Resumo livro Espirito Santo - John Owen

Tipo de documento:Resumo

Área de estudo:Religião

Documento 1

Era um calvinista convicto. Estudou letras em Oxford e tornou-se pastor em 1637. Foi capelão de Oliver Cromwell e, deão (responsável) da Christ Church, a maior faculdade de Oxford. Em 1652, recebeu o cargo adicional de vice-reitor da universidade, a qual passou a reorganizar com sucesso notável. Seu legado como escritor foi enorme e importante. Sem o Espírito Santo nada podemos fazer. O evangelho revelado que não seja sua obra, seria letra morta. O autor adverte que isto justifica o único pecado que não é perdoado: a blasfema contra o Espírito Santo: Mt 12,31-32: Todo o pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfémia contra o Espírito não será perdoada aos homens. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro.

Citada também em Mc 3,28-29. Assim, tudo que diz respeito a Cristo está agora aos cuidados do Espírito Santo que, pela vontade de Deus, não deve ser ignorado pela igreja, como os discípulos de João Batista em Éfeso: “Disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo (Ef,19,2). O ESPÍRITO DE DEUS Vento, este é o termo para espírito, tanto no hebraico (ruahc) quanto no grego (pneuma). Espírito Santo refere-se à sua natureza ou essência que é a substância imaterial. A Trindade - Deus tem se revelado como três pessoas em um único Deus. São pessoas distintas com obras peculiares atribuídas a si. Deveria assim, ser capaz de conhecer a vontade de Deus para obedecer-Lhe e agradar-Lhe e um bom coração para amar.

Todas são obras do Espírito Santo no homem, e só podem se restauradas pela Sua obra de regeneração. COMO O ESPÍRITO SANTO VEM ATÉ NÓS E FAZ A SUA OBRA Deus nos dá o espírito, envia-nos, significa que antes a pessoa não o tinha, é fruto da graça divina. Ao ‘derramar’ o espírito, Deus preenche-nos com seus dons e sua graça. Apesar de o Espírito Santo possuir vários dons, ele não pode ser dividido, como alegam alguns, baseando-se em Hb 2,4. No que diz respeito às revelações, ocorria de formas distintas: voz, sonho e visão. As visões podiam ser vistas com olhos físicos ou com olhos espirituais da mente. Mas, as mentes dos profetas deveriam estar preparadas para receber as visões e capacitadas para se recordarem e poderem transmitir fielmente o que receberam.

O dom da profecia, no entanto, não era em si mesmo a concessão de uma graça santificadora que produzia os frutos da santidade. Owen faz tal afirmação em vista das controvérsias sobre se o Espírito Santo teria concedido o dom a maus e ímpios. Pela sua obra, Jesus foi amparado e recompensado por Deus e merece ser glorificado como é o Pai. E, é obra do Espírito Santo concluir aquilo que o Pai planejou através de Seu Filho. O ESPÍRITO SANTO E A NATUREZA HUMANA DE CRISTO O autor apresenta uma questão considerada difícil e usada pelos que negam a Trindade: “que necessidade havia de o Espírito Santo fazer alguma coisa – tanto em criar e preparar aquela natureza humana, quanto em uni-la à divina – uma vez que o Filho de Deus é totalmente capaz de realizar toda a obra por Si mesmo?”.

E responde, afirmando que esta era uma obra especial do Filho, nem o Pai nem o Espírito poderiam realizá-la. Cristo, encarnado não era duas pessoas em uma natureza, Ele era uma pessoa em duas naturezas. Isto era necessário para que se cumprisse a promessa feita a Abraão e Davi de que o Messias seria gerado de suas sementes e, a que: “a semente de uma mulher iria esmagar a cabeça da serpente” (Gn 3,15). Desta forma, Cristo foi feito como nós, exceto pelo pecado, para que pudesse nos salvar. O Filho de Deus, ao tomar a natureza humana e toda a sua Pessoa, como verdadeiro Deus e verdadeiro homem, é o Filho de Deus. O Espírito não se encanou, foi apenas o Filho, o Espírito possibilitou esta condição pela concepção milagrosa.

