PRÁTICAS MINISTRADAS NAS UNIVERSIDADES SUSTENTÁVEIS SERVEM DE ALICERCE PARA A CONSTRUÇÃO DE CIDADES INTELIGENTES

Tipo de documento:Projeto de Pesquisa

Área de estudo:Ciencias ambientais

Documento 1

Já existem questões relacionadas às diretrizes estabelecidas pela ONU (Organização das Nações Unidas) através de suas conferências e isso significa que existe uma possibilidade em potencial de num futuro próximo universidades sustentáveis deixar de figurar como exceções exemplares, passando a ser modelo padrão e exigível. A pesquisa foi realizada de forma quantitativa em compêndios bibliográficos da área educacional e sustentável, bem como em artigos científicos já publicados em revistas. A justificativa da pesquisa se embasa na emergente necessidade de se adotar padrões sustentáveis imediatamente, deixando de degradar os recursos naturais, pois estes não são inesgotáveis. Aprender atividades, na prática, em universidades sustentáveis contribui para a formação de indivíduos que podem aplicar tais conhecimentos na construção de cidades inteligentes, proporcionando melhor qualidade de vida no cenário atual e para as gerações futuras.

Palavras-chave: Sustentabilidade. Há um ditado muito conhecido que reza: “educação vem do berço”. O que isso significa? Embora seja uma frase simples, revela uma verdade importante: a educação bem como outros princípios e valores tais como o respeito, são ensinados desde cedo. Este fato por si só justifica qualquer esforço visando à implantação de universidades sustentáveis. Crianças e jovens podem aprender conceitos sustentáveis de um modo generalizado, por assim dizer, e nas universidades aprender técnicas na prática que promovam a sustentabilidade. Tais conceitos e técnicas promovem o surgimento de sociedades mais conscientes e comprometidas com a preservação do meio ambiente e melhor aproveitamento dos recursos naturais sem risco de esgotamento. No terceiro capítulo a temática será esta: os que são Universidades sustentáveis, como promovem o conhecimento sustentável, quais as ações que fazem uma Universidade ser sustentável, quais os exemplos de programas propostos dentro desta proposta e quais os benefícios alcançados.

Tais questões serão abordadas no terceiro capítulo. Da iniciativa proposta pelas Universidades sustentáveis surge ainda outro benefício nesta cadeia sustentável, a saber, a possibilidade de se construir cidades inteligentes, cuja proposta inicial é justamente propor maior qualidade de vida à sua comunidade, usando os recursos naturais de forma inteligente visando a preservação do meio ambiente. O perfil destas cidades, bem como um exemplo de tal, será explanado no quarto capítulo. Na sequência, o quinto capítulo realiza apontamentos que interligam Universidades sustentáveis a cidades inteligentes. As empresas têm usado estratégias sustentáveis, como a implementação da logística reversa, que trata do destino correto de produtos após serem vendidos ou consumidos, para vencer concorrências. Esta estratégia tem se mostrado eficiente, uma vez que clientes e consumidores têm adotado um perfil consciente e estão atentos para ações que permitam a preservação do meio ambiente e baixo impacto nos recursos naturais.

Empresas que inserem práticas sustentáveis em seus processos de produção ou prestação de serviço tendem a sair na frente das suas concorrentes. Até mesmo o mundo da moda reflete os impactos da sustentabilidade e optam pelo uso de material reciclado, por exemplo, na confecção de suas peças. Este diferencial também já é procurado por lojistas e clientes. afirmam que “a sociedade capitalista estimulou um consumo desenfreado, em que os interesses financeiros foram colocados em um patamar superior aos interesses sociais e ecológicos”. Deste então, a modernização, avanços tecnológicos, prosperidade econômica, aumento populacional entre outros fatores tem impactado diretamente no aumento da utilização dos recursos naturais. A prosperidade traz inúmeros benefícios, mas também cobra seu preço.

