PROCESSO DE OCUPAÇÃO PELA POPULAÇÃO NO IGARAPÉ SANTO ANTÔNIO EM TABATINGA/AM: DIMENSÕES SOCIOAMBIENTAIS

Tipo de documento:Referencial teórico

Área de estudo:Geografia

Documento 1

Pensar, saber, ser, ter, fazer, [. a contar da Amazônia. Seria um exemplo de sucesso adaptativo à região das populações amazônicas. Estima-se existência de mais de 2 milhões de habitantes na calha do rio Amazonas, por ocasião da chegada dos europeus (MIRANDA, 2019). A origem do indígena amazônico é discutida, todavia. anos, na região da “boca” do rio Amazonas, nomeadamente, na Ilha de Marajó e certas partes do baixo rio Amazonas, de acordo com restos de alimentos e de plantas encontrados naquelas áreas. Miranda (2019) elucida que havia na Amazônia, há 2. anos, comunidades perfeitamente hierarquizadas, densamente povoadas, em pleno desenvolvimento, localizadas ao longo das margens do rio Amazonas. Enumeram-se características mais marcantes dessas sociedades: (a) comandadas por guerreiro (tuxaua); (b) cidades com 20. a 50. No período pré-colonial, as maiores aglomerações populacionais indígenas estavam às proximidades dos cursos d’água.

No colonial, essa configuração permaneceu, tendo os rios amazônicos constituído as principais rotas de navegação, funcionando inclusive como verdadeiros eixos para a edificação de fortes militares e missões religiosas (NOGUEIRA, 1999). Ressalte-se que os rios também eram o caminho natural de rota para os negros africanos submetidos ao trabalho forçado ou escravidão, em que muitos deles se estabeleceram em áreas às proximidades dos rios. Com isso, diversos núcleos de pequenos povoamentos se instalaram às margens dos rios e a comunicação fluvial propiciou o trânsito de mercadorias entre pequenas vilas e cidades maiores, como ocorreu nas rotas dos rios Xingu e Tapajós, no século XIX (BASTOS; LOPES, 2008). Ainda hoje, muitas cidades amazônicas estão situadas às margens dos rios, sendo formadas por uma diversidade de pessoas e de culturas que dependem dos rios para subsistir.

o cientista Herbert Shubart observou que “os índios do alto rio Negro cultivavam em torno de 100 variedades diferentes de mandioca”. Sabe-se no presente que essa cultura originária dos povos da região está associada a uma prática de enriquecimento de solo para o plantio de espécies vegetais; isto que se contrapõe ao mito da natureza selvagem na Amazônia. Conforme Magalhães (2008), os diversos ecossistemas da Amazônia já eram explorados – segundo táticas adequadas às características ambientais – por nativos há 12 mil anos. Esse fato é comprovado por Clement e Junqueira (2008, p. pela presença na floresta “de terra preta de índio, um tipo de solo antropogênico muito rico em fósforo, cálcio, carvão e cacos de cerâmica”. Isso que pode trazer aportes, no presente, em conhecimentos, métodos e práticas desenvolvidas por esses povos, na convivência com a floresta de maneira mais harmônica.

Reflexos da ocupação da Amazônia na modernidade No que se refere às modernidades, Giddens (1991) associa essa ideia a estilo, costume de vida ou organização social, fato este que emergiu na Europa a partir do século XVII e que ulteriormente se tornou mundial em sua influência. Assim, o que é característico da modernidade “não é uma adoção do novo por si só, mas a suposição da reflexividade indiscriminada – que, é claro, inclui a reflexão sobre a natureza da própria reflexão” (GIDDENS, 1991, p. Nesse ponto, a “reflexividade indiscriminada” relacionada à “natureza da reflexão” (SANTOS, 2009, p. sugere um estágio de pré-cientificidade, de conhecimento empírico, precedendo aos demais conhecimentos (religioso, filosófico, científico, fenomenológico). Ore, por exemplo, a visão da região não deixou jamais de ser influenciada por uma abordagem megalómana dos seus atributos.

Se caberá aqui ressaltar que as especificidades do espaço amazônico, em termos de grandeza e exuberância natural, facilmente o predispõem para este tipo de visão, em parte, portanto real, cabe também voltar a ver o quanto de manipulável tal imaginário da região proporcionava aos interesses da Coroa (ARAÚJO, 1998, p. Nesse contexto histórico, remontam hipóteses que buscam atribuir méritos pioneiros aos que estiveram na Amazônia e que, por conseguinte, vieram moldar culturalmente a paisagem ao seu modo estrangeiro. Do que se contam as estórias e do que a História registra, atribuem-se presenças na região no passado anterior ao descobrimento oficial, em 1500, de povos e nações distantes, como os chineses, entre os anos de 1421 e 1423; e os vikings que, supõe-se, estiveram na região antes dos europeus (SOUZA, 2009).