Como está afirmado no credo apostólico: “foi concebido por obra do Espírito Santo”. Owen explica que não apenas pelo sacrifício da morte é que Cristo nos redime, mas pela sua obediência ao plano do Pai, até a Sua morte, amparado pelo Espírito Santo. Quais as graças do Espírito que foram reveladas ao longo da vida de Cristo? A primeira e principal foi o amor pela humanidade e compaixão pelos pecadores. “Mas, o que o moveu mais que tudo foi o Seu indizível zelo e grande amor pela glória de Deus. Isso foi demonstrado de duas maneiras. Primeiro, pela revelação da justiça, santidade e severidade de Deus contra o pecado (Sl 40:6-8; Hb 10,5-7; Rm 3,25) e, então, também por meio das Suas obras de graça e amor (Rm 3,25-26).

“E é também por esse mesmo Espírito Santo que devemos ser levantados dos mortos” (Rm 8,11). Devemos conhecer a Cristo para nos esforçarmos a nos tornar iguais a Ele. E só poderemos ser semelhantes a Ele quando permitimos que o Espírito Santo faça a Sua obra em nós, moldando-nos à Sua imagem. A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NO CORPO MÍSTICO DE CRISTO, SUA IGREJA Há três coisas principais da obra do Espírito Santo para com a igreja: Em primeiro lugar, o amor, a graça, o plano e o propósito eterno do Pai de ter uma igreja eleita retirada dessa raça humana pecaminosa. Segundo: toda a obra de Cristo ao redimir pecadores dessa raça humana para ser a Sua igreja e, por fim: A obra do Espírito Santo em chamar pecadores ao arrependimento e fé em Cristo, e a Sua obra de uni-los a Cristo como cabeça do corpo, a Sua igreja.

O Espírito Santo nos ensina a como e sobre o que orar, depositando em Cristo que as apresenta ao Pai e são comunicadas pelo Espírito. Todas as virtudes morais são graças do Espírito Santo que, através delas nos dá a conhecer o gracioso e gratuito favor de Deus e opera em e sobre nós as Suas obras. O Espírito age por sua própria vontade e Sua infinita sabedoria. O Espírito, disse Paulo, concede os dons, segundo a sua soberana vontade. Onde entra a nossa ação se tudo vem do Espírito? “(. “Os que receberam a Cristo só o fizeram por terem nascido de Deus” (Jo 1,12,13). A obra como um todo é atribuída tão-somente a Deus. E, toda a Trindade está envolvida nesta obra de regeneração.

É uma obra do Seu amor e graça. Jesus Cristo nosso Salvador a adquiriu para pecadores (Ef 1,6). Não há mais ou menos regenerados. O estado que os homens são trazidos pela regeneração é o mesmo. Há que se considerar que os que desprezam o novo nascimento, desprezam a nova vida e odeiam a ideia de viver para Deus e de ter nascido de Deus. No final, entretanto, todos os homens serão julgados por esta pergunta: “Você nasceu de Deus?”. Há uma errada compreensão sobre a regeneração. É assim que Deus trata os que fazem parte de Sua aliança. A regeneração foi revelada a nós por Deus. Os pregadores precisam estudar e entender isto para poderem conquistar almas para o novo nascimento. Tudo está comprovado pelas Escrituras que pregam para anunciar e converter os não crentes.

