A Chegada no Ensino Fundamental: Transição do Ensino Lúdico para Ensino Conteúdista

Tipo de documento:Projeto

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

A segunda etapa da educação básica é o ensino fundamental, a transição entre as duas etapas pode ser um pouco complicada para a criança, considerando as mudanças nas quais é submetida. Além disso, concomitante a transição de escolas, tem-se a ruptura do ensino lúdico e a educação torna-se maçante e pautada em quadro e livros didáticos. Diante disso, faz-se necessário compreender qual a importância do lúdico nessa etapa do ensino e como a transição entre as etapas deve ocorrer. Esta pesquisa tem o objetivo de investigar a mudança da educação infantil para o ensino fundamental, assim como compreender a importância do lúdico em sala de aula e as suas bases legais. Para isso, essa pesquisa foi realizada de maneira bibliográfica e concluiu-se que restringir o uso da ludicidade em sala de aula não é somente prejudicial ao desenvolvimento infantil, como também fere os direitos infantil previstos pelo ECA, pela ONU, pela Constituição e por toda legislação escolar brasileira.

Diante disso, faz-se necessário compreender qual a importância do lúdico nessa etapa do ensino e como a transição entre as etapas deve ocorrer. Esta pesquisa tem o objetivo de investigar a mudança da educação infantil para o ensino fundamental, assim como compreender a importância do lúdico em sala de aula e as suas bases legais. A revisão bibliográfica, ou revisão da literatura, é a análise crítica, meticulosa e ampla das publicações correntes em uma área específica do conhecimento. O aporte teórico dessa pesquisa contou com diversos autores renomados, entre eles Brougère (2002, 2001), Kishimoto (1996), Luckesi (2000), Navarro (2009), Rapoport (2009), e entre outros, além da própria legislação brasileira. A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL: ASPECTOS HISTÓRICOS E LEGAIS A Educação Infantil é a primeira etapa da educação básica.

Portanto, o maior desafio da educação infantil e de seus profissionais é compreender, conhecer e reconhecer as particularidades infantis. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil deixa claro que a instituição de Educação Infantil deve tornar acessível a todas as crianças que frequentam, indiscriminadamente, elementos de cultura que enriquecem o seu desenvolvimento e inserção social (BRASIL, 1998). Diante disso, Kelys afirma: Ao pensar em Educação Infantil, não é possível desassociar o cuidar e o educar, eixos centrais que caracterizam e constituem o espaço e o ambiente escolar nesta etapa de educação. Ao contrário do que muitos ainda pensam o cuidar e o educar não remetem respectivamente ao assistencialismo e ao processo de ensino-aprendizagem, pois um complementa o outro e ambos precisam se integrar para melhor atender ao desenvolvimento da criança na construção de sua totalidade e autonomia.

A criança necessita de cuidados básicos relativos à saúde, os quais se concretizam por meio de uma alimentação saudável, hábitos de higiene, exercícios e atividades físicas, momentos de repouso, entre outras diversas situações que exigem do professor atenção especial em relação aos cuidados com a criança (PEREIRA, 2012). O faz de conta é dependente da capacidade individual de cada criança para manifestar o seu imaginário das fantasias e, para favorecer esse ato infantil, é fundamental que o espaço ofereça recursos e materiais diversos que concedam a elas expressarem emoções e representarem situações cotidianas das brincadeiras e o aprendizado. A função da brincadeira não está somente no brinquedo ou no material utilizado, mas sim na atitude subjetiva que a criança apresenta durante a brincadeira e no tipo de atividade realizada nesse momento.

Essa vivência é carregada de prazer e satisfação, podendo a falta desses sentimentos acarretar em alguns distúrbios de comportamento para a criança (SILVA; GOMES, 2018). O brincar é uma atividade difícil de ser caracterizada, o que se deve ao seu caráter subjetivo, mas pode-se afirmar que é social e livre, pois não é possível obrigar ninguém a entrar na brincadeira, possui regras e uma situação imaginária. É atividade dominante na infância, e é por meio dela que as crianças começam a aprender (NAVARRO, 2009, p. O que está acontecendo com a mente da criança determina suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se não a entendemos (BETTELHEIM, 1984, p. Para o autor Kishimoto (1996), a atividade lúdica pode apresentar-se de três formas: o jogo, os brinquedos e as brincadeiras.

