Utilização racional de antimicrobianos na clinica veterinaria

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Farmácia

Documento 1

Clínica veterinária. Medicamentos veterinários. INTRODUÇÃO O uso racional de medicamentos baseia-se no uso do medicamento certo, da dose certa e até mesmo do custo de acordo com definição da Organização Mundial de Saúde (OMS): "uso racional de medicamentos quando pacientes recebem medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade" (AQUINO. Porém, na prática clínica dos humanos e da medicina veterinária é muito grande a quantidade de antibióticos usados no mundo. Do mesmo modo, muitos cientistas trabalham intensamente na descoberta e síntese de novas drogas com amplo espectro antimicrobiano, ação mais forte e com um mais satisfatório perfil de segurança.

A resistência a antimicrobianos é um problema crescente e de fato, desenvolver novas drogas não pode ser a solução para este problema. Algumas das causas comuns que contribuem para o desenvolvimento de resistência aos antimicrobianos são o uso desnecessário de antimicrobianos, dose inadequada, insuficiente duração da terapia e a utilização de combinações de drogas antimicrobianas (MOTA, 2005). Em humanos, as avaliações dos padrões de uso de drogas estão se tornando cada vez mais necessárias para promover o uso racional destes medicamentos. Estes indicadores são agora amplamente aceitos como um padrão global para a identificação de problemas e têm sido utilizados em países em desenvolvimento (Guardabassi e Kruse, 2018). REFERENCIAL TEÓRICO Os antibióticos, compostos naturais, semissintéticos e sintéticos com atividade antimicrobiana, que podem ser administrados por via oral, parenteral ou tópica, são utilizados em medicina humana e veterinária para tratar e prevenir doenças e para outros fins, incluindo a promoção do crescimento em animais alimentares.

 Regitano e Leal (2010) chamaram a atenção para as falhas lógicas, legais e morais inerentes ao "princípio da precaução", tomando como exemplo a proibição de antibióticos que promovem o crescimento na Europa.  Nas palavras do residente do Conselho Federal de Medicina Veterinária - CFMV, Benedito Fortes de Arruda, "infelizmente existe uma resistência e poderemos chegar a não encontrar antibióticos que venham a combater bactérias resistentes, provenientes do uso indiscriminado do medicamento" (CRMV, 2015).   Os efeitos potencialmente adversos das proibições são frequentemente ignorados. Considerando que um risco teórico para a saúde humana surge do uso de antibióticos que promovem o crescimento, um exame independente dos fatos, livre de influência comercial ou política, mostra que o risco real é extremamente pequeno e pode ser zero em muitos casos.

 Por esta razão, e para tentar corrigir o que percebemos como um desequilíbrio, averiguamos o que existe em diversas literaturas sobe o tema para tentar extrair os fatos com muita desinformação. Considerando que os mecanismos precisos de efeitos promotores do crescimento foram, e ainda são, muitas vezes desconhecidos, o conhecimento está melhorando, o benefício líquido da alimentação de antibióticos para o gado de produção de alimentos foi, e ainda é, mensurável.  Esse benefício mensurável, juntamente com a segurança dos animais alvo demonstrável, a depuração de tecidos comestíveis e a evasão de resíduos, e a segurança ambiental são a base para a aprovação regulamentar de aplicações de promoção do crescimento de antibióticos na produção pecuária.

 Considerando que alguns efeitos favoráveis ​​ao crescimento são mediados por alterações da microbiota intestinal normal, resultando em uma digestão mais eficiente de alimentos e metabolismo de nutrientes, outros são mediados por meio de patogênese e supressão de doenças e liberação do sistema imunológico (SANTOS et al, 2005). Os autores acima mencionam, por exemplo, as taxas de pós-desmame aumentaram após as restrições do promotor do crescimento antimicrobiano na Suécia.   Problemas semelhantes foram experimentados em muitas partes da Europa após a proibição do promotor do crescimento, exigindo o aumento do uso de antibióticos terapêuticos (SANTOS et al, apud Casewell et al, 2005), deixando claro que a supressão de doenças infecciosas é um efeito importante de promotores de crescimento.

Serão descritos os princípios gerais que regem o uso racional de antibióticos e estes são descritos com referência a fatores que influencia o seu uso na clínica veterinária, como a sensibilidade bacteriana, penetração em tecidos infectados, farmacocinética, farmacodinâmica, via de administração e duração do tratamento, a toxicidade, risco para o desenvolvimento da resistência e o custo. Sensibilidade bacteriana A familiaridade com as bactérias (Gram-positivas, Gram-negativas, aeróbias e anaeróbias) que comumente causam infecções em diferentes sistemas de órgãos é um pré-requisito para o sucesso da terapia empírica com antibiótico. A citologia diagnóstica deve ser realizada sempre que possível, uma vez que a informação obtida pode ser usada para identificar os microrganismos envolvidos e, assim, orientar na escolha do antibiótico.

