Processos defensivos secundários

Tipo de documento:Projeto de Pesquisa

Área de estudo:Psicologia

Documento 1

Repressão As repressões tentam manter afastadas do consciente certos conteúdos, os quais representam para o sujeito certa confusão ou tristeza; elas estão relacionadas a falhas de atenção e/ou memória (MCWILLIAMS, 2014). Entretanto, a autora destaca o fato de que a dificuldade em relembrar algo ou focar a atenção em algo não representa, necessariamente, uma repressão. Haverá repressão quando uma ideia, uma emoção ou uma percepção tornar-se inconsciente em função de sua potência em despertar tristeza (MCWILLIAMS, 2014). Podemos inferir que o sujeito ficaria abarrotado, com uma carga emocional demasiada, caso tivesse acesso a todos conteúdos inconscientes, memórias, impulsos e conflitos que despertam sofrimento (MCWILLIAMS, 2014). Freud (2006a) postulou que aquilo que rege a repressão é a necessidade de afastar elementos específicos do consciente.

Esta pode ser considerada como uma forma de regressão, tendo em vista que caso um indivíduo capaz de verbalizar seus sentimentos e angústias retroceda a um modo pré-verbal – somatizando – estará regredindo a um nível superado (MCWILLIAMS, 2014). Isolamento do afeto O isolamento funciona como uma via que permite ao sujeito lidar com elementos dolorosos ao isolar os sentimentos relacionados ao que lhe causa sofrimento (MCWILLIAMS, 2014). É possível ter acesso – conscientemente – a uma lembrança, mas não ao afeto relacionado a mesma caso represente algum sofrimento (BRENNER, 1975). O isolamento das emoções desencadeia um processo que impede que as emoções dolorosas se tornem conscientes (BRENNER, 1975). Tallaferro (1996) ressalta que tal mecanismo de defesa é frequente em indivíduos neuróticos obsessivos, nos mesmos podemos perceber que há o conhecimento (consciente), em muitos casos, dos fatores que ocasionaram os sintomas, no entanto, a relação estabelecida entre o sintoma e uma vivência específica permanece inconsciente.

Compartimentalização De acordo com McWilliams (2014), a compartimentalização é uma modalidade de defesa considerada intelectual. McWilliams (2014) pontua que a compartimentalização atua em conformidade com o intuito de proporcionar que duas condições conflituosas existam em nível consciente sem que haja quaisquer tipos de confusão mental, bem como culpa, ansiedade ou vergonha, ou seja, na compartimentalização dois conteúdos incompatíveis permanecem conscientes sem que provoquem algum tipo de sofrimento ao indivíduo. Este apesar de não notar a contradição, poderá racionalizar acerca da mesma caso seja questionado em relação a tal ponto (MCWILLIAMS, 2014). Anulação A anulação consiste em um ato que tem como objetivo anular ou reparar o significado proveniente de um ato realizado anteriormente (TALLAFERRO, 1996). Inconscientemente o indivíduo pensa que seus desejos (sexuais ou hostis) podem ocasionar algum dano, dessa forma, surge um ato subsequente como tentativa de reparar o suposto dano (BRENNER, 1975).

De acordo com Freud (2006d), o deslocamento flui em direção a algo considerado indiferente. Podemos visualizar o deslocamento nos sonhos como uma tentativa inconsciente de proteger o sujeito de um conteúdo ameaçador. Nesse sentido Garcia-Roza (2009), pontua que o deslocamento implica a troca de um elemento latente por um mais afastado que funcione em relação ao primeiro como uma alusão; tal processo surge também quando o acento é alternado de um elemento relevante para quaisquer outros sem relevância. Formação reativa A formação reativa envolve a transformação de algo em sua representação oposta, pois esta não se configura como uma ameaça (MCWILLIAMS, 2014). Assim, o ego age em função de algo oposto às tendências do id, ou seja, de modo oposto ao que se pretende repelir (TALLAFERRO, 1996).

Sublimação A sublimação é postulada como uma via saudável para a resolução de conflitos psíquicos, a qual é expressa por meio da criatividade e possui representação aceitável no âmbito social (MCWILLIAMS, 2014). A autora acrescenta que nesse processo defensivo os impulsos sexuais são descarregados e, ao mesmo tempo, promovem comportamentos favoráveis como meio de lidar com as pulsões. Para Tallaferro, (1996) a sublimação é um modo de adaptação ao meio bem como às normas deste, ao mesmo tempo em que o indivíduo tem a possibilidade de aproveitar situação e oferecer algo ao meio social. Sendo assim, no caso da sublimação, a pulsão recalcada irá conservar o seu caráter sexual, no entanto, sua finalidade deixará de ser sexual e passará a ser social (CRUXÊN, 2004).

Desse modo, a sublimação irá representar um destino específico das pulsões e o processo sublimatório destaca-se por se constituir como um elemento que retém uma parcela da libido, de modo a adiar a satisfação e, concomitantemente, provocar o deslocamento das energias para finalidades que são, socialmente, consideradas nobres (CRUXÊN, 2004). Rio de Janeiro: Imago, 1975. p. CRUXÊN, O. A sublimação em Freud. In: CRUXÊN, O. FREUD, S. História do movimento psicanalítico (1914). In: FREUD, S. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (1914-1916). Rio de Janeiro: Imago, 2006a. O humor (1927). In: FREUD, S. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (1927-1931). Rio de Janeiro: Imago, 2006e. v. O discurso do desejo: a interpretação de sonhos.

In: GARCIA-ROZA, L. A. Freud e o inconsciente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, ed. Topografia do aparelho psíquico. In: TALLAFERRO, A. Curso básico de psicanálise. Tradução de Álvaro Cabral. ed.

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