras de registrar suas histórias foram surgindo até culminar no livro. O livro como nós conhecemos hoje, surgiu no Ocidente por volta do Século II D. C. Os outros entravam livremente, trazidos pelos colonizadores, pelos brasileiros que iam estudar em Portugal e em outros paí­ses, e pelos comerciantes. No entanto, os livros só puderam ser feitos no Brasil a partir de 1808, quando a fa­mília Real portuguesa se mudou para cá e trouxe uma máquina impressora.

Antes disso, era crime ter uma tipografia no país. QUEM, 2009,p. O livro é fundamental para a humanidade, pois é um instrumento de registros, de ideias, pensamentos, crenças, culturas, valores, etc, tornando – se essencial na vida das pessoas e até mesmo no desenvolvimento das sociedades. Se for aprovado, ele passa a fazer parte do Guia do Livro Didático, que é enviado para as escolas com sugestões de vários outros livros. Com o Guia do MEC na mão, os professores se reúnem para selecionar os livros que julguem mais adequados para ao projeto da escola. Escolha feita o gestor envia a lista pela internet para o Fundo Nacional de desenvolvimento da Educação (FNDE), do Mec. O MEC então se encarrega de encomendar o material escolhido às editoras.

As editoras enviam os livros pelos Correios para as escolas, numa operação que custa, em média, 100 milhões de reais. p. Portanto é de suma relevância o material de apoio nesse processo de ensino e aprendizagem, pois contribui diretamente para o trabalho do professor e consequentemente para o estudo do aluno. O professor deve levar o aluno a ter contato com as mais diversas situações do cotidiano: cartas, bilhetes, e-mails, relatórios, dissertações, textos de opinião, informativos, de humor, solicitação de estágio, de emprego etc. Dessa forma, nossa disciplina pode chegar próximo do objetivo, que é levar os alunos a conhecerem os diversos gêneros e suas funções linguísticas para que possam fazer uso deles na medida da necessidade e da sua participação na própria sociedade.

Silva (2013, p. Bortoni-Ricardo. p. A escola tem adotado um sistema padrão para o ensino da língua portuguesa, usando uma gramática de norma culta, recusando assim, o fenômeno da língua e suas variedades existentes na sociedade. Nesse sentido, a norma não-padrão pode ser considerada como errada, sem prestigio e desprezada pelas classes privilegiadas. Os professores de língua materna têm dificuldade de falar sobre este assunto com os alunos, já que estão habituados com o uso da gramática normativa, a qual é imposta como única e correta, com isso os alunos sentem-se desestimulados e displicentes em relação à aprendizagem escolar, contribuindo para o seu fracasso escolar. BORTONI-RICARDO, 2004, p. Os papéis sociais são estabelecidos por normas socioculturais, sendo algo habitual da cultura de um povo, por isso foi possível notar que existe uma série de divisão que repercute na língua.

Entretanto, todas as variedades estabelecem sistemas linguísticos completamente adequados para a expressão das necessidades comunicativas dos falantes, dadas às práticas sociais e os hábitos culturais de suas comunidades. Considerar determinadas variedades como melhores e criticar as demais é, antes de tudo, proferir um voto de valor sobre os falantes dessas variedades, usando as diferenças linguísticas como um motivo para discriminação social dos indivíduos. De acordo com Bagno (1999, p. É de suma importância que os discentes da disciplina de Língua Portuguesa consigam distinguir os diferentes tipos de variações existentes na sociedade, já que essas diferenças podem ser notadas de região para região, classe social, de acordo com a situação onde cada indivíduo está inserido. As diversidades linguísticas englobam diversos fatores extralinguísticos que influenciam a forma de falar de cada sujeito, que inclui as distinções, históricas, geográficas, sociológicas, econômicas, políticas, entre outros fatores que mostram a heterogeneidade da língua.

Todos esses fatores representam os atributos de um falante: sua idade, sexo, seu status socioeconômico, nível de escolarização etc. Podemos dizer que esses atributos são estruturais, isto é, fazem parte da própria individualidade do falante. Há outros fatores que não são estruturais, mas sim funcionais. O grau de escolarização e a formação cultural do individuo também são fatores que determinam usos diferentes da língua. Uma pessoa com o alto grau de escolarização utiliza a língua de maneira diversa de uma pessoa com baixo grau de escolarização. ● “Fatores contextuais”. Um mesmo falante altera o registro de sua fala de acordo com a situação em que se encontra. Numa roda de amigos em que se discute futebol, o falante usa a língua de maneira diversa daquela que utilizaria ao solicitar um emprego numa grande empresa.

