PEDAGOGIA LIBERTÁRIA

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

ABSTRACT The search for the experience of libertarian pedagogy demonstrates a democratic formation that liberates the human being from the authoritarian oppressions prevailing in capitalist society. This work of bibliographic analysis aims to understand the collaboration and importance of libertarian pedagogy in the human educational and social formation in the problematic of knowing why it is due in an educational and social vision to use the libertarian practices in the institutions of contemporary teaching. Keywords: Pedagogy; Liberária; Education. INTRODUÇÃO A pedagogia libertária apresenta diversas metodologias focadas na liberdade humana diante da realidade capitalista que oprime a sociedade na vivência do tratamento colocado quanto às classes sociais, a realidade cotidiana, opressões de gênero, raça e entre outras lutas no campo social e político de controlam a forma de participação do homem no seu próprio cotidiano.

No processo de formação acadêmica encontramos uma realidade onde pouco se aborda a pedagogia libertária nas universidades dando a importância necessária para se analisar seu ideal educacional crítico, filosofia política e historiografia de transformação e libertação social. Assim o indivíduo que passa por esse processo deve de qualquer forma se permitir ser transformado, logo desprendido de qualquer sistema que imponha ordem, ou algo do tipo, sendo considerado ser dono de si e autônomo. Repassando o único papel desse sistema de mostrar que não deve existir controle sobre a educação ou qualquer outro campo da sociedade fazendo todos aprender de uma única forma. A reflexão diante de tudo citado entendeu, portanto que as transformações sociais passados pelo sistema educativo são de tamanha importância para se começar a debater a questão da pedagogia libertária, pois é de tal significação o papel da educação nesse processo de transformação, primeiramente a mudança individual, e logo após a coletiva, já que para a construção da concepção anarquista só será possível se essa transformação da pessoa obrigada à sociedade libertária e anarquista tiver construção voltada ao coletivismo, não voltada ao individualismo.

Para alguns defensores do anarquismo a revolução deve vir somente após o trabalho educacional e o convencimento populacional, ou seja, a educação serve de preparação para o processo revolucionário, já para os outros esses processos educacionais tinham que ocorrer em meio a lutas contra as opressões do capitalismo. Esses dois pontos deveriam seguir da mesma forma com a mesma intensidade, não podendo olhar para um demais e esquecer o outro. O que não faz sentido colocar a educação anarquista em outro espaço seja ele formal ou não. Em uma análise feita por Aquino (2013), (. a pedagogia libertária nunca esteve restrita ao âmbito da escola ou das instituições de ensino. É necessário modificar a formação humana não apenas na escola formal, mas também na vida familiar e comunitária, na medida em que estamos continuamente aprendendo e ensinando uns aos outros (p.

Os autores, Bakunin e Proudhon sempre agiram com uma certa sensibilidade ao se tratar do fato de que para a educação ser de total libertadora ainda precisa alcançar alguns objetivos, a qual o autor e militante russo chama de instrução íntegra. No momento em que Antony (2011), dar destaque a um projeto de Bakunin e as suas contribuições a respeito da educação no âmbito de uma sociedade igualitária, ele tenta dizer que: Na obra emancipadora, a educação tem, portanto, toda a sua importância, ao lado do instinto de revolta. Educar é libertar o indivíduo e suas potencialidades revolucionárias, e respeitar, evidentemente a liberdade do aprendiz, inclusive se se trata de um jovem aluno (p. A discussão referindo-nos a pedagogos que tiveram participação em defesas de práticas anarquistas cabe ressaltar um importante contribuinte para essa causa, Fernand Pelloutier, que mencionava ser de tamanha importância à colocação de uma educação em prática a qual busque tornar livre através de manifestações contra o sistema de ensino em regime capitalista, para esse pedagogo que também foi militar francês, a educação e revolução são de cunho inseparáveis.

Em um estudo feito por Chambat (2006), a respeito de um aprofundamento nas obras e na vida de Pelloutier, mostra essa linha de raciocínio em um seguinte trecho: Pela força das coisas, educação e revolução não se sucedem no tempo, mas se superpõem num processo dinâmico e dialético (uma nutre a outra reciprocamente). A educação liberta o indivíduo das opressões ideológicas que o aprisionam e o retêm na resignação, tornando-o receptivo à urgência revolucionária. Para Antony (2011), Ferrer y Guardia, (. encontra-se no cruzamento de diversas influências: o anarquismo, de início (e, portanto, todas as noções de educação integral), o humanismo científico, e até mesmo o cientificismo da época, o radicalismo catalão e a franco- maçonaria.

Mas ele não afunda no catalanismo e, inclusive, renúncia ao catalão em proveito do castelhano em sua escola, por vontade de abertura e por internacionalismo, o que é notável (p. O que a escola moderna buscava naquele período era conseguir romper com os paradigmas da época, inserindo um novo sistema pedagógico, só assim tentando quebrar com os preconceitos da época que extrapolavam, e tinham manifestos raciais, de classe, de religião e de gênero que se tornavam frequentes no sistema de ensino naquele momento, pelo motivo de esses serem subordinados da igreja católica que se tinha como algo sagrado e que teria que demonstrar respeito e obedecer às ordens por ela impostos. Dentre os argumentos que a Escola Moderna citava como sendo essenciais para o desenvolvimento das ações do ambiente escolar, esses eram estudados não apenas com direcionamento de ensino integral, mas também no sentido racional, com práticas na escola.

