Resenha crítica de um livro

Tipo de documento:Resenha Crítica

Área de estudo:História

Documento 1

O autor de “O Príncipe” nasceu em Florença e atuou como representante da sua cidade em negociações e missões diplomáticas com outros governos, ganhando assim experiência prática no campo político. Acusado de conspiração, Maquiavel foi exilado e durante o exílio escreveu sua obra prima como um presente a Lourenço de Médici, proporcionando artifícios para que este pudesse governar de forma que seus domínios se mantivessem forte e aptos para expansão em um período de fortalecimento dos estados absolutistas. No primeiro capítulo o autor realiza um breve resumo dos capítulos que estão por vir, logo em seguida Maquiavel descreve como são os principados hereditários, sendo estes como o próprio nome já diz governados pelos laços sanguíneos, tornando fácil a manutenção do poder caso se mantenha a política realizada por seus antecessores.

No terceiro capítulo sobre os principados mistos, em que um novo território é anexado a um principado hereditário, havia a presença de diferentes culturas e par que houvesse êxito garantido, na tomada de uma nova região, o príncipe poderia se transferir para o novo local, estabelecendo um vínculo próximo com a população, ou instalar colônias, opção que era mais barata em relação a manter uma força armada no novo domínio, além de causar insatisfação apenas entre aqueles que fossem retirados de suas terras para a instalação das colônias, e é neste momento que Maquiavel começa a demonstrar suas ideias sobre os limites morais do governante, afirmando que é válido causar desconforto em uma parcela da população que não tenha força suficiente para vingança e, em outras passagens no decorrer do livro, as medidas para manter o poder vão além de causar desconforto em parte do povo chegando à destruição de um novo domínio para acabar de vez com problemas futuros.

Um grande líder sabe seguir os passos de outros que foram bem sucedidos, por esse motivo os capítulos são repletos de referências históricas que embasam os ensinamentos do escritor, como pode ser visto do capítulo IV ao VIII, em que relata as tomadas de decisões de diversos líderes de diferentes períodos que são usados de exemplos de sucesso e fracasso, de acordo com a forma que os territórios foram anexados, que são: pelo crime, pelas armas e nobremente e pelas armas e virtudes de outros, levando em consideração a forma com que o novo domínio se organizava. Um governante não deve ter altos gastos para não correr riscos de se empobrecer e ter a necessidade de aumentar tributos da população, aumentando a insatisfação desta com o governo.

Um dos pontos mais discutidos do livro está no capítulo XVII, em que é discutido se é melhor ser amado do que temido, segundo Maquiavel é preferível ser temido, pois as chances de sofrer com traições ou ataques são menores devido ao temor das consequências que tais atos podem gerar. É importante ressaltar que mesmo temido um governante não deve chegar ao ponto de ser odiado, já que nesses casos as chances de revolta são grandes. É necessário que o príncipe seja como uma raposa que conhece seus laços e um leão para amedrontar os lobos. O príncipe deve ser capaz de demonstrar qualidades mesmo que não às tenha e capaz de dissimular seus defeitos para alcançar seus objetivos, Maquiavel diz que se no mundo todos os homens fossem bons essa característica em um governante não seriam bem vistas, mas se tratando do mundo como ele é, com homens que buscam seus próprios interesses, um príncipe deve agir dessa forma para manter seu poder.

Além das falhas já pontuadas, segundo o autor, na sociedade italiana a fortuna possuía muito poder e esse deveria ser contido como acontecia na Alemanha, na Espanha e na França. A fortuna é importante, mas diante das mudanças possíveis, no aspecto econômico, é frágil se apoiar apenas na riqueza. Maquiavel acredita serem necessários outros fatores apresentados no decorrer do texto, já, em relação a sorte, ele diz que mais vale ser impiedoso e audacioso, pois, assim, é mais provável que se domine a sorte. O último capítulo é um pedido para que Lourenço de Médici intervenha e unifique a Itália, que na visão do autor passava por um momento perfeito para a ascensão de um líder, diante do que ele chama de domínio bárbaro, e que o então governante de Florença, agora com os conhecimentos de Maquiavel em mãos, com suas qualidades pessoais e a força de sua família, seria o nome ideal para esta tarefa.

Esse capítulo e o início do livro me deixou com a nítida impressão que Maquiavel ao presentear Lourenço de Médici com toda a sua experiência e conhecimento prático e histórico sobre política com a intenção de ser perdoado e voltar para Florença e realizar novamente atividades governamentais.

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