SISTEMAS INTELIGENTES DE TRANSPORTE: CONTEXTUALIZAÇÃO E APLICAÇÕES

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:História

Documento 1

Este artigo busca, portanto, fazer uma caracterização de quais são as principais categorias de Sistemas Inteligentes de Transporte e quais suas possíveis aplicações, para em seguida avaliar quais tecnologias poderiam ser implantadas na cidade. Verifica-se que o transporte público coletivo possui grande importância para a mobilidade urbana. E, em Campos dos Goytacazes, o transporte coletivo precisa ser melhorado não apenas na qualidade de sua infraestrutura, mas também na qualidade da informação que chega até os usuários, o que pode ser alcançado com os Sistemas Inteligentes de Transporte. Palavras-chave: Sistemas Inteligentes de Transporte; palavra-chave 2; palavra-chave 3. ABSTRACT Intelligent Transportation Systems use state-of-the-art telecommunication and information technology to provide transportation solutions. Segundo Shein (2003), o usuário de transporte (público ou privado) escolhe sua modalidade de locomoção de acordo com as características de cada modal – como tempo de trajeto, segurança, flexibilidade e investimento.

Gomide (2003) destaca, no entanto, que a renda familiar é determinante da mobilidade urbana; as pessoas com renda mais baixa tendem a substituir os deslocamentos motorizados pelos deslocamentos a pé. Neste contexto, um sistema de transporte público coletivo que atenda às necessidades da população de baixa renda é fator crítico para a existência de mobilidade em maior ou menor grau nas cidades. De acordo com Rangel (2015): Como meio de mobilidade, o transporte coletivo pode favorecer a integração socioespacial ou perpetuar o problema de segregação social. Isso ocorre tendo em vista que, a insuficiência ou má qualidade na prestação de serviços de transporte público dificultam a população no que se refere ao acesso aos locais de trabalho e aos serviços que as cidades oferecem (educação, saúde, etc.

São apresentadas, ainda, algumas das principais tecnologias já utilizadas ao redor do mundo. Por fim, é realizada uma análise conjunta da situação atual de transporte em Campos dos Goytacazes e das tecnologias apresentadas no capítulo anterior. São sugeridas medidas passíveis de serem implantadas no município, com o objetivo de melhorar a acessibilidade e a mobilidade, a qualidade de vida dos cidadãos e a qualidade ambiental do espaço urbano. OS SISTEMAS DE TRANSPORTE EM CAMPOS DOS GOYTACAZES O município de Campos dos Goytacazes, no Estado do Rio de Janeiro, possuía em 2010 uma população de 463.  pessoas distribuídas em uma área de 4. Atualmente, há uma grave deficiência de infraestrutura nas vias de Campos dos Goytacazes: as rodovias federais BR-101 e BR-356 cortam a cidade, trazendo para o meio urbano um fluxo cada vez maior de veículos de transporte de cargas pesadas (SILVA, RIBEIRO e VALE, 2015).

Quanto ao transporte público, a cidade é atendida por ônibus. Dados levantados por Campos e Carvalho (2017) demonstram que o número de linhas de ônibus existentes no município de Campos dos Goytacazes em 2013 era de 142, sendo 91 linhas urbanas e 51 linhas distritais. Os mesmos autores apresentam dados sobre a frota de ônibus para o transporte público urbano: em 2012, eram 14 empresas operando no município, com uma frota de 359 veículos. Em 2014, houve diminuição: eram 12 empresas somando 293 veículos, conforme o Gráfico 2 abaixo. Rangel (2015) faz uma crítica quanto ao modo com que as rotas e itinerários de ônibus são decididos no município: obedecem aos interesses privados das empresas operadoras, que na maior parte das vezes apenas disponibilizam o serviço se este lhes for economicamente viável.