COMO O ESPÍRITO SANTO PREPARA UMA ALMA PARA A SUA OBRA DE REGENERAÇÃO Ninguém pode regenerar-se a sim mesmo, esta é uma obra de Deus coma ação do Espirito Santo. Têm a mente corrupta e depravada, vive nas trevas e cegueira, conforme ensinam as Escrituras. Um homem espiritualmente cego está em trevas espirituais e é ignorante das coisas espirituais. A tarefa do Espírito Santo é dissipar essas trevas através da luz do evangelho. E, o remédio para curar a mente corrupta é fixar nas coisas espirituais apresentadas pelo Espírito Santo. O hábito de meditar ajuda afastar e desviar para coisas vãs e inúteis. É preciso libertar-se das trevas que enchem a mente de preconceitos contra todas as coisas espirituais, contra o evangelho. Este mostra às mentes duas coisas: ensina os fundamentos da fé e os assenta como o fundamento da fé e da obediência.

Depois, enxerta todos os deveres da obediência moral na árvore da fé em Jesus Cristo. Assim Paulo ensina em suas epístolas, que devemos procurar agradar Àquele que nos amou tanto. Mas, enquanto a mente permanecer não regenerada a alma não poderá e não irá receber a Cristo para a salvação, nem poderá ser santificada e estar pronta para o céu. Esse estado de morte é tanto legal quanto espiritual. Toda a humanidade por meio de Adão foi, pela lei, sentenciada à morte, que é a morte legal ou forense e é somente por meio da justificação que somos dela libertados. A morte espiritual é semelhante à morte natural. É por estarem espiritualmente mortos que os não-regenerados não podem fazer bem espiritual nenhum, senão até serem “animados”, receberem vida, pelo poder onipotente do Espírito Santo.

Nenhum não-regenerado pode resistir ao Espírito Santo quando Ele vem assim. Essa vida espiritual nos é transmitida pelo Espírito Santo para que sejamos capazes de obedecer os termos da santa aliança de Deus. Por essa nova vida Deus escreve a Sua lei em nossos corações, capacitando-nos então para andar em obediência aos Seus mandamentos. Sem esse princípio regente da vida espiritual não pode haver obediência espiritual. Todas as boas coisas que os não-regenerados fazem são num certo sentido pecaminosas. Agostinho chamava as virtudes dos não-regenerados de “pecados esplêndidos”. Ao atenderem a esses deveres, Deus poderá usá-los para ajudar a outros e para promover a Sua glória no mundo. E por darem atenção a esses deveres serão guardados no caminho de Deus e pela atuação da Sua graça em tempo oportuno ser trazidos à conversão.

Nesse estado de morte espiritual o não-regenerado não possui a capacidade ou o desejo de viver uma vida espiritual. O não-regenerado é como um cadáver que não possui o poder nem o desejo para viver. Os não-regenerados podem cumprir deveres externos que são, por si mesmos bons. Quando o homem crê no evangelho e o obedece por sua livre escolha e arbítrio, recebe, então, o dom do Espírito Santo, passa a desfrutar de todos os privilégios do Novo Testamento, e tem direito e faz jus a todas as promessas referentes tanto à vida presente quanto à vida futura. Desse modo o homem converte a si mesmo, e assim ficam de fora a graça do nosso Senhor Jesus Cristo e a obra de regeneração do Espírito Santo.

Owen se preocupa em contestar esta doutrina: “Já mostramos, no entanto, que a mente humana é tão corrompida e depravada que, se a pregação não for acompanhada do poder regenerador do Espírito Santo, nenhum pecador será persuadido a arrepender-se e a crer. O meio exterior para a conversão é, portanto, a pregação da Palavra de Deus”. A regeneração seria então, a operação interior necessária para persuadir os homens a responderem à pregação; uma obra transformadora, não um mero convencimento produzido nas almas dos homens pelo Espírito Santo, como iremos demonstrar agora. É o Espírito Santo que age para nos tornar novas criaturas. A OBRA DE CONVERSÃO Na medida em que os homens crescem em seu estado não-regenerado, o pecado ganha terreno subjetiva e objetivamente.

