A GÊNESE DA CRISE DE 1929 E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Religião

Documento 1

A PAZ PUNITIVA DE VERSALHES, A ECLOSÃO DA CRISE DE 1929 E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA O SISTEMA INTERNACIONAL A instabilidade do sistema internacional gerada pela Primeira Guerra Mundial, se dá entre os anos 1919 a 1939, quando eclode a Segunda Guerra. Assim sendo, é necessário entender quais foram as decisões tomadas pelos países que acabaram causando desordem e desequilíbrio na balança de poder europeia, assim como consequências econômicas graves que prejudicaram não apenas a Europa, mas todos os países de regime liberal ao redor do mundo com a Grande Depressão em 1929. A Conferência de Paris, ou Conferência de Paz, instalou-se em 1919 e tinha por objetivo ‘regulamentar’ a ordem mundial e consequentemente a paz que se desejava obter no pós-guerra, no entanto, é necessário entender no que ela diferiu de outras grandes conferências sediadas na Europa que geraram tratados de paz, não perpétuos, mas duradouros e eficazes em certa medida, e por que ela arrastou as potências para uma Segunda Guerra Mundial em tão pouco tempo (CERVO, 2008).

De acordo com Hobsbawm (1995), a possibilidade de estabilidade do sistema internacional estaria descartada se a Alemanha não fosse recolocada na economia europeia, pois era evidente o peso econômico que este país possuía dentro desta, no entanto, foi a última consideração a passar pela mente dos vencedores da Primeira Guerra. Para Keynes (2002, p. Os Estados Unidos teriam, caso desejado, o controle sobre as relações internacionais, mesmo apesar de sua política primordialmente isolacionista (CERVO, 2008). De acordo com Kissinger (2015), dos cinco Estados que compuseram a balança de poder na Europa, o Império Austríaco fora extinguido, Rússia e Alemanha foram excluídas, a Grã-Bretanha retraía-se cada vez mais e a França estava exaurida devido à guerra que esgotou seus recursos humanos. Em 1913, os EUA já haviam se tornado a maior economia mundial, e em 1929 contabilizavam mais de 42% de toda a produção mundial, eram então, em muitos aspectos uma economia internacionalmente dominante, e a guerra os havia reforçado não apenas como grande economia industrial, mas como o grande credor do mundo, assim sendo, não é possível explicar a crise econômica mundial de 1929 sem levar a participação dos EUA em conta, pois seu impacto, principalmente na Europa foi decisivo, mas isto não pretendeu subestimar, é óbvio, as raízes europeias do problema, que se iniciaram com o Tratado de Versalhes em 1919 (HOBSBAWM, 1995).

O crescimento dos EUA baseava-se, em suma, nas teorias liberais desenvolvidas por Adam Smith, apoiado no princípio laissez-faire (deixar fazer, do francês) que envolvia a livre iniciativa privada, o livre acúmulo de capital e a não intervenção estatal na economia, onde a lei da oferta e demanda regularia o mercado através de sua “mão invisível”, este crescimento, porém, começou a diminuir a partir de 1920, quando a Europa começou a reorganizar seu parque industrial, e consequentemente, importar menos dos EUA. No entanto, a especulação financeira continuava com a venda de ações, enquanto o nível de desemprego subia e o setor agrícola entrava em crise, o país via-se então em uma profunda crise, que culminou no Crash da bolsa de Nova York em 24 de outubro de 1929, caracterizada por uma estagnação na indústria devido à superprodução, que agora, não podia ser mais contida (HISST, 2016).

São Paulo: Saraiva, 2008. Cap. p. HISST, Bussunda. Crise de 1929. KEYNES, John Maynard. As consequências econômicas da paz. Brasília: Universidade de Brasília, 2002. KISSINGER, Henry. O sistema de balança de poder europeu e o seu fim.

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