A escola e a inclusão do aluno autista

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Gestão de crédito

Documento 1

Adaptações no currículo são necessárias para desenvolver sua autonomia, ultrapassar seus déficits sociais, para que novos conhecimentos e comportamentos sejam desenvolvidos no aluno. Estudar o autismo e a inclusão contribui para ampliar o conhecimento na área, contudo é necessária a formação de profissionais da educação básica numa perspectiva da inclusão escolar. Palavras chave: autismo – escola - professor Abstract This study aims to analyze the changes promoted by inclusion policies in relation to the access and permanence of children with autism in regular schools. It will address the concept of autism and the differential diagnosis, then it will deal with Inclusive Education, the National Policy on Special Education that addresses the School Inclusion of children with autism. In order for there to be school inclusion, the involvement of the school, community and family is necessary to meet the needs and guarantee the access/permanence of the child with autism.

Dessa maneira, estudar o autismo e a inclusão contribui para ampliar o conhecimento na área e com a formação de profissionais da educação básica na perspectiva da inclusão escolar. Nesta perspectiva, essa temática reafirma a necessidade que todos compreendam e aceitem a diversidade humana, podendo contribuir na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Além disso, esse estudo será relevante para a prática pedagógica, pois de nada adianta ter um aluno com necessidades educacionais especiais matriculado na escola se não houver pessoas comprometidas, pois este será mais uma das crianças ‘’incluídas’’. Neste sentido, temos que nos empenhar para garantir o aprendizado a todos. Diante do exposto, o principal objetivo deste trabalho é analisar as mudanças promovidas pelas políticas de inclusão em relação ao acesso e permanência / presença da criança com autismo na escola regular.

descreve que Asperger “não salientou tanto o extremo retraimento social, tal qual Kanner fizera, mas a forma ingênua e inapropriada de aproximar-se das pessoas. Notou ainda, a dificuldade dos pais em constatar comprometimentos nos três primeiros anos da vida da criança”. Embora a síndrome descrita por Asperger (1944) fosse diferente a de Kanner (1943), havia semelhança em alguns aspectos como, dificuldades no “relacionamento interpessoal e na comunicação”. Finalmente, Kanner e Asperger se utilizaram do termo autismo. Inicialmente Kanner chamou de distúrbio autístico do contato afetivo, e Asperger utilizou o termo, psicopatia autística. “o autismo se caracteriza pela presença de um desenvolvimento acentuado atípico na interação social e comunicação, assim como pelo repertório marcadamente restrito de atividades e interesses”.

Nesta perspectiva, Martins, Preusseler e Zavschi (2002, p. enfatizam que “os transtornos invasivos do desenvolvimento caracterizam-se por prejuízo severo e profundo de diversas áreas do desenvolvimento”. Neste sentido, conforme os autores acima citados, o autismo compromete três áreas importantes no desenvolvimento da criança: a interação social, a comunicação e o comportamento. Para classificar o autismo são utilizados diferentes sistemas, Segundo Tamanaha, Perissinoto e Brasilia (2008, p.  Está tipicamente associado com retardo mental severo ou profundo.  Pode ocorrer transtorno convulsivo. Transtorno de Asperger:  Atinge mais o sexo masculino.  Não ocorrem atrasos significativos na linguagem, apesar de ocorre prejuízo na interação social e nos padrões de comportamento repetitivo.  A inteligência global é normal na maior parte dos casos. Capítulo 2 O inicio da educação inclusiva Foi durante a década de 90 que aconteceu grandes transformações na política educacional Brasileira, nessa época começou o movimento da inclusão escolar que resultou em novas perspectivas no campo da educação especial.

Garcia e Michels (2011, p. enfatizam que nos anos 90: “A Educação Especial tinha como orientação o documento intitulado Política Nacional de Educação Especial (1994), o qual apresentava como fundamentos a Constituição Federal (1988), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 4. o Plano Decenal de Educação para Todos (1993) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990). ” O eixo do debate educacional do Terceiro Mundo deixou de ser a alfabetização para se concentrar na universalização da educação básica. “ Dessa maneira em 1994, a Declaração de Salamanca passa a influenciar a formulação das políticas públicas da educação inclusiva. Essa declaração ainda enfatiza a real necessidade da inclusão educacional das pessoas que apresentam quaisquer necessidades educacionais especiais. De acordo com a declaração o princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças aprendam juntas, sempre que possível, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter (1994, p.

