BOVINOCULTURA DE CORTE NO BRASIL: avanços e tendências

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Administração

Documento 1

Neste contexto este trabalho busca por meio de uma revisão bibliográfica de caráter qualitativo, abordar os aspectos evolutivos da bovinocultura de corte brasileira, assim como os sistemas de produção utilizados no país e as principais tendências econômicas, industriais e produtivas para o setor nos próximos anos. Palavras-chave: Bovinocultura de corte, Pecuária, Produção de ruminantes. LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Estrutura do sistema completo de produção de bovinos de corte no Brasil. Figura 02 – Tendência dos consumidores de alimentos. SUMÁRIO 1. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística – IBGE – (2016) o Brasil dispunha, em 2015, de o equivalente a 215,2 milhões de cabeças de bovinos. Como característica fundamental do progresso desta atividade no Brasil tem-se o caráter heterogêneo dos sistemas de produção e das ferramentas de comércio e gestão de bovinos.

Atualmente há a coexistência de dois sistemas de produção altamente distintos. O primeiro deles consiste numa produção de alta qualidade, pautada na utilização de tecnologias de ponta e altos padrões de gestão e comércio. Já o segundo, é caracterizado pela baixa qualidade, sendo baseado em uma produção extensiva, porém com pouco emprego tecnológico e padrões de gestão e comercialização insatisfatórios. Neste sentido, D’Onofrio (2000) a respeito da metodologia considera que A metodologia, portanto, tem muito a ver com a Teoria do Conhecimento, que os gregos chamavam Epistemologia, de episteme (ciência), o estudo crítico, o fundamento lógico dos princípios que deviam regular as atividades das várias ciências. Evidentemente, a escolha do caminho para atingir a verdade implica a utilização dos meios adequados para cada tipo de conhecimento.

Não existe um único método de pesquisa científica, pois ele varia conforme o assunto e a finalidade. D’Onofrio, 2000, p. Diante disto, com base em uma pesquisa de referencial teórico foi investigado o problema proposto neste trabalho, a fim de justificar sua relevância no contexto científico, revisando obras que permitiram atingir os objetivos aqui mencionados. Desta forma, no início do século XX houve um aumento na demanda por animais que fossem mais produtivos, e, neste período o advento das raças zebuínas representou o início da revolução da bovinocultura de corte no Brasil. Iniciou-se então o processo de cruzamento de raças, daquelas que já existiam aqui desde o período colonial com as novas raças. Sendo assim, houve um enorme crescimento do número de animais tanto no território brasileiro como em outros países da américa do sul.

Entretanto, é possível que muito do sucesso atribuído aos genótipos oriundos da Índia estivesse relacionado com a heterose. Foi nesse período que se iniciou a criação orientada para produção comercial, com as primeiras importações do gado bovino da Índia. Essa nova condição possibilitou, no caso da pecuária de corte, triplicar o número médio de animais na mesma área, o que, por si só, foi importante instrumento indutor de introdução de novas tecnologias, destacando-se, no início, a generalização do uso de sal mineral, complementada pelo desenvolvimento de novas cultivares de gramíneas forrageiras e, especialmente, pela expansão de sua utilização. Os resultados iniciais possibilitaram o fortalecimento dos programas de melhoramento genético animal, a melhoria do manejo do rebanho e a melhoria dos manejos alimentar e sanitário.

EUCLIDES FILHO, 2008, p. Diante desta breve exposição acerca do processo evolutivo da bovinocultura de corte no Brasil, serão abordados a seguir os principais sistemas de produção adotados no país. SISTEMAS DE PRODUÇÃO São disponíveis atualmente três sistemas básicos na bovinocultura de corte denominados de: extensivo, intensivo e semi-intensivo. Segundo Araújo (2010) o manejo dos rebanhos é o conjunto de práticas racionais adotadas nas criações, com a finalidade de produzir animais de forma econômica. ” O manejo adequado faz-se necessário para tentar inibir dificuldades na criação, e para sanar possíveis gargalos que possam vir a surgir no decorrer do processo. ARAÚJO, 2010 p. Vale ressaltar que não somente questões técnicas de criação devem ser consideradas, mas também devem ser analisados com cuidado fatores ligados à economia, custos de produção e investimentos, o que demanda um grande preparo ao produtor, que deverá estar apto a agir de maneira abrangente a todos estes aspectos.

