Psicologia positiva

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Psicologia

Documento 1

Neste contexto, o período da adolescência, antes concebido apenas como uma curta fase de transição entre a infância e a fase adulta, aos poucos foi ganhando importância como uma fase fundamental do desenvolvimento humano, marcada pelas grandes mudanças e pela oportunidade de intensa exploração e interação social. Tendo como base as contribuições da psicologia positiva e seu enfoque na promoção do bem estar social, este artigo visa, sobretudo, uma revisão de literatura das possíveis aplicação da teoria na aprendizagem de jovens e adolescentes. Palavras-chave: psicologia positiva, desenvolvimento humano, adolescência, aprendizagem. ABSTRACT: In the last decades, the interest in the study of learning, especially in the most remote phases of human development and its impact in the later phases, has gained importance and relevance in understanding the different factors and aspects of social life.

In this context, the adolescence period, previously conceived only as a short transition phase between childhood and adulthood, gradually gained importance as a fundamental phase of human development, marked by great changes and the opportunity for intense exploration and interaction Social. Muitas publicações científicas surgiram neste sentido, buscando organizar o conhecimento e as tentativas de tratamento dos transtornos mentais no decorrer da história humana. Tanto a psicologia quanto a psiquiatria, assim como a psicanálise, buscaram compreender e enfocar as patologias de diversas maneiras. Ainda que negassem ou buscassem se distanciar do modelo médico – centrado nos sintomas -, tanto a psicologia quanto a psicanálise não diferenciaram muito da medicina ao tomar como modelo de estudo a doença. A partir do início da década de 80, outros teóricos começam a surgir, questionando este modelo de abordagem do comportamento e do desenvolvimento do ser humano baseado na doença.

Estes questionamentos passam a discutir a importância da saúde e da predominância das experiências emocionais positivas sobre as negativas, lançando os fundamentos da Psicologia Positiva. Embora seja importante a diminuição das experiências negativas dos jovens nas escolas, é igualmente importante otimizar a vida escolar de todos os integrantes do sistema educativo. A pertinência do foco do psicólogo educacional na prevenção, em vez da remediação, pode contribuir não apenas no favorecimento de uma situação favorável à aprendizagem, mas também na qualidade de vida do aluno. A “Educação Positiva’, definida como a Psicologia Positiva aplicada ao contexto escolar surge no início de 2008, durante um encontro entre Seligman e membros da equipe da Geelong Grammar School (GGS), escola australiana que foi a primeira no mundo a implementar os princípios da Psicologia Positiva em toda a instituição de ensino (Norrish, 2015).

De modo geral, preconiza que as habilidades para o bem-estar podem e devem ser ensinadas nas escolas junto às tradicionais habilidades para a qualificação e realização profissional (Green & cols. Norrish & cols. Foram excluídos artigos indexados antes do ano de 2010, relatos de casos, artigos de projeto piloto, ou artigos de projetos não concluídos. A análise dos dados dos documentos indicados foi realizada através de uma ficha de leitura, que buscou identificar quais os conceitos teóricos utilizados, procedimentos metodológicos e os principais resultados dos estudos encontrados. REVISÃO DE LITERATURA Se levarmos em consideração o estado de espírito da humanidade na primeira metade do século XX, decorrente da devastação promovida pelas duas grandes Guerras Mundiais pelas quais a humanidade passou, seria de se esperar um cenário psicológico de completa desintegração e depressão.

No entanto, embora não se possa negar a dimensão avassaladora da violência nas sociedades implicadas diretamente nos citados conflitos, também não se pode negar a rápida recuperação psicossocial destas mesmas sociedades. Ainda que os relatos de genocídio, holocausto e perdas imensuráveis assombrem até hoje as gerações que vivenciaram estes fatos e sejam objeto de interesse das gerações que se sucederam, o retorno à normalidade e o bem-estar econômico ajudaram a superar as adversidades e reparar os danos psicológicos sofridos nos anos catastróficos. citado por Yunes, 2003). De acordo com Seligman (2002), o crescimento da Psicologia Positiva pode prevenir muitas desordens emocionais, contribuindo para o fortalecimento das capacidades mais saudáveis do indivíduo, estabelecendo vínculos mais ligados ao bem-estar e à busca da felicidade.