Assim, não se podem separar as três motivações, indissociáveis, no projeto político-religioso para o Novo Mundo: a política, a religiosa e a econômica. Exª muitos anos. Arraial de Mariuá, 17 de novembro de 1755 (MENDONÇA, 2005, 2º TOMO, p. Se por um lado, as “divergências”, nesse período, entre os agentes do empreendimento colonial significaram a exploração e a escravização do gentio, mesmo que a sinceridade da aparente manifestação de mea culpa do Padre Antônio Vieira, em 1656 (BESSA FREIRE, 1994, p. apontasse para uma revisão humanista – o que não aconteceu – do processo colonial: “o verdadeiro objetivo do projeto colonial era capturar índios para extrair de suas veias o ouro vermelho, que sempre foi a mina da Amazônia”. No entanto, em meio a arranjos e disputas em vista de objetivos comuns ao Estado e à Igreja, se reconhece que, contextualizando a configuração ideológica, geopolítica no tempo pretérito, muito da expansão e consolidação territorial da Amazônia se deve às instituições das Coroas, Espanhola e Portuguesa, e à Igreja; assim como, ao papel do indígena, este ainda não reconhecido em sua abrangência e significação, no que se refere, por exemplo, ao reconhecimento no presente da paisagem transformada e conservada em vestígios culturais dos povos indígenas na construção da Amazônia; conforme já se anunciou precedentemente sobre a mandioca, e o quanto ainda há a conhecer sobre a “Cultura da floresta”.

C. apud MACGILVRAY, 2011), a implantação em proximidade aos rios foi característica comum a todas as civilizações primitivas, que dependiam da irrigação e das terras férteis para se estabelecer. À medida que as cidades foram constituídas e expandidas, a sociedade buscou adaptar o ambiente natural ao seu modo de vida. Neste contexto, diversos corpos hídricos foram modificados pela alteração de suas características ambientais, pela desatenção à dinâmica e estrutura das bacias hidrográficas e por sua incorporação como parte da infraestrutura urbana de saneamento. Feitas estas considerações iniciais, passa-se a explicar brevemente a dinâmica das bacias hidrográficas para, na sequência, discutir a utilização do Rio Amazonas e seus afluentes para o abastecimento e desenvolvimento dos principais núcleos econômicos e a atual poluição dos recursos hídricos.

“limitada a oeste pela Cordilheira dos Andes, a norte pelo Planalto das Guianas, ao sul pelo Planalto Central e a leste pelo Oceano Atlântico”. Uma das repercussões da ocupação sobre as bacias hidrográficas é a poluição hídrica e esta é uma questão preocupante, pois, a população amazônica vive em função dos cursos d’água. Ademais, três aspectos são importantes para a região quando se realiza abordagem sobre água na Amazônia: primeiro, a Bacia Amazônica possui vias naturais de transporte por navegação fluvial totalmente ignorada pelo governo central; segundo, os cursos d’água favorecem a produção de energia; e terceiro, a Amazônia é a grande reserva de água potável do mundo. Dito isto, passa-se a uma breve explanação sobre a importância do Rio Amazonas e seus afluentes para o abastecimento e desenvolvimento dos principias núcleos econômicos e sobre a poluição hídrica que tantos prejuízos têm trazido à população local.

A utilização do Rio Amazonas e seus afluentes para abastecimento e desenvolvimento dos principais núcleos econômicos e a atual poluição dos recursos hídricos O Rio Amazonas e seus inúmeros afluentes formam uma imensa malha hidroviária com mais de vinte mil milhas navegáveis com leitos preparados pela natureza onde são transportados bens e vidas humanas para desenvolvimento da região.  A expansão do setor industrial no rio Amazonas causou a destruição das plantas, animais e meio ambiente.  Também causa poluição da água ao vazar materiais perigosos nos rios, afluentes e lençóis subterrâneos.  Há também a poluição causada pela mineração do ouro e comércio de mercúrio. Barreto (2019) acrescenta que o despejo de lixo e resíduos humanos em afluentes resultou em poluição grave e em algumas áreas, os rios não são mais seguros para uso humano, enquanto a vida de plantas e animais sofre.