No entanto, é incumbência da escola apresentar aos alunos das classes menos favorecidas a comunicação com outras formas linguísticas, com a finalidade de acrescentar seus conhecimentos lingüísticos e desenvolver suas habilidades e competências, pois ela é responsável pela melhoria do desempenho linguístico dos alunos. Por isso a escola deve estar consciente de seu papel e sua missão como instituição transformadora que não admite o desprezo das linguagens usadas pelos alunos. MÉTODOS UTILIZADOS NA PRÁTICA DOCENTE EM RELAÇÃO À DIVERSIDADE LINGUÍSTICA Diante de tantas variedades na língua, o professor em sua a pratica docente tem uma grande responsabilidade de transmitir com precisão os conteúdos de forma clara e com concisão através de métodos de ensino eficaz, de acordo com a necessidade dos alunos.

Assim o docente irá almejar seus objetivos enquanto mediador entre o discente e as questões a cerca das variações da língua. A forma como o professor conhece e se relaciona com a língua definira como ele trabalha as diversidades lingüísticas, a norma culta, a norma não-padrão, enfim, o educador é fator decisivo em todo o processo de ensino-aprendizagem, para colocar em execução seus objetivos, avaliando muitos projetos de ensino, e direcionando para os conceitos pedagógicos da variação lingüística, na qual a função é contextualizar, e instruir os alunos a cogitar sobre sua língua, fazendo explanação, e estar habilitado a selecionar, verificar o que irá falar ou escrever de acordo com o conteúdo, dominando e respeitando as variações linguísticas do aluno.

DIFERENÇAS ENTRE A LÍNGUA FALADA E A LÍNGUA ESCRITA Existe uma série de discussão em relação à língua, visto que, tal língua é dividida em língua falada e língua escrita, podendo ser considerado como forma de realização de um mesmo sistema linguístico. De fato, os indivíduos falam de uma forma e escrevem de outra, pois língua escrita e língua falada são duas modalidades diferentes de comunicação, tendo cada uma delas características próprias. Na fala além das palavras, são utilizados outros elementos como: os olhares, os gestos, a expressão do rosto e pela entoação, onde uma frase e distinguida, expressões para complementar sentido ao que está sendo falado. Já na escrita, portanto, não há mais olhares, nem gestos, nem entoação.

Restam apenas as palavras. BRASIL,1998, p. Por outro lado, o que deve também ser avaliado, em relação à fala e escrita, é o fato de cada indivíduo possuir uma maneira própria de falar. Pois cada região possui marcas lingüísticas, cada grupo adquire vocabulários que o caracterizam e cada ambiente sociocultural revela o nível da linguagem a ser empregado. Assim, a tarefa da escola é levar o discente a compreender o significado funcional do uso da escrita proporcionando-lhe o contato com as várias maneiras como ela é veiculada na sociedade, trabalhando de maneira contextualizada, associando a fala e a escrita no processo de ensino-aprendizagem. FORMAS DE LIDAR COM A DIVERSIDADE LINGUISTICA NO AMBIENTE ESCOLAR Durante muito tempo a língua era considerada como homogênea e por meio dessa concepção constituiu-se uma gramática normativa, e dela foi imposta uma norma padrão sendo considerada como a única maneira correta dos falantes se comunicarem.

Esse comportamento, afeta o ensino – aprendizagem do discente, criando assim um tipo de preconceito. Esses empecilhos encontrados pelo docente no momento de conciliar norma- padrão e diversidade lingüística estão associados à dificuldade em escolher a forma correta de conscientizar o aluno no momento em que o mesmo venha apresentar uma regra de língua materna, sendo que não condiz com a norma – padrão e o professor precisa intervir e mostrar essa norma de maior prestígio. Para lecionar gramática sem restringir ou excluir o aluno, Bortoni – Ricardo (2004, p. afirma, O professor deve incluir dois componentes: a identificação e conscientização [. É preciso conscientizar o aluno quanto às diferenças para que ele possa começar a monitorar seu próprio estilo, mas esta conscientização tem de dar-se sem prejuízo do processo de ensino/aprendizagem, isto é, sem causar intervenções inoportunas [.