Neste sentido, Araújo (2010) complementa que O bom manejo também exige bons conhecimentos técnicos tanto do empreendedor como dos trabalhadores, de forma que também são possíveis boa organização, previsão de gastos, de práticas e de custos, boa organização, coordenação e controle total de todo o processo de produção, de modo que é possível ter uma direção da atividade. A respeito deste sistema extensivo, dependente de pastagens, Euclides Filho (2008) aponta que No Brasil, os sistemas de produção de carne bovina caracterizam-se pela dependência quase que exclusiva de pastagens. À exceção da Região Sul, ou seja, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sul do Paraná, em todas as demais, as forrageiras predominantemente utilizadas são tropicais. Entre essas, destacam-se as cultivares dos gêneros Brachiaria e Panicum.

Enquanto o fato de se fundamentar em pastagens resulta, por um lado, em vantagem comparativa por viabilizar custos de produção relativamente baixos e pelo apelo ambiental em que se pode capitalizar; por outro, a utilização exclusiva dessa fonte de alimentação tem, nesse momento em que as competitividades por preço e por qualidade de produto impõem mudanças no setor, se apresentado bioeconomicamente inviável em muitas situações. Isso é agravado, principalmente, pela forma como essas pastagens são, de modo geral, manejadas. Utiliza-se também a cana fresca picada e em algumas regiões o bagaço da cana hidrolisado. De forma geral, o sistema intensivo é desenvolvido em um período antecedente ao início das secas (mês de maio) e permanece até meados de dezembro, pouco tempo após o início das chuvas.

No entanto, seu período primordial compreende os meses de junho a outro, podendo variar em um mínimo de 60 dias à um máximo de 110. A média gira em torno de 90 dias de confinamento. De forma geral, o gado entra em confinamento com peso equivalente a 350 kg e sai com aproximadamente 470 kg, com idade compreendida entre 24 e 36 meses. A estimativa é de que o crescimento populacional atinja até o ano de 2050 o referente à mais de 9 bilhões de pessoas (EUCLIDES FILHO, 2008), questão que se associa a fatores socioambientais e econômicos que representarão desafios constantes para a atividade agropecuária. Essas transformações estarão ligadas à questões relativas não só ao tamanho da população mas também aos seus hábitos alimentares, visto que se espera que esta população seja composta por indivíduos mais idosos e com maior poder econômico.

Diante disso, a evolução do cenário atual permite inferir que a sociedade tente a ficar mais exigentes com questões que envolvam sua saúde e o meio ambiente, já que ano após ano se fala cada vez mais em consciência ambiental. A figura a seguir, ilustra com base nos estudos de Euclides Filho (2008) a tendência dos consumidores de alimentos para as próximas décadas. Figura 2: Tendência dos consumidores de alimentos. Não apenas os fatores socioeconômicos devem ser considerados, mas também o fato de que a população caminha para um futuro com maiores preocupações com a saúde e o meio ambiente. Assim, o que se espera é que a bovinocultura venha atender à essas demandas, de forma a desenvolver uma produção com menos impacto ambiental e uma carne cada vez mais segura para a alimentação da sociedade.

Assim, ficou clara a necessidade do desenvolvimento de estudos que possam fundamentar as questões aqui propostas com a finalidade de promover o avanço tecnológico e cientifico necessário para que a bovinocultura de corte brasileira venha atender às demandas futuras da população de maneira eficiente e consciente. De acordo com Euclides Filho (1999): À semelhança do passado, a ciência deverá continuar sendo permeada pela arte, no sentido de ser capaz, não só de combinar a beleza da forma com a função, mas também de ser capaz, muitas vezes, de, pela forma, predizer a produção. Esta necessidade de visão global, do bom senso, do conhecimento científico e, principalmente, da capacidade de se combinar tudo isto, é que faz do melhoramento genético não só ciência, mas também uma arte.

ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de Agronegócios. ª Ed. São Paulo, Atlas, 2010. CEPEA. Metodologia do Trabalho Intelectual. ed. São Paulo: Atlas, 2000. p. Disponível em: http://www. Campo Grande: Embrapa-CNPGC, 2000a. Carne bovina, competição global e mercado doméstico. Visão Agrícola, Piracicaba, v. n. p. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção da pecuária municipal. Disponível em: http://www. ibge. gov.

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