Subjetivamente, os desejos naturais do corpo ficam mais fortes; objetivamente, os órgãos físicos para a consecução desses desejos se desenvolvem. Portanto, aqueles desejos subjetivos regidos pelo pecado tornam-se em desejos pecaminosos, e os órgãos para a concretização de tais desejos tornam-se em instrumentos de pecado. Mas Deus pode começar a Sua obra de várias maneiras. Mas, alerta o autor, há dois perigos dos quais deve se resguardar. O primeiro é pensar que “não estou suficientemente entristecido ou verdadeiramente arrependido de meu pecado”. O evangelho não prescreve quaisquer níveis de tristeza. Somente Deus é quem pode operar o arrependimento. É o Seu dom para você. Jesus orou: “santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17,17). E esta “verdade vos libertará” (Jo 8,32). Não devemos ser enganados por uma falsa santidade, que não é apenas uma vida reformada, é para a eternidade e a glória.

A morte não tem poder para destruí-la. As suas atividades são de fato momentâneas e transitórias, mas os seus frutos duram para sempre no seu galardão (Ap 14,13; Hb 6,10). A regeneração é instantânea. É um ato único de criação, ao passo que a santificação é progressiva. Começa no momento da regeneração e continua gradualmente. A santidade é como a semente semeada no solo. Cresce gradualmente até tornar-se numa planta completa. E, terceiro, suscitando e pondo em ação todas as graças necessárias a cada situação em particular. É o Espírito Santo que opera tudo isso em nós, renovando em nós as Suas graças, da mesma maneira que um jardineiro refresca as suas plantas ao aguá-las. Se Deus opera toda a boa obra de santificação, o que podemos fazer? Pedro explica que, conhecendo esta verdade, devemos deixar que ela nos motive e encoraje a toda a diligência em nos santificarmos.

Para que tudo isto se realize, o Espírito Santo nos ensina e nos capacita a orar ao nos conceder uma percepção especial das promessas de Deus a da graça do Seu pacto. Assim vemos espiritualmente a misericórdia e a graça que Ele nos tem preparado; sabemos o que pedir. Pedro diz em Atos 2,38 que primeiro precisam se arrepender e ser batizados e só então receberão o dom do Espírito Santo. Aos incrédulos o Espírito Santo é prometido e por eles recebido como Aquele que vem para os tornar crentes. Aos crentes é prometido e por eles recebido como Aquele que vem para os santificar e os tornar santos. O Espírito Santo é prometido e recebido para efetuar duas obras principais. Aos eleitos, para os regenerá-los.

E, também, porque o Espírito Santo habita neles, tornando-os Seus templos (1Co 3,16,1). A OBRA DE SANTIFICAÇÃO PROPRIAMENTE DITA A santificação é o purificar das nossas naturezas da impureza do pecado. É a obra principal do Espírito Santo. O batismo é o meio externo através do qual nos tornamos membros de Cristo e, a marca distintiva da nossa fidelidade ao evangelho. A contaminação do pecado opõe-se diretamente à santidade de Deus. A Igreja Católica Romana inventou muitos modos pelos quais pretexta que os homens sejam purificados da contaminação do pecado. Mas é tudo tolice inútil. Ela ensina que o batismo retira totalmente todas as impurezas das nossas naturezas, tanto do pecado original quanto dos pecados reais cometidos até ao nosso batismo. Outras formas: a água benta, a confissão ao sacerdote, o fazer penitências e jejuns.

Apesar de fazerem todas essas coisas e outras mais, os católicos romanos mesmo assim não encontram paz e satisfação para a alma. No Novo Testamento, o sangue de Cristo é considerado como a oferta de Si mesmo, pelo eterno Espírito de Deus, para fazer a expiação pelo pecado e obter a redenção eterna. O sangue de Cristo retira do pecador toda a imundície do pecado aos olhos de Deus. Mas como é que nos tornamos participantes desse sangue purificador? É o Espírito Santo que nos mostra e nos convence espiritualmente da imundície causada pelo pecado. Só seremos levados à purificação pelo sangue de Cristo quando enxergarmos como o pecado nos tornou imundos. Nossa purificação se dá pela fé. Nisso reside toda a vida e o ser da santidade, é uma nova criação.