Ao fortalecer o potencial positivo do indivíduo, a Psicologia Positiva contribui para torná-lo mais produtivo. De acordo com alguns autores existem três pilares no campo da investigação em psicologia positiva: a experiência subjetiva; as características individuais – forças pessoais e virtudes; e as instituições e comunidades. Relativamente às características individuais, estas têm a ver com os traços positivos individuais: a capacidade de amar, a vocação, a coragem, as competências interpessoais, a sensibilidade estética, a perseverança, o perdão, a originalidade, o talento elevado e a sabedoria. Justiça a) Equidade – Tratar todas as pessoas de forma igual de acordo com as noções de lealdade e justiça b) Liderança - Organizar atividades de grupo e certificar-se que elas se realizam c) Trabalho de equipe -Trabalhar bem enquanto membro de um grupo ou equipe 5.

Moderação - Forças que protegem contra os excessos a) Perdão - Perdoar aqueles que fizeram algo de errado b) Modéstia c) Prudência - Ter cuidado com as escolhas: não dizer nem fazer coisas de que se possa depois arrepender d) Autocontrole - Controlar o que diz e sente 6. Transcendência a) Apreciar a beleza e a excelência - Ver e apreciar a beleza, a excelência e/ou desempenhos excelentes em todos os domínios da vida b) Gratidão - Estar consciente e agradecido pelas coisas boas que acontecem c) Esperança - Esperar o melhor e trabalhar no sentido de o alcançar d) Humor - Gostar de rir e gracejar, fazendo com que os outros sorriam e) Religiosidade - Ter crenças coerentes acerca do alto propósito e significado da vida Seguindo ainda os preceitos desenvolvidos no pós guerras e na observação da recuperação psicológica favorável das pessoas submetidas às circunstâncias estressantes, o conceito de resiliência ganha força e importância nos estudos acerca das pessoas ou populações submetidas a situações desfavoráveis ou devastadoras.

Resiliência seria a capacidade humana de se manter imune ou se recuperar psicologicamente após ser exposto a circunstâncias catastróficas da natureza ou de violência extrema. Embora nem todas as pessoas possuam capacidade de resiliência ou a possuam em graus diferentes, estudos demonstraram que as crianças possuem uma maior capacidade de resiliência que o adulto (Grunspun, H. Os estudos de teóricos como Seligman, Grunspun e Erickson abriram espaço para se discutir outras formas de abordagem dos conflitos enfrentados pelos diversos grupos e pessoas, assim como a contribuição para as teorias do desenvolvimento humano. A adolescência - fase do desenvolvimento humano descrita como propensa aos maiores conflitos; campo de interação de forças internas e externas do indivíduo, onde as capacidades inatas são confrontadas com as circunstâncias sociais – torna-se objeto do interesse dos psicólogos e pedagogos, interessados em promover a saúde mental e facilitar a aprendizagem de conteúdos mais elaborados e criativos.

Neste sentido, também se caracteriza como um campo favorável à aplicação da Psicologia Positiva na medida em que o adolescente se situa, por excelência, num momento crucial do desenvolvimento humano onde seu potencial criativo e de mudanças pode ser desenvolvido. A despeito das circunstâncias desfavoráveis que as crianças e adolescentes possam vivenciar em seu ambiente doméstico e social, os estudos da Psicologia Positiva pode ser um instrumento fundamental de reforço de suas capacidades positivas, auxiliando-os na superação de conflitos e na melhor integração de suas capacidades e limitações psicológicas. Se levarmos em consideração as circunstâncias extremas vivenciadas por muitas crianças e jovens na maioria das grandes cidades brasileiras, muitas delas moradoras de periferias e inseridas em um ambiente doméstico e social desfavorável, onde não apenas há falta do básico necessário ao seu desenvolvimento, mas excesso de tudo aquilo que não deveria ocorrer, tais como: violência, ausência de pais, vulnerabilidade de toda espécie e, principalmente, experiências traumáticas, é de se espantar o quanto - ao contrário de outras que não são expostas a tais eventos – essas crianças e jovens continuam demonstrando uma resistência psicológica admirável e capacidade de lidar com estas circunstâncias adversas até superiores aos jovens de classe econômica mais elevada.