 Segundo o mesmo autor, os fertilizantes e pesticidas utilizados em áreas agrícolas adjacentes às florestas podem afetar a fauna silvestre, incluindo polinizadores críticos e dispersores de sementes. Disto decorre a busca por uma reflexão sobre a relação de influência mútua entre cidade e natureza, e a crescente demanda pela valorização e melhoria da qualidade dos recursos hídricos, em especial aqueles situados em meio urbano. Portanto, é evidente a necessidade de reparação dos danos causados pelas atividades humanas a estas paisagens altamente modificadas, a fim de conservar a biodiversidade e restabelecer processos ecossistêmicos fundamentais a partir da recuperação da integridade biológica dos ecossistemas degradados. Recursos Hídricos Na Amazônia a natureza é imperiosa, seja pela variada constituição de sua fauna e flora, seja pelos abundantes cursos de água que lhe cortam a terra.

Embora em um primeiro momento pareça uniforme, a floresta Amazônica apresenta diferentes tipos florestais. Primeiramente, pode ser dividida em floresta de terra firme (não inundada) e floresta inundada (PIRES; PRANCE, 1985 apud SALOVAARA et al. O grande rio [Rio Amazonas], ele próprio, nasce em plena cordilheira dos Andes, através de três braços, onde existem precipitações nivais e degelo de primavera, a mais de quatro mil metros de altitude. Fora este setor andino restrito e localizado, o corpo principal da bacia hidrográfica depende de um regime hidrológico totalmente pluvial. São simplesmente fantásticos os números referentes à área de extensão da bacia, o volume das águas correntes, a largura média dos leitos e o débito dos grandes rios em diferentes setores.

Calcula-se a área total da bacia em mais de seis milhões de quilômetros quadrados. Na Bacia Amazônica, vista em sua totalidade, circulam 20% das águas doces existentes no planeta (AB’SABER, 2003, p. ao analisar a limnologia amazônica, “a água representa um anel na cadeia de relações mútuas entre geologia, clima, propriedades do solo, física e química da água e a biologia da mesma”. Integram a sua generosa bacia hidrográfica rios e igarapés de diversas ordens, havendo variação na sua principal fonte de alimento, produção primária e luminosidade à medida que vão aumentando o tamanho (ordem ou largura do canal). Os corpos d’água (ex. rios e igarapés) da região amazônica são classificados levando em consideração a coloração de suas águas, que está relacionada com propriedades ecológicas destes sistemas, por exemplo, fertilidade do solo e riqueza e abundância de espécies de peixes e insetos.

Este critério, adotado inicialmente pelos povos Pré-Colombianos, foi também utilizado pelos colonizadores europeus, e ainda nos dias de hoje perdura (JUNK et al. QUESADA et al. Além disto, as águas pretas têm maior capacidade endógena de depurar vírus e bactérias em relação às águas brancas (AB’SABER, 2004). Elementos representativos do ecossistema amazônico, os igarapés formam nesta imensa região uma densa rede que percorre a floresta caracterizando-se principalmente pela pequena profundidade e por correrem no interior das matas. Conceitualmente, Igarapé é o nome regional atribuído aos riachos de pequeno curso (SANTOS et al. “que pelo seu porte relativamente menor não merecem o designativo de rio, reservado, na região, aos realmente grandes cursos d’água; corresponderiam aos ribeirões e riachos do sul e sudeste do Brasil” (SOARES, 1963, p.

CLETO-FILHO; WALKER, 2001; VALLE, 2013; MESQUITA, 2006, 2009). Esta compreensão também foi adotada no presente estudo. Apesar disto, quando localizados em áreas urbanas, os igarapés podem sofrer uma diversidade de impactos que modificam negativamente suas características ambientais. A chamada “síndrome dos riachos urbanos” caracteriza grandes alterações no corpo hídrico e em sua área de entorno, como retirada da mata ciliar (total ou parcial), redução da permeabilidade do solo, entrada de efluentes domésticos e modificação de sua estrutura original (ex. pela retificação) (PAUL; MEYER, 2001; WALSH et al. Na cultura ribeirinha podem ser encontradas referências linguísticas e na imagem que possuem da mata, dos rios, dos igarapés e lagos, definindo lugares e tempos de suas vidas na relação com as concepções que construíram sobre a natureza (CASTRO, 2000).

Assim, os usos dos recursos da floresta e dos cursos d’águas estão presentes em seus modos de vida, como dimensões fundamentais que atravessam gerações e fundam uma noção de território. As suas experiências, por sua vez, estão associadas ao conhecimento herdado de seus ancestrais em relação ao rio e ao movimento das marés. Nas chamadas áreas de várzeas, eles adotam modos de gestão de usos diferenciados e sazonais dos recursos naturais, adaptando suas vidas em face das cheias e vazantes do rio (GONÇALVES et al. Essa prática tradicional do cultivo da várzea foi herdada da cultura indígena, desenvolvendo sistemas de criação de animais adaptados à sazonalidade de cheias e secas, além do aproveitamento dos recursos das águas e da floresta por meio do trabalho extrativo.