O crescimento populacional e seus respectivos avanços nas várias áreas sociais e tecnológicas foram desproporcionais em relação à disponibilidade dos recursos naturais. Esse desiquilíbrio acabou por iniciar um processo de esgotamento de tais recursos, uma vez que muito se usa e pouco se repõe. Tais alunos procuram aplicar práticas sustentáveis, inclusive por se sentirem sensibilizados diante de tantas injustiças no que se refere à agressão do meio ambiente e desperdício dos recursos naturais. Segundo Lara5 (2012), as Universidades promovem o desenvolvimento sustentável com base em duas esferas distintas: a esfera educacional, que diz respeito à formação dos profissionais e pesquisadores com base na conscientização da relevância de adotarem práticas sustentáveis ao longo de sua carreira e a esfera gerencial, que trata da inclusão de práticas sustentáveis na gestão da própria instituição, a qual deve apresentar exemplos práticos de gestão sustentável para a sociedade.

O novo perfil das Universidades, que visam incluir cada vez mais ensino e práticas sustentáveis no seu processo de formação, foi promovido em partes pelo reconhecimento da necessidade de tais ações sustentáveis devido a grande degradação do meio ambiente. O ser humano tem se beneficiado de forma indiscriminada dos recursos naturais. Isso significa que a sociedade se utiliza de tais recursos, sem repor os mesmos na mesma proporção. No Brasil, os ODS são ainda pouco conhecidos. Basicamente consistem numa ramificação de Conferências anteriores voltadas as questões ambientais, tais como a Conferência de Estocolmo, considerada a primeira voltada para a promoção do desenvolvimento sustentável envolvendo ensino superior. Tal Conferência, entre outras, serão consideradas em detalhes mais à frente no estudo.

As ODS caminham para o terceiro ano de sua vigência e o alcance da sua proposta almeja envolver temas humanitários que devem ser prioridade das políticas públicas internacionais até o ano de 2030. ESTADÃO, 2017)6. A partir deste ponto é relevante considerar alguns dos Tratados e Conferências voltados para o desenvolvimento sustentável promovido em particular no interior das Universidades. Conferência de Estocolmo: realizada no ano de 1972 é considerada a primeira Declaração que fez referência à sustentabilidade no Ensino Superior. A Declaração é constituída por 26 princípios. Segundo Madeira (2008, p. “o 19º é particularmente importante para o ensino, pois estabelece a necessidade da existência de educação ambiental desde a escola primária até a idade adulta”. comenta que “a Declaração de Talloires já foi assinada por mais de 320 representantes de Universidades de mais de 40 países”.

A autora menciona os benefícios, a título institucional, conquistados pelas Universidades que assinaram. Entre estes, o reconhecimento internacional da Universidade como faculdade empenhada na construção de um futuro sustentável; motivação de toda comunidade para o desenvolvimento de práticas sustentáveis; a avaliação positiva da faculdade que assumiu o compromisso sustentável. Declaração de Halifax: esta declaração nasceu na Conferência sobre Ação da Universidade no Desenvolvimento Sustentável, realizada no ano de 1991 no Canadá, organizada pela Associação de Universidades e Faculdades do Canadá, pela Associação Internacional de Universidades, pela Universidade das Nações Unidas e pela Universidade Dalhousie. MADEIRA, 2008). Desta forma, a resolução anterior não ficará apenas nas páginas dos documentos da instituição. ● Criar uma visão crítica nos alunos de forma que os levem a refletir sobre os problemas ambientais e tomar iniciativas que possam amenizá-los, mesmo que aparentemente seja uma pequena iniciativa.

● Incluir práticas e políticas sustentáveis que reflitam o perfil de uma Universidade sustentável. ● Incluir serviços que auxiliem os alunos a praticar a sustentabilidade. ● Fechar parcerias internas e externas que visam melhorar a sustentabilidade. Isso começa com a própria gestão interna da Universidade, que deve refletir seu modelo de gestão sustentável. A grande questão que se apresenta, no entanto, é saber se as propostas para implementação de Universidades sustentáveis realmente dão resultado. A resposta é sim. Apesar de exigir esforços e empenhos constantes, incluindo mudança de cultura, as práticas sustentáveis são perfeitamente viáveis e exequíveis no interior das Universidades. O estudo apresenta o exemplo da USP (Universidade de São Paulo). O objeto de trabalho do USP Recicla são os resíduos sólidos e a filosofia do programa se baseia no que é chamado princípio dos três “Rs”, ou seja, reduzir o consumo e o desperdício; reutilizar os materiais e promover a coleta seletiva para a reciclagem.