O adolescente é capaz de elaborar seus projetos de vida a partir de seus relacionamentos interpessoais e de sua concepção do lugar que ocupa na sociedade. A escola, neste contexto, pode se tornar parte fundamental na integração desse jovem à sociedade em que ele se encontra inserido. Pode apresentar uma infinidade de perspectivas e se firmar como um lugar de estabelecimento de metas. A partir de um olhar mais positivo, olhar este que coloque a criança ou adolescente como elemento participativo da família, da comunidade e da sociedade, enfatizando o seu sucesso em vários aspectos, bem como suas potencialidades, é possível criar um espaço na escola que permita a expressão de diversos sentimentos e, consequentemente, o delinear de um caminho positivo construído a partir do reconhecimento e do autorreconhecimento de si mesmo e de suas conquistas.

RELEVÂNCIA E IMPACTO SOCIAL A relevância desse estudo sustenta-se na importância da fase da adolescência no desenvolvimento da sociedade. Isso não significa que estes conflitos sejam maiores ou menores, mais ou menos importantes que os enfrentados pelo jovem adolescente pobre. Enquanto um jovem adolescente morador de uma comunidade pode enfrentar a violência na guerra urbana do cotidiano, o adolescente rico pode ter que enfrentar uma insegurança que o leve a um quadro depressivo ou de síndrome do pânico, por exemplo. Tanto no primeiro caso, quanto no segundo, os conflitos enfrentados pelos adolescentes podem se refletir no ambiente escolar, em seu rendimento, na sua capacidade de aprendizagem e nas relações estabelecidas no meio escolar. A temática do Bullying, por exemplo, ganhou as mídias nos últimos anos e tornou-se um tema de preocupação de pais e educadores em geral, preocupados em estabelecer relações mais empáticas e menos agressivas entre os alunos nas escolas, independentes de classe social.

O tema ganhou contornos mais preocupantes diante da violência extrema vivenciada nos episódios do massacre na escola de Realengo, no Rio de Janeiro e, mais recentemente, em Suzano, São Paulo. Da mesma maneira, a própria mídia já percebeu a importância, por exemplo, de não dar ênfase aos casos de suicídio como maneira de se evitar uma maior ocorrência de novos casos. A relevância da Psicologia Positiva nestes casos reside na oportunidade de criação de um espaço de discussão no âmbito escolar, que promova a saúde mental, identificando os casos, permitindo a expressão de sentimentos e sofrimentos e possibilitando a superação do conflito ao reforçar as capacidades inatas positivas de cada um. Além disso, a relevância também se evidencia na oportunidade de implicar os próprios alunos no processo educacional, favorecendo uma atitude mais ativa e participativa, desafiando-os a canalizar a agressividade para fins mais positivos e socialmente mais aceitáveis, bem como o reforço da autoestima dos alunos alvos, auxiliando-os a adotar uma atitude menos passiva diante das circunstâncias.

Não se trata, portanto, de negar o fenômeno do bullying, mas utilizá-lo como ferramenta de construção de uma escola mais inclusiva e ativa. Desta forma, este estudo visa, sobretudo a relevância de se estabelecer, cada vez mais, uma discussão que promova a saúde mental do jovem e que permita que ele se desenvolva em todos os aspectos de sua formação como ser humano pleno e único, construindo um caminho positivo onde os diversos aspectos de sua personalidade sejam integrados e reforçados em suas qualidades. A. M. Resiliência e Psicologia positiva: interfaces do risco à proteção. São Paulo: Casa do Psicólogo. FRANCO, Gisele de Rezende; RODRIGUES, Marisa Cosenza. What (and why) is positive psychology? Review of General Psychology, 9(2), 103-110 GRUNSPUN, Haim.

Violência e resiliência: a criança resiliente na adversidade: a criança resiliente na adversidade.  Bioética, Brasília, p. PUREZA, Juliana da Rosa; KUHN, Cláudia Helena Corazza; CASTRO, Elisa Kern de; LISBOA, Carolina Saraiva de Macedo. Psicologia positiva no Brasil: uma revisão sistemática da literatura.  Florescer: uma nova compreensão da felicidade e do bem-estar. São Paulo: Objetiva, 2011. Tradução: Cristina Paixão Lopes. SELIGMAN, M; & CSIKSZENTMIHALYI, M. Positive psychology: An introduction.

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