A partir de uma leitura retrospectiva da estratigrafia da cidade, este viés analítico permite apreciar as motivações e os impactos das intervenções empreendidas pelo homem sobre a natureza e, em sentido inverso, possibilita compreender a influência que o ambiente natural exerce sobre a sociedade e seu ambiente construído. Como pondera Cronon (1995, p. “viver na natureza é usá-la e transformá-la com a nossa presença. A escolha que nós fazemos não deve ser a de não deixar nenhuma marca, que é impossível, mas sim quais tipos de marcas nós desejamos deixar”. A percepção do domínio predatório sobre o ambiente natural remonta ao século XIX, embora estivesse à época restrita ao campo intelectual das elites ilustradas. Cabe destacar que no Brasil registram-se estudos desenvolvidos ao longo do século XX que, embora precedam a consolidação da história ambiental enquanto campo teórico, em muito se identificam com este debate, ao incorporar uma leitura ecológica na análise histórica.

Neste panorama inserem-se as obras de: Capistrano de Abreu [Capítulos de História Colonial (1907)]; Gilberto Freyre [Nordeste (1956)]; Sérgio Buarque de Holanda [Monções (1946), Caminhos e fronteiras (1957) e Visões do Paraíso (1959)] e Caio Prado Júnior [Formação do Brasil Contemporâneo (1942)] (DUARTE, 2005; PÁDUA, 2010; SEDREZ, 2002). Acrescente-se a este rol Leandro Tocantins, com os livros O rio comanda a vida – Uma interpretação da Amazônia (1952/2000) e Amazônia – natureza, homem e tempo: uma planificação ecológica (1982). Na primeira obra, Tocantins analisou os processos sociais de formação regional a partir da pungente presença do rio, que o fazia afirmar que na Amazônia o rio comanda a vida. No segundo, indagou sobre a Amazônia de uma perspectiva histórica, social e ecológica, tendo o viés ecológico um caráter estruturante na condução da análise.

O segundo nível diz respeito à análise da interação entre as bases socioeconômicas e o ambiente natural, e como eles se influenciam mutuamente. Entram nesta leitura, por exemplo, o estudo da utilização dos recursos naturais (como matéria prima, ferramenta de trabalho e condicionante do modo de subsistência), e o entendimento sobre como as alterações promovidas pela tecnologia produtiva impactam os homens e a natureza. Por fim, no terceiro nível, destacam-se as questões culturais e cognitivas que diretamente influem na relação homens (individualmente ou em conjunto) e natureza, abrangendo a intangibilidade desta relação (memória, identidade, valores éticos, o espírito de uma época). Considerando-se que a forma com que os homens entendem e se relacionam com a natureza está vinculada ao contexto cultural, socioeconômico e tecnológico de cada sociedade, envolvendo questões materiais e simbólicas, é importante [.

evitar o anacronismo e a pretensão de que os indivíduos do passado possam ser cobrados em razão de categorias tão modernas quanto são ecologia, sustentabilidade, impactos da ação humana etc. A título de exemplificação, a análise de Cabral (2007) atrelou-se à exploração madeireira no Brasil Colônia. Ainda que não se avalie um processo específico da interação humana com a bacia hidrográfica, ela se mantém como unidade de análise para “investigação dos processos da coevolução dos homens e a bacia, percebendo como as características físico-naturais assumem diferentes perspectivas para os homens em suas temporalidades” (ARRUDA, 2011, p. A questão ambiental urbana, já nasceu politizada e foi amplificada em escala global por fóruns como a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (ECO 92), que destacou a importância do desenvolvimento sustentável8 estabelecendo o tripé da sustentabilidade: o desenvolvimento econômico, o desenvolvimento social e a proteção ambiental.

Este foi um momento profícuo no desenvolvimento de estudos, debates e engajamento social na busca por mudanças no cenário de alterações ambientais causadas pelo padrão de consumo e produção. A Agenda 21, documento resultante destas discussões, previu um pacto entre os setores governamental, produtivo e civil organizado, para identificar os problemas prioritários, os recursos e os meios necessários para enfrentá-los, bem como as metas a serem atingidas em favor do desenvolvimento sustentável, visando ainda introduzir a dimensão ambiental nas políticas urbanas existentes ou a serem formuladas. Desenvolvendo seus estudos no contexto das cidades americanas, Tarr (2002, 2004, 2010) buscou analisar como o ambiente construído e as tecnologias impactaram no ambiente natural, e os reflexos deste processo para as cidades. Para cada período histórico Tarr identificou alterações ambientais de magnitudes variadas, relacionadas aos modelos sociais, econômico, políticos e tecnológicos manifestos nas cidades.