Quem participa do projeto? Alunos da graduação e pós-graduação, funcionários de administração e serviços, docentes e pesquisadores. Qual o resultado do projeto USP Recicla? Em seus 16 anos de existência, o Programa vem permitindo o desenvolvimento de distintos aspectos relacionados com a gestão adequada dos resíduos, principalmente em dois âmbitos: a redução de resíduos e a formação de pessoas comprometidas com a sustentabilidade. USP, 2009, p. Uma das ferramentas importantes utilizada pela USP é a propaganda e palestras de divulgação, tanto dos programas e seu funcionamento, quanto dos resultados das ações sustentáveis. Uma cidade inteligente proporciona prazer aos seus moradores e estes chegam a conclusão que a cidade onde moram é o melhor lugar para se viver. O que tais cidades oferecem para a sociedade nela inserida, a ponto de serem consideradas inteligentes? Quais os diferenciais em relação a outras cidades que não se encaixam no perfil de inteligentes? Estas cidades promovem integração entre os diversos serviços disponíveis aos cidadãos comuns de uma cidade, tais como transporte, saúde, lazer, educação entre outros.

O diferencial é a forma como tais serviços estão disponíveis, proporcionando qualidade de vida. Isso porque, ao contrário do que se costuma vivenciar, os serviços das cidades inteligentes são prestados de maneira eficiente, em curto prazo, com qualidade e de formas que promova a sustentabilidade, seja pela redução de ações que causam a poluição, melhor aproveitamento dos recursos naturais, sistemas de reciclagem e assim por diante. O estudo propõe, a partir deste ponto, exemplificar alguns destes serviços visando elucidar a proposta de cidade inteligente. A inteligência destas cidades se caracteriza pela identificação vocacional da cidade para criar iniciativas de acordo com o perfil da cidade, aproveitando seus recursos já disponíveis, bem como a capacidade de descobrir novas potencialidades ainda não exploradas.

Em suma, cidades inteligentes se beneficiam de velhas e novas vantagens, adaptando-se às necessidades que se apresentam. Questões relevantes precisam ser consideradas a partir do momento que se deseja constituir uma cidade inteligentes, sendo algumas destas questões, de acordo com FGV (2015, p. “descobrir e enumerar as potencialidades reais do território, em função do tipo de solo, da cobertura vegetal, de sua situação geográfica, logística e da rede de transporte e integração com o entorno ou com centros dinâmicos mais próximos ou distantes”. Desta forma, a conclusão é que existe a necessidade de um diagnóstico prévio antes da empreitada de transformar uma cidade tradicional numa cidade inteligente. Num primeiro momento talvez não seja evidente a relação entre mobilidade e sustentabilidade.

No entanto, numa cidade sustentável, é possível sincronizar e integrar os semáforos e ao mesmo tempo dessincronizar os horários de trabalho. Qual o resultado de tal ação? Engarrafamentos serão evitados e o tempo de locomoção será menor. Isso impacta diretamente na circulação urbana. Outra questão que pode exemplificar o funcionamento de uma cidade inteligente é garantir que a mesma tenha espaços ou áreas verdes. Trata-se da cidade de Porto Alegre no Estado do Rio Grande do Sul. O grande diferencial da cidade de Porto Alegre é o uso de tecnologia avançada. A tecnologia constitui um fator essencial para as cidades inteligentes, pois ela permite um dos pilares básicos de tais cidades: a integração de serviços. Weiss, Bernardes e Consoni12 (2015) menciona a cidade de Porto Alegre como “reconhecida, tanto nacional quanto internacionalmente, como uma das principais metrópoles brasileiras pioneiras na implantação de projetos associados ao conceito de cidade inteligente”.

