Resenha Ambidestria Organizacional

Ambidestria de forma sucinta é isso, a capacidade adaptativa de uma organização ao cenário atual. O termo “ambidestria organizacional”, tornou-se conhecido por meio do artigo intitulado “Exploration and Exploitation in Organizational Learning”, de James March. Para o autor, as organizações alocam seus recursos por meio de duas abordagens: a exploitation, relacionada à eficiência e implementação; e a exploration, que se refere à experimentação e descoberta (MARCH, 1991). Esse conjunto balanceado, das práticas de exploration e exploitation, é considerado essencial para a sobrevivência das organizações. Além disso, a Ambidestria pode estar relacionada a ações comportamentais dos gestores, no sentido de que determinadas habilidades e conhecimentos individuais contribuem coletivamente para os resultados organizacionais (MOM, VAN DEN BOSCH, VOLBERDA; 2007). No entanto, as limitações, consistem na divergência e na suposição de que um único contexto organizacional é capaz de permitir que exploration e exploitation aconteçam juntos, pois novos projetos geralmente são arriscados, exigem tecnologias inovadoras, a custos expressivos, exigindo um local como uma incubadora, ou ainda instalações separadas da atividade principal da organização (SCHMIDT; ROSENBERG, 2014).

A ambidestria sequencial, por sua vez, separa temporalmente exploration e exploitation, ou seja, a organização dedica-se em determinados momentos a implementação e outros a exploração (BOUMGARDEN, NICKERSON, ZENGER, 2012). A separação temporal permite estabelecer o foco e alcançar os resultados desejados num período muito específico, entretanto, a ambidestria organizacional é baseada na premissa de simultaneidade. Do ponto de vista lógico, essa abordagem pode ser eficaz para a gestão de projetos (BLANK, 2013). Porém o método sequencial exige que a organização tenha múltiplos projetos e os gerencie os projetos por meio de um portfólio em diferentes estágios para que a simultaneidade seja atingida. Além do escopo organizacional, as pesquisas apontam para importância da análise da ambidestria no nível individual (RAISCH;BIRKINSHAW, 2008; RAISCH et al.

ROSING et al. Nesse patamar, o colaborador, por meio das atividades de exploration e exploitation emprega o conhecimento e as habilidades em termos de eficiência e eficácia no desenvolvimento de atividades e projetos (GIBSO; BIRKINSHAW, 2004; KANG;SNELL, 2009). Nesse sentido, as ações individuais e os comportamentos gerenciais, criam condições para o desenvolvimento da ambidestria organizacional (SUN; ANDERSON, 2012). A esse respeito, a pesquisa de Gooduma e Michel (2013) evidenciou que as diferenças individuais podem impactar a ambidestria, sendo importantes mecanismos para o comportamento organizacional. Referências ADLER, Paul S. GOLDOFTAS, Bárbara; LEVINE, David I. Flexibilidade versus eficiência? Um estudo de caso de trocas de modelo no sistema Toyota de produção. Ciência da organização , v. n.  3, pág. Caniëls, MC, & Veld, M.  Ambidestria dos funcionários, sistemas de trabalho de alto desempenho e comportamento de trabalho inovador: de quanto equilíbrio precisamos?.

O jornal internacional de gestão de recursos humanos,30 (4), 565-585. DAVIS, Jason P.  Academy of management Journal, 47(2), 209-226. GIBSON, Cristina B. BIRKINSHAW, Julian. The antecedents, consequences, and mediating role of organizational ambidexterity. Academy of management Journal, v. Organization Science 2: 71–87, 1991. MOM, Tom JM; VAN DEN BOSCH, Frans AJ; VOLBERDA, Henk W. Investigating managers' exploration and exploitation activities: The influence of top‐down, bottom‐up, and horizontal knowledge inflows. Journal of management studies, v. n.  Ambidestria organizacional: Antecedentes, resultados e moderadores.  Journal of Management , v. n.  3, pág. Rosing, K. Saito, L. M. S. Design organizacional e ambidestria contextual como respostas às inovações disruptivas: um estudo de caso em um contact center, 2020. Sun, P.  4, pág.