Desta forma, existem regiões no município, notavelmente as pequenas comunidades da zona rural, com acessibilidade restringida nos finais de semana e após determinado horário nos dias úteis, pois a oferta de transporte público é reduzida. Segundo Rangel (2015), completam o serviço de transporte de passageiros na cidade 831 veículos cadastrados no serviço de táxi e 297 veículos registrados no serviço de transporte alternativo municipal de passageiros (SETAMP). No período entre março de 2017 e fevereiro de 2018, no entanto, o Instituto Municipal de Trânsito e Transportes (IMTT) de Campos dos Goytacazes apreendeu mais de 170 veículos por transporte irregular de passageiros, em uma ação que possuía o objetivo de “reorganizar o sistema de transporte público e garantir um serviço de qualidade à população”.

Entre os veículos apreendidos, haviam ônibus com documentação irregular; ônibus que negavam gratuidade a idosos, pessoas com deficiência e estudantes; e vans não cadastradas no SETAMP (PAIXÃO, 2018). Igualmente, pode ser citada a internet sem fio, que se difundiu rapidamente na última década. Ainda, os autores classificam estas tecnologias nas seguintes categorias: • Aquisição de dados: Tecnologias que permitem a coleta de dados precisos e em tempo sobre as condições das vias e do tráfego, como radares e câmeras de vigilância; • Processamento de dados: Ferramentas que fazem o processamento dos dados coletados e os traduzem em informações úteis ao usuário, como aparelhos de GPS; • Comunicação de dados: Tecnologias com ou sem fio, móveis ou estacionárias, que permitem a transmissão dos dados, como fibras ópticas; • Distribuição de dados: Terminais fixos ou móveis que distribuem as informações, como rádio, televisão, smartphones e computadores; • Utilização da informação: Aplicações que utilizam a informação de maneira inteligente e coordenada para melhorar as condições de tráfego, como centros de controle de operações de trânsito e centros de operação de transporte público.

Ezell (2010) descreve outro tipo de classificação dos ITS, com base em sua função primária, que serão discutidos a seguir: (1) Sistemas Avançados de Informação para Viajantes (ATIS - Advanced Traveler Information Systems); (2) Sistemas Avançados de Gestão de Tráfego (ATMS - Advanced Transportation Management Systems); (3) Sistemas de Precificação de Transporte (ITS-Enabled Transportation Pricing Systems); (4) Sistemas Avançados de Transporte Público (APTS - Advanced Public Transportation Systems); e (5) Integração Veículo-Infraestrutura (VII - Vehicle-to-Infrastructure Integration) e Integração Veículo-Veículo (V2V - Vehicle-to-Vehicle Integration). Sistemas Avançados de Informação para Viajantes (ATIS - Advanced Traveler Information Systems) Os ATIS fornecem informação de tráfego em tempo real aos condutores, como rotas e direções de navegação, e informações sobre atrasos devido a congestionamentos, acidentes, condições do clima e obras de reparo nas vias.

Os ATIS mais eficientes trazem informações não apenas sobre a localização exata do usuário, mas também sobre as vias nas proximidades, e operam em diversas plataformas (EZELL, 2010). Isso permite que o volume de tráfego em velocidade uniforme seja o maior possível (WINSCONSIN, 2000). Sistemas de Precificação de Transporte (ITS-Enabled Transportation Pricing Systems) A aplicação mais conhecida destes sistemas é a cobrança eletrônica de pedágio, na qual a cobrança de taxas de pedágios e estacionamentos é feita através de um chip instalado no para-brisa do veículo, chamado tag (EZELL, 2010). A grande vantagem deste serviço são as transições rápidas, sem fila e sem dinheiro em espécie. No Brasil, empresas bastante conhecidas que oferecem o serviço são a Sem Parar e a ConectCar; o motorista pode optar por planos mensais ou por um sistema de créditos, de acordo com sua necessidade.