Com vínculos bastante estreitos com a ecologia urbana, a história ambiental urbana foi concebida entendendo a cidade como um ecossistema aberto e dependente do ambiente natural, do qual consome recursos e para o qual devolve resíduos. Demandando uma análise interdisciplinar, a essência da história ambiental urbana estava na conjugação do estudo da história ambiental com a história do processo de construção da cidade e do urbanismo, com o fito de investigar como o ambiente natural foi transformado pelo ambiente construído, e como respondeu a esta transformação (com que consequências para os homens e suas cidades). Nesta perspectiva, Rosen e Tarr (1994, p. Gestão dos recursos hídricos Nas cidades brasileiras, durante muito tempo a ação pública sobre os recursos hídricos se deu de maneira setorizada, com predomínio de obras de engenharia que amenizavam problemas pontuais sem atenção a um contexto geral das bacias hidrográficas (TUCCI, 2008).

Por exemplo, a opção por medidas estruturais de canalização e desvio de corpos hídricos para controle de enchentes, que já foi considerada eficiente, pode agravar ainda mais a ocorrência de desastres naturais e inundações. Diretamente relacionado às análises sobre infraestrutura, o tema do metabolismo na história ambiental urbana foi inspirado em processos biológicos, nos quais a energia que entra no sistema é transformada em biomassa e detritos. Assim também são as cidades, que necessitam de recursos – inputs (água, alimento, combustível, entre outros) para funcionar e gerar produtos, o que, normalmente, resulta na produção de resíduos – outputs (TARR, 2002, 2004). Assim, para sobreviverem e manterem-se em equilíbrio, é necessário que as cidades equacionem o desequilíbrio dos inputs e outputs, ou seja, a proporção entre aquilo que os ecossistemas podem fornecer e a quantidade de resíduos que eles podem absorver.

esta intervenção aplicada aos igarapés dificilmente será revertida, pois seria financeiramente inviável. Por fim, não se nega que no processo geral de formação das cidades, foram estabelecidas várias formas de interação com a água, relacionadas às características socioeconômicas, políticas e tecnológicas de cada período histórico. Isto, segundo Tarr (2010) contribuiu tanto para implantação de benefícios à manutenção da vida humana, quanto para impactos sobre a dinâmica ambiental das bacias hidrográficas o que, por sua vez, potencializou a ocorrência e intensidade de eventos naturais, alguns considerados como perturbações à vida urbana. Anne Spirn, na obra o Jardim de Granito (1984), analisou como os processos naturais eram interdependentes ao planejamento territorial. A obra se destaca pelo estudo detalhado da ecologia da cidade, passando por uma leitura histórica para discutir alterações no ambiente urbano e propor alternativas para mudanças na relação contemporânea entre cidade-ambiente.

A articulação entre as diferentes esferas de governo pode potencialmente permitir a compreensão integrada e coerente do território, para aplicação de ações de recuperação ambiental que contribuam para a melhoria da qualidade urbana e ambiental, e para o desenvolvimento socioeconômico (JACOBI et al. PONTE, 2015). É também fundamental que o planejamento urbano priorize o conhecimento da realidade local de maneira a organizar ações aplicáveis e adequadas as particularidades de cada região. A dinâmica ambiental própria do igarapé o difere dos demais corpos d`água da região. Em relação aos grandes rios, por exemplo, os igarapés apresentam maior variação temporal de suas características abióticas, por serem influenciados de modo significativo pelas alterações em escala local, como a eliminação das matas ciliares e a entrada excessiva de efluentes no sistema.

Pensei em organizar assim: 2. Descrição da área de estudo 2. O Municipio de Tabatinga 2. Origem do Forte de São Francisco de Xavier de Tabatinga 2. Processo de emancipação Política do Município de Tabatinga 2. Condições das moradias 3. Problemas ambientais resultantes do processo de ocupação urbana no Igarapé Santo Antônio 3. Problema do lixo 3. Ocupação desordenada 3. Lançamento de esgoto sanitário 3. Plano estratégico de recursos hídricos dos afluentes da margem direita do rio Amazonas: diagnóstico. Brasília: Agência Nacional de Águas, 2013. ARAÚJO, R. M. As cidades da Amazônia no século XVIII: Belém, Macapá e Mazagão. p. BARRETO, A. M. Território de Águas na Amazônia. Curitiba: Juruá Editora, 2019. K. Significado geopolítico da Amazônia. Elementos para uma estratégia.

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