As ações mais relevantes na cidade de Porto Alegre sem dúvida são referentes ao avanço tecnológico. Ainda existe muito que ser feito para que a cidade de Porto Alegre avance significativamente na sua proposta de cidade inteligente, mas muito já foi feito e os resultados são claramente percebidos. É interessante saber que cidades inteligentes não são fenômenos ou milagres, são a produção consequente de ações conjuntas e da conscientização de seus habitantes em agir para tornar o ambiente melhor. Envolve também o governo, que deve elaborar e colocar em prática políticas públicas que visam a sustentabilidade. Através de esforço conjunto, qualquer cidade é candidata a se constituir em cidade inteligente. UNIVERSIDADES SUSTENTÁVEIS E CIDADES INTELIGENTES – QUAL A RELAÇÃO? Neste capítulo do estudo será considerada a questão principal da pesquisa, a saber, identificar qual a relação existente entre as Universidade sustentáveis e cidades inteligentes, ou seja, como o ensino ministrado nas Universidades sustentáveis podem contribuir na formação de cidadãos habilitados para construir cidades inteligentes.

Um dos principais motivos para esta realidade, é o fato de que se trata de um objetivo coletivo, ou seja, depende essencialmente de uma mudança na consciência de uma sociedade inteira. A Universidade aparece neste cenário com o papel de transformar e educar com o objetivo de formar pensamentos sustentáveis no seu público. Segundo Lara (2012) as Universidades são habilitadas para transformar conceitos. As universidades aparecem com seu papel transformador e educador, construindo modelos para a formação do pensamento sustentável crítico, adotando medidas que levam a um sistema de gestão ambiental da própria instituição, bem como conceitos inovadores para a disseminação da consciência sustentável entre docentes, discentes e toda a comunidade acadêmica. LARA, 2012, p. Também foram considerados alguns exemplos de programas que já estão em andamento e possuem êxito comprovado, os quais incentivam a realização de novos projetos.

Entre os objetivos apresentados para a realização de tais projetos, um se destacou devido a relação com o objetivo considerado neste capítulo. USP (2009, p. menciona, como inclusive já foi considerado, que o Programa USP Recicla foi criado tendo uma missão? Qual seria essa missão? “Contribuir para a construção de sociedades sustentáveis”. O ensino, o conhecimento e as técnicas ministradas no interior das Universidades sustentáveis não ficam do portão para dentro. É cada vez mais evidente a necessidade urgente de ações sustentáveis visando a recuperação do meio ambiente já severamente danificado, bem como a preservação do mesmo proporcionando uma qualidade de vida melhor agora e para as gerações futuras. Sustentabilidade virou a temática do século e de grande parte de autores bibliográficos.

Inúmeras Conferências e Tratados foram elaborados visando relacionar práticas sustentáveis nos vários ambientes da sociedade. A maioria de tais Conferências e Tratados são embasados nas diretrizes da ONU (Organização das Nações Unidas). A ONU é quem está na liderança de elaborar projetos sustentáveis no âmbito mundial, bem como monitorar a execução dos mesmos. As Universidades sustentáveis não oferecem somente conhecimento sobre as ações sustentáveis, elas também apontam quais as ferramentas se utilizam para promover a sustentabilidade. A partir daí os alunos são habilitados a promover um ambiente sustentável, tanto em atitudes quanto em ações e ainda se constituem no fator multiplicador de tal conhecimento. REFERÊNCIAS AGUSTINHO, Ana Gláucia Sousa; VELOSO, Christiane Carvalho Veloso.

Sustentabilidade Empresarial: estratégia das empresas inteligentes, teoria e prática. ª Edição. CAMPOS, Cesar Cunha. Apresentação. Cadernos FGV Projetos. Cidades inteligentes e mobilidade urbana. Ano 10, n. GUARNIERI, Patrícia. Logística Reversa: em busca do equilíbrio econômico e ambiental. ª Edição. Brasília: Editora Clube de Autores, 2013, 307p. LARA, Pedro Túlio de Resende. Cidades inteligentes e mobilidade urbana. Ano 10, n. Disponível em: <http://fgvprojetos. fgv. br/sites/fgvprojetos. O ESTADÃO. PINTO, Leonardo. O que são os ODS, da ONU, e como o Brasil projeta o desenvolvimento sustentável? Agosto de 2017. Disponível em: <http://sustentabilidade. estadao. p. a 259. Florianópolis, 2015. Disponível em: <http://www. redalyc.

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