Igualmente, muitas cidades ao redor do mundo vigoram a tarifação de congestionamento, também conhecida por pedágio urbano. Além de trazer aos usuários informações sobre rotas, horários e integrações, o aplicativo é uma avançada ferramenta de análise de mobilidade urbana, com algoritmos que realizam diversas leituras sobre os movimentos populacionais (MOOVIT, 2018). Desta forma, sua utilidade não se restringe aos usuários do transporte público, mas se estende também aos profissionais que o planejam, para que tomem decisões fundamentadas em dados confiáveis. Nas principais cidades brasileiras, já estão consolidados os serviços de bilhetagem eletrônica, como o caso do Bilhete Único em São Paulo e o RioCard no Rio de Janeiro. A bilhetagem eletrônica, conforme definição de Queiroz (2014), “consiste na aquisição antecipada de créditos para viagens, gravados em dispositivos eletrônicos específicos, mais comuns na forma de cartões magnéticos”.

Os benefícios se aplicam aos gestores, operadores e usuários; entre eles, podem ser citados a integração fácil entre modais, o menor tempo de embarque dos passageiros, a redução da quantia de dinheiro no caixa dos ônibus (que funciona como atrativo para criminosos), e o maior controle das informações sobre a oferta e demanda de tranporte, que são base para o planejamento do tranporte público (QUEIROZ, 2014). Por exemplo, as operadoras de ônibus, em um esforço conjunto com o município, podem desenvolver aplicativos para smartphone que mostrem aos usuários em um mapa qual a rota de cada linha de ônibus e a localização dos pontos de parada, bem como o itinerário. Se os ônibus forem equipados com GPS, os usuários podem ainda acompanhar em tempo real a localização do veículo em que desejam embarcar.

Quando há a oferta de um transporte público coletivo de qualidade, o desincentivo do uso do automóvel individual se torna viável; além de diminuir o fluxo de tráfego, esta medida possui também um viés ambiental. Neste contexto, pode ser aplicada a tarifação de congestionamento nas regiões onde o trânsito é mais crítico – mas apenas se houverem, antes, investimentos que melhorem a qualidade e acessibilidade do transporte público, o que inclui aumento da frota e área de cobertura da rede. Ainda para o controle do tráfego, podem ser aplicados sistemas avançados de gestão para rever a temporização e sincronização dos semáforos. p. jul. Elsevier BV. doi. org/10. CARVALHO, S. M. G. de. Transporte público em Campos dos Goytacazes (RJ): entre o zigue-zague dos ônibus e a paciência dos usuários.

CARVALHO, R. M. de.  Elaboração de um Plano Municipal de Mobilidade por transporte público urbano para Campos dos Goytacazes/RJ. f. da S. Mobilidade Urbana Sustentável no Município de Campos dos Goytacazes. In: SIMPÓSIO DE EXCELêNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA, 11. Resende.  Anais. The Information Technology& Innovation Foundation, 2010. GOMIDE, A. Transporte urbano e inclusão social: elementos para políticas públicas. Texto Para Discussão nº 960. Brasília, julho de 2003.  Campos dos Goytacazes: Panorama. Disponível em: <https://bit. ly/2M6QUxP>. Acesso em: jun. MOOVIT. ly/2K3x0Dv>. Acesso em: jun. QUEIROZ, R. de S.  Sistema Inteligente para Aumento da Confiabilidade nas Informações sobre Transporte Público.  Campos dos Goytacazes, set. Disponível em: <https://bit. ly/2yMUnMn>. Acesso em: jun. SHEIN, Augusto Leonardo.

v. n. p. jan. Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE). M. V. RIBEIRO, L. S. VALE, M.  Painéis de Mensagens Variáveis - PMV.  São Paulo: Companhia de Engenharia de Tráfego - CET, 2015. Disponível em: <https://bit. ly/2MGtC30>. Acesso em: jun. p. abr. Mercator - Revista de Geografia da UFC. doi. org/10. p. jul. WINSCONSIN Department of Transportation. Ramp Metering.  Intelligent Transportation Systems (ITS): Design Manual.

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