Religiosidade Medieval:

Tipo de documento:Resenha Crítica

Área de estudo:História

Documento 1

A construção da figura religiosa no romance de cavalaria. Dourados, MS: UFGD; UEMS, 2009. cap. p. COLOQUE SEU NOME AQUI O livro do capítulo resenhado foi lançado pela Professora Doutora Márcia Maria de Medeiros, do curso de História da Universidade Estadual. A Igreja Católica influenciou na formação da sociedade e do imaginário medievais, uma vez que “[. há que se salientar que a mentalidade medieval difere de tudo o que já se viu: trair um juramento feito sobre relíquias santas significava incorrer no pecado de felonia” (p. Ao longo do primeiro capítulo, a historiadora utiliza-se de renomados autores medievalistas, tais como Jaques Le Goff, Hilário Franco Júnior, André Vauchez, dentre outros, além de trazer citações literárias pertinentes à temática, como é o caso do conto de Tristão e Isolda e o poema La Chanson de Roland, de autor desconhecido.

Esta relação entre História e Literatura dará o tom da tese como um todo, entretanto, podemos dizer que este capitulo de abertura se dedicará muito mais a situar o leitor no contexto histórico cultural do período estudado do que suas implicações literárias. No início do artigo, a autora nos apresenta a diferença entre a religiosidade dos fiéis plebeus e a religiosidade da alta cúpula da igreja católica. A imberbe estrutura religiosa sofria o ônus do que fora seu maior trunfo: o sincretismo religioso, que anteriormente possibilitou a expansão da fé católica com maior velocidade, agora permitia controvérsias religiosas que se transformavam em divisões internas. Nesta necessidade de um poder acima de todos, surge a figura do Papa e da sua ligação com o poder do império romano, além da divisão do clero monástico do secular.

Medeiros então explica da importância das ordens monásticas responsáveis pela cristianização no interior. A continuidade das práticas pagãs – a desrespeito da pregação dos monges – gera a penitência como sacramento do reiterável e a ideia de onipotência e onipresença de Deus do antigo testamento, vendo e punindo todos que não seguiam as regras que os religiosos ensinavam. Em estruturação ascendente, a igreja reconstrói a ideia de um império sobre a tutela religiosa: o império carolíngio e o estado colocado a serviço do cristianismo surgem no século VIII. Medeiros finaliza o capítulo mostrando como o conflito entre o Papa Bonifácio VIII e o rei da França, Filipe, o Belo, foi decisivo para a perda da independência alcançada pela igreja.

O conflito não só enfraqueceu o poder espiritual frente ao poder temporal, como fomentou as violentas críticas sofridas devido o controle eclesiástico. Em sua pesquisa nos romances de cavalaria, Márcia Maria de Medeiros conclui que a cultura popular e a cultura erudita estão entrelaçadas, bem como o paganismo se manifesta no homem medieval para que depois, este, possa ser cristianizado. Tal aspecto se fundamenta na explicação da autora ao concluir que na cultura popular, prevalece o paganismo e, na cultura erudita, o cristianismo; e se o profano e o sagrado se formam em um mesmo contexto, logo existe uma aproximação daquilo que é popular com o erudito. Acredita-se que uma leitura mais apropriada do capítulo ocorrerá se o leitor for conhecedor da história ou da literatura medievais.

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