Daí a preocupação do Estado e das editoras em publicar os livros que estivessem em perfeita sintonia com os programas curriculares de História, Geografia e demais disciplinas. Uma outra novidade, visando à aceitação maior do livro didático, foi o lançamento dos manuais dos professores, pela Editora Ática, em meados dos anos 60. Estes manuais, além de trazerem a resolução de todos os exercícios propostos, forneciam (e alguns ainda o fazem) os planejamentos anuais e bimestrais prontos para o professor (FONSECA, 1994, p. A banca para a escolha do livro didático em um município é formada por professores, gestores e coordenadores escolares que “leem” os livros disponíveis no guia e através de uma votação entre si, escolhem o livro, o que muitas vezes acontece é, nem sempre ou nem todos fazem a pré - avaliação do material e acabam votando por impulso, levando em consideração os gostos pessoais e nem sempre o que realmente é melhor para a aprendizagem do aluno.

Outro agravante que se vê nesse processo é as escolas particulares, que escolhem o livro mediante ofertas de descontos pelas editoras, ou seja um livro que custa R$:80,00 reais, será repassado para a escola por R$:40,00 reais para que esse material seja repassado para o aluno com 50% de lucro, por essa razão nem sempre o livro ofertado tem as características que deveriam ser trabalhadas com uma determinada comunidade escolar. E embasados por teóricos foi possível compreender o que é variação linguística, sem deixar de enfatizar a necessidade do domínio da norma culta para a conquista de espaço na sociedade e no mercado de trabalho, e os diferentes ambientes para utilização da linguagem padrão e coloquial, levando em consideração a bagagem histórica, e sociocultural de cada indivíduo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Essa pesquisa desenvolvida contribuiu para uma investigação e reflexão a respeito da importância de se trabalhar a falta da diversidade linguística no livro didático, notou-se que diante dessa pesquisa, os professores de Língua Portuguesa têm dificuldade de discutir sobre a variação linguística em sala de aula muitas vezes por não saber como trabalhar com a capacidade linguística do aluno, já que não há tantos cursos de capacitação voltados para a área por exemplo, muito menos o embasamento teórico necessário. No decorrer do trabalho, constatou-se que as diferenças linguísticas presente no contexto escolar como fatores sócio-econômicos, regionais entre outros, existentes na sociedade, geram o preconceito linguístico na escola, porém foi possível descobrir através de Bagno e outros críticos da língua que não existe língua melhor ou pior: o que de fato existe são modos e expressões distintas da mesma língua.

Acredita-se que este artigo contribuirá para novas convicções em relação às variantes linguísticas, pois diante da realidade social brasileira marcada pela discriminação e exclusão, torna-se imprescindível que a escola trabalhe com o objetivo de lidar e combater o preconceito linguístico. Por fim o estudo trouxe contribuição necessária para uma maior reflexão sobre o processo de escolha do livro didático que mesmo com todos os avanços educacionais, ainda há profissionais que se prendem muito ao mesmo e que essa realidade venha a ser trabalhada nas escolas fazendo com que aspectos culturais, funcionais e sociais dos alunos, sejam levados realmente em conta no tocante a esse processo. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa/ Secretaria de Educação Fundamental.

Brasília: MEC/SEF, 1998. BELO, André.  Disponível em: http://wol. jw. org/pt/wol/d/r5/lp-t/2007404/>.  Acessado em 29 de março de 2020. BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. wordpress. com/2012/10/07/del-rollo-al-codice-como-adopto-la-biblia-la-forma-de-libro/>.  Acessado em 29 de março de 2020. FERREIRA, Rita de Cássio Cunha.  A comissão nacional do livro didático durante o estado novo (1937 - 1945).   A Evolução do Livro e da Leitura.   Disponível em:  http://www. ebookcult. com. br/ebookzine/leitura. Acessado em 20 de março de 2020. OLIVEIRA, João Batista Araújo et al.  A política do livro didático. Campinas: UNICAMP, 1984 REVISTA NOVA ESCOLA.  Quem inventou o livro? Disponível em: http://revistaescola. shtml?gestao-livro-didatico-2. swf/Acessado em 20 de março de 2020. ROCHA, Aristeu Castilhos da.  História: Aproximação entre Ensino e a Pesquisa. Revista de História.

atual. Mary Aparecida Ferreira da Silva. Curitiba: Ibpex, 2005. TAFNER, Elizabeth; SILVA, Everaldo da.  Metodologia do Trabalho Acadêmico.

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