A Palavra de Deus é a nossa regra de três modos: 1) Ela requer que sejamos restaurados à imagem de Deus; 2) Todos os nossos pensamentos, desejos e ações devem ser governados pela Palavra de Deus e; 3) Todos os nossos deveres e ações externas, tanto particulares quanto públicos, devem ser guiados pela Palavra de Deus. Owen nos apresenta duas grandes doutrinas: uma obra sobrenatural de graça e santificação é operada e preservada nas mentes e nas almas de todos os crentes. E, faz-se necessária a direta operação do Espírito Santo no crente, numa obra de graça para cada ato de obediência, seja apenas interno, como crer e amar, ou também externo, em boas obras. Todo o poder e influência da disposição sobrenatural procedem de Cristo, nossa cabeça.

O verdadeiro livre-arbítrio concedido aos crentes está na liberdade graciosa e na disposição para escolher, desejar e fazer tudo aquilo que for espiritualmente bom, e para rejeitar tudo o que for mal. As dificuldades que se colocam como obstáculos à santificação podem ser causa da preocupação com as tentações que fatigam, perturbam e põem a mente em conflito. Não podemos nos deixar enganar pelas boas-intenções. Deveres cumpridos pelo estímulo dos dons espirituais não são, necessariamente, obediência santa. Da mesma forma que também nem a moralidade nem os seus meros deveres não são santificação. Os que tratam da obediência dos mandamentos positivos de Deus, e os que se referem às coisas que Ele nos proibiu de fazer.

Esses dois aspectos dizem respeito a nós em nossa oposição diária ao pecado. Se quisermos executar tais afazeres e deveres de modo aceitável a Deus, precisamos ver o quanto somos dependentes do Espírito Santo. Os crentes agora estão inclinados a fazer a vontade de Deus. Nenhum crente pode, por si mesmo, fazer nada que agrade a Deus. Assim é que a oferta, pois procedeu de um coração santificado e foi oferecida pela fé. LIDANDO COM O PECADO Há ainda um outro aspecto da nossa santificação por meio do Espírito Santo: a morte do pecado. Precisamos, pois, entender duas coisas sobre o dever de mortificar o pecado. Temos que saber o que esse dever é em si mesmo, e de que modo é formado em nós pelo Espírito Santo.

A Escritura sempre nos exorta ao dever de mortificar o pecado (Cl 3,5). Só quando não for mais necessário se crescer em graça, é que não se precisará mais mortificar o pecado. Mortificar, portanto, é o ato de enfraquecer o pecado pelo fortalecimento da graça em oposição ao pecado. Ele só morrerá se for gradualmente e constantemente enfraquecido. Poupe-o e ele sarará as feridas e recuperará as forças. A negligência permite que o pecado recobre as suas forças de um modo tal que talvez jamais nos restauremos à condição anterior enquanto vivermos. Quem ama deseja parecer-se com o amado. Este é o caminho da verdadeira mortificação do pecado 22. A NECESSIDADE DA SANTIFICAÇÃO O pacto que Deus firmou com o Seu povo exige santidade (Lv 11,45).

E, quais as razões para santidade? 1) Porque santidade é conformar-se a Deus, privilégio, glória e honra nossas; 2) Porque Se não tivermos comunhão verdadeira com Deus, então estaremos somente esmurrando o ar, e desagradando a Deus e; 3) Devemos ser santos assim como Deus é santo, pois o nosso gozo eterno futuro depende disso. Nada corrompido pode ser levado à presença de Deus. Seremos os mais desgraçados, se não estivermos, ao mesmo tempo, caminhando para o nosso fim sobrenatural. Só enganamos a nós mesmos se acharmos que nos aproximamos da glória eterna nessa vida, se não estivermos, ao mesmo tempo, nos aproximando dela mais e mais em graça e santidade. O amor ao mundo torna os homens mundanos. Suas mentes e desejos se desenvolvem terrena e libidinosamente.

