SÍNDROME DE BURNOUT NO COTIDIANO DAS ORGANIZAÇÕES E A RESPONSABILIDADE NO AMBIENTE DE TRABALHO

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Psicologia

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A síndrome de Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, tem chamado a atenção neste viés, devido sua alta prevalência no ambiente organizacional contemporâneo. Lamentavelmente, muitas Organizações ainda não encaram tal problema de saúde pública como uma de suas responsabilidades, o que impacta na omissão quanto a adotar estratégias visando a prevenção na ocorrência desta patologia mental. Esse cenário é prejudicial para o trabalhador, uma vez que o impacto é prejudicial para sua qualidade de vida e para a própria Organização, que se depara com custos provenientes de absenteísmos, licenças médicas ou mesmo afastamentos definitivos. Palavras-chave: Síndrome de Burnout. Doenças Mentais. INTRODUÇÃO A síndrome de Burnout, também denominada como depressão por esgotamento profissional “pode ser definida como um estado de esgotamento físico e mental intenso cuja causa está intimamente associada ao exercício das atividades profissionais do indivíduo.

” (SILVA, 2016, p. “O trabalho tem importância fundamental no processo de viver saudável, sendo o eixo norteador da vida e um dos caracteres associados à identidade individual. ” (LUCIANO, 2012, p. Levando-se em conta as duas citações, o cenário parece oferecer uma circunstância conflitante, afinal, se o trabalho está associado a uma vida saudável, como pode ao mesmo tempo ser responsável pelo desencadeamento de uma doença mental, potencialmente limitadora? A resposta está no fato de que o ambiente de trabalho contemporâneo muitas vezes causa problemas de insatisfação, desinteresse, irritação, exaustão ou frustração, sentimentos que por sua vez, comprometem a saúde física e mental do indivíduo. A principal preocupação do empregador na construção de estratégias para o enfrentamento do Burnout deve ser a preservação da saúde do colaborador.

No entanto, existem outros fatores que certamente interessarão a empresa. Os lucros de produção “também são afetados na medida em que os custos se incrementam por causa do absenteísmo, auxílio-doença, reposição de funcionários, treinamentos, transferências, novas contratações”. LUCIANO, 2012, p. Conclui-se, portanto, que tanto empregados quanto empregadores saem prejudicados neste cenário. Na própria criação do termo Burnout é vista a relevância da psicologia neste assunto. O termo foi criado no ano de 1974 por um psicólogo chamado Herbert Freudenberger, o qual definiu o Burnout como cinismo, perda de motivação e sensação de estar esgotado emocionalmente (OLIVEIRA, 2018). Essa definição foi elaborada por um psicólogo diante de investigações realizadas com alguns voluntários. As intervenções psicológicas são fundamentais para o tratamento do Burnout, iniciando pelo diagnóstico assertivo.

Isso é importante porque tanto para prevenção como para tratamento, é preciso conhecer os conceitos do Burnout em sua essência, “para que não ocorram distorções como comumente acontece, referindo-se ao Burnout como sinônimo de estresse, quando na verdade é uma resposta de um estresse crônico. Má eficiência no trabalho, diminuição da qualidade do trabalho e insatisfação e diminuição da motivação para o trabalho são algumas delas (MELEIRO, ROCHA E TUNG, 2018). Sem dúvida nenhuma, portanto, a saúde mental impacta negativamente no exercício de atividades profissionais, afetando o trabalho. Outro elemento que deve receber atenção por parte da saúde pública e pelos empregadores, na tentativa de minimizar a ocorrência do Burnout, é que a maior incidência desta síndrome está entre os profissionais com menos de 30 anos, segundo estudos (LUCIANO, 2012, p.

