POR QUE ENSINAR ASTRONOMIA NOS ENSINOS FUNDAMENTAL E MÉDIO?

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Astronomia

Documento 1

Este trabalho utiliza a abordagem hipotético-dedutiva, assim, espera-se enquanto hipótese que, ao desenvolver uma proposta de introdução aos conhecimentos astronômicos por meio de oficinas ministradas em um ambiente descontraído e fora das formalidades empregadas pela educação tradicional os alunos tenham melhor compreensão à conceitos astronômicos e científicos. As fontes desta pesquisa são baseadas em avaliações diagnósticas e avaliativas aplicadas a alunos do ensino fundamental e médio do Colégio Estadual Melquiades Victor de Oliveira, na cidade de Aragarças – GO. A sistematização dos resultados partiu de uma análise matemática simples, apresentando para cada tema trabalhado uma estatística descritiva e aplicando um teste de hipótese para verificar se houve ou não uma melhora no nível de conhecimento médio dos alunos entre o teste diagnóstico e o teste avaliativo.

Pode-se observar melhora substancial nas médias dos alunos nas duas últimas temáticas trabalhadas, "Calendários" e "Pontos Cardeais". Já nos dois primeiros temas, "História da Astronomia" e "Constelações", os resultados não foram tão representativos. Porém, há alguns problemas recorrentes que são encontrados na abordagem de temas astronômicos em sala de aula, dentre eles, três se destacam: falhas em livros didáticos (BOCZKO, 1998), concepções errôneas de professores de geografia/ciências (LEITE, 2002) e falta de recursos didáticos para a elaboração de experimentos em sala de aula (BUCCIARELLI, 2001). Portanto, ainda hoje muitas das competências básicas para a construção do conhecimento astronômico não vêm sendo trabalhadas a contento com a maioria dos alunos dos ensinos fundamental e médio.

Esses alunos estão concluindo os seus estudos sem o devido conhecimento dos temas previstos nos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN (BRASIL, 1997). Desta forma, é importante detalhar os conceitos de forma simples, mas com rigor científico e exatidão ao mesmo tempo, fornecendo todos os elementos necessários para que qualquer professor possa utilizá-los em ambiente escolar com seus alunos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é analisar as potencialidades do ensino da Astronomia nos ensinos fundamental e médio a partir de práticas de ensino não tradicionais/formais. Constelações De maneira genérica, as constelações podem ser entendidas como uma forma de organizar o céu, atribuindo a áreas definidas da esfera celeste o nome de objetos e figuras e símbolos do cotidiano humano.

Estas áreas são delimitadas em torno de asterismos, aparentemente próximos uns dos outros que servem de referência para orientação, marcação do tempo e identificação das estações do ano. As constelações nada mais são que uma invenção humana. Cada civilização, povo e tribo ao longo da história possui suas próprias constelações. Às vezes, um conjunto semelhante de asterismos possuem nomes e significados diferentes para povos distintos. Todo esse conhecimento sobre o desenvolvimento cultural e técnico que envolve a relação do homem com o tempo e com a sistematização desse tempo é necessário para a construção do conhecimento científico do aluno em período escolar. Pontos Cardeais Normalmente a primeira pergunta que um professor se faz quando tem que ensinar esse assunto é algo assim: por que ensinar pontos cardeais e orientação se hoje em dia as pessoas raramente ficam perdidas em florestas? E para falar a verdade, as florestas quase não existem mais.

Mas afinal, os pontos cardeais, como o próprio nome diz, são pontos principais, pontos de referência. Através deles é possível localizar a direção de qualquer lugar sobre a superfície da Terra. É incorreto dizer que o Sol nasce sempre a leste e se põe sempre a oeste. O estudo foi realizado durante os meses de março a junho do ano de 2013 no Colégio Estadual Melquiades Victor de Oliveira, na cidade de Aragarças – GO, em quatro turmas do ensino fundamental II, do 6 ao 9 anos, sendo uma de cada ano; e em duas turmas de ensino médio, sendo uma do 1 e outra do 2 ano. A coleta de dados seguiu a definição elaborada nos seguintes procedimentos pedagógicos: a) Apresentação do plano de aula - caracterizado pela descrição específica de tudo que o professor realizará em sala de aula, ou seja, é uma previsão dos conhecimentos (conceitos) que se quer transmitir e de como eles deverão ser passados b) Teste diagnóstico - avaliar o conhecimento prévio dos alunos no assunto que se pretende abordar.

