Resumo sobre os dois Governos Vargas

Essa fase do primeiro governo Vargas durou de 1930 a 1934. Algumas das primeiras medidas de Vargas, ao assumir o governo, foram a revogação da constituição em vigor, desde 1891 e nomear interventores de sua confiança e alinhados com a sua ideologia de governo. Em tese, essa primeira fase “provisória” serviria para a elaboração de uma nova constituição para o nosso país. No entanto, Vargas deu os primeiros sinais de sua intenção de se manter no poder o máximo tempo possível e adiou a promulgação até o ano de 1934, onde surgiu a Nova Constituição. Referida Constituição, cabe salientar, trouxe inúmeras inovações para a época, como a criação da Justiça Eleitoral, o voto secreto e o voto das mulheres.

Isso possibilitou que surgissem no Brasil 02 (dois) grandes grupos que personificaram essa polarização entre extrema direita e extrema esquerda: a Ação Integralista Brasileiro (AIB), de extrema direita e a Aliança Libertadora Nacional (ANL), comunista e de extrema esquerda. Por ser mais opositora aos ideais que Vargas defendia naquele momento e contexto, a Aliança Libertadora Nacional (ANL) passou a desagradar o governo, motivo pelo qual o presidente passou a defender que a mesmo deveria ser extinta e proibida de desempenhar o seu papel político. Para que Vargas conseguisse atingir seu objetivo, usou o discurso mais extremista de Luís Carlos Prestes, militante comunista naquela década, para defender a ideia de que a Aliança Libertadora Nacional (ANL) almejava aplicar um golpe de estado contra o seu governo, conseguindo, com isso, extingui-la.

Posteriormente, de fato a Aliança Libertadora Nacional (ANL) confirmou as suspeitas de Vargas e tentou aplicar um golpe e implantar os ideais comunistas e socialistas no Brasil. No entanto, tendo em vista que o golpe não foi orquestrado e executado de maneira organizada, o mesmo não obteve qualquer êxito. Outro importante fato que levou a queda do Estado Novo foi a criação de alguns partidos políticos de oposição ao governo de Vargas, culminando, em 1945, no golpe militar que tirou Getúlio Vargas do poder. Depois de 05 anos de Governo do General Dutra, Getúlio Vargas retorna ao poder em 1951, tendo sido elegido pelo voto popular, dando início ao seu segundo período de governo frente à presidência do Brasil. Referido período durou até o ano de 1954, ano da morte de Getúlio Vargas.

Durante os 05 anos que Vargas esteve fora do poder, houve o crescimento um grupo político no Brasil denominado “conservador”, o qual era amplamente crítico do populismo Varguista. Além disso, Vargas passou a ter que lidar com a democracia, algo que o mesmo não esteve familiarizado durante o primeiro período que esteve na presidência do Brasil, que ficou marcado pelo seu totalitarismo e pela centralização do poder na sua essência. Isso serviu de justificativa para que os generais fossem pressionados para que Vargas fosse imediatamente deposto do poder. Isso tudo levou ao enfraquecimento do apoio à Getúlio Vargas, tanto da população como de seus aliados mais próximos e da cúpula do governo, fazendo com que a situação ficasse praticamente insustentável.

No dia 24 de agosto de 1954, totalmente isolado ante a crise crescente em seu governo e a queda do apoio popular, Getúlio Vargas acabou cometendo suicídio, desferindo uma arma de fogo contra seu próprio peito. Antes de começar tal ato, Getúlio Vargas deixou escrita uma carta testamento de despedida, a qual ficou muito famosa pelos trechos em que Vargas afirma que deixava naquele momento a vida para entrar para a história. Diante do acontecimento, a oposição acabou desistindo do golpe junto aos militares que estava sendo arquitetado, motivo pelo qual a morte de Vargas acabou surtindo o efeito que o mesmo esperava, mesmo diante de tamanha tragédia.