TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E/OU HIPERATIVIDADE E AS INTERVENÇÕES NEUROPSICOPEDAGÓGICAS

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

O TDAH é um problema que tem crescido mundialmente e causado muita preocupação em familiares, profissionais da educação, neurologistas e outros especialistas que auxiliam o indivíduo. O objetivo deste artigo é identificar estratégias de intervenção neuropsicopedagógica que auxiliem na melhora do desempenho escolar em portadores de TDAH. Palavras-chave: Hiperatividade; Impulsividade; Desatenção; Aprendizado; interação neuropsicopedagógica. Introdução Atualmente o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade vem sendo considerado uma dificuldade no desenvolvimento que encontra diversos obstáculos para a inclusão escolar e social. Os obstáculos relacionam-se a aspectos políticos, sociais, linguísticos e cognitivos, além do preconceito que se encontra enraizado na sociedade. Considerando tais questões, a problemática que norteia nossa pesquisa reside nos seguintes questionamentos: quais as estratégias que o neuropsicopedagogo deve utilizar para ajudar no desempenho da vida acadêmica das pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e quais as melhores intervenções que esse profissional deve realizar para auxiliar a criança? O objetivo geral do presente artigo é identificar estratégias de intervenção neuropsicopedagógicas que auxiliem na melhora do desempenho escolar em portadores de TDAH.

Por sua vez, os objetivos específicos consistem em discorrer sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, levando em consideração o conceito, as principais causas, o diagnóstico, as consequências e os sintomas associados a tal, além de analisar a importância e os benefícios da intervenção neuropsicopedagógica no tratamento do transtorno. O caminho metodológico que será percorrido durante esse estudo consiste em traçar uma pesquisa de revisão integrativa, com abordagem qualitativa. De acordo com Marcone e Lakatos (2003), os trabalhos integrativos versam sobre o desenvolvimento de uma revisão de literatura, em que se apresenta a perspectiva de um conjunto de teóricos de diferentes áreas do saber acerca de uma determinada temática. Dessa forma, procurando reescrever e refletir sobre os entraves que circundam certo fenômeno.

A falta ou o baixo nível de atenção relacionam-se diretamente com a capacidade de manutenção de foco que cada indivíduo possui. Uma vez que é identificado algum tipo de problema relacionado à atenção, geralmente percebe-se que esse está diretamente intricado a algum distúrbio atencional simples ou a uma incapacidade de manutenção do foco de atenção. A trajetória médica do problema, porém, já caminhou em várias direções. A sintomatologia do chamado Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) já foi relacionada à Lesão Cerebral Mínima (LCM), em meados dos anos 40, e à Disfunção Cerebral Mínima (DCM), nos anos 60. No entanto, a falta de precisão desses termos com os sintomas gerais da doença fez com que, ao longo dos anos, diversas pesquisas fossem feitas na tentativa de analisa-la profundamente de modo a buscar tratamentos e encontrar definições para o problema.

Dentre os vários conceitos e definições, Sena e Neto trazem um que parece apresentar o TDAH em um contexto bastante abrangente e compreensível, definindo-o como: A dificuldade de prestar atenção a detalhes ou errar por descuido em atividades escolares e de trabalho; dificuldade para manter a atenção em tarefas e atividades lúdicas; parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra; não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, domésticas, ou deveres profissionais; dificuldade em organizar tarefas e atividades; evitar, ou relutar, em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante; perder coisas necessárias para tarefas ou atividades; e ser facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa e apresentar esquecimentos em atividades diárias. SENA; NETO, 2007, p. Como podemos perceber, apesar de descrever com precisão, a definição dos autores está centrada nos comportamentos que os pacientes acometidos com o transtorno podem apresentar, sendo eles cumulativos ou não.

Em complemento a esta, com uma visão um pouco mais biológica, podemos apresentar também o conceito dado pela Associação Brasileira de Déficit de Atenção que fala sobre o TDAH da seguinte forma: Um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. De acordo com Sampaio e Freitas (2014), nesses casos é preciso destacar ainda a ação da noradrenalina, pertinente ao atrelamento de excitações complacentes ao neurocomportamento, as alterações fisiológicas, e a elementos relevantes para a memória Visio-espacial, associativa e visual. Para alguns pesquisadores, o TDAH é meditado como um mapa heterogêneo de irregularidades neurológicas inseridas no desenvolvimento do lóbulo frontal, no qual incidem desproporções na modulação do sistema dopaminérgico e noradrenérgico, e de outros campos cerebrais relacionados, que repercute da relação de fatores genéticos e classes ambientais (OLIVEIRA, 2015).

Esses campos cerebrais são os responsáveis pela atenção seletiva, desempenho e resolução de problemas. Com essas disfunções que afetam no comportamento do indivíduo portador da doença, torna-se muito difícil para este adaptar-se à normalidade e disciplina escolar por exemplo. Dificilmente uma criança com TDAH consegue dedicar atenção considerável a uma explicação prolongada dos professores ou até mesmo, ficar sentado em sua banca por muito tempo. As intervenções se iniciam com uma anamnese Neuropsicopedagógica, onde é desenvolvido um plano semiestruturado que discorre sobre questões alusivas aos dados subjetivos da criança e da família; histórico de saúde; perguntas sobre o desenvolvimento; histórico comportamental e pedagógico (GOMES, CONFORT, 2018). Nesse ponto, não só o paciente é observado como o relato de pais e professores a respeito do seu comportamento também são levados em consideração, para que se tenha por base toda uma história de vida do paciente.