O teste diagnóstico consistiu-se em um questionário composto por cinco perguntas básicas, que foram respondidas em 15 minutos. c) Aula expositiva - exposição dos conceitos propriamente dito, com duração de 30 a 50 minutos. A aula foi desenvolvida com o uso de slides de maneira descontraída, laica, divertida e procurando o envolvimento e a participação dos alunos. Dentre todos os temas, este foi o que apresentou os piores resultados, com algumas notas abaixando do primeiro para o segundo teste Neste tema teve-se a menor participação de alunos, onde 78 fizeram o teste diagnóstico e 89 o teste avaliativo. A média geral nos testes diagnósticos neste tema foram as mais altas (4,923), o que indica que os alunos já possuíam um certo conhecimento a respeito do assunto tratado.

A turma com melhor desempenho no teste diagnóstico foi o 7° ano/EF (média = 5,875), enquanto o 8° ano/EF teve o melhor desempenho no teste avaliativo (média = 6,368). Tema Constelações O aproveitamento alcançado não foi suficiente para colocar a média geral do teste avaliativo em fator positivo, mas, mesmo assim, não deixa de revelar uma melhora digna de reconhecimento. Ela é importante por demonstrar que a metodologia adotada e as conversas com os alunos parecem ter surtido o efeito desejado. Já no teste avaliativo, a única turma a permanecer com nota vermelha foi a do 6° ano/EF (média = 4,300); o melhor desempenho foi do 2° ano/EM (média = 9,500). Tema Pontos Cardeais Tal como no tema anterior, os alunos também demonstraram apreciação do conteúdo apresentado.

Ao fim do desenvolvimento do tema, foi possível constatar que os alunos estavam gostando da nova maneira de trabalhar a disciplina, inclusive com manifestações claras de interesse e de curiosidade por outros assuntos de Astronomia. Neste tema tivemos a segunda mais alta participação de alunos: 92 fizeram o teste diagnóstico e 86 o teste avaliativo. A média geral no teste diagnóstico foi a mais baixa de todas (3,065), o que demonstrou uma extrema falta de conhecimento prévio sobre o tema. Trabalhando com determinação e perseverança, foi possível conhecer melhor os alunos, os seus anseios e limitações, as suas esperanças e desesperanças. Pôde-se ter uma ideia real dos pensamentos e planos, motivações e problemas que movem e paralisam os profissionais do ensino, bem como um contato mais próximo com a fragilidade institucional, instrumental, estrutural e do projeto político-pedagógico da escola.

Outros elementos evidenciados durante a pesquisa foram a falta de investimentos adequados em educação e em laboratórios de ciência; escassez de professores preparados para lidar com temáticas astronômicas e para encontrar soluções criativas e; a distância existente entre a proposta do que deve ser ensinado e o que realmente se ensina em sala de aula. Os alunos demonstraram desconhecer conteúdos básicos que deveriam ter sido trabalhados desde do 6° ano do ensino fundamental até o 2° ano do ensino médio. É necessário reiterar a importância da introdução de oficinas e laboratórios de Astronomia no ensino regular. Senac, Rio de Janeiro, v. n. p. BOCZKO, R. Erros Comumente Encontrados nos Livros Didáticos do Ensino Fundamental, In: EXPOASTRO98 ASTRONOMIA: EDUCAÇÃO E CULTURA, 3, Diadema, 1998.

LAKATOS, E. M. MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. files. wordpress. com/2014/02/yin-metodologia_da_ pesquisa_estudo_de_caso_ zyin. pdf>. Acesso em 21 de outubro de 2020.

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