Cada uma dessas atividades possui características específicas, porém, se assemelham quanto ao desenvolvimento cognitivo e ao prazer proporcionado por eles. Para Miranda: O jogo pressupõe uma regra, o brinquedo é um objeto manipulável e a brincadeira, nada mais que o ato de brincar com o brinquedo ou mesmo com o jogo. Percebe-se, pois que o jogo, brinquedo e a brincadeira têm conceitos distintos, todavia estão imbricados ao passo que o lúdico abarca todos eles (MIRANDA, 2001, p. Sendo assim, é necessário que as instituições escolares estejam conforme as necessidades infantis, de modo que as crianças consigam ampliar os seus conhecimentos e possam vivenciar experiências necessárias durante sua infância. De acordo com a Base Nacional Curricular Comum, a escola: Precisa promover oportunidades ricas para que as crianças possam, sempre animadas pelo espírito lúdico e na interação com seus pares, explorar e vivenciar um amplo repertório de movimentos, gestos, olhares, sons e mímicas com o corpo, para descobrir variados modos de ocupação e uso do espaço com o corpo (BRASIL, 2017, p.

Ainda segundo a BNCC, a criança pode ser definida como um ser que “[. observa, questiona, levanta hipóteses, conclui, faz julgamentos e assimila valores e que constrói conhecimentos e se apropria do conhecimento sistematizado por meio da ação e nas interações com o mundo físico e social” (BRASIL, 2017, p. Ou seja, o planejamento das atividades deve ser elaborado a partir dessa concepção da criança, visto que ela é o sujeito ativo de toda ação pedagógica. Com isso, pode-se afirmar que um dos maiores desafios do trabalho docente é desenvolver o planejamento considerando também os eixos das interações e da ludicidade. A TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL O processo de aprendizagem escolar é marcado por muitos desafios e constantes mudanças.

A primeira mudança marcante é a entrada da criança na educação infantil, onde ela precisa se adaptar a um espaço diferente do que está habituada e ampliando o seu ciclo social. Em seguida, a criança sai da Educação Infantil e passa para o primeiro ano do Ensino Fundamental, completando a sua alfabetização. A transição entre as etapas educacionais requer uma atenção especial, pois deve garantir que a criança seja integrada à nova rotina, além de garantir a continuidade do processo educacional iniciado na educação infantil. Nos dois, temos grandes desafios: o de pensar a creche, a pré-escola e a escola como instâncias de formação cultural; o de ver as crianças como sujeitos de cultura e história, sujeitos sociais (KRAMER, 2007, p.

Sendo assim, o processo de ensino não deve ser definido por etapas e sim, pelo comprometimento por todos os aspectos da infância, sendo prioridade a oferta de uma educação que contemple a construção social, cognitiva e cultural que respeite as singularidades de cada pessoa. Portanto, a transição da educação infantil para o ensino fundamental deve acontecer de forma agradável, para que a criança compreenda que as mudanças são necessárias. A BNCC afirma que: A transição entre essas duas etapas da Educação Básica requer muita atenção, para que haja equilíbrio entre as mudanças introduzidas, garantindo integração e continuidade dos processos de aprendizagens das crianças, respeitando suas singularidades e as diferentes relações que elas estabelecem com os conhecimentos, assim como a natureza das mediações de cada etapa.

Torna-se necessário estabelecer estratégias de acolhimento e adaptação tanto para as crianças quanto para os docentes, de modo que a nova etapa se construa com base no que a criança sabe e é capaz de fazer, em uma perspectiva de continuidade de seu percurso educativo (BRASIL, 2017, p. Entretanto, é necessário ressaltar que a ludicidade é de extrema importância nessa fase do ensino e pode ser utilizada de maneira interdisciplinar, além de motivar e despertar o interesse infantil para o seu próprio processo de aprendizagem. As atividades lúdicas nas series iniciais do ensino fundamental irão estimular os conhecimentos já existente dos alunos, além da facilidade que o aluno terá para adquirir certo conhecimento os jogos são essenciais para criar laços de amizades, afeto, companheirismo, trabalho em equipe, solidariedade, tolerância e respeito, pois viver o lúdico dentro da escola é uma forma de descoberta para a o mundo.