Esse contexto serve para demonstrar o poder de influência que a Escola Moderna obteve com seu projeto de política pedagógica voltada à emancipação. Foram alguns fatores que contribuíram para que a Escola Moderna se tornasse esse modelo escolar que produziu inspiração não só em escolas da Espanha, mas de todo o mundo. No requerimento da pedagogia libertária, nem na Europa nem no resto do mundo a Escola Moderna não se consagrou como um caso isolado do século XX, pois como foi falado anteriormente esse se consagrou como um projeto precursor. No entanto se tornou fato de transformação e que participou da formação de diversas experiências que vieram logo depois. Como fora falado os livros e os materiais didáticos desenvolvidos por Ferrer y Guardia, na própria Espanha foram contempladas 32 escolas com esses métodos e livros inseridos no seus sistemas de educação.

Esse método obteve um êxito e ultrapassou além da pedagogia direcionada aos jovens. Para muitos autores como Paulo Marques e Rodrigo Rosa da Silva, diante da apresentação do livro de Faure (2015), A Colmeia é muito mais que uma escola libertária, laica e livre. Constituiu-se como um espaço de vida comunitária libertária, onde crianças e adultos viviam numa propriedade rural, numa verdadeira comunidade educativa autogestionada e com orientação cooperativista. Funcionou de 1904 a 1917 numa área de 25 hectares de bosque e abrigava, aproximadamente, 40 crianças (MARQUES; SILVA, 2015, p. Assim como os demais autores que fazem parte do trabalho de direcionamento e implementação de práticas pedagógicas Sébastien Faure, trabalhava com a percepção de que a educação é algo transformador e em métodos que são influenciados pelo ensino integral, para ele a educação integral libertária deve, A educação deve ter por objeto e por resultado formar seres tão completos quanto seja possível, capazes de ir além das suas capacidades cotidianas, quando as circunstâncias ou as necessidades o permitam ou o exijam: os trabalhadores manuais, de abordar o estudo de um problema científico, de apreciar uma obra de arte, de conceber ou de executar o plano, até mesmo, de participar a uma discussão filosófica; os trabalhadores intelectuais, de pôr a mão na massa, de se servirem com destreza dos seus braços, de fazerem, na fábrica ou nos campos, um papel decente e um trabalho útil (FAURE, 2015, p.

Assim como na maior parte do mundo no Brasil os primeiros pilares da educação libertária surgiram a partir do movimento conhecido como movimento dos operários, esse começo de praticas anarquistas no Brasil se deu por conta do contato que os imigrantes tinham com práticas de educação libertária na Europa. os princípios pedagógicos da educação libertária foram os únicos parâmetros para a contestação da pedagogia tradicional que, naquele momento imperava soberana nas escolas e nos gabinetes, bem como nas mentes de autoridades, de pais e professores (KASSICK; KASSICK, 2004, p. Foi constatado que no Brasil do século XX, esse processo de imigração, além de trazer novos trabalhadores para os diferentes setores, foi algo que contribuiu para as mudanças revolucionárias no campo educacional.

Para alguns autores como Santos (2017), as ideias defendidas por Ferrer y Guardia tiveram contato com o Brasil somente no término da primeira década do século XX. Diante do estudo de Santos é possível destacar que, No Rio de Janeiro foi fundada a Escola 1º de Maio, em Vila Isabel. Em 1904, tentou-se até uma experiência de ensino “superior” (complementar à formação dos trabalhadores), com a criação da Universidade Popular de Ensino (Livre), no Rio. Ela contava com a colaboração de vários militantes e de literatos simpatizantes do movimento, como Elísio de Carvalho, Fábio Luz, Rocha Pombo, Martins Fontes, Felisberto Freire e José Veríssimo. Uma fase de grande destaque no Brasil do século XX, como mencionado por Padilha (2014), foi a criação da primeira Escola Moderna, localizada no estado de São Paulo, iniciou seus projetos de educação anarquistas dos anos 1912 e se propagou até os anos de 1919, essa instituição conseguir seu destaque no país após a ajuda o pronunciamento de alguns militantes e intelectuais.

Enfim é possível por meio dos exemplos dados afirmarem que no Brasil as políticas pedagógicas libertárias e anarquistas funcionaram e foram bem praticadas com destaque para as primeiras décadas do século passado. Seria necessário que esses projetos fossem resgatados, se bem que nos dias de hoje em meio a um sistema capitalista em que vivemos se notam escolas com as mesmas intenções de torna os indivíduos seres emancipados, sobretudo mesmo enfrentando as adversidades que se existe no mundo. A falta de escolas que atendessem aos filhos dos trabalhadores operários já havia se tornado questões bem comuns daquela época. Mesmo os movimentos anarquistas sendo contra o exercício de poder uns sobre os outros, e que siga as formas das escolas com bases burguesas, muitos dos anarquistas aderiram à causa.

Baseado nessa perspectiva deve ser criado para atendimento aos filhos dos operários uma escola com ensino desenvolvido de acordo com as práticas libertárias para a melhora educacional dos mesmos. Como descrito por Rodrigues (1992): O movimento anarquista promove o surgimento significativo de escolas libertárias criadas em 1895 no Rio Grande do Sul, conhecida como a Escola União Operária. Em Porto Alegre a “Escola Eliseu Reclus” fundada em 1906. AQUINO, T. Francisco Ferrer e a pedagogia libertária. In: Diálogos em pedagogia libertária: memória da 1ª Jornada de Pedagogia Libertária. Recife: Difusão Libertária, 2013. CASTRO, R. São Paulo: Biblioteca Terra Livre, 2015. GALLO, S. Pedagogia libertária: anarquistas, anarquismos e educação. São Paulo: Imaginário, 2007. GRAEBER, D. S. l. Faísca, 2009. MARQUES, P.

SILVA, R. revistadehistoria. com. br/secao/educacao/anarquismo-nocurriculo>. Acesso em: 09 jan. SANTOS, H.

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