Importante lembrar, a declaração destaca que a escola e o projeto político pedagógico devem adequar-se as necessidades dos alunos. No Brasil o documento Política Nacional da Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (DUTRA et al. Portanto, as pessoas com deficiência, devem ser incluídas no ensino regular ainda na educação infantil: onde se desenvolvem as bases necessárias para a construção do conhecimento e seu desenvolvimento global. Pois nessa etapa, “o lúdico, o acesso às formas diferenciadas de comunicação, a riqueza de estímulos nos aspectos físicos, emocionais, cognitivos, psicomotores e sociais e a convivência com as diferenças favorecem as relações interpessoais, o respeito e a valorização da criança” (DUTRA et al. p.

A comunidade deve estar envolvidos para que aconteça a aprendizagem das crianças da melhor forma possível é importante também que a escola disponha de ambientes e condições adequadas, dessa maneira o documento “Marcos Político-Legais da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva”, destaca que: “Os sistemas de ensino devem organizar as condições de acesso aos espaços, aos recursos pedagógicos e a comunicação que favoreçam a promoção da aprendizagem e a valorização das diferenças, de forma a atender as necessidades educacionais de todos os alunos” (BRASIL, 2010, p. A Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, enfatiza que: “A formação dos profissionais da educação possibilitará a construção de conhecimento para práticas educacionais que propiciem o desenvolvimento sócio cognitivo dos estudantes com transtorno do espectro autista.

” A democratização da gestão e a educação inclusiva se relacionam diretamente, e uma escola inclusiva deve ser, antes de tudo, uma escola democrática. Outro fator importante observado é o crescimento das matrículas no ensino regular. “Os dados do censo escolar indicam que, em 1998, cerca de 200 mil pessoas estavam matriculadas na educação básica, sendo apenas 13% em classes comuns. Em 2014, eram quase 900 mil matrículas e 79% delas em turmas comuns” (PORTAL BRASIL, 2015). Podemos afirmar que, o número de alunos com deficiência que frequentam as escolas no ensino regular sobe, mas o fato de ter muitos alunos especiais no ensino regular não significa que a inclusão está acontecendo em todas as escolas e que o aprendizado está sendo adquirido por todos os alunos. p.

a educação especial se organizou tradicionalmente como atendimento educacional especializado substitutivo ao ensino comum, evidenciando diferentes compreensões, terminologias e modalidades que levaram a criação de instituições especializadas, escolas especiais e classes especiais. O documento ainda destaca como é o funcionamento da sala de recursos, enfatizando que: Em todas as etapas e modalidades da educação básica, o atendimento educacional especializado é organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta obrigatória dos sistemas de ensino e deve ser realizado no turno inverso ao da classe comum, na própria escola ou centro especializado que realize esse serviço educacional (BRASIL, 2010, p. De acordo com o Decreto 6. de 2007, “o atendimento educacional especializado deve integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a participação da família, atender às necessidades específicas das pessoas público-alvo da educação especial, e ser realizado em articulação com as demais políticas públicas.

a educação especial integra a proposta pedagógica da escola regular, de modo a promover o atendimento escolar e o atendimento educacional especializado complementar ou suplementar aos estudantes com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento, com altas habilidades ou superdotação. Para que o acesso e a permanência desses alunos sejam concretizados, de acordo com a Lei nº 13. de 25 de junho de 2014, é preciso: “Manter e ampliar programas suplementares que promovam a acessibilidade nas instituições públicas, para garantir o acesso e a permanência dos alunos com deficiência por meio da adequação arquitetônica, da oferta de transporte acessível e da disponibilidade de material didático próprio e de recursos de tecnologia assistiva, assegurando, ainda, no contexto escolar, em todas as etapas, níveis e modalidades de ensino, a identificação dos alunos com altas habilidades ou superdotação” (BRASIL, 2014a).

O esforço para que haja o verdadeiro acesso a educação para todos os alunos que são atendidos pela educação especial nas redes públicas é grande. No documento Planejando a próxima década, conhecendo as metas do Plano Nacional de Educação (BRASIL, 2014b, p. “para que o acesso esteja garantido, torna-se necessário assegurar a permanência com qualidade”. Assim sendo, é essencial focar nos potenciais de cada aluno, é necessário que o educador transmita confiança e segurança para este, para que ele aprenda de forma significativa. Além disso, “para que haja esse ensino de qualidade é necessário currículo apropriado de modo que promova modificações organizacionais, estratégias de ensino e uso de recursos, dentre outros” (MENDES, 2002 apud BRANDE; ZANFELICE, 2012, p. Citando Libâneo (2012, p.