A facilitação que o lúdico irá trazer para os conteúdos escolares parte inicialmente do/a professor/a que utilizará a metodologia no momento adequado na busca dos seus objetivos (RIOS; SILVA, 2017, p. A inserção do lúdico no processo de ensino não é uma tarefa simples, pois é preciso primeiro atrair as crianças para a brincadeira, para depois inserir a aprendizagem. A falta da utilização da ludicidade em sala de aula acarreta em diversos problemas, como o desinteresse ao processo educacional, falta de estímulo, dificuldades de aprendizagem, amadurecimento precoce, entre outros fatores que prejudicam o desenvolvimento infantil. Enquanto estamos participando verdadeiramente de uma atividade lúdica, não há lugar, na nossa experiência, para qualquer outra coisa além desta atividade. Não há divisão.

  Estamos inteiros, plenos, flexíveis, alegres, saudáveis. Brincar, jogar, agir ludicamente exige uma entrega total do ser humano, corpo e mente ao mesmo tempo (LUCKESI, 2000, p. O professor necessitar ter um planejamento de estratégias com atuação reflexiva para auxiliar na construção de aprendizagens na busca do conhecimento, do pensar e do expressar, proporcionando assim atividades que visam a formação integral dos alunos (SANTOS, 2018). Nesse mesmo sentido: Acreditamos que a ludicidade e sua dimensão sensível agregada às dimensões estética e artística pode ajudar na promoção de uma formação docente capaz de contribuir para a mudança e, consequentemente, para uma docência mais criativa e intensamente significante para quem participa do processo formativo (GUIMARÃES; FERREIRA, 2020, p. A formação docente lúdica busca uma formação profissional mais criativa, inovadora e sensível.

Dessa forma, contribui acerca da reflexão sobre a qualidade da educação almejada para as crianças, além de abordar a construção de saberes e práticas. CONSIDERAÇÕES FINAIS A primeira etapa da Educação Básica é nomeada de Educação Infantil, essa fase atende as crianças de 0 a 5 anos e tem como principal objetivo contemplar a formação integral da criança, potencializando o desenvolvimento emocional, cognitivo e social através de tarefas diárias que desenvolvam e estimulem a autonomia, criatividade, imaginação, fala, etc. É obrigatoriedade do Estado fornecer educação básica gratuita e de qualidade, como regulamentado pela Constituição Federal. Restringir o uso da ludicidade em sala de aula não é somente prejudicial ao desenvolvimento infantil, como também fere os direitos infantil previstos pelo ECA, pela ONU, pela Constituição e por toda legislação escolar brasileira.

Porém, de nada adiantam os benefícios do lúdico sem a formação profissional adequada. Por isso, o docente precisa de um planejamento estratégico com atuações reflexivas para auxiliar na construção de aprendizagens na busca do conhecimento, do pensar e do expressar, proporcionando aos alunos atividades que visam sua formação integral. Portanto, cabe às instituições de ensino fornecerem oportunidades para determinar o uso da brincadeira em sala de aula, além de fornecer também o material adequado e a formação profissional necessária, visto que os primeiros anos do ensino fundamental são de extrema importância para o desenvolvimento da criança. REFERÊNCIAS BETTELHEIM, B. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Centro Gráfico, 1988. BRASIL.

Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Brasília: MEC/SEF, 2013. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. BRASIL. BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. BROUGÈRE, Gilles. Brinquedo e cultura. ª ed. São Paulo: Cortez, 2001. GUIMARÃES, R. GALVÃO, N. C. S. S. Educação Científica, Inclusão e Diversidade. Brasília (DF): FNDE, Estação Gráfica, 2007, p. KUHMANN JR. Educando a infância brasileira. LOPES, E. M. Educação, Ludicidade e Prevenção das neuroses futuras: uma proposta pedagógica a partir da Biossíntese. Ludopedagogia. GEPEL, Programa de Pós-Graduação em Educação, Salvador-BA:v. p. MIRANDA, Simão De. br/bvs/publicacoes/declaracao_universal_direitos_crianca. pdf. Acesso em: 16/09/2022. PEREIRA, A. S. Porto Alegre: Editora Meditação, 2009.

RIOS, Pedro Paulo Souza Rios; SILVA, Thaynara Oliveira. O LÚDICO NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: A BRINCADEIRA DEVE CONTINUAR. Universidade do Estado da Bahia – Uneb. ROLIM, Amanda Alencar Machado; GUERRA, Siena Sales Freitas; TASSIGNY, Mônica Mota. ZANLUCHI, Fernando Barroco. O brincar e o criar: as relações entre atividade lúdica, desenvolvimento da criatividade e Educação. Londrina: O autor, 2005.

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