Peixe Tambaqui

Desde o século dezenove, esse peixe começou a ser exportado para fins econômicos. Na década de 70 representou 40% do desembarque em Manaus, e atualmente, com o aumento do consumo, é o maior responsável pela economia local do amazonas em relação a pescaria comercial. Segundo pesquisadores a popularidade do Tambaqui se dá pela sua rápida criação e desenvolvimento, além de sua capacidade de adaptação aos meios adversos como aumento da temperatura e ausência de oxigênio. O Tambaqui começou a se tornar raro na bacia amazônica devido a sobrepesca. Em decorrência disso, o estado do Amazonas se viu no dever de incentivar a população a cultivar tal espécie com o intuito de retomar um número significativo de exemplares nos rios para a pesca.

Outro local em que o peixe é pescado em sua grande maioria é ao longo do rio amazonas , na foz do rio Xingu (estado do Pará) e o médio do rio Ucaiali (nascente no Peru) sendo o seu principal ponto de desembarque a cidade de Manaus, que é a maior cidade da região e é onde o peixe é exportado para outros países com fins comerciais e também consumido e muito utilizado pela população na culinária local, onde fazem o “filé de peixe em crosta de farofa de castanha da amazônia com pirão de tucupi” , prato típico da região que possui o peixe tambaqui como ingrediente principal. Com o aumento do consumo, na década de 70 , foi o peixe mais exportado da cidade , os lucros comerciais com a exportação do Tambaqui renderam 40% da economia pesqueira, com isso, nessa época o peixe começou a ser muito explorado na bacia amazônica, fazendo o mesmo a sofrer uma intensa sobrepesca quase que fatal para a espécie.

Por conta disso, na década de 90, o IBAMA, colocou o Tambaqui na sua lista de protegidos e proibiu sua pesca com o intuito de aumentar o número de exemplares nos rios sendo que a proteção ocorreu no período de reprodução do peixe. Pode-se dizer que é um peixe bastante resistente e que se adapta de maneira muito fácil a situações adversas, uma delas é a falta de oxigênio ou baixo oxigênio (hipóxia). Isso ocorre devido à expansão do seu lábio inferior, que fica espesso e permite o peixe a captar e direcionar a água mais superficial do rio ( rica em oxigênio ) para suas brânquias suprindo sua necessidade. Além da reprodução natural do peixe, atualmente, com o surgimento da psicultura, o tambaqui começou a ser cultivado em cativeiros por produtores a fim de aumentar a produtividade ( já que é um peixe de alto valor econômico ) e evitar prejuízos causados pela mortalidade da espécie.

Os tanques para a criação de tambaqui vem crescendo muito ao longo dos anos pois embora o processo apresente alguns fatores adversos como necessidade de um local denso de estocagem, carecer de um manuseio frequente e constantes alterações químicas da água, é um peixe que cresce com muita facilidade e tolera alimentos artificiais como ração farelada, que é um alimento com um alto teor de proteína, e que favorece muito o crescimento das larvas do peixe. No início do cultivo deve-se atentar para o clima da água dos tanques, a água deve ser temperada com a água do rio onde as espécies serão capturadas para o cativeiro. As fases de produção são divididas em larvicultura, onde a atenção ao crescimento gira em torno das larvas que acabaram de eclodir do ovo até chegarem a 1g , quando atingem o tamanho esperado passam para a segunda etapa que é a produção de juvenis onde são cultivados até atingirem 50g e posteriormente a última etapa, fase de engorda que são alimentados até o tamanho escolhido para o abate.

A fase de larvicultura e produção de juvenis, duram no máximo 45 e 60 dias, respectivamente. F. BARTHEM, Ronaldo. BITTENCOURT, B. Maria Mercedes. A PESCA DO TAMBAQUI, Colossoma Macropomum, COM ENFOQUE NA ÁREA DO MÉDIO SOLIMÕES, AMAZONAS, BRASIL. da S. de O'SULLIVAN, F. L. de A. Biologia, habitat e cultivo do tambaqui Colossoma macropomum (CUVIER, 1816). nov. ISSN 1678-2305. Disponível em: < https://www. pesca. sp. Data de acesso: 06 de setembro de 2019.