Variação histórica – processos de mudança linguística no Brasil

Tipo de documento:Redação

Área de estudo:Serviço Social

Documento 1

Podemos elencar alguns, como a chegada dos navegadores lusitanos e dos padres jesuítas, o processo de catequização, a caça aos indígenas principalmente nas expedições bandeirantes, a vinda da família real no ano de 1808 e por fim, a fixação do idioma português como oficial do Brasil independente. É interessante salientar que assim como a língua portuguesa é resultado de um processo histórico ocorrido com o latim-vulgar e outros idiomas que foram se associando sejam na história portuguesa ou brasileira, essas “misturas” e o próprio uso, promoveu diversas alterações significativas entre o surgimento idiomático e a própria evolução linguística dos falantes ao longo do tempo, de igual modo, a própria língua portuguesa hoje falada aqui no Brasil, também continua a sofrer essas e outras significativas alterações.

Metodologia: Diante disso, o gênero escolhido foi resenha acadêmica, realizada através de uma revisão bibliográfica do tema, nos mais variados textos que o abordam ou naqueles que se relacionem diretamente com a História do Brasil, da Língua Portuguesa ou da Sociolinguística. A revisão bibliográfica compara o seu referencial teórico, partindo de uma analise meticulosa de trabalhos de uma área de conhecimento. De acordo com o Manual de produção de textos acadêmicos e científicos: "As pesquisas de revisão bibliográfica (ou revisão de literatura) são aquelas que se valem de publicações científicas em periódicos, livros, anais de congressos etc. Luiz Carlos Villata nesta obra, destaca que durante o Brasil Colônia, os lusitanos evitaram a concentração de escravos de uma mesma região da África com a intenção de não haver uma substituição idiomática no Brasil, não facilitar as fugas e revoltas, facilitar o processo de assimilação da língua portuguesa e ainda impedir uma identificação do grupo escravizado.

Além disso esta obra destaca ainda que os portugueses tinham consciência do processo de alteração linguística que estavam impondo e as consequências de qualquer ação que não tivesse tal questão como prioridade. Aborda ainda através algumas das principais ações dos lusitanos neste sentido. HOLLANDA, Sérgio Buarque. História Geral da Civilização Brasileira, Tomos 1 ao 3. A respeito da linguística, podemos citar o apresentado por Mariani (2004): Até o século XVIII, a linguagem, enquanto elemento simbólico constitutivo de qualquer comunidade linguística era um elemento de diferenciação da colônia brasileira relativamente à metrópole portuguesa. Porém, devido à cultura de seu próprio tempo, os colonizadores portugueses não compreendiam dessa forma. Sem dúvida, a língua portuguesa era a língua da elite administrativa, das autoridades jurídicas e eclesiásticas, dos donatários das capitanias hereditárias e, nessa medida, compartilhada com a corte.

MARIANI, 2004, p. A língua portuguesa, a ser implantada na colônia, nasce com suas diferenciações entre grupos de falantes vindos de diversas regiões de Portugal, estas deram origem às diversas variantes linguísticas. A região Nordeste do Brasil recebeu durante muito tempo as mais variadas levas de imigração do primeiro período colonial, principalmente holandeses, portugueses e africanos (que chegou à quase 5 milhões), que aqui se associaram aos indígenas. Nos primeiros dois séculos de colonização (XVI – XVII), relativamente poucos portugueses migraram para o Brasil, não mais que cem mil, mesmo assim, em relação à população indígena que vivia nos grandes centros, esta quantidade foi suficiente para um processo de miscigenação entre esses grupos e formação de um léxico próprio (ao longo do tempo) da região.

Algo similar ocorreu com a região sudeste, sobretudo no Rio de Janeiro e atual São Paulo, que por sua vez, no período do bandeirantismo teve papel preponderante na formação dos demais estados desta região, do centro-oeste e de parte do sul, neste período ocorreram migrações internas partindo do sudeste e do nordeste (na famosa corrida do ouro no século XVIII), em direção à Minas Gerais e Mato Grosso (principalmente), o que por sua vez, promoveu um outro processo “miscigenador” com outras línguas indígenas, que até então não havia ocorrido, por estarem localizadas em regiões mais internas do território. Entre o século XVIII e o XX, o Brasil recebeu uma variada imigração dos mais diversos lugares do mundo, provocadas principalmente por guerras na Europa e na Ásia, assim foram recebidos no país: Alemães e Italianos (principalmente na região Sul), Japoneses, Sírios, Árabes, Russos, Chineses, Poloneses e Franceses (principalmente no Sudeste), Espanhóis e Holandeses (no Norte-Nordeste), dentre outros povos.

Assim, as diferenças linguísticas regionais ou até mesmo estaduais se dão principalmente por todo este processo de formação do Brasil (Portugueses, Africanos e Indígenas) e de seus imigrantes, o que deixa o resultado final bastante variado. Ministério da Educação e Cultura, 1973. DAHER, Andrea. Oralidade Perdida-ensaios de história das práticas letradas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012. GUIMARÃES, Eduardo. Variação, mudança e norma: movimentos no interior do português brasileiro. In BAGNO, Marcos. Linguística da norma. São Paulo: Edições Loyola, 2002. SALOMÃO, Ana Cristina Biondo. Pag.

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