REINOS SUDANESES. POVOS DO SAHEL: A HISTÓRIA DE REINOS PRÓSPEROS DURANTE A ÁFRICA MEDIEVAL .

Destaca-se o legado deixado para o Ocidente, seja por meio da tradição oral ou pelo conhecimento elaborado pelos estudiosos árabes que por ali passaram. Em virtude da desvalorização e do pouco conhecimento sobre o continente africano, a história de grandes civilizações como essas acabam por passarem despercebidas, ainda que sejam de grande relevância para o entendimento da história do mundo. Palavras-chave: História; África; Gana; Mali; Songai. Abstract: Societies of Medieval Africa constituted prosperous empires between the III and XV centuries. The Kingdom of Mali, Ghana and Songhai were empires marked by cultural and economic wealth as well as by the intense commercial flow. Para além do desinteresse pela historia do continente africano, há também poucos registros escritos, uma vez que a cultura africana valoriza a palavra falada, que é transmitida por gerações durante séculos.

Tal importância é comprovada pelos guardiões da palavra, os ditos “Griots”, que são os indivíduos que tinham o compromisso de preservar e transmitir histórias, fatos históricos e os conhecimentos e as canções de seu povo. Sendo assim, os registros escritos que nos possibilitam saber da história dessas civilizações do norte africano vieram de viajantes árabes como Ibn Battuta e Ibn Khaldun, ambos passaram pelo continente no século XIV. Há também o espanhol Al-Bakri, em seu livro “Descrição da África” fruto de conversas e relatos de viajantes que também passaram por lá. A região do Sahel, localizada ao sul do deserto do Saara era onde viviam os berberes, que são povos autóctones (ou seja, povos naturais da região) do norte da África.

soldados, 40. dos quais arqueiros que protegem as rotas de comércio de Gana. ” Primeiramente Gana viveu sob o domínio dos povos Magas (de 300 d. C. a 750 d. E após a invasão dos povos almorávidas islamizados, vindos do Magrebe, atacaram e dominaram Kumbih Saleh (A capital), e o reino ficou divido: ao norte mulçumano, comandado pelos almorávidas e a parte sul comandada pelos soninquês. Recusando-se a se converter ao Islã, o reino passou a ter lutas tribais e foram de dispersando até serem “unificadas” pelo Reino que se formaria: O Reino de Mali. O Reino de Mali O Império do Mali, que sucedeu o “Império” de Gana vai de 1235 até 1670, percebe-se, portanto, que se inicia na dita Idade Média e estende-se até a dita Idade Moderna.

Quando o Reino de Gana é tomado pelos povos almorávidas, haverá uma dispersão dos povos que estavam sob o domínio do antigo reino. Assim, a história nos conta que essa dispersão permanecerá até que um personagem, este, de linhagem herdeira do antigo Reino de Gana, unificará novamente os povos e formará um novo império, o Império Mali, este personagem se chama Sundiata Keita. Mansa irá se converter ao Islamismo e fará uma peregrinação à Meca, portanto, atravessou o Saara ostentando toa a sua riqueza, que, segundo à oralidade causou grande impacto por onde passara, chegando a gastar tanto ouro, que deixou a moeda islâmica desvalorizada. Tal como Gana, economicamente falando, o fluxo comercial permaneceu e caravanas de camelos atravessavam o deserto do Saara levando produtos do norte do continente ao mar mediterrâneo, e chegavam por essas rotas mercadorias como ferro, cobre, tecidos, louça, cavalos, etc.

Tais rotas eram protegidas por cavaleiros. Nas lavouras do Império eram plantados feijão, cebola, alho, inhame, berinjela, etc. também se produzia a Noz de Cola, fruto rico em cafeína. Foi o maior império africano de seu tempo, dominou uma área equivalente a 1,4 milhão de km² O primeiro imperador foi Sunni Ali. Songhai expandiu-se ao longo do vale do Níger, localização essa privilegiada, pois possibilitou mecanismos para o desenvolvimento da sua economia. Centralizaram o poder políticos estimulados pelo controle do comércio e por conquistas territoriais. No século XV Songai atingiu o seu apogeu, explorando a agricultura e o comércio. Tal como os dois outros reinos, as riquezas do império songhai, vinham, sobretudo ouro e sal, e acabaram despertando a ambição dos marroquinos, o que levou o fim do Império.