Profissionais nesta idade costumam estar em plena ascensão profissional e ainda tem pelo menos metade da vida profissional à frente. O impacto do Burnout, portanto, nestes profissionais, pode ser devastador, comprometendo toda sua autonomia, a começar pela falta de qualidade nos serviços prestados e no nível de produção. No Burnout, o estresse é crônico. As pessoas com Burnout não veem esperança de mudar. A sensação é como se estivessem se afogando em solo seco (OLIVEIRA, 2018). O impacto do Burnout na qualidade de vida das pessoas afetadas pode ter alcance irreversível. As consequências podem ser significativamente graves, pois o Burnout pode aumentar a morbimortalidade devido a causas diversas, entre as quais o infarto, diabetes, depressão, acidente de trabalho e até mesmo o suicídio (MELEIRO, ROCHA E TUNG, 2018).

Brito, Sousa e Rodrigues (2019) apresentam em seu artigo estudos sobre estratégias de prevenção e tratamento para profissionais da área de saúde, enfatizando enfermeiros. Para este grupo de profissionais, estudos apontam a necessidade de estratégias individuais, grupais e organizacionais no enfrentamento do Burnout, incluindo, respectivamente ações como uso de treinamento na solução de problemas como o treinamento para manejar o tempo de modo eficaz; uso de apoio social no trabalho partindo de companheiros e supervisores e desenvolvimento de programas de prevenção associados diretamente em promover melhora na atmosfera e clima organizacional (BRITO, SOUSA E RODRIGUES, 2019). Comentando sobre os tratamentos disponíveis para o Burnout para profissionais de áreas diversas, estão inclusas técnicas da psicoterapia, intervenções psicossociais e tratamento farmacológico. É importante ressaltar que cada terapêutica adotada deve ser apontada de acordo com análises que envolvem a especificidade, gravidade de cada caso em específico e intensidade da prescrição dos recursos terapêuticos (MELO et.

al. Ou seja, para que o trabalhador seja acometido pela síndrome de Burnout, ele precisa estar exposto a fatores estressantes diversos durante um longo e sequencial período. Quais são, portanto, os principais fatores estressantes presentes no ambiente de trabalho? Os chamados agentes estressores podem abranger uma gama de aspectos. Podem ser de origem física, cognitiva e emocionais. As recentes mudanças na economia global se caracterizam como fatores significativos no desencadeamento do Burnout. Maior insegurança no emprego e o aumento das demandas devido as crises financeiras, fazem da síndrome de Burnout um possível grande problema de saúde pública atualmente e nos próximos anos (MELEIRO, ROCHA E TUNG, 2018). Isso significa dizer que entre os fatores de risco para síndrome de Burnout, está incluso o tipo de profissão.

CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho é parte da vida da maioria das pessoas, muitas vezes tendo um papel central na vida dos indivíduos, contribuindo para a construção de uma identidade, tornando esses indivíduos úteis no contexto familiar e social, lhes atribuindo autonomia financeira, além do reconhecimento. O exercício de uma profissão contribui para a aquisição de conhecimento, habilidades motoras e afetivas a ela associadas. O trabalho permite que o homem realize seus sonhos e alcance seus objetivos na vida. O trabalho satisfatório oferece todos esses benefícios para o indivíduo, além de proporcionar prazer, alegria e boa saúde. Esta seria a primeira intervenção no viés preventivo. Quando o Burnout já está instalado, é necessário apontar o melhor tratamento. O tratamento para Burnout é feito, basicamente, por meio de psicoterapia ou uso de medicamentos, dependendo do caso.

O psicólogo ou o psiquiatra são profissionais indicados para realizar a entrevista inicial e aferir um diagnóstico, bem como identificar o melhor tratamento. A síndrome de Burnout ainda não é completamente compreendida pela sociedade de modo geral e causa algumas dúvidas mesmo entre os profissionais de saúde. S2, p. Disponível em: <http://revista. uninga. br/index. php/uninga/article/view/2383/1907> Acesso: 18/08/2020. MELO, Wyara Ferreira et. al. Síndrome de Burnout em professores. Revista Brasileira de Educação e Saúde (REBES), v. n. br/saude-de-a-z/saude-mental/sindrome-de-burnout> Acesso: 19/08/2020. OLIVEIRA, Raimundo Jucá. Síndrome de Burnout: guia completo. Clube de Autores, 2018, 56p. SILVA, Ana Beatriz Barbosa.

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