Psicossexualidade e seus Fatores Hegemonia e Masculinidade

Tipo de documento:Dissertação de Mestrado

Área de estudo:Psicologia

Documento 1

A ativista respondia às críticas de um leitor ao movimento feminista, que demonstrava preconceito e ignorância quanto à causa defendida. A desconstrução do patriarcado, à que se refere Averbuck, é um tema polêmico, mas necessário. Acredito que esta desconstrução começou a partir do momento em que a mulher passou a dizer não às condições que lhe eram impostas como próprias do universo feminino, como por exemplo, cuidar da casa, casar, ter filhos. Esse sistema patriarcal traz em si o conceito binário: homem-mulher, que veio ao longo dos tempos enraizando na sociedade as diferenças de papéis entre um e outro, e, consequentemente, promovendo injustiças e desvantagens para o ‘sexo frágil’, as mulheres, perpetuadas e consideradas ‘normais’ para os padrões sociais.

Falar em desconstrução de tais modelos é mexer em vespeiro.  O Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) de 2016 registra que, no Brasil, mulheres recebem até 25% a menos que homens desempenhando trabalhos semelhantes e que a taxa de mortalidade materna é de 44 mortes a cada 100 mil nascidos vivos (a Noruega, a primeira colocada no ranking, apresenta 5 mortes para cada 100 mil). Na política brasileira, apenas 10% dos assentos do parlamento são ocupados por mulheres (a Argentina conta com 37% e a Arábia Saudita com 19,9%).  A acentuada discrepância na participação política fez com que o Brasil caísse 11 posições (atualmente ocupa a 90ª posição no ranking, o que representa também uma queda de 23 posições desde 2011) no Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2017, divulgado em 2017 pelo Fórum Econômico Mundial”.

Jornal da Unicamp) Os dados acima mostram uma realidade preocupante. Hoje falamos em ‘feminicídio’, isto é, assassinato de mulheres, pelo simples fato de ser mulher. Se histórica e culturalmente está escrito que as mulheres são as rainhas do lar, as escolhidas para a mais nobre das criações: a maternidade, por quê mudar agora? Até dói ouvir esta asneira, mas ainda ouvimos e, não para por aí. A resistência às questões de gênero vão para o campo da intolerância e da violência, conforme dados acima. Apesar de as mulheres dominarem muitas áreas profissionais, ainda ganham menos que os homens e, em algumas áreas, ainda ouvem as críticas como: “aqui não é lugar para mulher”. Exemplo: árbitras e bandeirinhas no futebol.

Onde estão? Poderíamos dizer o mesmo para os homens que, diante da divisão histórica de papeis, são discriminados ao assumirem profissões como dança, estética, moda, entre outras. Ao pensar em educação envolvendo questões de gênero, podemos que ir pelo caminho traçado pela escritora e filósofa Simone de Beauvoir que afirmou em “O segundo sexo”, “não se nasce mulher, torna-se mulher”. Pensamento que muda a forma de pensar de uma época e abre caminhos para as mudanças necessárias que incluam discussão séria e o respeito às questões de identidade de gênero e orientação sexual, para homens e mulheres. Identidade de gênero consiste no modo como o indivíduo se identifica com o seu gênero, como a pessoa se reconhece: homem, mulher, ambos ou nenhum dos gêneros.

O que determina a identidade de gênero é a maneira como a pessoa se sente e se percebe, assim como a forma que esta deseja ser reconhecida pelas outras pessoas. Nações Unidas) Tendências como a narrada acima da “Escola de Princesas” vão contribuir para que se perpetuem os padrões construídos até aqui, e continuaremos mantendo os estereótipos: ‘rosa é cor de menina, azul é cor de menino’, ‘garotas são sensíveis’, “moças devem ser comportadas e recatadas” e ‘homem não chora’. O conservadorismo, neste caso, impediu a inclusão, no documento, da atividade sexual como um direito humano. Isto mostra que há muita luta ainda a ser travada e, o movimento feminista, que não deve ser apenas da mulher, mas de todos, tem um longo caminho pela frente para fazer valer direitos iguais a todas as pessoas.

No entanto, fazendo memória ao movimento feminista, as conquistas nunca se deram com consensos e com tranquilidade. A resistência é o mote, a alavanca das mudanças. Assim, considero que as iniciativas devem ser tomadas e, a luta dos movimentos sociais, não apenas os feministas, mas os que buscam educação de qualidade, a superação do racismo e da homofobia e aqueles que querem a democratização dos meios de comunicação, enfim, deverão caminhar juntos para superar barreiras. BIBLIOGRAFIA ARAÚJO, Angela Maria Carneiro e FACCHINI, Regina. Mulheres e direitos humanos no Brasil: avanços e desafios. Jornal da Unicamp (12/3/18). Disponível em: www. unicamp. Crimes contra as mulheres: Atas do tribunal internacional.  Paperback - 1976 Texto de apoio: 1 Sexualidade e questão política; 2 Mulheres e Sexualidade: Por quê surge o feminismo?.

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