Quando escolhida a preparação, o veterinário deve estar familiarizado com os padrões locais do antibiótico bacteriano, a resistência em animais de companhia e com a sensibilidade bacteriana típica à antibióticos particulares (DENOBILE e NASCIMENTO, 2004), conforme descrito na Tabela 1. Algumas bactérias, como por exemplo a Pasteurella multocida e a Streptococcus canis, têm sensibilidades previsíveis e podem ser tratadas seletivamente com penicilinas de espectro estreito. Os autores demonstraram também que em um estudo de cães na Suécia mostrou que a prevalência de resistência bacteriana, incluindo a resistência à clindamicina, foi significativamente maior em estafilococos isolados de piodermas recorrentes em comparação não recorrentes. penetração do antibiótico no tecido infectado A perfusão adequada do tecido é necessária antes que a difusão do antibiótico no tecido infectado possa ocorrer, por isso as concentrações de antibióticos efetivas não podem, portanto, ser garantidas nas extremidades dos doentes com choque hipovolêmico.

Também pode ser difícil para atingir concentrações ativas de antibióticos em abscessos e tecido de granulação. Certos tipos de tecido não permitem a pronta difusão de antibióticos no sangue do tecido devido à presença de membranas lipídicas nas paredes capilares, assim como existem barreiras nos olhos, próstata e os brônquios (ADAMS, 2003). Um número limitado de antibióticos lipofílicos é capaz de penetrar nessas barreiras e, em alguns casos, podem ser concentrados nos tecidos por trás deles. O terceiro grupo de antibióticos, como por exemplo a clindamicina, exibem uma combinação e de tempo dependente da concentração e do tempo, descritas pela área da curva de concentração (AUC) em relação ao MIC (AUC/MIC). Nestes casos, tanto a dose como o intervalo entre as doses são importantes para maximizar o efeito.

O leitor interessado deve se encaminhar para textos farmacológicos normalizados para uma discussão mais aprofundada destes temas (BENETT, 2016). via de aplicação A via de aplicação deve assegurar concentrações ativas de antibiótico no local da infecção e na medida do possível, limitar a exposição de outros sistemas ao antibiótico, a fim de minimizar o desenvolvimento da resistência da flora bacteriana normal. O tratamento local de Pioderma superfial e da otite externa podem atingir altas concentrações do ingrediente ativo no local de infecção sem que afete a flora normal em outro local. A Figura 1 classifica os antibióticos disponíveis em ordem de sua significância para a medicina humana e veterinária. Este sistema pode ajudar o veterinário a escolher um antibiótico com base no risco de propagação da resistência aos antibióticos.

O uso correto deste sistema de priorização exige conhecimento das propriedades clínicas do efeito do medicamento e das diferentes interações farmacológicas dos antibióticos, incluindo suas habilidades para se concentrarem no local da infecção. Esta pirâmide de antibióticos também pode ser usada para escolher entre várias preparações com o mesmo resultado clínico esperado para o tratamento de uma dada infecção (HARARI, 2004). Antibióticos particularmente de elevado risco de resistência e com poucas ou nenhuma alternativa terapêutica em seres humanos foram colocados na camada superior da pirâmide. Estes antibióticos devem ser utilizados com cautela, tanto para preservar a seu efeito na clínica em medicina veterinária como para evitar a seleção de bactérias resistentes com alta relevância clínica e potencial de zoonose.

Já o metronidazol foi colocado neste grupo porque é fundamental no gerenciamento de Clostridium difficile nas infecções em hospitais humanos. A quinta categoria compreende as drogas mais críticas, nomeadamente as Carbapenemas, Vancomicina e Linezolida. O uso destes antibióticos deve ser restringido a casos raros de graves de infecções pois podem apresentar multirresistência e a casos que não podem ser geridos de outra forma (TAVARES, 2009). Idealmente, os antibióticos da parte superior da pirâmide não devem ser usados na prática clínica animal. Farmacologia e terapêutica em veterinária. ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. AQUINO, D. S. BARROS, R. W. C. B.  Uso responsável de medicamentos veterinários na produção animal - Parte I. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

p. Disponível em: < http://bvsms. saude. gov. revista. inf. br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/h6AZHORXHqwlb8d_2013-6-13-15-42-16. pdf> Acesso em: 19 fev 2018. CRMV. R. Bras. Ci. Farm. Disponível em: < http://www. Kruse, H. Princípios da Utilização Prudente e Racional de Antimicrobianos em Animais. Disponível em: < https://s3. amazonaws. com/academia. Bras. Cienc. Avic. Campinas, v.  n. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. pp 263-277. MOTA, R. A. et al. Nefrotoxicidade dos aminoglicosídeos. Braz J Cardiovasc Surg. Disponível em: < http://www. scielo. br/pdf/bjcvs/v21n4/a15v21n4. ufu. br/index. php/vetnot/article/view/18908> Acesso em: 15 jan 2018. REGITANO, J. B. June 2010.   Disponível em: <http://www. scielo. br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0100-06832010000300002&lng=en&nrm=iso>.   Disponível em: <http://www. scielo.

br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1413-70542005000100028&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 20 fev 2018. Resistência a antimicrobianos em medicina veterinária: mecanismos e agentes bacterianos de maior impacto em saúde humana. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Sciense. V. N. Disponível em: < http://www.

40 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download