O amor a Deus torna o homem piedoso. Para que se cumpra este fim, a santificação é indispensável. Deus não mudará Seus decretos e propósitos eternos. Paulo nos mostra que fomos predestinados para sermos conformes a imagem do filho de Deus (Rm 8,29; 2Ts 2,13). Ele diz que fomos eleitos para a salvação por meio da livre e soberana graça de Deus. E, a salvação se obtém, através da santificação do espírito, e de nenhum outro modo. Agora, qual dessas duas atitudes é mais racional e notável? Qual delas evidencia que amamos verdadeiramente a nós mesmos e estamos interessados por nossas almas imortais? Nada é mais infalivelmente certo do que isso: “todo aquele que n’Ele crê não parecerá, mas tem a vida eterna” (Jo 3,15).

ORDENADOS À SANTIDADE A santidade é, primeiramente, a renovação da imagem de Deus em nós e é, em segundo lugar, a obediência irrestrita e de todo coração à toda vontade de Deus. A verdadeira santidade é obediência aos mandamentos de Deus e não aos preceitos dos homens (Is 29,13,14). Os mandamentos de Deus podem ser considerados de duas maneiras. Podem ser vistos como o pacto de obras: “Faça isso e viva”; e podem ser também concebidos como inseparavelmente ligados ao pacto de graça. Tudo de que necessitamos para nos capacitar à obediência nos foi dado (2Pe1,3; Mt. Jo. A condição e o meio para obedecermos não podem ser encontrados em nós mesmos, mas em Cristo. Os mandamentos de Deus não são pesados, perversos, inúteis nem malignos.

Paulo os descreve como verdadeiros, respeitáveis, justos, puros, amáveis e de boa fama (Fp 4,8). Da mesma forma, o Seu ministério profético aplica-se a toda a Igreja ao longo de todas as eras, o que inclui o ministério dos apóstolos. Cristo ensinou três coisas em Sua doutrina da obediência. A primeira foi que a obediência tem que proceder do coração. A renovação de nossas almas em todas as suas faculdades, movimentos e comportamento externo, moldando-nos à imagem de Deus, procede. A segunda foi que se deve obedecer a toda a vontade de Deus. O coração do homem é mundano, libidinoso e egoísta. Assim, pois, a alma apartada de Deus, está sempre cheia de confusão e transtorno desconcertantes. É possível curar a natureza transtornada do homem e estancar essa fonte de abominações pecaminosas? As pessoas têm temperamentos diferentes entre si.

Quanto mais serenas as ondas na superfície, mais lama e sujeira se escondem no fundo da alma. Assim, instrução, convicção, sofrimento, discernimento, esperança de alcançar uma justiça própria, amor à reputação, amizade de homens bons e resoluções bem intencionadas são sempre grandes barreiras a pensamentos e propósitos malignos e servem para subjugar os desejos turbulentos da mente humana. A alma do crente está tão certa desse conflito, que isso, normalmente, não perturba nem jamais lhe rouba totalmente a paz. E, por fim, o santificado tem tanta certeza de sucesso nesse conflito que isso lhe dá a paz e o controle da sua alma durante a batalha. Owen afirma que os crentes têm na fidelidade de Deus a sua segurança (Rm 6,14).

Apesar dessa oposição do pecado, a paz e o controle são preservados pelo poder da santificação na alma santificada. Há muitos crentes que parecem ser santos e santificados, mas não o são, e muitos dos que são verdadeiramente santos podem sofrer dois tipos de situação desfavorável: podem estar sob condições que servirão muitas vezes para prolongar as suas fraquezas naturais, casos de Davi e Ana, que sofreram isso por toda a sua vida.

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