Trabalho de Governança Corporativa

Pretende-se, com este estudo, fazer uma análise da governança praticada na empresa e negócios de Steve Jobs, um inventor e grande empresário americano do ramo de informática, falecido em 2011 aos 56 anos, cuja empresa em que foi co-fundador, presidente e diretor executivo, Apple. Inc, é considerada uma das maiores do mundo, atuando na projeção e comercialização de produtos eletrônicos de consumo, como softwares, computadores e dispositivos móveis. O objetivo é traçar um paralelo entre os principais conceitos e princípios de governança corporativa com a gestão praticada na empresa Apple, à partir da análise do filme "Steve Jobs a história", que narra parte da história da empresa, seus produtos e pessoas envolvidas. DESENVOLVIMENTO No ano de 1974, à partir do olhar visionário de Steve Jobs quanto ao potencial comercial de uma placa de computador, de tamanho pequeno que poderia ser acoplada à um aparelho de televisão, sendo portanto, possível visualizar as ações realizadas em tempo real, o que era bastante inovador para a época, começava a concepção do que viria a ser uma das empresas mais valiosas do mundo.

Tal placa havia sido desenvolvida originalmente pelo amigo de Jobs, Steve Wozniak, engenheiro eletrotécnico e programador de computadores. Steve Jobs à essa altura, era diretor executivo e liderava o projeto "Lisa". O conselho, contudo, ponderou que o "Lisa" era inviável economicamente, tanto em relação aos seus custos absolutos, quanto aos custos relacionados às inúmeras extensões de prazo para a finalização do produto, em razão do perfeccionismo de Jobs. Decidiu-se então, em votação, seu afastamento do "Lisa", realocando-o na liderança do projeto "Macintosh". Nessa ação do conselho, percebe-se a fundamentação em princípios de governança como a transparência, que consiste na disponibilização de informações, financeiras e não financeiras, tangíveis ou subjetivas às partes interessadas, bem como o princípio da equidade, que caracteriza-se, segundo o IBGC1, pelo "tratamento justo e isonômico de todos os sócios e demais partes interessadas (stakeholders), levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas".

Ao assumir o projeto "Macintosh", Jobs o reformulou por completo, melhorando significativamente a potencia de processamento e desempenho do produto, no entanto, mais um vez, o projeto mostrou-se inviável, custando ainda mais caro que o "Lisa" e Jobs, que à essa altura, ainda fazia parte das decisões do conselho, constatou que o que faltava para o sucesso do produto, ainda inacabado, era um marketing de alto nível. A estratégia mostrou-se positiva, já no comando, Jobs ofertou acordo financeiro à alguns acionistas, passou a deter maior participação acionária da empresa que voltou a presidir até 2011. Já no ano de 2012, um ano após sua morte, a Apple tornou-se a empresa mais valiosa do mundo. CONCLUSÃO A Apple, independentemente da participação acionária de Steve Jobs, era considerada, durante a vida do seu principal co-fundador, quase como uma empresa limitada, onde o sócio majoritário tem um grande controle sobre todas as decisões de gestão.

Essa característica tão presente na governança da Apple pode ter sido fator predominante à adoção de estratégias diferenciadas se comparadas às práticas mais comuns de mercado por empresas do mesmo porte e setor, como por exemplo, a preferência pelo controle de todo o processo do produto, integrando hardware e software, bem como acessar outros mercados, a música digital por exemplo, através dos produtos "iTunes" e "iPod". Conclui-se, ao fim deste estudo, que as boas práticas de governança levam a recomendações objetivas quanto ao alinhamento de interesses e finalidades de uma companhia, facilitando o acesso a investimentos e melhorando a qualidade da gestão.