“o currículo é a concretização, a viabilização das intenções expressas no projeto pedagógico, e há muitas definições de currículo: conjunto de disciplinas, resultados de aprendizagem pretendida, experiências que devem ser proporcionadas aos estudantes, princípios orientadores da prática, seleção e organização da cultura. No entanto, para que o educador consiga fazer essa relação sobre o que e como ensinar o aluno com autismo é necessária formação adequada, caso contrário a metodologia utilizada em sala não servirá para alcançar o objetivo desejado, que é a aprendizagem. Esse é um grande problema encontrado nas escolas, pois os professores não estão preparados para lidar com essas crianças, pela falta de formação. Santos (2008, p. cita que no currículo dos cursos superiores, as informações sobre autismo são pobres e obsoletas, além disso, a bibliografia é escassa e a maioria dos textos é importada e traduzida, assim como as experiências nesta área.

A inclusão das crianças com autismo na escola regular, precisa de atenção de todos os envolvidos como citado anteriormente. Gikovate (2009, p. destaca que a quebra de uma rotina pode desencadear um comportamento agitado no qual a criança se recusa a ir em frente enquanto não se retorne ao padrão anterior. Além disso, a rotina para estas crianças é fundamental para que consigam se organizar no espaço e tempo e assim consigam aprender. Lopes e Pavelacki (2005, p. ressaltam que além das técnicas que deve-se utilizar em sala, a rotina diária é muito importante na educação do autista, a qual não deve ser alterada, pois qualquer mudança pode refletir no comportamento da criança. ” Isso porque o método PECS trabalha através de cartões e figuras em que a criança consegue se expressar, pois associa a imagem com o que ela deseja.

Outro método muito utilizado que tem como base a informação visual, é o método Treatment and Education of Autistic and related Communication-handicapped Children 19 (TEACCH), de acordo com Bosa (2006, p. “é um programa altamente estruturado que combina diferentes materiais visuais para aperfeiçoar a linguagem, o aprendizado e reduzir comportamentos inapropriados. ” Diante disso, esse método busca a independência da criança autista, realizando um trabalho através de estímulos visuais e corporais, pois através das imagens as crianças serão estimuladas a fazer movimentos corporais como, apontar, buscar, e isso faz com que a criança movimente-se. Além dos métodos citados anteriormente, há também o método Son-Rise que busca fazer com que todos os envolvidos com a criança autista sejam capazes de juntos construírem novas maneiras de comunicação e interação, através de atividades lúdicas que forneçam o aprendizado, a autonomia e a inclusão.

Mas para tanto o professor precisa de uma formação voltada para a forma como cada indivíduo com autismo aprende além de se fazer as seguintes perguntas: Como o autista se relaciona com a outra pessoa? Será que ele está se sentindo bem na interação com seus colegas e professores? Como estamos nos relacionando com a criança autista? Paramos para ouvir o que elas têm a dizer? Entendemos, que mesmo os cursos de formação ofereçam disciplinas de Educação Especial, isso não impede que muitos professores se sintam desconfortáveis ao receberem aluno especial na escola, isso porque a formação inicial é o primeiro passo. O professor precisa conhecer e ter a mínima noção a respeito das diferenças, e assumir seu papel de mediador do conhecimento de todos os educandos, com vistas a contribuir com uma escola inclusiva e com uma sociedade mais inclusiva.

Sabemos que existem inúmeras formas de se trabalhar com as crianças autistas e com isso alguns métodos são utilizados para uma melhor inclusão desses alunos, mas não existe uma receita pronta, é preciso investir no acolhimento e na mediação da aprendizagem. Outro fator de muita importância na educação das crianças autistas é a rotina, percebemos o quão fundamental é que a rotina seja estabelecida, pois a partir disso a criança autista conseguirá se situar no espaço e no tempo. No entanto, a rotina precisa ser estruturada, pois qualquer mudança que ocorra poderá influenciar no comportamento do aluno. de 13 de novembro de 2007. Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, regulamenta a Lei nº 11.

de 20 de junho de 2007, e dá outras providências Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Marcos Político-Legais da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: Secretaria de Educação Especial, 2010. CAMARGO, Pimentel Höher; BOSA, Cleonice Alves. Competência social, inclusão escolar e autismo: revisão crítica da literatura. Psicologia & Sociedade, v. n. p. Ed. Esp. Marília, v. p. maio/ago. fev. LIBÂNEO, José Carlos. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. ed. rev. In: IX Congresso de Educação – EDUCERE; III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia – PUCPR, out. MARTINS, Ana Soledade Graraeff; PREUSSELER, Cintia Medeiros; ZAVSCHI, Maria Lucrécia Scherre. A psiquiatria da infância e da adolescência e o autismo. In: BAPTISTA, Claudio; BOSA, Cleonice (org.

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