Considerando que ainda não existe nenhum exame específico que identifique o TDAH, nessas anamneses várias análises clínicas são feitas com testes que podem auxiliar no diagnóstico do paciente. Descreveremos alguns deles a seguir. Teste de Atenção por Cancelamento – TAC: constitui uma medida investigativa, que consiste em três moldes impressos com diferentes estímulos. Na folha 1 podemos ter uma sequência de letras (A ao M) e na folha 2 uma sequência numérica (01 ao 12), sendo os itens organizados casualmente. O avaliado deve relacioná-los concordando com a ordem alfabética e numérica crescente, concomitantemente. Para a conclusão de cada folha há a demarcação de tempo de 60 segundos e podem ser calculados três tipos de pontuações: de “continuação”, de “atrelamentos”, de “sequências e conexões” somados, porém excessivos, e o mais empregado é o de “sequências”, o qual tem pontuação máxima de 24 pontos (JAFFERIAN, 2015).

Já nas crianças em fase de alfabetização podem ser aplicados testes como o Protocolo de Avaliação de Habilidades Cognitivo-Linguísticas. Uma ferramenta que tem como objetivo investigar e aferir distintos aspectos do processamento cognitivo-linguístico de crianças nessa etapa escolar, auxiliando na identificação de crianças com atuação abaixo do esperado em leitura, em relação ao seu grupo-classe. De acordo com Cunha (2015), a terapêutica do TDAH demanda uma investida multíplice, compreendendo intercessões psicossociais e psicofarmacológicas, sendo o metilfenidato a medicação com máxima comprobação de eficiência neste transtorno. Entretanto, para iniciar o tratamento, é preciso a identificação dos sintomas com os tipos da doença e suas características, as quais veremos a seguir. • TDAH Tipo Desatento – Caracterizada pela falta de concentração e manutenção de foco, apresentando dificuldade de manter atenção em tarefas; não perceber quando alguém lhe chama a atenção; dificuldade para realizar tarefas que demandem maior esforço mental; esquecer-se de atividades cotidianas e outros; • TDAH Tipo Hiperativo-Impulsivo – Caracterizado pela agitação e hiperatividade apresentando dificuldade em esperar sua vez; habilidade para falar muito; mania de intromissão em conversas e atividades alheias; incapacidade de ficar parado por muito tempo e outros; • TDAH Tipo Misto – Apresenta simultaneamente características dos dois tipos acima mencionados.

Além de tipos já definidos como esses, especialistas pesquisam a identificação de outros, relacionados a novos padrões e características manifestadas. Feitos todos os procedimentos e identificadas adequação dos sintomas, é possível dar início ao tratamento. As punições psicológicas desedificam o indivíduo e as punições físicas podem ocasionar lesões corporais. Nesse sentido, assim como Mesquita, et al (2017), acreditamos que o treinamento de pais é uma prática hábil para a promoção efetiva de condutas não-coercivas. O treinamento de pais tem condições de diminuir o risco de abuso do qual com pessoas síndromes são comumente afligidas. A final, a educação de pessoas com TDAH devem transcorrer mediante um modelo biopsicossocial, como preconizado, p. ex. Se outro aluno na sala optar por fazer também no caderno, o mesmo será colocado ao lado do aluno especial para que haja uma interação entre os dois e a escolha feita por eles.

Há que se aproveitar cada momento de interesse demonstrado pelo aluno, ainda que seja de forma distinta dos demais. O professor também pode optar por atividades no chão, em que as cadeiras já estejam devidamente retiradas antes da chegada dos alunos. Se pretende trabalhar com música, a escolha por uma menos agitada que não cause agitação nos ânimos nas crianças é importante. Sabemos que desenvolver a parte locomotora é importante, no entanto, também devemos lembrar que a criança com TDAH tem dificuldade nessa questão, o que pode causar aborrecimento ao ser exigido tal esforço. Por outro lado, as escolas e os professores, se encontram longe de estarem cem por cento preparados para receber os alunos com necessidades especiais, porém esses vêm cada vez mais se adaptando de acordo com as leis que dão o direito de o aluno permanecer na escola a menos que o mesmo não se adapte ao ambiente.

Em nosso trabalho fizemos breves discussões sobre o TDAH em seu contexto histórico, neurológico e clínico, como forma de entendermos melhor o transtorno. Logo depois, passamos aos aspectos educacionais, no que se refere ao ensino e aprendizagem, aos medos e aos desafios dos professores diante da sua falta de preparo. Por fim, foram apresentados alguns métodos e técnicas de ensino, bem como os materiais que podem ser usados para reforçar a aprendizagem. Por meio deste, podemos concluir que o Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, ainda vem sendo objeto de estudo para que se possa chegar o mais próximo possível de saber causas, sintomas e a cura, ainda que nos encontremos muito distante dessa, entretanto, a busca pela inserção dessas pessoas no meio social vem sendo praticada e analisada constantemente.

org. br/o-que-e-o-tdah/. Acessado em: 19 de março de 2019. BENCZIK, Edyleine Bellini Peroni; CASELLA, Erasmo Barbante. Compreendendo o impacto do TDAH na dinâmica familiar e as possibilidades de intervenção. GOES, Maria Cecília Rafael de. A abordagem microgenética na matriz histórico-cultural: uma perspectiva para o estudo da constituição da subjetividade. Cad. CEDES, Campinas, v. n. São Paulo: Atlas. MESQUITA, Cíntia Machado de. et al. Terapia Cognitivo-Comportamental e o TDAH subtipo Desatento: Uma área Inexplorada. Revista Brasileira Terapias Cognitivas. psicopedagogia [online]. vol. n. pp. ISSN 0103-8486. Orgs. Transtornos e Dificuldades de Aprendizagem: Entendendo Melhor os Alunos com Necessidades Educativas Especiais. ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2014. SILVA, Patrícia de Carvalho Melo; SOUSA, Joana Darc Oliveira de Souza; AQUINO, Paula Thiane Modesto Aquino.

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